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Marvel, DC e a indústria das grandes sagas que vão mudar tudo para sempre de novo
Por Marcus Ramonehttp://www.universohq.com/recordatorio/marvel-dc-e-a-industria-das-megassagas/

20 fev. / 2017 - Voltar a acompanhar quadrinhos de super-heróis Marvel e DC após um ano de hiato é o mesmo que acordar depois de uma década em coma: tudo fica confuso, muitas mudanças aconteceram, quase nada era como antes e você vai ter muito trabalho para tentar se inteirar de tudo (ou ao menos de parte do que foi perdido).

Isso aconteceu comigo em vários momentos da minha vida – não o coma, frise-se, mas a pausa na coleção de quadrinhos de super-heróis, motivada pela qualidade ruim das histórias (reféns da necessidade de “mudar”, “inovar”, para depois voltar a ser como antes durante um ou dois anos e novamente “mudar” e “inovar”).

Além da morte, a única coisa que um leitor de quadrinhos de super-herói tem certeza de que chegará em sua vida é uma megassaga Marvel e DC a cada 12 meses. Nesse período, algum personagem vai morrer, um superultramegamotherfucker crossover vai alterar a cronologia para consertar a que já foi mudada no ano anterior, o Homem-Aranha terá uma nova identidade secreta (clone ou não), o Robin será encarnado por outro garoto pela 325ª vez, um multiverso será reincorporado – ou extinto – pela milionésima vez e… ah, chega!

Há muito tempo, colecionar gibis de super-heróis significa comprá-los para não ficar desinformado sobre as mudanças que acontecem a todo instante. Qualidade das histórias? Isso é um mero detalhe. O que não pode é deixar de acompanhar todos os títulos publicados pelas majors para não ficar “boiando” sobre a espetacular nova saga que redefinirá para sempre esses universos – até que a próxima faça, poucos meses depois, a mesma coisa.

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É disso que as duas grandes editoras se valem para aumentar as vendas, em detrimento de uma boa história em quadrinhos que deixe um sorriso no rosto do leitor depois da última página.

Admito que me submeti a colecionar esse ou aquele gibi por causa disso (coisa de nerd viciado, assumo), já que, mesmo eles sendo ruins, me deixavam receoso de nunca mais voltar a comprá-los se eu pausasse a coleção e, pouco tempo depois, quando voltasse a acompanhá-los, não entenderia mais nada do que estaria acontecendo naquelas páginas.

E aí entra outro ponto da obrigação de acompanhar as megassagas: comprar praticamente tudo que é lançado – mesmo um título que habitualmente não faz parte das suas aquisições mensais ou de um personagem que não lhe agrada – somente para entender esse tal “grande evento” e suas consequências.

A última vez que abandonei tudo isso foi há quatro anos. Acompanhei apenas as notícias sobre o que estava sendo feito com esses personagens. E cada vez mais me sentia satisfeito com minha decisão. O que fizeram com meu super-herói favorito, o Homem-Aranha, por exemplo, me fez sentir desrespeitado.

Em dezembro do ano passado, depois do último grande evento da Marvel, resolvi ensaiar um retorno e começar a coleção de três títulos lançados no Brasil. Até agora estão divertidos, sem interligação entre si ou cheios de referências a eventos recentes… mas (sempre há um “mas”) estão lá algumas mudanças que eu não tinha ideia de que haviam acontecido e que detestei de imediato. Sem contar que uma nova megassaga (oh, céus!) já está chegando na editora. Não pretendo deixar ela chegar em minha vida, sei que vou largar tudo outra vez antes disso.

Tudo que quero são boas histórias em quadrinhos. Não quero “mudanças”. Não quero alterações na realidade. Não quero meu herói favorito com uniforme “reinventado” ou atuando com outra identidade secreta. Não quero vê-lo morrer para esperar vários meses até sua volta. Não quero ter que procurar uma edição de anos atrás para saber por que razão o Coisa agora tem três chifres, solta fogo pela boca e conjura feitiços.

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Um exemplo absurdo do “começar de novo” nos gibis da DC aconteceu depois da Crise Infinita. No Brasil, a Panini alardeou que aquele era o momento de se iniciar uma nova coleção ou de os antigos leitores retomarem o bonde. Mas para entender esse início, havia um detalhe: era preciso acompanhar a maxissérie 52 durante um ano.

E nem precisa lembrar que, de lá para cá, aconteceram outras mudanças cronológicas e editoriais decorrentes de novas megassagas.

Quem ainda aguenta isso? E vale registrar que custear tantas sagas e edições interligadas causa danos graves ao bolso.

Imagine ler quadrinhos de ação sem complicações cronológicas, sem mudanças e com aventuras muito bem elaboradas, focadas apenas em contar uma boa história. E que, apesar de colecioná-los sem perder uma edição sequer, em qualquer oportunidade seja possível interromper a coleção sem medo. Afinal, quando você retornasse, em alguns meses ou anos, haveria a certeza de encontrar os personagens como os conheceu, da forma como eles o tornaram fã.

Não é assim que as HQs de super-heróis deveriam ser?


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