DO PRÓPRIO BOL$O DIA 36

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Talvez tenha durado tempo demais, talvez tivéssemos que continuar a escrever intermináveis notas sobre rock, talvez não devíamos ter voltado o satélite para o próprio umbigo. A história é nova, porém poucos a conhecem. Ainda somos uma máquina descabida de temas e comportamentos. Existe uma ideia de aliar sons ao texto. Diletante escrita imatura diante das regras e das normas que essa atividade de informar requere.

São poucas páginas que vivem mais de 15 anos na rede, uma pesquisa mais profunda e seremos vistos, lidos e ouvidos. Não nos interessa o séquito e sim viver – de vez em quando recebemos textos, de vez em quando também recebemos releases como se tudo fosse um bolo.

Ocupados para escrever, ocupados para ler, ocupados para criar, ocupados para traduzir. Livres para malhar, livres para se alimentarem com comida no bico.

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O site nasceu de um par de revistas coladas e costuradas com capa xerox colorida. Quantas páginas dessa publicação de tiragem limitada foram impressas no mundo nestes últimos 15 anos?

- Vencemos!

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Ainda um desconhecido depois de 36 anos de murro em ponta de faca!

Do Próprio Bol$o  é um canal artístico-musical-espiritual-lisérgico-belas artes que anda a esmo desde 1982!

O cavalo galopa lentamente! 36 anos de puro rock. Para estar tanto tempo nesse negócio é necessária muita falta de consciência.  Fanzine era xerox nossas edições não eram xerox encadernadas. O zine nunca foi impresso e jamais descobrimos o que era diagramação, fotolitos e chapas de gravação. Tínhamos terminado o segundo grau e ninguém tinha registro de jornalista. As edições do zine não eram diagramadas e sem colunas. Como era novidade foi crescendo no número de folhas. Jamais a tiragem aumentou e jamais conseguiu patrocínio e assim passamos de 1982 a 1989, foram dezenove edições: Oldies but Goldies, Jornal do Rock, Sleeping Village e Rock’n’Roll uma pífia tentativa de fazer parecer que existiam outros.

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O fã-club nunca deixaria de sobreviver e chegou a hora de tentar um volume, o primeiro livro pois zines e colunas musicais foram fossilizados. De 1989 a 1991 diariamente na gráfica sem o planejamento de um bureau ninguém entendeu que a fúria tinha sido impressa a dedo. Balada do Louco para a eternidade.

Tentando uma vaga de escritor me lancei no segundo volume, Aventura sem Dublê, em 1995 me deparei colando cadernos de xerox em bonecas com capa colorida. Nos bares ninguém tinha coragem de pagar 10 reais. Ainda longe do glamour e da fila andando com o escritor distribuindo sorrisos e autógrafos.

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   Em 1997, completamos as gravações do CD Onde é que está o meu rock’n’roll? E, não tinha contrato ou contato com gravadora. Você sabe o que é um contrato assinado? A gravadora ficou com o CD na geladeira por dois anos. Mas quanto mais você prende o rock’n’roll mais ele fica selvagem. O CD foi sucesso na rede mundial de computadores.

   A primeira dentição do site do próprio bol$o nasceu em maio de 2003 e foi até a algum mês de 2005. Como não tínhamos CNPJ e jamais fomos uma instituição fiscal tivemos que esperar até 2008 para voltar mais independente e solitário. Foi quando Barbieri definiu a interface atual do site.

   Em março de 2014 lançamos o terceiro livro, 10.000 Dias de Rock e mais uma vez descobriu-se que no Brasil a memória e o trabalho de pesquisa não valem um centavo. – O livro deu em nada, né Pazcheco? Ainda em agosto desse mesmo ano, os hackers passaram a infernizar o site do próprio bol$o, o jeito foi fazer uma atualização da licença e retirar a janela de comentários por onde ocorriam as invasões.

   Sempre com o custo atrelado ao salário

   Um novo livro começou a ser gestado em 2012 ele se chamará  são cinco anos sem ver a luz do sol. Nesse ano de 2017, aconteceram em nossa casa 50 shows: Enlatado Blues, Antimácula, Red Zones, A.R.D., Sapiens, A Banda  Mais Lama da Cidade, Weslei Lima, Edu K e Gérson Deveras, Sérgio Fonseca & Ayla Serena, Corte Seco, Duodemo, Hellen Aquino, Cleiber Mota, Beer Head, Bartô Blues & Lu Blues, Irmão Victor, Corte Seco, Cromus, Banda Ser, Terno Elétrico, Barbarella, Blavis e Os Paladinos, Luca Teixeira, Durangos da América, Lud Mim, Metrópole Locomotiva, Felipe Zucco & Blues Band, Osmose, Cascabulho Blues, Indigentes & Indecisos, Fernando Juka, Betto Tutu & Izabel Tutu, César de Paula, Cleíton 'Roots', LucyFê, Henrique Behr (Alemão), Marcelo Marcelino, Muskga, Sunburst, Tributo a Raul Seixas, Tiago Rabelo e Rubens Carvalho, Wálter Muganga.

   Eu não acho nada heroico, nada vital ou necessário nada goela abaixo eu só acho do próprio bol$o