LEGIONÁRIAS: NOVA DISPUTA ENTRE A BANDA E O FILHO (2015)

 

Livro sobre Renato Russo cria impasse entre herdeiro e ex-colegas da Legião
  UOL BRASIL


23 out. / 2015 - Um livro com letras de Renato Russo organizado pela Companhia das Letras pode ser o novo ponto de discórdia entre o herdeiro do cantor e os outros dois membros da Legião Urbana. Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos discordam do projeto e ameaçam não dar a autorização para sua publicação.

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Nesta semana, o relançamento do primeiro disco da banda foi suspenso após a disputa das duas partes pela autoria e direitos da canção “1977”. No caso do livro, Bonfá e Dado prefeririam que a obra fosse sobre a Legião, e não só sobre Renato.

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A Companhia das Letras diz que a obra está em fase de produção e que ainda busca as autorizações necessárias. “É uma tentativa de apagar o trabalho de preservação da memória do Renato”, diz Giuliano Manfredini, filho do cantor. “Eu acho que é uma postura obscurantista dos dois ex-integrantes.”

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Bonfá desconversa e diz “desconhecer o assunto” do livro. Dado não foi localizado ontem. Os dois estreiam hoje em Santos uma turnê com o repertório da Legião, com o cantor e ator André Frateschi no vocal, no lugar de Renato.

Briga por direitos autorais impede lançamento de box da Legião Urbana
por Agência Estado Nenhum Comentário
 
Quando descobriu o tamanho da criatura que havia ganhado vida própria por suas mãos, Renato Russo foi ao microfone e proclamou ao mar de fiéis à sua frente: “A gente está aqui no palco, mas a verdadeira Legião Urbana são vocês”. A verdadeira Legião Urbana, ainda mais numerosa do que na década de 80, não deve estar feliz com os últimos acontecimentos que envolvem a longa batalha por direitos autorais entre o filho e único herdeiro de Renato, Giuliano Manfredini, e os dois legionários remanescentes, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.

Além da turnê que começa nesta sexta-feira, 23, em Santos e segue por várias cidades do País (passa por São Paulo, no dia 7 de novembro, no Espaço das Américas), Dado e Bonfá já tinham em mãos um segundo projeto fonográfico pronto e acabado. Um box que traria dois discos, um livreto e potencial para provocar êxtase nos fãs: uma remasterização do primeiro álbum da Legião que completa 30 anos, com "Será", "Geração Coca-Cola" e "Soldados", e um segundo disco com sobras de estúdio e versões de músicas como algumas que a Legião tocou para mostrar à gravadora EMI quando chegou de Brasília ao Rio. O diamante é a música "1977", que a banda gravou e nunca lançou porque Renato não gostou do resultado e acabou desmembrando-a para dar origem a outros dois futuros canhões: a melodia inspirou Fábrica e parte da letra deu vida a Tempo Perdido.

Com o box pronto, então, Dado e Bonfá receberam o comunicado de que "1977" pertencia não a eles, mas a Renato Russo e a seu filho, Giuliano Manfredini. Imediatamente, publicaram também um documento que provava o contrário. Carimbado pelo Departamento de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal, a letra da música em papel timbrado da EMI comprova as assinaturas da autoria de 1977: “Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá”. Mesmo com a comprovação, foram informados de que a música havia sido registrada em 2003 no Ecad por Giuliano e, assim, desistiram de lançar o box. “A questão não é dinheiro, mas moral. O herdeiro de Renato tem colocado a integridade deles em questão”, diz uma fonte ligada aos músicos que não quer se identificar.

Na noite de terça-feira, 20, Giuliano divulgou um comunicado em nome da Legião Urbana Produções Artísticas, sua empresa: “A decisão (sobre o cancelamento do lançamento do disco) foi tomada unilateralmente pelos demais integrantes da banda”. Dava a entender que apoiava o projeto. Em um segundo parágrafo, menciona o registro do Ecad de "1977": “Os demais integrantes da banda (Dado e Bonfá) questionaram a autoria em uma tentativa de apropriação da música "1977", composta integralmente por Renato Russo e cujos direitos estão divididos entre Renato Russo (75%) e Legião Urbana Produções Artísticas (25%), como atestam os registros do Ecad”. Dado e Bonfá falaram com a reportagem quando estavam prestes a tomar a decisão pelo não lançamento. “A família registrou os direitos e não devemos mais lançar”, disse Dado. “É lamentável”, falou Bonfá.

Simples registros no Ecad não confirmam a autenticidade de uma autoria. No máximo, podem gerar duplicidade e provocar investigação. O assunto só seria mesmo desenrolado na Justiça, algo que os remanescentes da Legião já disseram não terem mais energia para fazer. O tom do terceiro parágrafo do comunicado de Giuliano joga o abacaxi no colo de Dado e Bonfá: “No ensejo de manter viva e divulgar permanentemente a obra de Renato Russo, como sempre foi manifesto desejo do artista, a Legião Urbana Produções Artísticas deu total apoio ao projeto do referido álbum e considera a decisão por parte dos demais integrantes da banda de cancelar o projeto como uma tentativa de ofuscar o trabalho de preservação da memória de Renato Russo e impedir a livre circulação de sua obra artística.” Procurado pela reportagem, Giuliano não retornou aos pedidos de entrevista até a tarde desta quinta-feira (22).

O dilema de "1977" não interfere na temporada de shows que vão comemorar os 30 anos de lançamento do primeiro disco da banda – um alento aos seguidores. Por enquanto, quem mais perde com o álbum jogado na fogueira das ambições é uma das maiores bases de fãs que uma banda de rock já teve no Brasil. Ou, como diria Renato Russo, a verdadeira Legião Urbana.

Álbum da Legião Urbana não deve ser mais relançado
JULIO MARIA - O ESTADO DE S.PAULO
 
20 out. / 2015 - Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, afirma que é dele os direitos de uma música inédita que sairia como bônus em disco
O primeiro disco da Legião Urbana, lançado em 1985, que seria relançado com sobras de estúdio e uma música inédita gravada em 1985 não vai mais fazer parte do material em comemoração aos 30 anos da banda, segundo um comunicado emitido na noite desta terça-feira (20) pela empresa Legião Urbana Produções Artísticas, que tem Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo, como sócio majoritário. A canção "1977" se tornou objeto de polêmica assim que Giuliano, pediu para ter garantidos seus direitos autorais sobre a obra do pai. Dado Villa-Lobos, guitarrista da banda, lamentou ao Estado na tarde desta terça-feira: "Acho que não poderemos mais lançar, o filho do Renato deve impedir". Marcelo Bonfá, baterista, também não entrou em grandes detalhes, mas comentou que a obra estava em discussão. "A família (de Renato Russo) está dizendo que a música é deles e a registraram. Não deveremos mais lançar".

Na noite desta terça (20), a empresa de Manfredini emitiu um comunicado dizendo que a decisão da desistência do lançamento foi tomada pelos próprios Bonfá e Dado: "A respeito da decisão de cancelamento do lançamento do álbum comemorativo aos 30 anos do primeiro disco da Legião Urbana, a Legião Urbana Produções Artísticas, legítima e única detentora da marca Legião Urbana e dos direitos sobre a obra do fundador da banda, Renato Russo, tem a declarar: a decisão foi tomada unilateralmente pelos demais integrantes da banda". Em outro parágrafo, informa que "os demais integrantes da banda questionaram a autoria em uma tentativa de apropriação da música '1977', composta integralmente pro Renato Russo e cujos direitos estão divididos entre Renato Russo (75%) e Legião Urbana Produções Artísticas (25%), como atestam os registros do ECAD."

Bonfá e Dado se preparam para estrear uma turnê que deve passar por várias cidades brasileiras fazendo o repertório da Legião Urbana. Eles terão como vocalista o ator e músico André Frateschi e contarão com alguns convidados, como Paulo Miklos. O primeiro show será nesta sexta (30), em Santos.

1977 (Música Inédita)
Legião Urbana
Compositor: Renato Russo
 
Todos os dias quando acordo de manhã
Não tenho mais o tempo do dia que passou
Mas tenho muito tempo
Para acabar com essa indecisão
Espero sinceridade e perigo

Todos os dias tento chegar em algum lugar
Só pra depois dizer que não quero ficar lá
Não é coincidência
Essa minha indiferença
É que está me faltando motivo
Responsabilidade me deixa sem saber
Qual é a interferência
Ou como deve ser

Todos os dias quando eu deito pra dormir
Fico pensando em todas as coisas que eu não fiz
Quando penso no futuro
Sempre com uma leve preocupação
Se não lembrar qual foi o aviso

Todos os dias quando eu tento esquecer
Todas as coisas que eu não quero mais fazer
É só inconsequência
O tempo continua com a oscilação
E eu não consigo ficar indeciso
Pontos de referência
Perdi meu referencial
E quase como sempre não foi proposital

1977
Quero ficar na cidade ou não
Começaram a brincar com Eletricidade
Quero ficar na cidade ou não

1977
Quero ficar na cidade ou não
Começaram a brincar com eletricidade
Quero ficar na cidade ou não


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