DEATH SLAM 100% UNDERGROUND (2007)

Abril/maio, 2007 • Death Slam 100% underground
Death Slam: Adélcio, guitarra; Fellipe CDC, vocais; Juliano Jesus, bateria; Júnior, baixo e vocais.
Ajudantes – Jefferson, Percy, webdesigner; Wesley Costa – Cadê a nossa página, patrão!

Expediente
Fellipe CDC, digitação e textos e Juliano Jesus, textos. CDC edita o informativo Brasília, Fina Flor do Rock, é colunista da Revista Metal Blood, do Zine Oficial e do Fanzine OsubversivO, responsável pelo selo Independência Records, além de lutar direto para promover alguns shows; Jesus por sua vez edita o Fúria Urbana e é colunista do zine Mensalão do Capeta. Wanderson Feitosa e Iran Pituca contribuem neste informativo na máfia da fotocópia.
Release & Zine – Nº 33 (eu acho)

Editoriarghhh!!!
Mais de quatro meses depois, eis que o informativo da Death Slam está de volta ao universo. Esse impresso nasceu para divulgar a banda Death Slam, mas daí resolveu-se ampliar o espaço para amigos que também estão com a cara enfiada na Cena Underground. A aceitação tem sido boa e nós agradecemos por isso. Nesse curto espaço de tempo, fizemos mais algumas apresentações, sendo uma em Valparaíso, a convite dos irmãos da Noise Incorporation, e outra em Goiânia, no Brutal Fest, organizado pelo Rivanildo, com auxílio de seu gêmeo (mórbida semelhança) “Segundo”. O “Lagartixa” filmou em Valparaíso e registrou a insanidade fantástica dessa apresentação memorável, que nem a briga de uns presentes conseguirá apagar. Em Goiânia, sempre muito quente e bela, não poderia ser de outro modo, aliás, poderia, mas tocamos depois da Ressonância Mórfica, que fez uma apresentação histórica. Entretanto, umas das partes mais marcantes de nossa apresentação no Brutal Fest foi quando o Júnior teve que dançar com uma mina. Hilário, hilário! Rolou um convite para tocarmos no Riacho Fundo II, mas, infelizmente, no mesmo dia terá Motörhead. De qualquer forma, agradecemos a lembrança, e esperamos que não nos esqueçam... Acho que da minha parte é só. Deixo-vos com Juliano, meu amigo de fé, meu irmão camarada... (CDC)
Quase um ano de grindcore na Death Slam. Um período já recheado de aventuras e correrias, bons shows e muita estrada! Conhecer a banda intimamente tem sido um privilégio, geralmente passamos 1/3 dos nossos ensaios rindo e papeando. É o dente da sorte do Júnior e suas ideias completamente inovadoras, vez ou outra bizarras. As mandingas do CDC, sua supersaúde e seu quase autismo para tempos musicais (mesmo que em relação a um simples 4 por 4). Adélcio, mente criadora da banda e seu ford-escortão do rock (Death Slam móvel), enfim, disposição, alegria e contestação, uma junção de fatores agradáveis e necessários. Shows horripilantes de agitados, umas furadas, e muitos buracos. São os caminhos do Underground. Em breve, gravaremos o DVD ao vivo Death Slam, 452 músicas em menos de uma hora, aguardem!!! Seus ouvidos jamais serão os mesmos!!! Se eu contribuir para o grupo com metade do que contribuiu o Death Slam na minha vida, beberei feliz!!! (Juliano Jesus)

Novidades
Dia 30 de junho de 2007 a Death Slam fará um show para a gravação de seu primeiro DVD. As imagens serão captadas por Eduardo D’Castro, conceituado cineasta e figura lendária dentro do Underground candango. Fora esse show, ainda algumas imagens antigas (e novas) também serão aproveitadas. O bagulho será meio que um documentário e tal, meio na linha do que fez a Korzus.

Próximos shows confirmados
27 de maio na Churrascaria Floresta: Andralls (SP), Seconds Of Noise, Mob Ape (GO), Bruto e outras. Maiores informações: Abriu Pro Rock.
30 de junho no Galpãozinho (Gama): gravação do DVD. Participação especial das bandas: Toda a Dor do Mundo, Orgy Of Flies, Noise Incorporation, More Tools e Winds Of Creation.
Outubro: Nepotismo Rock Show

As outras bandas dos integrantes
Adélcio toca na Seconds Of Noise, que já está ruminando o CD Hell is Here há um bom tempo; Fellipe CDC (eu!) também lato na Terror Revolucionário e, como já não fosse pouco, arrumei outra banda para arruinar, a novata e barulhenta Scumbag; Juliano é o nosso rei, toca na ARD, Besthöven e na Murro no Olho (a última gravou o CD Mar de Cadáveres e está procurando um selo para lançá-lo) e Júnior – é vocalista da Flashover e toca guitarra na Adrenalina.

Death Slam recomenda
Brutal Metal Fest Collection

Festival de várias bandas de alto nível, produção praticamente impecável e, para ficar melhor, ainda rolou uma compilação em CDr contendo uma faixa de cada grupo que se apresentou. A Corja não tocou no Brutal Fest, mas entrou como banda bônus na coletânea.
Claustrofobia, Spiritual Carnage, Ressonância Mórfica, Winds Of Creation, Secret Of Abyss, Necropsy Room, Dark Ages, Death Slam, Brutal Exuberância, Flashover, Nervochaos, Desastre, WC Masculino, Attero, Krow e Mortificy. Um grande time, uma ótima iniciativa e um preço para lá de camarada. Adquiram!

Brutal Exuberância
Meu irmão, essa banda vem de longe. Tocamos com ela em Goiânia, o trio pegou uma longa estrada e, mesmo com o cansaço da jornada, fez vagabundo pogar muito. E foi lá que a banda me passou o CD Planeta Cobiçado. Particularmente, achei o trabalho muito curto, cinco músicas, duas das quais ao vivo, em treze minutos de boa música. Essa combinação confere um caráter inteiro de demo. Os sons pairam entre o death, thrash, grind e hardcore, com aquele jeitão de metalcore antigo, clima meio Dorsal e semelhantes. Coisa velha, sem modismo e sem pretensão de agradar ninguém, adjetivos não tão comuns hoje em dia, que eu resumiria a uma só palavra: atitude! Esses amazonenses botam pra f.!

Mortificy / Mesemon Ecrof
Arregaço, puro arregaço! Essas duas bandas brasileiras pisam pesado no acelerador do death metal. Os manauaras da Mortificy, outra que dividimos o palco durante o Brutal Fest em Goiânia, abrem a dobradinha com cinco cantigas brutais, com duas gravadas num show em Osasco. O resultado é devastador: metal porrada, pesado, numa velocidade impressionante e cheio de mensagens nada cordiais aos cristãos. Os riffs iniciais de “Abnegating Legacies Of Supremacy” são idênticos aos da Subtera (Salve mestres!), apesar do tempo todo a banda se mostrar fortemente influenciada pela Krisiun. Possuem uma apresentação marcante e destruidora! A paranaense Mesemon Ecrof segue a mesma cartilha: cinco hinos que conclamam o triunfo dos anticristos e um death metal onde a velocidade prevalece. Os músicos da ME são muito bons, mas não há como não destacar a performance do vocalista Michel. Ótimo lançamento, para quem gosta de música extrema, da Morte Pacífica Rec. Parabéns pelo conjunto da obra!

ACME
Banda nova vinda de Paracatu. As letras revelam quatro adolescentes revoltados com a situação social mundial. É isso, a revolução não pode esperar, quanto antes levantarmos nossas vozes, melhor será! Musicalmente, a Acme absorve e vomita em nossa sociedade composições calcadas na escola hardcore punk, com direito a raras inclusões crust. “Entorpecente”, apesar de ser o melhor texto, não é a melhor das sete músicas, que, diga-se, são muito boas! Dos vacilos desse primeiro CD-demo estão: a inexistência do nome dos integrantes, a falta dos contatos e de maiores detalhes acerca da gravação aparentemente caseira.

Leroy
Não sou muito de ouvir bandas nessa linha, o chamado mosh core não é muito o meu forte e, acredito, nem dos outros integrantes da DS, apesar de ter um bom número de músicos competentes dentro desse estilo. A Leroy, o novo grito da gravadora goiana One Voice, vem de São Paulo e mostra seus dotes musicais nas oito faixas do CD A Fênix Que Não Renasce. O trabalho gráfico impressiona e a sacada de colocar, logo abaixo das letras, trechos ou poesias inteiras de outras pessoas foi genial. Os sons absorvem várias influências (HCNY, death, thrash etc), mas o grosso do caldo é mesmo o tal mosh core, aqui tocado de maneira apurada e com muita fúria. As ótimas letras com um pé no niilismo servem de soco inglês para esse murro sonoro!

Resíduos / Evil Invaders / Excídio
Não se trata de um 3 Way e sim de três CDs-demo distintos, mas resolvi colocá-los juntos pois o mano Dudu enviou tudo no mesmo envelope. A Resíduos toca oito sons em sete minutos e pouco. A gravação está ruim, muito abafada e a própria banda deixa isso explícito na capa, logo, ninguém pode acusá-la de fazer propaganda enganosa. Capa fotocopiada e totalmente artesanal, lembrando, até nisso, as antigas bandas punk rock e HC. A Evil Invaders ataca com a fita demo de duas músicas denominada Evil Attack. A gravação não está boa, mas dá para se ter clara noção da pretensão sonora da banda: thrash com muito cheiro de naftalina com nítidas influências de Sodom e Destruction. Caso colocássemos a nossa Slaver e a EI num meio a meio, ficaria difícil saber onde começa uma e termina a outra. A Excídio já vem com uma produção mais caprichada, tanto no que diz respeito à produção gráfica quanto à gravação. As cinco músicas da promo Destruição em Massa revelam uma banda talentosa no quesito de unir o metal e o hardcore, um ótimo crossover cantado em português que acaba lembrando bandas brasileiras como WCHC, Armagedom, Extermínio, Câmbio Negro HC, Lobotomia e até a nossa Podrera. Destacaria a voz marcante e forte de Marcinho.

Noise Incorporation / WC Masculino
Era para estarmos por aqui também, mas a gravadora deu pau bemna nossa hora. O povo estava se ‘matando’ no slam e a todo momento esbarrava na mesa de som e que fez a leitora parar. Ok, ficamos fora daqui, mas foi lindo ver aquele povo insano agitando freneticamente. A Noise Incorporation é irmã das antigas e era muito comum dividirmos os palcos durante boa parte dos 90s. Na gravação, tiveram problemas que comprometeram um pouco o áudio. Welson, que já tocou na Death Slam, parece que usou um rádio de pilha como pedal de sua guitarra, logo, o que mais se escuta é a bateria do Rafael e os vocais alucinados e ácidos do amigo Teca. O grindcore tradicional da Noise perdeu para a gravação horrível, uma pena. Já a WC Masculino teve mais sorte em sua gravação, entretanto, a melhor maneira de se lançar essa gig talvez fosse em VHS, pois daí se teria noção exata do que foi essa perfeita interação entre bandas e público. Aliás, os presentes roubaram a cena por diversas vezes. A WC, com seu hardcore rápido à RDP e DRI, fez o melhor show da noite e também um dos mais quentes que eu já vi da banda. Esses goianos evoluíram e esta experiência está cravada nas apresentações e nas novas músicas da banda. Que venham mais gigs dessas!

DDO
Dor de Ouvido. Nome mais apropriado eu estou para ver. A banda do Enricão, homem forte da cena do MS, caprichou mais na gravação desta vez e a qualidade tornou claro que estamos diante de uma nova promessa do grind-noise-core brasileiro. Contando efeitos e vinhetas são 20 musicaos executados, acreditem, em 22 minutos. Passa rápido o tempo de audição, mas o zumbido nos ouvidos permanecem por um longo período. Ainda bem...

Venial
O batera Fabrício já tocou em outras bandas locais, como a excelente Extremunção, por exemplo, e juntou-se a outros comparsas para compor a máquina chamada Venial, a qual parece ter o perfil adequado para figurar no cast da One Voice. Para aproximar o círculo, salvo engano, o Big Boss da gravadora e o homem que esmurra a bateria guardam um grau de parentesco. Então, oras, ficaria tudo em casa: uma grande banda numa grande gravadora. Entretanto, a fita demo Extremocaos, de invejável produção artística, tem a distribuição da ‘distro’ Noise Mesmo Corp. São três faixas com ótima gravação que unem o peso do metal e a fúria do hardcore, onde a cozinha é o grande destaque!

Honra ao Mérito – Tributo à banda ARD
Fechando com pé direito, o tributo à ARD tão esperado, lançado pela Independência Rec. De fato é bem emocionante ver uma pá de bandas levando sons do hardcore mais ancião do Distrito Federal, com seus 22 dois anos. Bem, eu sou baterista dessa banda, e quando Gilmar e companhia começaram a infernizar nossos ouvidos eu era apenas um aspirante a Dominó, e olhe lá. Destaque para o texto passional no encarte. Tirando apenas o som “Fome” interpretado pela Nomes Feios, as demais músicas ficaram muito boas, em especial “Street Kids”, levada pela Other Side, uma outra banda do Gama. Trata-se da série Honra ao Mérito, que em próximas edições homenageará outros grandes ícones do Underground, uma ótima ideia, pois faz história. Parabéns para o Fellipe e vida longa à ARD. Punk até morrer!

Baixo Calão
Está aqui mais uma banda que sonho em ver pelos buracos do Distrito Federal, de preferência, em companhia da Death Slam. Ou seja, grindcore muito imundo. É a segunda vez que resenho-os (a outra foi para o meu zine Fúria Urbana), e, segundo “Porco” (o vocalista e amigo de uma data) a banda está preparando mais lixos sonoros. O CD foi ao gosto do punk também, tudo xerocado na esquina e uma mídia, assim a gente pode passar para frente o material. São quatro sons e uma faixa surpresa! Vale lembrar que tem um som ao vivo também. Bom, para contradizer quem diz que somos um povo pacífico... “dane-se a religião, mate o papa!”. Formação: “Porco”, vocal; Léo e “Gordo”, guitarras; Dick, contrabaixo; e Gomes, bateria.

Joacy Jamys
Quando estava fechando a edição anterior de nosso release & zine, que saiu em dezembro de 2006, recebi uma ligação de um irmão de longuíssima data, o Rolldão, perguntando se eu já sabia sobre a notícia de falecimento do Joacy Jamys. Fiquei assustado, entrei no sítio da Brigade e realmente as informações fúnebres estavam lá. Na hora, ocorreram vários flashes, instantâneos e muitos flashbacks das várias cartas que trocamos, seus desenhos fabulosos, seus zines, suas bandas, enfim, tudo que esse artista nos proporcionou. Cheguei a escrever algo, mas daí veio outra conversa: “O Jamys não morreu, teve um problema e está internado!” Fiquei feliz, joguei o papel fora pra atrair bons fluidos, torcendo para que o último anúncio suplanta-se o primeiro e fizesse com que ele fosse apenas o mero boato de algum abutre apressado. O zine foi lançado e, infelizmente, o primeiro ato era real: nós perdemos um grande amigo, um comparsa que muito ajudou a Death Slam (temos ilustrações e logos criados por ele) e o Underground perdeu uma de suas figuras mais ilustres e atuantes. Deixará saudades, não restam dúvidas, fará enorme falta (em especial ao cenário nordestino), entretanto, deixou um vasto legado para ser sempre lembrado e sua bandeira de luta e vida para sempre tremulará em nossos corações. Tal qual fez o zine anarco Punk Alternativa, a Death Slam deixa aqui sua singela e sincera homenagem a este grande amigo, colaborador e incentivador que esteve – e estará. – durante a nossa caminhada. Esteja em paz!

Fanzines, a espinha dorsal do Underground
Sepulcro
Um ano depois, eis que, enfim, o Sepulcro volta a editar. E o número 6 inaugura a seção das entrevistas, que fez falta nos anteriores. São quatro páginas com boa cópia e bons textos. Política, poesia e resenha de CDs de bandas de diversos estilos, o que é ótimo. Outra novidade boa é que o Sepulcro está promovendo uns eventos no bar Espaço Aberto. Boa sorte e perseverança!

Apenas uma Medida Provisória
“Um bom sujeito”, era o que todo mundo falava. Mas a burocracia acabou com vida dele. Custou muito para ser aprovado num concurso público, centenas por vaga, compras de cargo, fraudes, nepotismos, enfim, quem tem grana mantém o seu poderio por quaisquer vias. Mas ele se esforçou, sozinho, para largar o lamaçal que era a sua vida. Passar um mês inteiro com R$ 100, R$ 200 reais é completamente impossível. Era um popular sem muitas virtudes: nível médio completo, 25 anos, preto e com alguns conhecimentos técnicos. Passou num concurso e teve melhoras em sua vida, só carne de primeira, carro novo, casa própria, ok. Inicialmente a remuneração supera os desgostos inerentes ao serviço público. Carimbos, notas, assinaturas, folhas. Ofícios oficiais oficiosos, oficiosamente banais. Da posse ao exercício, estava lá, aquele cara. Ponto, chefe, metas, interesse público, pena que o público não saiba. A hierarquia no serviço público mascara a opressão com a conversa fiada “bem comum”. Roni não era estúpido, na repartição enxergava o jogo de subordinação e bajulação. Mas eram R$ 3.350,00! Mais benefícios... Apesar de o chefe ser um baita de um escroto. Revisões e conferências desnecessárias. Convalidações e reavaliações de todos os atos de Roni (Ronilson). Com o passar do tempo, todos naquele lugar lhe pareciam pervertidos, doentes, fanáticos pela burocracia. A política era sutilmente disfarçada em “serviço técnico”. Como doentes que lhe pareciam, todos mereciam licença por motivo de doença, todos. Além do mais, a progressão individual não favoreceu os seus próximos. Parentes e bons amigos ainda padeciam da pobreza e do desemprego estrutural, pois no “viver bem” do capitalismo não cabem muitas pessoas. E tudo isso lhe incomodava. Essas coisas deixam qualquer um (com um mínimo de massa cinzenta) tenso. Por isso, logo começaram brigas e discussões com o seu chefe. Roni estava exaurido. O governo permitia altas de juros e dos preços dos bens de consumo. Atrelava sindicatos e atropelava os mínimos direitos do trabalhador. Os PACs (processos administrativos disciplinares) tornaram-se rotina na vida pública de Roni. Bem como as censuras, advertências e suspensões. A autoridade, O Grande Pai, massacra. Insurgindo-se contra a teta que o alimentava, foi acusado de deslealdade. Demitido por “justa causa”. E por essa justa causa de alguma maneira deu um sumiço no seu chefe. Medida Provisória, apenas... (Juliano Jesus)

Quanto vale a sua notícia?
Milton Nascimento, que já passou pela Globo e agora é âncora de um telejornal noturno do SBT, abriu recentemente um dos seus programas “alertando” contra o perigo de valorizar uma figura como Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, acusando-o de ser retrógrado e dono de um discurso esquerdista moribundo, preconceituoso e falacioso. Moribundo, segundo o jornalista, porque o mundo mudou e os ideais socialistas não se aplicam aos tempos atuais. – Ele tem razão sobre determinado prisma, realmente o mundo mudou, porém para pior, o que é lastimável. Acerta, até determinado ponto, quando faz referência aos socialistas, pois muitos deles foram cooptados pelo sistema capital, de modo que assim alteraram as suas cartilhas, apagaram as suas assinaturas e mudaram os discursos. – Esqueçam o que eu escrevi, disparou o direitista. – Esqueceu-se, todavia, que muitos antigos socialistas ainda mantêm vivo o espírito cooperativista, e a boa vontade de transformar o mundo num lugar mais justo e fraterno para todos, para não se manterem os balcões de negociatas, onde os que nada ou pouco têm são a esmagadora maioria, e têm que pagar por qualquer coisa com a própria vida. Ele foi preconceituoso ao se referir à campanha contra osEstados Unidos, movida com força por Hugo Chávez. Ora, como formador de opinião, ele deveria explicar melhor a sua ideia. A campanha não é contra o país Estados Unidos e seu povo que, em sua grande maioria desaprova o governo Bush, e sim contra a condução política do governo norte-americano, que ao contrário do que Milton Nascimento defendeu quer sim dominar o planeta. E, pior, com a fome canina ainda mais apurada. Seja como for, havendo indício de guerra, o governo norte-americano estará com os sisos cravados e batendo a sua pesada pata do terror nos que ousarem desafiar os seus interesses, o seu poderio econômico e bélico. As suas bases militares estão em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. No Paraguai, houve show-manifesto pela retirada das tropas dos EUA, no qual a grande DL50 se apresentou. Não há interesse em dominar para expandir o império? Por que então tantas mortes? Por que tanto investimento em pesquisas de destruição e armamentos? É retórico lutar pela vida? É retórico lutar pela autonomia? É retórico lutar por respeito próprio? Então, camaradas, que formemos um grande e indestrutível exército da liberdade!!!

Divulgação e distribuição
Serviços feitos pela própria banda ou por qualquer algum amigo que se prestar a esse trabalho sujo!

Como encontrar o Informativo Death Slam
Com a própria banda durante shows ou nas lojas alternativas.

O que rolou durante a digitação
From Hell, Motörhead, Napalm Death, Facada (não me canso de ouvir essa porra!); The Profane (PY) e U-Ganga

Gentilezas ao seu alcance
Tirem cópias e passem para outras pessoas. Depois de lerem (se quiserem), passem pra frente (não joguem fora!). Caso se interessem por alguma banda aqui mencionada, escrevam para a mesma indicando esse informativo como fonte. Compareçam aos shows undergrounds (e entrem!), as bandas precisam de vocês!!

“Qual destino o Underground terá, se bandas continuarem fazendo músicas pensando em poder e fama? O Underground não é isso, o Underground é atitude, é sentimento!” Trecho da música: “Underground Ways”.