O ex-rock e o rock'n'roll

O EX-ROCK E O ROCK ‘N’ ROLL
por: Rodrigo Souvers

 
Usando o Skype, liberado na rede de computadores onde trabalho, com alguma freqüência troco as fotos e frases visualizadas por meus poucos contatos. Não sei se era manifestação do estado de espírito do dia, mas coloquei uma foto ultra-punk do Sid Vicious sangrando nariz e peito, Johnnie Rotten ao lado berrando, acima deles a frase NO FUTURE!

Um colega de trabalho, fã de rock branco, perguntou “man... você descobriu?”, fiquei na dúvida, poderia ser uma sacanagem do tipo eu perguntar o quê e o cara responder “como enfiar cinco dedos no cu”, não respondi, chega de sacanagens, bizarrices e violência extrema via internet. Depois me toquei que não era sacanagem do cara, eu havia deixado a frase no skype “Who Killed Bambi?”, respondi “é o nome do DVD das antigas dos Sex Pistols man”, o colega “essa foto ai é muito punk”, mais uma vez eu com o famigerado “oh yeah bro”.

Depois de uma piada sobre “inteligência mineira” o colega pergunta “man, vocês descobriu or not?”, “Who killed Sid Vicious or Bambi?”, “OH YEAH!”, e o perguntador com outra flechada “WHO KILLED THE ROCK ‘N’ ROLL?”, pensei um pouco no assunto e disparei “cara, penso que foram as misturas, os crossovers, rock com hip hop, rock com regionalismos, rock com ópera, rock com viadices, rock com sertanejo, em busca de alguma originalidade não necessária acabou-se com a essência da boa coisa, THE REAL ROCK THING IS DEAD, o rock se tornou uma porra mixada com merda... apenas os antigões ou quem os copiam, estes são rock hoje em dia”. O perguntador afirmou “entendi, só nos resta imortalizá-los então”.

Pensei mais um pouco no assunto e mudei de frase, outra dos super Sex Pistols, NO FEELINGS! Os rockers de hoje sentem muito, romantizam muito sem querer decorar belas poesias, não querem saber nada de política, pimenta no cu é engraçado ou vanguarda para eles, o que importa para esses tipozinhos é cabelinho, a careca tatuada, o aparelho eletrônico da hora... tudo tão cansativo e moderninho, tudo tão bestinha, individualista e o horror que sentem pelo pensamento do bem coletivo, manifestam seu mundo sendo virtuais, sendo “ducarai”... sem o intuíto de salvar o Rock, volto a tocar velhos rocks com os amigos realmente ligados em música, por coincidência, irmãos de sangue. Hasta La Victoria Siempre, mesmo que seja pequena, mas com a alma grande, um salve ao grande Pessoa!