GRATEFUL DEAD, A ÚLTIMA AVENTURA

Grateful Dead A última aventura
(Mário Pazcheco)

zzz688   Antes de serem Os Mortos Agradecidos se denominavam como The Warlocks e entraram para a história da música quando assumiram a identidade de Grateful Dead em 1965. Formado por Jerome John Garcia (Jerry, San Francisco, 1/08/1942-95, vocais, guitarra), Robert Hall (Bob Weir, San Francisco, 16 out. / 1947, guitarra-base, vocais), Ron McKernan (Ron Pigpen McKernan, San Baruno, 9 set. / 1945-73, teclados e gaita), Philip Chapman (Phil Lesh, Berkeley, 15 mar. / 1940, baixo, vocais) e Bill Kreutzmann (Palo Alto, 7 abr. / 1946,) e o letrista Robert Hunter, rapidamente sintetizaram a influência negra dos blues e sons orientais testando a química sonora psicodélica nas atuações ao ar livre, contando para isso com equipamento adequado e com um carro especial provido de amplificação sonora. Desta maneira, conseguem atrair mesmo aqueles que normalmente não se interessam por música e aqueles que não possuem os três dólares necessários para ir até aos salões de baile (onde o baile é algo secundário). Amantes dos acid-tests, passam a tocar regularmente nestes eventos promovidos por Ken Kesey onde são feitas experiências públicas com LSD, o Grateful Dead gradativamente constituiu-se na melhor banda do poder da flor, inserindo a balada entre solos navegantes e prolongadospelas mãos do guitarrista Jerry Garcia. É o grupo que melhor incorpora a mágica. Jerry Garcia seu líder, é mais do que músico; é um guru, um símbolo, um guia, nesses dias de sol e amor. Em termos musicais, porém, o Dead é basicamente country-western e blues, mas a forma como temperam essas duas tendências, a improvisação, a constante recriação das músicas no palco, o clima envolvente gerados, convocam o pessoas às trips, à participação, é puro San Francisco Sound, é mágico. O Dead funciona mesmo é ao vivo, no palco a sua imagem e som, produtos do ambiente hippie e psicodélico da cidade, ganham uma força incrível.

zzz662   No início de 1967, O Grateful Dead tocou 48 horas seguidas nas ruas de San Francisco e ninguém arredou pé. Depois passaram três dias no estúdio e gravaram The Grateful Dead seu disco de estréia para quem estava por dentro da Nova Consciência. Na época, estes eram uma minoria, e o disco vendeu pouco. O mesmo aconteceu com os álbuns seguintes, o segundo, Anthem of the Sub (1968), trazia oito músicas gravadas ao vivo e quatro em estúdio. Com um novo tecladista, Tom Constanteen, gravaram Aoxomoxoaem 1969.

   Se a carreira discográfica comercialmente não ia bem azar dos executivos, os shows superlotavam, sobretudo porque a música do grupo estava mais complexa, com a entrada do percussionista Mickey Hart (de formação jazzística) e do tecladista Tom Constanteen(músico erudito, familiarizado com as experiências de vanguarda) o som do Dead era a flauta atraindo os ratos do buraco negro.

   O Grateful Dead fez, no final de 1980, oito concertos no New York’s Radio City Music Hall. As apresentações foram um grande sucesso de público mas quase lhe valeu um processo de 1,2 milhões de dólares, movido pela gerência do Teatro. O processo foi arquivado graças a não utilização de um videoteipe onde apareciam comentários tais como: “Cuidado! A cocaína que está sendo vendida na sala de espera é uma mistura de naftalina com vidro!”. Comemoram quinze anos de carreira em 1981 com dois álbuns ao vivo Reckoning e Dead Set o primeiro um acústico extraído destes shows de Nova York, seguido de um álbum duplo elétrico.Em setembro, uma década depois do falecimento do psicodelismo, Jerry Garcia preferia crer que new wave e coisas do gênero eram tentativas reduzidas de criar modas novas. “Essas coisas atraem tão pouca gente que não têm nenhuma pertinência. Eu sei que estou falando com uma grande massa de garotos, e, enquanto tiver esse feedback, vou continuar”.

“É um problema com o qual temos que lidar se quisermos ter um planeta onde a vida possa existir”, palavras de Jerry Garcia contra a devastação das florestas brasileiras e envolvido em uma campanha pela salvação das florestas tropicais. Com este propósito o Grateful Dead, fez em 18 de setembro de 1987 um concerto no Madison Square Garden. A banda chega no palco e Jerry Garcia, de farta cabeleira e barbas brancas, sempre com os óculos e com ares de um profeta roliço, morde a palheta e passa uns acordes. Garden, o templo entra num silêncio quase religioso. Tocaram três horas, intercalando o brilho e pique com demasiada auto indulgência, deixando o som escorrer pelo Jardim como se a audiência não tivesse alí. É uma viagem no tempo; de repente estava de volta aos anos 60 – os sittins, os happenings, rolos de fumaça aromática e ‘paz e amor’. Beleza, muita beleza. E uma viagem que continua a atrair muita gente, o Grateful Dead são as únicas estrelas dos anos 60 a arrebanhar fãs de terceira geração, em shows de Crosby, Stills e Nash ou Chicago, a maioria da platéia é de hippies com barbas e cabeleiras brancas.

Em 1991, vinte anos depois, um incrédulo Jerry Garcia ainda relutava mas acenava com uma explicação para os fanáticos que viajavam milhares de quilômetros para participar de um show do Dead – os deadheads consideravam uma experiência cármica. “Estamos chegando aos cinqüenta, e me pergunto: de onde vêm esses garotos que lotam os shows? O que eles vêem de fascinante nesses velhos cretinos que sempre tocam a mesma coisa? Talvez não haja mais diversão e aventura neste país. Talvez nós sejamos a última aventura”. Jerry Garcia.

 

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I'll be grateful when they're dead

Aos 53 anos, o Dr. Trips, alterego de Jerry Garcia mais conhecido como guitarrista e líder do Grateful Dead e, maior símbolo do hippismo em atividade, sai de cena, um ataque cardíaco encerrou a sua viagem no dia 9 de agosto de 1995. O músico estava internado em uma clínica para reabilitação de alcoólatras e drogados perto de San Francisco, foi achado, às 4h23min, em Serenity Knoils. Ele também era diabético. “As drogas me foram úteis, mas também foram um obstáculo. As psicodélicas me mostraram milhões de universos diferentes, mas foi muito difícil me livrar da heroína”- Jerry Garcia, em 1991.

A polícia disse que o músico, provavelmente morreu de “causas naturais”. No entanto, eram notórios os problemas de Jerry Garcia com as drogas, que vinham lentamente debilitando sua saúde. Preso em 1985 por porte de cocaína e heroína, ele foi sentenciado a cumprir uma temporada numa clínica de reabilitação. No ano seguinte, quase morreu depois de passar cinco dias em coma diabético induzido por drogas. Casado pela terceira vez, com a cineasta Deborah Koons, o músico deixou quatro filhas: Heather, Annabele, Teresa e Keelin.

Os deadheads entupiram as linhas da Internet com mensagens de adoração. Ao que os sobreviventes do Dead ficaram gratos pelas homenagens ao seu amado líder.

Em San Francisco, por três dias os fãs pararam a grande esquina com lágrimas, flores, incenso e incrementados despachos.

“Não há como medir a grandeza ou a magnitude de Jerry Garcia, seja como pessoa ou músico. Não havia ninguém como ele. Sua música era cheia de sentimento, surpreendente, hipnótica, sutil” – Bob Dylan.

“Fiquei  muito triste quando soube que ele morreu. Espero que todos nós que amávamos sua música e tanto valor demos a sua contribuição também reflitamos sobre as conseqüências de seu comportamento auto-destrutivo”. Bill Clinton.

Algumas das últimas gravações de Jerry Garcia foram lançadas em Blue Incantation, álbum do guitarrista indiano Sanjay Mishra. Os dois se conheceram em 1994, por meio de Deborah, viúva de Jerry.

Foi lançado o livro Cooking With The Dead, com receitas vegetarianas criadas por fãs e pelo próprio Garcia.

Um abalado, Paul McCartney que pretendia mostrar a Jerry Garcia e aos membros do grupo num encontro que recentemente tornou-se impossível, o curta The Grateful Dead, de 9 minutos, produzido a partir de fotos tiradas por Linda McCartney nos anos 60,  Paul relutou, mas lançou o filme em novembro. As fotos ganharam “vida” através de técnicas especiais de animação num processo iniciado há dois anos.

“Serei grato quando eles estiverem mortos”.  Mesmo sem Pigpen e o Dr. Trips, essa piada inglesa de mal gosto continua vazia pois atualmente o legado do Grateful Dead prossegue com as apresentações ao vivo da banda The Other Ones...

Grateful Dead fará show para apoiar Barack Obama nos EUA

UOL Música


2 fev. / 2008 - SAN FRANCISCO (Reuters) - O conjunto Grateful Dead, banda de rock de San Francisco que se apresentou em eventos políticos na década de 1960, reunirá seus integrantes pela primeira vez em quatro anos para apoiar a campanha do pré-candidato democrata Barack Obama na corrida presidencial dos EUA, de acordo com um porta-voz.

Na segunda-feira, Mickey Hart, Phil Lesh e Bob Weir --componentes originais da banda -- tocarão em um teatro de San Francisco um dia antes da primária do partido democrata na Califórnia.

"Eles decidiram se reunir neste evento único para demonstrar apoio ao senador Obama na importante série de primárias da superterça", informou um comunicado divulgado pelo conjunto.

O Grateful Dead ganhou fama com sua música psicodélica durante o surgimento do movimento da contracultura em San Francisco, nos anos 60, e atraiu muitos fãs leais, que ficaram conhecidos como "Deadheads."

O líder da banda, Jerry Garcia, morreu em 1995. Os membros remanescentes tocaram juntos ocasionalmente desde então. A apresentação mais recente da banda ocorreu em 2004.

Grateful Dead, tema de universidade
whiplash - cifraclub

12 nov. / 2007 - Artigo do Cifraclub relata que, entre os dias 16 e 18 de novembro, na Universidade de Massachussetts nos EUA, será realizado um congresso acadêmico para discutir a influência musical exercida pelo GRATEFUL DEAD.

"Nós teremos a oportunidade de fazer algo que vai um pouco mais além do que um bando de pessoas sentarem e falar sobre o seu show favorito", comentou um professor chamado Rob Weir.

Leilão de artigos do Grateful Dead arrecada mais de US$ 1 milhão
Folha S. Paulo - da Efe, em San Francisco

A banda de rock Grateful Dead continua bem viva, como mostra uma arrecadação de US$ 1,1 milhão em um leilão nos Estados Unidos. As peças são da coleção de "Ram Rod" Shurtliff, que organizou excursões do grupo durante vários anos.

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   Banda Grateful Dead durou três décadas

   10 mai. / 2007 - A venda ganhou o nome de Life On The Golden Road With The Grateful Dead ("A Vida na Estrada Dourada com o Grateful Dead") e aconteceu na casa de leilões Bonhams & Butterfields, em San Francisco (Califórnia), onde nasceu o grupo na década de 60.

   O artigo mais valorizado da coleção foi um violão elétrico de 1975 do músico Jerry García, que foi vendido por US$ 312 mil.

   O material recolhido por Shurtliff (que morreu em 2006) durante as décadas em que se manteve junto ao grupo inclui fotos, discos e instrumentos que a banda usou.

   Os artigos não musicais que receberam os lances mais altos foram pinturas usadas na capa do álbum de 1969 Live/Dead, que foram vendidas por US$ 87 mil.

   Quando Shurtliff morreu, seu filho Rudson decidiu leiloar algumas peças, já que, segundo disse ao USA Today, "coisas como os antigos violões de Jerry devem ficar nas mãos de alguém que faça com que as pessoas dancem novamente".


Grateful Dead volta atrás

Rockwave
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5 dez. / 2005 - O Grateful Dead voltou atrás e abandonou os planos de proibir que gravações de seus shows fossem distribuídas de graça pela internet. Assim que eles ameaçaram proibir, os fãs protestaram em massa e ameaçaram passar a boicotar a banda, uma vez que o Grateful Dead era conhecido por encorajar seus fãs a gravar shows e trocar fitas entre si. O site que distribui as músicas deles é o http://www.archive.org/. Temendo pelo pior, o baixista Phil Lesh disse que quer que toda a obra musical da banda fique disponível para todos aqueles que quiserem.

Tudo bem que pra isso foi preciso que os Deadheads fizessem um grande abaixo assinado com milhares de assinaturas sob ameaça de não comprar mais material promocional da banda. "Eu realmente sinto que a música é o legado do Grateful Dead e tenho esperança de que, de uma maneira ou de outra, tudo esteja disponível para aqueles que queiram", disse Lesh.