BEACH BOYS: MENESTRÉIS DO SURF

 Menestréis do surf
(Mário PaZcheco)
 

Na Califórnia em 1961. Brian, Carl e Dennis, três irmãos se juntaram e formaram um grupo para tocar em bailinhos. De Carl and the Passions passaram a se chamar Kenny and the Cadets. Até que um deles, Dennis Wilson, sugeriu ao irmão Brian, o mais escolado em música, que compunhasse um tema dedicado à arte de pegar ondas. Nascia os Beach Boys, o grupo mais representativo da onda da surf music e a composição de Brian, Surfin’ tornou-se um hit. Sua fórmula de sucesso incluía altas doses de ingenuidade embutidas em hinos juvenis que glorificavam o surfe e os amores da dourada Califórnia. Brian nunca pisou numa prancha de surfe. Mas ninguém criava imagens tão bonitas quanto ele, quando falava do sol e do surfe. Brian Wilson ajudou a criar o mito dos Beach Boys e a mitologia de fantásticas festas junto ao mar da Califórnia.

Em 1965, eles lançam o disco "Summer Days and Summer Nights" para a crítica esse era o apogeu do estilo de Brian ou dos Beach Boys. Desde Surfin’ USA., os Beach Boys não paravam de fazer sucesso. Sempre estavam entre os trinta mais vendidos dos Estados Unidos. Mas, nessa época, pararam de se apresentar em público. Os arranjos de Brian, com violinos, dublagem das vozes e percussões estranhas - como castanhola, tamborim, pandeiro -, tornavam muito difícil a realização de shows ao vivo. Como conseguir a mesma música dos estúdios? Além do mais, Brian Wilson queria bater os Beatles, com seus arranjos.

Nesse mesmo 1965, Brian Wilson teve a primeira crise, descrita pelos polidos press-releases da época como “estafa”, e parou de se apresentar em público com os irmãos. Brian Wilson começou a demonstrar sinais claros de problemas mentais e emocionais, em pleno auge do sucesso do grupo. Seu talento musical gigantesco, criador de melodias delicadas, harmonias vocais complexas e capaz de uma compreensão dos recursos técnicos do estúdio muito à frente de seu tempo, parecia em conflito com uma alma atormentada, indefesa e autodestrutiva.

No ano seguinte, os Beach Boys atingiram o ponto culminante de sua carreira; transmutaram a energia solar em emoção para fazer um trabalho mais sério”. Pet Sounds, aproximava-se do som definitivo das melodias geniais de Brian e dos Beach Boys, injustamente ganhando fama por posteriormente ser reconhecido como o predecessor e influenciador direto do "Sgt. Pepper’s". A maioria dessas músicas sérias é o amadurecimento de Brian Wilson com sua solidão obsessiva à procura de seu porto seguro, a música, sempre em uma linguagem sublime e inspirada, romântica e de bom gosto.

Os críticos gostaram: tinha instrumentos de cordas, diversas percussões e até um instrumento japonês. Apesar de todo o esforço e elaboração, o disco não vendeu. Nem todos estavam dispostos a comprar ou compreender aquela expressão da angústia. O otimismo e a praia dos bons tempos seduziam mais o público deles mas mesmo assim foram eleitos o grupo de rock número um do mundo, derrubando os Beatles. 

Sons de estimação

"Pet Sounds", é de difícil assimilação quando o ouvido está acostumado aos outros clássicos psicodélicos. Mas após uma audição apurada, a qualidade do conjunto musical faz a sensibilidade emergir. Para quem ouviu a versão em LP a edição em formato digital não dispersou o conteúdo, foi mais um aperfeiçoamento para o formato perfeito de "Pet Sounds", sempre começavámos pelo lado “A” e normalmente viravámos a bolacha. Nunca ouvíamos o disco sem o “B”. E comumente os quinze dias de estadia de Pet Sounds eram passados no prato da pick-up, quando o dono vinha reclamar seu tesouro, ele o encontrava lá.

A abertura com Wouldn´t It Be Nice, recupera a influência irlandesa na música pop americana, uma coisa que os Beatles faziam, através do  vocal de John, nesse ritmo de parada estadual as imagens da infância são recuperadas, tudo numa nice. Na faixa You Still Believe In Me, o desfile continua, como numa corrida de bicicletas, dois temas interligados, a amargura que só o homem de aço poderia sofrer na sua fortaleza da solidão.Em That´s Not Me, um longo intervalo entre processos, amadurecimento, distância, sonhos e intervenções abruptas dos vocais o guiam pela cidade. Em Don’t Talk (Put your head on my shoulder) o clima é de inesquecíveis férias, nada errado, mesmo que sejam as férias de um homem desenganado e condenado pelo talento. Perdido ele súplica: Escutem! Escutem! Apenas os ouvidos e o tato compreendem o apelo nessa sinestesia zen. I´m Waiting For The Day, é uma viagem pelo Oriente. Let´s Go Away For Awhile prepara-nos para algo maior, uma antesala onde encontraremos o que procuramos, o coração acelera... Sloop John B, é um momento de chegada, vigoroso. E finalmente God Only Knows, Deus na oitava, uma melodia espontaneamente inesquecível, “Só Deus sabe o que eu seria sem você / a vida continuaria creio”, somente Deus  nos concebe essa felicidade.

I Know There´s An Answer e Here Today precedem mais um grande momento. I Just Wasn´t Made For These Times é precocemente autobiográfica e terrivelmente visionária, para nossa felicidade o ainda insatisfeito Brian Wilson avança em sua procura pelo nirvana. A faixa Pet Sounds, é uma falsa coda que apresenta um sintentizador que nos conduz aos sons de estimação. Nesse safari musical, tire os chinelos e dance, lembre de quando não teríamos de crescer e enfrentar o cotidiano devasto. Caroline No, é a verdadeira coda com um final de efeito de rádio que nos remete aos seriados da década de 40, mais rápido que uma locomotiva.

 “Eu acho que a maior influência foi Pet Sounds. Ainda é um dos meus discos favoritos, a invenção musical é tão surpreendente. Eu o toco para nossos garotos e eles adoram. Quando eu o ouvi, eu pensei ‘Ah, bem, este é o álbum de todos os tempos. Que diabos vamos fazer?’. Minhas idéias surgiram a partir deste ponto”. (Paul McCartney).

Em seguida, no apogeu do psicodelismo, Derek Taylor assessor de imprensa dos Beatles, cedido aos Beach Boys - trouxe um exemplar fresquinho do disco "Revolver" a Brian Wilson, divertindo-se este e os seus amigos a descobrir as sonoridades ainda nunca utilizadas, para o seu próximo disco. Um deles em particular, passava um tubo eletrificado sobre uma espécie de chapa metálica produzindo sons próximos de um serrote (musical). Está técnica ia ser retomada nessa mesma semana, durante a gravação de Good Vibrations, tiveram que trabalhar durante 90 horas divididas em seis meses de gravação, para conseguir gravar esse compacto que fez um sucesso incrível e foi o disco mais vendido da carreira dos Beach Boys: vendeu 1 milhão de cópias... e bateu os Beatles.

Brian não estava contente. Ele e o poeta Van Dyke Parks - letrista - trabalhavam duro num disco que teria tons de humor e se chamaria Smile. Brian queria ser reconhecido como um criador, e estava lendo cada vez mais que os Beatles eram artistas - “descendentes diretos dos menestréis”, dizia o famoso Leonard Bernstein. Dizem que Brian Wilson enlouqueceu quando soube que os Beatles tinham desenvolvido "Sgt. Pepper’s"projeto semelhante e simultâneo ao inédito Smile que Brian desenvolvia - este destruiu a maior parte das fitas vocais daquele disco que deveria se chamar Smile arquivando os tapes sobreviventes. Os outros garotões dos Beach Boys, entendiam cada vez menos Brian. E Brian parece que ficou muito deprimido com o disco dos Beatles. Smile na íntegra não será jamais lançado. Os Beach Boys produzem coletivamente - pela primeira vez - e, em 1967, nasce o sorriso forçado de Smiley Smile, aproveitando faixas do lendário "Smile" e com a faixa Vegetables produzida por Paul McCartney. Em 1993, a Capitou lançou Good Vibrations, uma caixa de quatro Cds com a inclusão de trinta minutos de "Smile", o lendário álbum que Brian terminaria em 2004...

Na década seguinte sua vida foi uma progressiva descida aos infernos, com episódios autodestrutivos e de violência, depressão e catatonia a um ponto tal que muitos amigos e até parentes o descreviam como “um vegetal”. Primeiro sem sair de casa, depois sem sair de seu quarto – onde “para relaxar” mandou construir uma enorme caixa de areia, - Brian limitava-se a dormir e comer. Porções esgarçadas de seu talento emergiam de quando em quando, nas sofridas A Day in the Life of a Tree e Until I Die, do álbum Surf’s Up, e na ambiciosa faixa título, em Sail on Sailor, do disco "Holland". Mas eram migalhas, enquanto Brian vegetava, entretido por comida, ácido e bebida.

Em 1975, um pool de parentes de Brian, liderado por sua mulher, convocou o Dr. Eugene Landy para tratar de Brian. O Dr. Eugene Landy, era um típico personagem da paisagem californiana - o psicólogo pop, tão ou mais célebre que seus célebres pacientes, conhecido nem tanto por seu rigor científico, mas por uma combinação de técnicas excêntricas e campanha promocional.

O Dr. Eugene Landy pregava e praticava - em livros, seminários, entrevistas, e em sua clínica de Beverly Hills - que o único modo para tratar dependências graves e profundas (drogas, álcool) era o que chamava de “terapia de imersão” ou “terapia de 24 horas por dia, sete dias por semana, com a assessoria de toda uma equipe que incluía, conforme o caso, enfermeiros, nutricionistas, técnicos em educação física e “agentes de segurança”, um eufemismo para vigias.

A terapia de Landy buscava, em seu primeiro estágio, “a romper inteiramente a privacidade do paciente, ganhando acesso e controle completos sobre sua personalidade, incluindo seu meio-ambiente social, físico, pessoal e sexual”. Esta etapa previa também o “controle total das finanças do paciente” e a instituição do terapeuta como “autoridade absoluta”.

Uma vez cumprida satisfatoriamente esta fase - onde, segundo Landy, as dependências seriam “trabalhadas e resolvidas”- se passaria para o nível final da terapia, que não seria exatamente uma “alta”, mas a “evolução do terapeuta para um estágio de conselheiro e amigo” de seu paciente.

Com estes plenos poderes Landy se viu encarregado de salvar Brian Wilson, e de fato, alguma melhora foi conseguida, e os outros Beach Boys puderam colocar Brian, mais magro e um tanto tonto, no banco do piano, em seus shows comemorativos do décimo-quinto aniversário da banda, em 1976. Mas aí terminava, também, a primeira intervenção do psicólogo - um conselho de família, desta vez chefiado pela mãe do compositor, Audree Wilson, decidiu dar por encerrada a terapia, em parte porque, segundo Audree, Landy havia-se tornado “terrivelmente ganancioso”.

Sete anos depois, contudo, Landy voltou para a vida de Brian Wilson que, uma vez mais, sofria de sérios desvios psicológicos, agravados pelo uso desregrado de LSD nos anos 70, e que em 1983 tinham-no tornado um homem obeso de 150 quilos, incapaz de completar um raciocínio ou mesmo de cantar um de seus antigos sucessos, em estado de depressão aguda, tinha perdido a mulher, o controle de seus bens (geridos pelo irmão Carl depois de uma ação civil para provar a incapacidade de Brian) e qualquer função dentro do ambiente musical.

Os Beach Boys, a essa altura, estavam reduzidos ao status de número-de-nostalgia, lançando dois disco amorfos e fazendo algumas breves e patéticas aparições em palcos e estúdios ao lado de Brian, para fins promocionais.

O impacto mais forte estava por vir: o baterista, Dennis Wilson, aos 39 anos, um dos pais da música de surfe e único surfista da banda afogou-se no dia 28 de dezembro de 1983 à noite no Pacífico, perto da costa californiana de Marina Del Rey. “Wilson e alguns amigos estavam num barco, quando ele escorregou e caiu no mar. Tentou nadar até a embarcação, mas não conseguiu. “Seu corpo foi encontrado uma hora mais tarde”, disse o delegado de Marina Del Rey, subúrbio de Los Angeles. Agora um dos cinco garotos da praia pegou o tubo final.

Após um período de dez anos em decadência de quase absoluta reclusão de Brian Wilson e o conseqüente desaparecimento de Dennis, os Beach Boys começaram a ensaiar uma volta a partir de 1984.

O single California Dreamin’ regravada em 1986 pelos Beach Boys ocupou um honroso 11 lugar na parada de Adult Contemporary Singles da revista Billboard.

Cinco anos depois desta nova incursão do Dr. Landy pelos domínios mentais, pessoais, criativos e financeiros de Brian Wilson, em agosto de 1988, surgiu o disco Brian Wilson, onde ele tocou piano, órgão, teclados, emulator, Glockenspiel, percussão, e ainda fez os efeitos sonoros. Resultados satisfatórios para os homens da companhia de disco, para o artista e o psicólogo. Tempo suficiente para Eugene Landy evoluir de parceiro de Wilson a “produtor executivo” do disco recebendo 25% dos direitos autorais, por cinco letras.

O próprio Brian tem pouco a dizer sobre tudo isso. Num documento preparado por ele como parte da defesa de Landy no volumoso processo da BMQA (Board of Medical Quality Assurance) que discute o relacionamento do psicólogo e do músico, o ex-beach boy diz: “Em 1982, eu não tinha autodisciplina. Eu precisava de ajuda. A terapia tradicional tinha fracassado comigo, repetidas vezes, durante mais de 15 anos (...) Agora estou na melhor forma emocional, física e financeira. A melhor em muitos anos, talvez a melhor em toda a minha vida. E tenho a carreira solo que desejo há tanto tempo”. Sobre a “parceria”, Brian diz: “Nunca ninguém me perguntou por que compus com Roger Christian, que era publicitário, ou com Mike Love, cujo único crédito era ser meu primo, ou Carl e Dennis, que eram meus irmãos. E, entretanto, muita das minhas melhores coisas foram feitas com essas pessoas. (...) Dizem que o Dr. Landy governa minha vida, mas a verdade é que eu a controlo. Ele é meu parceiro porque essa era uma progressão natural no nosso relacionamento”.

Numa raríssima entrevista ao decano dos críticos pop do Los Angeles Times, Robert Hillburn, que esteve com Brian cara a cara, curiosamente não lhe fez estas perguntas. Ele o descreveu como “naturalmente tímido, preferindo respostas curtas e até limitadas”. Para Hillburn, Brian foi claro apenas na descrição do conceito sonoro do disco - “como Pet Sounds, uma coisinha depois da outra, pequenas pedras preciosas, não uma sonoridade completa como Rubber Soul - e numa breve retrospectiva de seus ‘anos negros’:  - As pessoas não deviam pensar que eu era um vegetal numa caixa de areia. Minha cabeça estava em outro lugar, trabalhando em música”[1].

Em 1992, quando os Beach Boys sem Brian estiveram no Brasil, participando da Rio-92, o grupo acusou o Dr. Landy de ter feito uma lavagem cerebral em Brian Wilson. Quatro anos mais tarde Brian recebeu alta e a relação com o grupo voltou ao normal, as diferenças de Brian com Mike Love, foram resolvidas.

Depois de lançarem as coletâneas "Made In U.S.A", "Still Cruisin’" e "Stars & Stripes", os Beach Boys uniram-se aos veteranos do Status Quo para gravarem o single, Fun, Fun, Fun –  que sofreu preconceito da Rádio BBC, segundo o diretor de programação, eles estariam ocupando o espaço das novas bandas. Resultado: um processo contra a emissora no valor de 250 mil libras.

Em 6 de fevereiro de 1998, um segundo garoto da praia pegou o turbo final. O guitarrista e vocalista Carl Wilson, morreu aos 57 anos de câncer pulmonar, em Los Angeles. No início dos anos 80, Wilson, um dos fundadores, deixou a banda e tentou uma carreira solo, sem sucesso. Depois de dois inexpressivos álbuns, retornou ao grupo e participou de lucrativas turnês pelos Estados Unidos, tocando os velhos sucessos.

O ainda atormentado e sempre cobrado Brian Wilson, pela sua genialidade, é um sobrevivente e mesmo sem atingir o sucesso com o seu primeiro disco solo, ele figura, há algum tempo no Olimpo do rock americano ao lado de Frank Zappa e Jerry Garcia. Brian Wilson, o disco foi uma volta por cima, mas infelizmente o excesso de mixagens diversificadas reforçou a idéia de que a  voz de Brian Wilson não é mais a mesma, são baladas limpas, luminosas com influências dos Beatles e toques dos Beach Boys, melodias gêmeas, arranjos otimistas e uma sonoridade que invoca o muro de som de Phil Spector e a melodia de Frank Sinatra.

A Capitol tinha a idéia de lançar uma caixa com o material do lendário LP "Smile", mas Brian não aprovou, no lugar foi lançada uma caixa com quatro CDs comemorando os trinta anos de "Pet Sounds". A MCA distribuiu uma entrevista com Brian para promover o documentário "I Just Wasn’t Made For These Times", onde ele regrava alguns clássicos dos Beach Boys, para a trilha sonora. Brian ainda trabalha arduamente em suas músicas e eventualmente com outros produtores, inclusive o ex-mutante Liminha, que produziu a faixa-título, do LP Sweet Insanity, em Los Angeles em 1992, mas as fitas se perderam e Brian não pode finalizá-lo.

No último álbum de Ringo Starr, "Vertical Man", Brian Wilson faz o apoio vocal na faixa Without Understanding e quase simultâneamente,ao de Ringo seu segundo disco-solo, "Imagination", produzido por ele e Joe Thomas, foi lançado no Brasil, em julho de 1998. Desde os anos 70, Brian Wilson, mantêm a regularidade escassa de sua produção. Sempre nos oferecendo condições de sobra para comemorar essas  11 faixas, sendo nove originais e duas regravações dos Beach Boys; Keep An Eye On Summer e Let Him Run Wild. Suas baladas repetem os mesmos temas de trinta anos atrás e nos remetem aos bons tempos da praia, uma boa lembrança ninguém esquece, Brian talvez ainda persiga a perfeição de "Pet Sounds". Seus teclados barrocos e a quantidade de vozes multiplicadas remetem ao álbum de estréia, a letra de Happy Days, com seus verbos no passado recuperam um clima sinistro: “Os dias eram escuros/uma tristeza sem fim/Só passado com um futuro incerto/Oh Deus, a dor que eu passei”. Esse é Brian Wilson, sempre divido entre o passado e o futuro, entre o ostracismo e a luz do holofote, aproveitemos.

 

[1]Folha de São Paulo, 17 de agosto de 1988. Terapeuta vira parceiro do ex-Beach Boys Brian Wilson - Ana Maria Bahiana.

 

          

        Pet Sounds será relançado em 2006!
     
     20 out./2005. Em março do ano que vem, o clássico "Pet Sounds", dos Beach Boys vai ser relançado em edição comemorativa ao seu aniversário de 40 anos. Para muitos, o disco é tido como o melhor de todos na história do rock e tem tudo para ganhar sua melhor reedição. Ao que tudo indica o pacotão virá recheado com um remaster no disco original e mais um DVD com diversos bônus. Espera-se que mais detalhes sobre o lançamento sejam divulgados nos próximos meses.

Link precioso: http://www.beachboysfanclub.com/ps-tracks.html

Morre Terry Melcher produtor do The Beach Boys

23 nov. / 2004 - Há tempos lutando contra um câncer de pele, o conceituado produtor Terry Melcher morreu na última sexta-feira, dia 19 de Novembro, em Beverly Hills, Califórnia.
Ele estava com 62 anos de idade e ficou famoso por seus trabalhos com os The Beach Boys e Byrds. Além de estar nos créditos de álbuns clássicos como “Pet Sounds”, “Mr. Tambourine Man” e “Turn! Turn! Turn!”, ele foi responsável também pela trilha sonoras de filmes de respeito como “Cocktail” e “Máquina Mortífera”.

O prestígio de Terry Melcher era tamanho que havia um boato de que o psicopata Charles Manson queria assassiná-lo por ele ter recusado uma oferta para produzir seu disco. A história, porém, nunca foi confirmada.

BILL FLANAGAN: Você conheceu mesmo o Manson?

NEIL YOUNG: Ele me foi apresentado pelo Dennis Wilson. Queria gravar discos. Queria que eu o apresentasse a MO Ostin, da Reprise. Fazia um som que ninguém mais fazia, na época.

Pegava a guitarra e tocava de improviso, sempre de um jeito diferente, a coisa dele simplesmente fluía, fluía. Aí ele parava e você nunca mais ouvia aquilo de novo.

Musicalmente falando, eu o achei único. Achei que ele tinha um trabalho muito louco, fantástico. Era um poeta vivo. A coisa saía de dentro, jorrava. Nessa época ele vivia cercado de meninas, e eu pensei comigo, “pô, esse cara tem um bocado de namoradas”. Ele era muito compenetrado. Estive com ele umas duas ou três vezes.

BILL FLANAGAN: Sei que isto é uma especulação meio maluca, mas deixa eu perguntar: você acha que se esse cara tivesse encontrado um canal de expressão, teria sido um artista viável?

NEIL YOUNG: Eu acho que de qualquer maneira ele era um artista viável. Não sei por que fez o que fez. Mas acho que ele estava muito frustrado por não conseguir uma brecha – e aí botou a culpa em alguém. Teve alguma coisa a ver com o Terry Melcher, que era um produtor de discos da época. Ele queria muito gravar um disco. E ele era realmente único.

BILL FLANAGAN: Que coisa!

NEIL YOUNG: Mas eu não sei o que aconteceu. Não sei em que tipo de coisa eles me meteram. Me lembro que sempre havia uma energia muito forte quando ele estava por perto. Ele era mesmo diferente. Dava pra ver que era diferente. Bastava olhar pra ele. Quem olhava pra ele não o esquecia nunca mais. Isso eu garanto. Ele tinha uma coisa... sei lá, não dá pra esquecer. Não sei que nome dar a isso, e prefiro mesmo não dar nome nenhum, assim, numa entrevista. O que eu gostaria mesmo é de esquecer tudo aquilo.

Neil Young a Bill Flanagan, autor do livro “Dentro do Rock”. 1986. Tradução de Márcia Serra, Editora Marco Zero. Título em inglês: Written in my Soul.

Link

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Terry Melcher e Roger Mcguinn dos Byrds em 1970-71

Charles Manson Chapter 9: The Crimes