Rock Malhado

Rock Malhado 
Mario Pacheco
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Supostamente, a gente ainda acha que CD de rock é evolução da raça, quando o disco fica pelo meio do caminho resta a ele o fracasso ou ficar para trás e ser esquecido.

- O quê o nosso disco deve ao do NX Zero? Uso como parâmetro a produção coqueluche do momento. CDs melhores foram produzidos pelos Raimundos.

Discos clássicos eram o primeiro do Ave de Veludo – todos dos Marco Antonio Araújo, "Criaturas da Noite" do Terço ou “Snegs De Biufrais” do Som Nosso de Cada Dia, mas parece-me que a sociedade era outra havia mais cultura, rock era cultura e etc.
Já acho final de baile para Casa das Máquinas e não gosto da Bolha.

Por que não se comparar às Frenéticas que faziam o modelito fêmea fatal?

Foi escrito que as letras de Arnaldo & Patrulha do Espaço não diziam nada, que eram completamente punks! A gente não tava no mesmo AC...

Então, o quê dizer dessas letras atuais nos CDs de rock?

Se a letra é psicodélica ela exige aquela phonofonia do Módulo Mil com teclados arrastados, ecos e nuvens de fuzz e vozes de monges do Tibet. Me lembrei de outros dois bons discos “A Sétima Efervescência” do Júpiter Apple e o primeiro do Mopho...

Recorro aquela situação recorrente estava lá no palco e contudo não era atingido, sem potencial comercial ou existencial.

A pior condução é querer tocar rock como Mutantes, eles próprios tornaram-se caricaturas de si mesmo quando tentaram tocar Rock & Roll. As bandas progressistas abandonaram há muito o ‘punch’ e falta balanço e pegada.

Me lembrei de outros dois discos clássicos, o primeiro dos Garotos Podres e o CD de estréia do Oz, trio braziliense.

Rock & Roll tem que ter vigor imediato nos acordes naquele curto espaço de tempo. Discordo radicalmente que CD de rock nacional tem que ter cuíca. É ser exigente cobrar evolução de quem está na estrada há mais de 30 anos? Rock é antagonismo. Não gosto de banda de rock que é revelada em festival universitário e, desconfio das várias bandas que sabem tocar o repertório do Joelho de Porco!

Já vi muito disco que o cara toca muito e o ouvido da gente entende ‘necas’.

Rock é visceral, rock é aquele guitarrista que jamais será gravado.

Certos CDs de Rock seguem tocando e a gente vai ouvindo e lembrando do Barão da poesia existencial do Cazuza que pegou emprestada da Rita Lee, e a gente entende a frase da mutante: “O futuro Me absolverá”!

Existem CDs canhestros, bizarros, discos autorias ruins mesmo. Irritantes! Da série, o inferno está repleto de boas ações e afobações. Deveriam vir na etiqueta, “Acidamente verde, deliciosamente imaturo”.

Num tempo não muito distante existiam parcas guitarras e discos e os shows eram do Ponte Aérea, A Cor do Som, 14 Bis, Roupa Nova, Rádio Táxi, Baby e Pepeu, Robertinho e Emília foi quando uns garotos decidiram formar o AB (Aborto Elétrico)...

23/9/2009
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