Ainda tenho uma fita cassete gravada com “Johnny and The Moondogs”, um ‘bootleg’ dos Beatles, de excelente qualidade gravado ao vivo na Suécia em 1963; geralmente ‘bootlegs’ são  gravações clandestinas ao vivo nos concertos ou tevês (quando os Beatles muito dublavam) ou "sobras" de estúdio, material raro e inédito, outros investem em lados b e mixagens cruas ou os ‘takes’ alternativos.

     “Shout!” nome de um vinil pirata nacional dos Beatles, tinha apenas  esta música como título e apesar de listada na contracapa no lado A, ela não aparecia...Décadas depois,  ouvi “Shout” em duas versões de estúdio (mono e estéreo editada)  e até uma transmissão de rádio ao vivo com comentários em cima da mesma.

     Abril de 1964. Dois meses depois dos Beatles,  retornarem dos USA, eles  ensaiavam o especial  “Around the Beatles” para a TV inglesa e concluíam o LP “A Hard Day’s Night” trilha homônima do filme que começou a ser gravada ainda em janeiro na França. Desse começo sobreviveram os primeiros’ takes’ de Can’t buy me love, que continham um lânguido coro caipira que demasiadamente datava a canção, e que posteriormente a produção de George Martin suprimiria o coro, tornando-a muito mais agressiva.

    Como é que a sua memória está afiada para estes fatos?...

     É que passei boa parte deste ano, quase que diariamente na Internet procurando as ‘beatlegs’ e fazendo ‘downloads’; ‘beatlegs’ é o nome específico destas faixas.

 

A generosidade extremada dos fanáticos

 

     As ‘beatlegs’ são arquivos sonoros voláteis e  constantemente apagados, pelos sites de hospedagem de arquivos gratuitos, que fazem varreduras através dos nomes das canções. Outro problema, é  a gratuidade para estes arquivos  que dura apenas dois meses e muitos ‘podcasts’ ficam inativos.

     Dois sites destacam-se pela sagacidade da empreitada, o primeiro http://www.beatlesource.com/ - que abrange a obra dos Beatles, a partir  de acetatos, discos gravados após a sessão de estúdio que os Beatles ou o empresário Brian Epstein levavam para casa para finalizar as canções. Os arquivos sonoros do beatlesource registram quase que totalmente a obra clandestina dos Beatles, lá eu baixei as 4 versões do álbum  “Kum Back”, mixadas pelo engenheiro Glyn Johns, sendo este o pirata mais conhecido dos Beatles e vários ‘takes’ alternativos da sessão de I’m Greatest música que saiu no álbum “Ringo” de 1973.


     Você ainda poderá ouvir um show completo da 2ª Visita dos Beatles à América e também ouvir os dois shows na íntegra que os Beatles realizaram no Hollywood Bowl em 1965!

     O mais legal é que Chass Avery (o carinha do site) aponta se existe um outro ‘take’ oficial dessas sessões, citando por exemplo a “John Lennon Anthology” e assim por diante... Chass Avery além de fazer mixagens únicas em cima dos originais do Beatles, no site, ele só apresenta material inédito quando alguma versão é comercialmente legalizada ele retira estes ‘takes’.  Sem dúvidas Beatlesources é a fonte!

 

Way Beyond Compare, The Magical Feeling e Lifting Latches

     São uma série de três volumes publicadas independentemente pelo autor americano John C. Winn, que oferece fontes de informações com notas sobre todas as gravações conhecidas de áudio e vídeo dos Beatles, incluindo entrevistas.

     Se você  havia lido todos aqueles livros, e nenhum deles fazia juz à música. Quase todos sobre as vidas particulares dos membros da banda e eram muito mal escritos e apurados.

     Nestes podcasts você encontrará documentação verdadeira sobre os Beatles e o melhor nas próprias palavras deles.

    Os ‘podcats’ são em rigorosa ordem cronológica e duram cerca de meia hora – o maior registro de entrevistas dos Beatles e informações sobre shows e extratos de alguns deles. Os podcasts apresentados seguem as informações dos livros de John C. Winn -  você poderá acompanhar a banda na gravação de The Void versão muito espontânea, distante e vazia que o resultado final sob o nome de Tomorrow Never Knows. Num comentário a respeito de The Void, George afirma que ela parece-se com uma rumba!
    É uma espiral que acompanha o processo criativo dos Beatles dentro dos estúdios, passo a passo e onde se pode ‘ver’ como uma canção é melhorada pela produção até o seu formato final.

     Em http://thatmagicfeeling.podomatic.com/  - estamos ouvindo os primeiros ‘takes’  da gravação de “Sgt. Peppers”. No http://www.waybeyondcompare.podomatic.com/ -  ouve-se Entrevistas de Radio feitas por,  Paul Drew, em 27 de abril de 1964! E também entrevistas do programa de TV “Around The Beatles” de 28 de abril de 1964.


 Já em http://tmfarchive1.podomatic.com/ - a cobertura é a última excursão dos Beatles em 1966. Cadastrando-se você recebe via email, a comunicação da postagem dos novos episódios.

 

Do mp3 para  o  Áudio CD

 

Todos sabem que é imprescindível o uso do programa NERO para queimar os cds. Na hora de queimar os arquivos, opte pelo Nero Express  (terceiro à esquerda), opte por ‘Music’ e depois Audio CD e vá adicionando os arquivos conforme os  minutos e  na mesma tela no canto direito há as opções para gerar ou evitar as pausas e também equalizar o volume das músicas selecionadas. Automaticamente, o mp3 será convertido para o Áudio de CD, ou se preferir mantenha os ‘downloads’ no formato original.

No camêlo de mp3

     A própria propaganda do sistema, informa que a cópia pirata chega às suas mãos primeiro que às locadoras... Sem discutir o mérito, nos camelôs; passei a procurar por cópias de ‘bootlegs’ e me chamou a atenção, uma antologia recente de John Lennon, para minha surpresa esta antologia apresentava seis álbuns de Lennon, sendo que quatro: “Ascot”, “NYC” , “The Lost Weekend” e “Dakota” originalmente integravam a caixa de 4 CDs “John Lennon Anthology” lançada em 1998, sem edição nacional.
    Isto é apenas a pontinha do iceberg, depois a gente comentará o material em questão.

Dica

     Além da Bíblia, o livro de cabeceira de Chass Avery e John C. Winn; é o livro escrito por Mark Lewisohn: “The Beatles Recording Sessions – The Official Abbey Road Studio Session Notes 1962 – 1970”,  Lewisohn que não obteve acessos aos arquivos sonoros dos Beatles,  cita Mark I (como título de trabalho) para The Void que no rótulo de “Revolver” virou Tomorrow Never Knows e Can you take me back é o tema b de Cry Baby Cry e outras inéditas apresentadas na Sessão em Esher na casa de George, não são citadas para não trair o título do livro.



Dica 2
Estranhamente tudo começou em Stop Worrying: A Tribute to... Help!
  http://beatleshelp.50megs.com/