— Arnaldo é de todos os tempos!
(Mário Pacheco)
O
músico, Dado Nunes me passou um émail com duas imagens
do show de aniversário de São Paulo a 25 janeiro de 1974. Na primeira,
em cima de um palco e abaixo de um teto de zinco, um trio de violonistas,
Arnaldo, Zé Brasil e Marcelo Aranha, integrantes do projeto Space
Patrol que durou apenas duas ou três apresentações públicas.
Na segunda; Serginho e Liminha perfilados frente a frente duelando
nas notas. Nas fotos havia a tarja da music pictures – no site
descobri o nome da fotógrafa, Sue Cunningham,
uma inglesa.
Nova
troca de émeios e Zé Brasil, me informou que Susie estava em Brasília...
Brasil. Anos 60. Escola Americana,
aos 16 anos ela assistira aos Mutantes antes da fama e desde então
acompanharia a banda, tornando-se amiga de Rita Lee.
Naqueles tempos sem letras impressas e cifras, mesmo
os Beatles tinha que se prestar muita atenção para entender o
que eles cantavam e Susie sempre respondia aos “what he said...”
dos Mutantes.
Brasília.
13 mar. / 2007 -Terça-feira. Hora do almoço. Sala de
vendas do Museu do Índio - FUNAI.
Ah! Os Mutantes descobriram Deus!
E no meio desta nuvem estava um mágico zen de olhar despreocupado
e beatificamente... chamado Michael Killingbeck,
também conhecido como o “homem do átomo” por ser físico nuclear,
seria ele o inspirador do AEOZ?
Rita Lee enfrentava
a maior crise existencial: continuaria ou não a sua carreira artística?
E Michael Killingbeck a consolou na casa da Represa.
"Ela me traiu com o seu melhor amigo,
o Michael Killingbeck, soletra Arnaldo. Depois
disso, tudo mudou".
Ao recordar esta frase, pensei Rita
Lee “expulsa” dos Mutantes não teria sido uma traição
anterior? Seria o motivo da crise existencial?
Se os Mutantes estavam ficando gays?
— a resposta é uma gostosa e barulhenta gargalhada. Do relacionamento
íntimo deles apenas brotava uma ótima música. Mais um daqueles
sarros pra cima dos caretas? Mais uma fantasia do líder...
Num baú em Londres outras fotos
registram o desbunde brasileiro? A resposta sairá daqui a alguns
meses...
Por
volta de 1975, Hilary Baynes (empresário musical
e sócio da edição nacional da revista Rolling Stone) estava em
Londres, depois ele sumiu (voltou ao Brasil!). O Mickey
era sócio de um restaurante em Putney sendo encontrado
por acaso até 1982. Depois ele morreu de enfarte.
Sem festinhas de embalos na redação
vazia da Rolling Stone, uma Cantareira sem excessos, sem crises
violentas de ciúmes e uma última constatação de Susie
— Arnaldo é de todos os tempos!