Festy-Raves agitam noites de Londres (Mário Pacheco)


     As festy-raves e as free parties de Londres, foram o mais inovador e imprevisível que existiu na noite (e dia, considerando o horário em que muitas acabavam). Eram lugares para dançar, mas não como nos clubes.
     A idéia era criar uma atmosfera de festival nas dependências de um clube. Para isso, a diversidade de atividades foi fundamental.
     Uma festy-rave tem pista de dança: bandas ao vivo; tranqueiras para vender como camisetas pintadas a mão, chapéus e fanzines; furador de orelha e nariz; demonstrações de tecnologias como realidade virtual; palestras e muita, muita loucura por metro quadrado.
     A festy-rave, como o festival, é uma celebração da diversidade: ravers, crusties, rockers, rastafaris, hippies, slackers etc., todos dançando sob o mesmo teto.
     Graças à exposição do fenômeno crusty e ao rigor das autoridades inglesas - que praticamente mataram raves e free festivals no campo - os ravers começaram em Manchester e teve seu auge em 1989, quando aconteciam em fazendas do country-side inglês, em campos de linho, mostarda e couve. Milhares de ravers se reuniam para dançar ao som technotrance, movidos a ectasy e vibrando de alegria de viver e amor ao próximo. Faixa etária indo dos 16 aos 27. O ectasy - dizem os que experimentaram a droga - é uma espécie de LSD mais brando, em que o usuário nunca perde o controle da situação. Os ravers, que chegaram a juntar 25 mil pessoas, foram proibidos e perseguidos pela polícia, já que ilegais. Legalmente, passaram a ser realizados em casas noturnas. O mais famoso deles foi o Megatripolis, realizado uma vez por semana no Heaven (famosa casa noturna jovem de Londres), pelo head Fraser Clark.
     Lugares como o Whirl-Y-Gig (que era realizado de forma modesta, num pub de Londres) viraram atração. A idade de admissão para o Whirl era de seis a 60 anos e realmente se viam crianças e pessoas grisalhas pelo clube.
     O megadog, que acontecia uma vez por mês, foi o “pai” da leva. Cobrava mais caro e sempre tinha as bandas mais em alta da cena tocando: Underworld, The Grid, Ozric Tentacless, Senser e The Orb.
     A discotecagem nas festy-raves também tinha atitude: só os sons mais radicais e experimentais. Nada que se possa ouvir no rádio.
     Localizadas mais ainda no underground estavam as free-parties. Elas tinham uma causa política: lutar contra a pressão cada vez maior das autoridades contra eventos e festas não-autorizadas.
     Por isso, não cobravam entrada, só um “donativo” para a causa, algo como US$ 3,5 (clubes custam entre US$ 6 e US$ 22).
     As festas eram sempre em galpões, squats, prédios abandonados. As free parties, para driblar a polícia, nunca aconteciam no mesmo lugar e para descobrir onde ficavam tinha que se ligar para vários telefones.

 

Megatripolis a Festy-Rave (Mário Pacheco)

     A Megatripolis foi a festy-rave regular de mais sucesso em Londres. Acontecia toda quinta.
     Entrar no lugar era o primeiro desafio. Não que existisse frescura com porteiros, traje ou escolha na porta. É que a fila é perdia de vista.
     Pelo espetáculo surreal que te esperava lá dentro valia a pena. Na fila vendia-se fanzines de quadrinhos, dentro do espírito crusty alternativo artesanal, cada-um-faz-o-que-gosta.
     O flyer (filipeta promocional) convidava: “Venha fazer sua coisa no Megatripolis. Pendure seus poemas no mural. Toque seu bongô. Faça malabarismo. Venda seu fanzine. Venda suas camisetas. Promova sua causa”.
     Todo mundo vinha e uma feira hippie se instalava. Uma das atrações era a pintura do corpo com tinta fosforescente. Pelo clube vagavam mãos, braços, rostos e cabeças cobertos com desenhos psicodélicos iluminados pela luz negra.
     No terceiro anda, ficava a Universidade Paralela, com palestras como LSD e outras da percepção por Francis Huxley, filho de Aldous, autor de Admirável Mundo Novo.
    No segundo andar o Caldeirão Ambient, com os tons mais suaves do dub e ambient, shows, projeções e demontrações de efeitos visuais por computadores presenciados por vários ravers deitados em colchões no chão.
     E no térreo, a Catedral, com a feira, um palco e a pista onde a batucada acid-tecno-house-trance-tribal rola solta.

 

Pronoia zippie bretã encarou Woodstock II ianque (Mário Pacheco)

     O assunto foi tema de capa da britânica Sunday Review - revista-suplemento dominical do jornal The Independent. A chamada de capa, The Zippies Are Coming (Os zippies estão chegando) atentava para a missão de unificação mundial do movimento zippy. A reportagem afirmava que a contracultura norte-americana experimentava uma florada comparável à dos anos 60, mas que o beautiful people na vanguarda desta revolução não eram os californianos e sim um bando de ravers new age ingleses.
     Os ravers se espalharam por toda a Inglaterra, ganharam a Europa - de Barcelona a Praga. As festy-ravers deixaram de ser uma cena isolada, e foram para a capa da Melody Maker e lista de clubes recomendados pela revista Time Out - e até o Brasil, testetemunha tentativas na noite paulistana ou carioca. Mas nos Estados Unidos ainda não pegaram comme il faut. Daí que, segundo a reportagem no Independent, Fraser Clark, com a ajuda de muitos, preparou a maior rave da história. Em outubro, no Grand Canyon, Arizona, com o objetivo de unificar o planeta dentro da harmonia que o planeta pede. Dançarinos descalços, praticantes de ioga, filósofos interativos, cybercrusties, techno-beatniks, ciberdélicos, universidades paralelas, enfim, gente de todas as ramificações new age e pós-modernas. Famílias inteiras da nova era.
     Fraser Clark é o que se convencionou chamar de “velho hippie”. Aos 51 anos, fiel aos valores primeiros do movimento, é o autor da Encyclopedia Psychodelica mas não é o inventor do termo zippy Ele se considera um zippy. Zippy é o acrônimo de Zen Inspired Pronoia Pagans. Para os Estados Unidos ele trocou o pagans por professional porque, diz ele, a classe média americana é muito cismada. E Pronoia, explica Fraser, é o oposto da antiga paranóia hippie, quando, no meio de uma viagem lisérgica, podia pintar uma bad e com ela a paranóia, mania de perseguição. Pronoia não. Pronoia é você desconfiar que pessoas estão conspirando para o seu bem estar, para a sua felicidade, para o sucesso naquilo que seu coração e sua cabeça almejam.
     O objetivo do movimento, segundo seu embaixador, é mudar subjetivamente a história. Fraser Clark não acredita em recessão nem em depressão. Otimista, diz que nunca viu tanta atividade artística, idealística e política. As pessoas jamais estiveram tão vivas. Fraser não se considera um líder. Diz que é apenas um rapaz. E nem acha certa a palavra organização para a realização do megarave no Grand Canyon.      As esperadas 250 mil pessoas ali se juntarão movidas graças a um milagre sincronizado por alta inteligência. Está tudo na mão da deusa. É só orar. E será de graça - ao contrário do Woodstock II, cujo ingresso custava US$ 135.
     Andy Warhol, se estivesse vivo, diria que é mais uma moda. E por isso mesmo, muito interessante - acrescentaria o papa do pop. A verdade é que a contracultura está de novo explodindo. E acentuará mudanças, como o fez naquela década. De modo que é preciso estar atento e forte. E dançar pra não “dançar”. Porque, diz um lema zippy, “se você não dança você não pode fazer revolução”. Simples assim.

 

  

Smart drugs embalam onda neo-hippie em San Francisco (Mário Pacheco)



     Seis décadas já se passaram desde que os químicos suíços Albert Hofmann e Arthur Stole inventaram o LSD, e trinta anos desde que San Francisco foi palco de uma das mais devastadora mudança de comportamento do século. Ao invés do ácido lisérgico, as smart drugs - algo como drogas espertas - fazem parte da onda que começou em 1991 em San Francisco e se espalhou pelo mundo.
     As smart drugs são dispensadas pelos grupos neopsicodélicos que, se alastraram em San Francisco, a cidade psicodélica por conveniência. Smart drinks são essenciais nas raves, festas embaladas ao som de house music, com telões exibindo vídeo-animação por computador, shows de laser e demonstrações de realidade virtual.
     - Não vejo novidade. É uma volta aos anos 70, nada diferente da cultura hippie: ácidos, ectasy e flores no seu cabelo. Jan Akkerman, lendário guitarrista do extinto grupo holandês Focus, a respeito da house music.
Rave significa “delírio”, e é o nome que os neopsicodélicos usam para festas sem data nem lugar marcado, em que a ordem é dançar até o amanhecer.
     Às vezes os ravers continuam dançando durante o dia no Golden Gate Park, e à noite estão nos clubes noturnos. Apesar de alguns clubes serem conhecidos por suas animadas raves, nenhum deles as oferece toda noite. É mandamento do autêntico raver sempre saber onde será a próxima noitada. Mesmo nos clubes Toon Town ou a Mr. Floppys, que oferecem raves com certa regularidade, a deixa é conferir no jornal os nomes dos dee-jays, em vez de confiar na programação dos clubes. Os dee-jays Doctor Martin e Sharon, têm a fama de comandar os maiores delírios neopsicodélicos da noite de Frisco.
     Os adeptos das smart drugs incluem também estudantes tentando melhorar o desempenho em exames do tipo vestibular a profissionais liberais ou naturalistas new age. Segundo Jas, editor de artes e música da revista cyberpunk Mondo 2000, todos nós precisamos de algum estimulante mental para processar a quantidade de informação a que hoje somos expostos.
     Jas afirma tomar com freqüência vários tipos de vitaminas, aminoácidos ou drogas como o Piracetam que, segundo ele, aumentam a produtividade física e intelectual. Jas não vê nenhum limite rígido entre as smart drugs propriamente ditas e outras drogas consideradas alucinógenas, como o LSD. Segundo ele, todas essas drogas expandem, de alguma forma, a capacidade intelectual.
     Essa também é a opinião de Jim English, fundador da Smart Products, a primeira empresa distribuidora de smart drinks nos Estados Unidos. A empresa distribui os ingredientes, já dosados, para mais de 20 clubes noturnos de San Francisco, que geralmente os misturam com sucos de frutas.
     E existem bares, o Brain Wash (1122 Folsom St), que vendem smart drinks durante o dia. Uma dose de smart drink custa, em clubes, cerca de US$ 3, preço de uma cerveja. A Smart Products, começou distribuindo quatros drinques: Blast, cujo efeito é parecido com o de um café forte; Fast Blast, uma versão concentrada do Blast; Memory Fuel que, segundo Jim English, aumenta a percepção; e Power Maker, que aumenta a resistência física.
     Alguns smart bars, porém, preparam suas próprias receitas, nem sempre de forma inteligente. Segundo Jim English, os smart drinks são uma alternativa para as bebidas alcoólicas, sem ressaca ou náusea.

 

Remédios 'espertos' para memória (Mário Pacheco)


     O termo smart drug pode significar coisas muito diferentes, do “inofensivo” cafezinho até o alucinógeno LSD. Abaixo, algumas das drogas consideradas espertas pelos neopsicodélicos.
     Smart drinks - bebidas à base de aminoácidos, vitaminas e produtos naturais, combinados com estimulantes, tais como cafeína, e misturados com sucos de fruta. Smart drinks são vendidos em várias casas noturnas e house parties. em San Francisco e em Los Angeles.
     Proteínas e aminoácidos - existem cerca de 22 tipos de aminoácidos que, combinados, formam 1.600 proteínas básicas para a saúde humana. Nos Estados Unidos, aminoácidos podem ser encontrados em lojas de vitaminas ou de produtos naturais. Dentre os aminoácidos considerados smart drugs estão L-Glutamina e L-Tirosina. A FDA (Food and Drug Administration) não restringe a venda ou uso de aminoácidos, mas previne que o seu uso indiscriminado pode prejudicar a saúde.
     Ervas medicinais - qualquer produto natural que ative a capacidade mental, tais como o conhecido “pó de guaraná”, que só recentemente passou a ser vendido nos Estados Unidos. Outras ervas medicinais que podem ativar a capacidade mental são o “ginkgo”, considerado a espécie de árvore mais antiga do mundo, e “gotu kola”, um tônico que, segundo os adeptos, ativa o corpo e a mente.
     Tônicos e medicamentos - vários remédios usados para ativar a memória foram recentemente adotados pelos ravers e consumidores de smart drugs. Entre eles, o mais conhecido é o Piracetam, um tônico cerebral cuja venda é proibida nos Estados Unidos, mas que pode ser encontrado em vários países europeus e no México. Como o Piracetam pode ajudar no tratamento da Aids, as autoridades americanas liberaram o porte e o consumo da droga. Outras, como o Vasopressin e Vincamina, só podem ser compradas com prescrição médica e são usadas para tratar doenças da memória.
     Alucinógenos e estimulantes - não só a venda, mas o consumo, e até mesmo a pesquisa ligada a alucinógenos e outras drogas consideradas “pesadas” são proibidas nos Estados Unidos. Produtos como o LSD, o speed e o Ecstasy estão na “crista da onda” psicodélica, e os ravers sustentam que elas aumentam a capacidade mental e ativam a percepção.

    

Há quem celebre o psicodelismo e extraia gotas criativas dessa fonte semi-exaurida
(Mário Pacheco)


     Em 1988, definitivamente as guitar bands invadiram a cena inglesa e desde então não saíram mais.
     Mantendo a saudável tradição frankestein de reutilizar órgãos de seus cadáveres, o rock inglês reinventou o psicodelismo como dance music (a acid house) e um dilúvio de bandas “viajantes” de Manchester prepararam as ondas para o mergulho no oceano de informações das smart drugs em San Francisco. Se no ano de 1991, Soup Dragon, Happy Mondays, Charlatans (até na alcunha) e outros tentaram recriar com Ecstasy e “samplers”, alta tecnologia digital de 72 canais a atmosfera lisérgica dos 60 - só que na pista de dança, os novos grupos em 1992, aperfeiçoaram o revival na trilha psicodélica.
     O trio novaiorquino Prong além da ética dos primeiros punks assumiu a influência dos Rolling Stones e Velvet Underground, será que verdadeiramente conheciam mesmo Blue Maggoos, Count Five, “os primeiros punks”?
     I Love You, quarteto californiano ouviam bandas do tipo Led Zeppelin e Blue Oyster Cult, o vocalista Chris Palmer, sintomaticamente diagnosticou: “O fato é que você não precisa tomar ácido para soar psicodélico, basta refletir isso na abertura poética das suas letras, e nos arranjos do seu som”.
     Candy Skins, formado por quatro jovens de Oxford, Inglaterra, não fugiu à regra das guitar bands, no seu disco de estréia, Space I’m in, regravaram For what It’s worth, um clássico dos anos 60, do conjunto Buffalo Springfield, que ganhou uma levada dance, acompanhada de uma introdução sampleada de Sympathy for the devil, dos Rolling Stones. Isso quase ocasionou uma disputa judicial entre Mick “Careta” Jagger e a banda.
     Nick Cope, vocal e guitarra acústica na época aos 26 anos, disse: Sympathy é uma das nossas músicas favoritas. Nosso produtor teve a idéia de regravá-la quando já estávamos no estúdio. Na mistura dos ritmos tentamos criar uma versão para os anos 90, Mas nossa intenção não era fazer um disco “dance”.
     Ainda nesse semestre, os escoceses do Jesus And Mary Chain, que se retiraram por dois anos sem gravar, reapareceram com o álbum Honey’s Dead, o retiro fez bem ao grupo. O álbum trazia Far gone and ut que poderia estar no repertório de uma boa banda bubblegum dos anos 60, e o “roubo” de Mr. Tambourine (de Bob Dylan) em Rollercoaster compunham dois momentos deliciosos dessa volta.
     Os também escoceses do Teenage Fanclub no disco Bandwagones que carregaram nas influências dos Beatles, transformando-se no maior expoente de uma série de grupos que recuperaram a sonoridade do ingleses. Outro que seguiu a mesma linha era, o Jellyfish no álbum Bellybutton, disco de estréia embebido em elegância constituída de cravos, órgãos e pianos.
     Young Gods, em seu quarto disco, Tv Sky, o primeiro em inglês, cuja faixa de trabalho Skin Flowers, apresentava claras influências da guitarra de Jimi Hendrix. Sob esta base, o Young Gods acrescentava toques de outros grupos que também beberam na fonte do blues, como Stooges, Pink Floyd e, principalmente, Doors.
     Liquid Jesus, em seu primeiro disco de estúdio Pour in the Sky foi um dos poucos aos quais se pode atribuir o termo “hendrixiano” sem forçar a barra, uma viagem que vai da psicodelia rasgada às erudições mais jazzísticas e inusitadas.
     O guitarrista Todd Riggione, 28, é um nativo de Seattle que abandonou a terra antes que ela se transformasse na meca do rock norte-americano. O guitarrista, que também é o fundador, produtor e porta-voz conta histórias esquisitas sobre o túmulo de Jimi Hendrix: - Todd Riggione - (risos) “Hendrix foi enterrado num local meio afastado chamado Renton. Ele era “o” cara. Além disso, ele também nasceu em Seattle. Íamos ao seu túmulo à noite com violões, fumávamos um, comíamos cogumelos e ficávamos lá a noite toda, tocando e cantando. Acho que fiz isso uma vez por mês durante dois anos”.
     Eric Gales, 17 anos, nascido em Memphis (Tennessee) numa família de negros evangélicos, começou a tocar guitarra aos 4 anos. O guitarrista do “power blues rock” Eric Gales Band, também foi saudado como uma reencarnação de Hendrix.
     - Tenho que concordar que gosto da qualidade do som de hoje. Mesmo se admiro esses músicos do passado. A nossa banda tenta recuperar essa música do final dos anos 60, início dos 70, com uma abordagem dos 90. A qualidade do som dos anos 80 e 90 é um progresso.
     De todas as bandas de Seattle, o Mudhoney é a mais obcecada pelo som dos anos 60. Suas principais influências são as bandas de garagem americanas dessa década, como o Renegades e o Sonics (esta inclusive, de Seattle), o pré-punk do MC5 e o folk rock do Creedence Clearwater Revival (o nome da banda que deu origem ao Mudhoney, Green River, era tirado de uma antiga música do Creedence).
     O Monkeywrench, resolveu gravar seus ensaios e lançar em disco pela Sub Pop, o álbum Clean as a Broke-Dick Doe, uma reunião de covers e composições próprias de velhos amigos tirando um som. O Monkeywrench, apagou da memória qualquer informação musical pós 1969, soando ora como as bandas de garagem tipo Renegades ou o rock pesado do Blue Cheer. Se você notou alguma semelhança com o parágrafo anterior não estranhe pois os guitarristas desse projeto são Mark Arm e Steve Turner do Mudhoney...
     No ano em que o Cure um dos pioneiros a flertarem com neopsicodelismo completava quinze anos, a comemoração aconteceu com o lançamento de Wish. Nesse LP, quatro faixas encaixavam perfeitamente nesse conceito regressivo: Open, End, Cut e a belíssima From The Edge of The Deep Green Sea. Na faixa Trust com uma introdução de quase três minutos e uma melodia entre Procol Harum e Moody Blues, costurados com uma letra que em resumo não diz nada mais do que “acredite que eu te amo”, forneceu a síntese do ano.