'Man
Ray - Despreocupado mas Não Indiferente' é também
a inscrição na lápide do artista
BBC Brasil
Mostra
em Berlim traz mais de 300 trabalhos nunca expostos de um dos
expoentes do surrealismo
1º jul. / 2008 - FRANKFURT
- Uma exposição em Berlim traz obras raras do artista
norte-americano Man Ray - entre elas fotos nunca antes mostradas
em público. A retrospectiva mostra desenhos, pinturas,
fotos, esboços e esculturas do espólio de Man Ray,
um dos expoentes do surrealismo que ficou famoso principalmente
como fotógrafo.
Entre
as obras inéditas expostas em Berlim estão fotos
polaróides e slides dos anos 50 e 60 retratando, entre
outros, artistas franceses como Yves Montand e Juliette Gréco.
Man
Ray morreu em 1976 e seu legado ficou a cargo de sua esposa, Juliet
Browner, que criou uma fundação para conservar seu
espólio com cerca de 4 mil objetos.
Mais
de 300 obras estão sendo mostradas no museu Martin Gropius
Bau, inclusive objetos pessoais do artista como cartas e até
seu chapéu e sua bengala.
As
obras mais inusitadas são desenhos técnicos feitos
pelo artista como a planta de uma casa ou planos para a construção
de um jogo de xadrez magnético, que ele chegou a patentear.
A
exposição recebeu o título de Man Ray - Despreocupado
mas Não Indiferente, que é também a inscrição
na lápide do túmulo do artista.
A
retrospectiva mostra todas as etapas da vida de Man Ray e traz
desde pinturas que ele fez ainda jovem, raramente mostradas ao
público, até suas famosas fotografias eróticas
que causaram polêmica quando mostradas pela primeira vez.
Segundo
os organizadores, a mostra se baseia nos quatro períodos
criativos do artista: Nova York (1890-1921), Paris (1921-1940),
Los Angeles (1940-1951) e seu retorno a Paris (1950-1976).
A
mostra Man Ray - Despreocupado mas Não Indiferente fica
em cartaz no museu berlinense Martin Gropius Bau até o
dia 18 de agosto.
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por escrito da BBC.
Ilusões
(Daniela Mendes - Correio Braziliense, 24 jan. / 1999)
MAN
RAY: PHOTOGRAPHY AND ITS DOUBLE
Em cartaz até dia 24 no Internatonal
Center of Photography – Midtown, em Nova York. Sexta Avenida
com a Rua 43. Preço do ingresso: US$ 8.
*
Exposição em Nova York celebra em 250 fotos
a
arte dadaísta e revolucionária de Man Ray
Magritte, Duchamp, Ernst e Man Ray a parigi nel 1960
Nova York - Em 1929, o dadaísta Man Ray, junto com
seu colega Marcel Duchamp, publicou uma manifesto no qual proclamou:
"Dada não pode viver em Nova York". A não
aceitação pelo público nova-iorquinoo do
Dadaísmo, movimento iniciado na Europa alguns anos antes
que rejeitava radicalmente a expressão convencional da
arte, selou o destino do artista norte-americano.
Ele emigrou para Paris no ano seguinte,
onde trabalhou por quase 20 anos e construiu uma carreira que
inclui pintura, escultura, colagem, construção de
objetos e fotografia. A veia fotográfica de Man Ray pode
ser conferida até o próximo dia 24 no International
Center of Photography, em Nova York, na exposição
"Man Ray: Photography and its Double. Organizada pelo museu
francês Centre George Pompidou, a mostra conta com cerca
de 250 fotografias selecionadas, pela primeira vez, principaleente,
a partir do arquivo do próprio artista.
A mostra dividi-se em três
partes: retratos de artistas e celebridades, entre eles, Pablo
Picasso, Salvador Dalí e Luis Buñuel: fotografias
de moda e nus. Em várias ocasiões, a foto está
acompanhada das folhas de contato originais e os ângulos
desejados por Man Ray posteriormente reproduzidos estão
marcados a caneta. As folhas de contato são para um fotógrafo
o que os esboços são para os pintores. Ambos permitem
que o público e os historiadores da arte estudem e compreendam
os métodos utilizados pelos artistas.
Man Ray iniciou-se no ramo fotografando
moda e seu trabalho foi publicado em dezenas de revistas, entre
elas Vogue, Vu, Bazaar e Vanity Fair. Raramente fotografava a
natureza e quando o fazia seu interesse era pela perda de escala
que dá a percepção de monumentalidade. Assim,
pelas lentes do artista, pedras viravam montanhas, por exemplo.
Algumas imagens transformaram-se
em ícones dadaístas, com as fotos da série
“À l’Heure de l’Oservatoire, lês
Amourex” feitas em meados dos anos 30. Os imensos lábios
que viraram a marca registrada da série e perseguiram Man
Ray como “um sonho recordado” apareceram pela primeira
vez na capa do segundo manifesto do surrealismo datado de dezembro
de 1929. Ele pintou os lábios no estúdio e pendurou
a tela.
A foto “Lê Violon d’Ingres”,
de 1924, também virou ícone. A modelo Kiki posa
de costas e seu turbante é uma citação à
mulher retratada pelo pintor Ingres no quadro “Bain Turc”
de 1862. Embora gostasse de sugerir que o resultado alcançado
era obra do acaso, as fotos de Man Ray eram, na verdade, o produto
de uma cuidadosa reflexão. Reinventou várias técnicas
e terminou por revolucionar esta forma de arte. Utilizava efeitos,
como deformações criadas ao mexer o papel no momento
de fazer as cópias, colocação de telas sobre
o negativo e sobreposição de imagens.
Criava ilusões ao colocar
pingos de vidro no rosto de uma mulher dando a impressão
de se tratar de lágrimas. Ao final, Man Ray redefinia a
realidade, livre de regras e tabus. Sobrava apenas o prazer de
brincar com as imagens e usar a criatividade, a essência
da fotografia. Ao descrever seu trabalho, Man Ray disse certa
vez: “Eu pinto o que não pode ser fotografado. Eu
fotografo o que eu não quero pintar”.
Quase*
Um europeu pagou em NY US$ 354 mil
pela fotografia "Negra e Branca", que Man Ray realizou
em 1926. O preço não é recorde mundial, pois
em 1993 a foto que Alfred Stieglitz fez das mãos de sua
mulher Georgia O'Keeffe foi vendida por US$ 398,5 mil.
* Folha de S. Paulo, 1º
mai. / 1994.
Produzida por volta de
1930, a foto "Lágrimas de vidro", de Man Ray,
um dos mais importantes artistas do surrealismo, foi leiloada
sexta-feira pela casa londrina Sotheby's por US$ 189.875 - recorde
para uma única foto. Ela faz parte de uma série
de estudos fotográficos de Man Ray; as outras fotos mostram
apenas partes do rosto da mulher. F. S. Paulo, 9 mai. / 1993.
Filmografia
Man Ray: O Profeta da Vanguarda
Nos loucos anos 20, entre dezenas
de nomes que se destacaram na arte, um era o mais enigmático.
Fotógrafo, pintor, escultor, criador de objetos, cineasta,
poeta e filósofo, Man Ray, que viveu entre 1890 a 1976,
participou intensamente de dois do mais importantes movimentos
de arte moderna, o dadaísmo e o surrealismo. Indicado para
o Emmy, o Oscar da tevê americana, o documentário
"Man Ray: O Profeta da Vanguarda" mostra a vida e obra
desse artista, tão inquieto quanto revolucionário.