PLAYBOY: You disagree
with Neil Young’s lyric in Rust Never Sleeps:
“It’s better to burn out than to fade away...”.
LENNON: I hate it. It’s
better to fade away like an old soldier than to burn out. If
he was talking about burning out like Sid Vicious, forged it.
I don’t appreciate the worship of dead Sid Vicious or
of dead James Dean or dead John Wayne. It’s the same thing.
Making Sid Vicious a hero, Jim Morrison it’s garbage to
me. I worship the people who survive Gloria Swanson. Greta Garbo.
They’re saying John Wayne conquered cancer – he
whipped it like a man. You Know I’m sorry that he died
and all that – I’m sorry for his family –
but he didn’t whip cancer. It whipped him. I don’t
want Sean worshipping John Wayne or Johnny Rotten or Sid Vicious.
What do they teach you? Nothing. Death. Sid Vicious died for
what? So that we might rock? I mean, it’s garbage, you
know. If Neil Young admires that sentiment so much, why doesn’t
he do it? Because he sure as hell faded away and came back many
times, like all of us. No thank you, I’ll take the living
and the healthy.
Grupos fabricados
(Mário Pacheco)
1978. Joãozinho Podre não agüentou mais.
Nenhum teatro quer se arriscar a ser totalmente destruído
e está sem gravadora. Com apenas um elepê editado
oficialmente (já que os bootlegs proliferam), “Never
Mind the Bollocks”, separou-se dos Sex Pistols, no começo
de janeiro. Ele não agüentava mais a palhaçada
e o monte de mentiras pré-fabricadas que Malcom McLaren,
manipulador da imagem dos Pistols, propunha a fazer como forma
de trabalho.
“Meu
nome é Malcolm McLaren. Já fiz muitas coisas na
minha vida, mas a maior delas foi uma invenção
minha chamada punk rock”. (Abertura do filme The Great
Rock’n’Roll Swindle”)
Rio
de Janeiro. Jornal dos Sports: O grupo Sex Pistols, o mais
ousado da geração punk que assola a Inglaterra
com seu lixo e violência chegou hoje ao Rio, Steve Jones,
guitarrista e Paul Cook, bateria aproveitando os dias que sobraram
com o cancelamento de sua temporada na Finlândia.
Desembarcaram para concretizar
o novo e ousado projeto dos Sex Pistols: gravar um álbum
acompanhando Ronald Biggs, “o assaltante do século”,
que recitará poesias de sua própria autoria.
Amanhã virá
a São Paulo gravar um número especial para Fantástico.
No sábado passado o Sex Pistols estavam em San Francisco,
Califórnia, onde foram vistos por 5 mil pessoas que vibraram
com o punk rock dessa banda inglesa.
A palhaçada
não foi ao ar...
Às sete da manhã:
cenas de pugilato, briga feia no dia da partida. Tudo começou
quando Paul Cook e Steve Jones ameaçaram dar um calote
no produtor Liminha, no pagamento de instrumentos alugados a
eles.
Na
semana anterior, Ronald Biggs, de calção zebrado,
curtia a areia em companhia de Steve Jones e Paul Cook. De quebra,
o ator americano Jim Jetter “vigiava” o grupo fantasiado
de oficial nazista. A foto, de Marc Lifsher, divulgada por uma
agência internacional de notícias, repercutiu na
imprensa estrangeira. Enquanto os cariocas brincavam o carnaval,
os ingleses filmavam uma das seqüências do documentário
em longa-metragem que estava sendo realizado.
Os Pistols assistiram ao show
das Frenéticas no Teresão e foram tomar drinks
no The Fox com Ângela Ro Ro e Scarlet Moon e ainda contaram
com a figuração espontânea de alguns “apatetados”
jornalistas brasileiros.
Agora
a vítima foi o experimentado e ultrabarra pesada diretor
do cinema (especializado em pornografia hardcore) Russ Mayer,
a quem coube a espinhosa tarefa de dirigir o filme dos Sex Pistols:
tal foi a grossura que Meyer pediu seu boné alegando
“diferenças artísticas”.
A contribuição nacional
para o filme foi a cena de uma trepada interracial de Ronald
Biggs.
Não só na BBC como
também na TV Independente da Inglaterra está proibida
não só a execução de várias
faixas dos Pistols como até mesmo, anúncios, recusados
pela TV comercial, “pelas idéias idiotas, que o
grupo expressa”.
A
máscara sensorial
CCBB
– Brasília, 31 jan. / 2004
Mostra de cinema “F para Falso”
Sex Pistols, The great rock’n’roll
swindle e The Rutles, All you need is cash.
Tudo começou com um tanque
vazio de álcool e na carteira parcos 6 reais dispostos
em várias moedas, lógico que contando as moedas
na palma da mão, o bilheteiro entendeu logo que era meia-entrada.
31 caiu num sábado. 26 anos
depois, eu andava injuriado e disposto a me retirar e a fazer
gênero ou seguir em linha reta aos cifrõe$$$. Passei
18 minutos no telefone, três com Dean Pacheco perguntando
se conseguiu executar o download, cinco com o pintor Iolovitch
falando da feitura de seu DVD e os últimos 11 minutos com
Alonso, editor do DVD, falando dos meus planos de edição
com o material de Iolovitch que simplesmente se negavam a abandonar
a minha cabeça naquele sábado.
No filme “All you need is cash” há uma citação
aos Pistols. O punk rock começou quando os Beatles ou os
NY Dolls terminaram?
- Uma banda que não sabe
tocar é mais interessante.
- Apesar de um ano mais velho, “Cash”
é mais contemporâneo do que “Swindle”
pois as suas manchetes eram inventadas e as manchetes que encerram
a fita dos Pistols são verídicas e óbvias
demais. Forçação de barra. O editor de “Swindle”
esperou o grupo acabar e Sid Vicious morrer. Então o punk
rock começou ali.
A vida de John Beverley (Hugo Santos
em sua minibiografia Sid Vicious - Encanto Radical, escolheu este
nome que consta na biografia oficial dos Pistols, escrita por
Fred e Judy Vermorel), a vida de John Simon Ritchie (em seu necrológio
“Sid Vicious está morto. É o primeiro herói
do Punk Rock”. O informado, Ezequiel Neves, grafou como
no atestado de óbito. As vidas de John Ritchie (Vicente
Tardim, no necrológio, de Nacy Spungen, “O dia em
que o Punk Rock Morreu” encurtou o nome) eram máscaras
sensoriais, “viver rápido, morrer jovem”. Mostrar
na carne, no cabelo, na roupa, quem você é. Hoje,
o rapaz que me ajudava na fila do banco, usava aparelho nos dentes
e tinha um piercing na sobrancelha, a sociedade mudou? O primeiro
grupo de Sid Vicious se chamava Flowers of Romance. Na PopRocky
alemã, na legenda de uma foto aparecem Anne Beverley e
seu filho Sid Vicious.
Convidar o público, a platéia
a interagir/produzir o show, a festa, a obra. Esse o verdadeiro
sentido da contemporaneidade. E oferecer um tipo único
de verdade, intimamente relacionado às questões
da existência no mundo. Uma visão que começa
a acontecer agora nos morros cariocas.
Como ferramenta da compreensão
dessa existência, despertando no indivíduo a noção
de que ele pode – e deve – reconhecer-se a partir
da consciência de seus próprios sentidos. Alterar
a audição do rock’n’roll.
Este artigo se reveste de uma pseuda
aura psicanalítica. Espontaneamente, é autobiográfico/antropofágico
– levar à risca a senha, “morrer jovem”,
talvez só Luis “Punk”.
Já que eu não sou
o Sean, num livrinho eu assinei Mário “Vicious”
e covardemente eu não segui à risca e me escondo
atrás de uma Olivetti... Portanto, são 25 anos de
contemporaneidade de Sid Vicious.
Tudo
o que você precisa é uma "baba"
Eric
Idle – Dirk McQuickly, contrabaixo,
Neil Innes – Ron Nasty, guitarra base,
Ricky Fataar – Stig O’Hara – solo,
John Halsey – Barry Wom, bateria. Algumas
músicas da trilha, “Hold my hand”, “Ouch!”,
“Love Live” e “Get up and go”.
“All you need is a cash”
é como navegar no mar dos buracos e ressurgir na poltrona
do cinema acompanhando a trajetória dos pré-fabricados
The Rutles.
Uma espécie de “Reis
do Iê-iê-iê”, surreral em montagem new
wave. Criativo e indiscutivelmente adeptos da comédia
do absurdo.
A idéia de recriar na base
do nosense, a trajetória dos Beatles, num especial para
tevê, surgiu do comediante Eric Idle (Monty Phyton, grupo
patrono do humor inglês dos anos 70) e do músico
Neil Innes (ex-membro da Bonzo Dog Band, banda cujo maior hit
I’m the urban Spaceman, foi produzido por Paul
McCartney sob o pseudônimo Apollo C Vermouth).
Os Rutles foram uma recriação
amarga para Neil Innes. Ele não recebeu um centavo pelos
direitos do lançamento do projeto em LP, vídeo
e CD. A Northern Songs, administradora das músicas dos
Beatles, do poderoso magnata da TV, Lew Grade, o ameaçou
com um processo por plágio. Apesar do parecer de vários
musicólogos que atestaram que não se tratava de
plágio e sim de uma elaborada paródia. A editora
musical de Neil Innes não correu riscos e acabou cedendo
todos os royalties para a Northern Songs.
Em 1996, na cola do sucesso do
projeto “Anthology” dos Beatles. Neil Innes também
ragrupou ¾ dos Rutles originais e precavendo-se desta
feita quanto a possíveis problemas legais, lançou
“Archaelogy”, um grande disco que não usou
as mesmas notas da releitura anterior.
Do filme fica a sensação
de termos descobertos a origem do The Knack e uma súbita
inspiração para compor canções com
o toque rutle!
Indicação:
The Bonzo Dog Band – Cornology (2001)
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