::Do Próprio Bolso::

Cabelos Dourados
(Zé BRasil)

Em 1974, gloriosos tempos da Space Patrol, o mestre do rock and roll brazuca Arnaldo Baptista, me deu uma letra antes de "detonarmos nosso som toda manhã" lá na Serra da Cantareira. Em 2005 achei o valioso manuscrito e, pure magic, entrei numa viagem sem volta nos sonhos da nossa juventude embalada pelo Rock da Cantareira. A música foi me levando a encontrar e reencontrar grandes amigos músicos e artistas. Primeiro o maestro/arranjador/produtor Fernando Bustamante que, sem nunca ter visto a cara de Zé BRasil & Silvia Helena, nos gravou em seu home-studio Pro Tools, arranjou, tocou e produziu a semente de "Cabelos Dourados". Depois meu irmão professor Norba Zamboni atendeu minha súplica e gravou guitarras antológicas em seu apartamento do Ipiranga. Ainda em 2005, na rockeira Porto Alegre, graças à amizade incrível que fiz com o designer/musician Rafael Cony, pré-lancei "Cabelos Dourados" no rádio e na TV. Cruzei o jovem músico/produtor Guga Fischer em seu Estúdio Trilha a um quarteirão da minha casa, convidei meu old friend/bandmate/rockeiro/bluesman/baixista Rodolfo Braga para gravar o baixo e reprogramei a batera com o Guga. Lancei um promo-single em 2006 mas sentia que ainda faltava alguma coisa importante. As coisas foram acontecendo, o Apokalypsis re-nasceu com jovens do século XXI, inclusive meu filho Xandy Barreto na bateria. Os amigos foram chegando e, o que era pra ser um Ensaio Aberto do conjunto setentista, transformou-se num emocionante resgate daqueles tempos incríveis: o Movimento 70 de Novo, batizado pelo rock singer/letrista/querido amigo/parceiro old school Nico Queiroz. De lá pra cá muita coisa boa tem acontecido culminando no pré-lançamento do CD "70 de Novo" com quatro músicas inéditas da dupla Nico Queiroz/Zé BRasil que foi co-produzido e gravado pelo cantor/compositor/guitarrista Roberto Gava no seu estúdio Azulão. O resultado foi muito bom e considero esse disco o melhor que já fiz em toda a minha carreira: as músicas são originais, emocionantes e a arte gráfica do Rafael Cony é maravilhosa e evocativa. Mas como já disse antes, alguma coisa ainda estava pra acontecer. Foi quando numa noite de março de 2008 encontrei o "Renatão" na casa do Edu Viola grande amigo e músico das antigas também. Conversa vai, conversa vem, surgiu a oferta generosa do novo amigo para remixar e remasterizar o "70 de Novo" no seu estúdio de pós-produção Freak Master. Quando levei as músicas para ele ouvir mostrei também a histórica "Cabelos Dourados" e o Renato Coppoli comentou que remasterizá-la seria até mais fácil pois também trabalha com Pro Tools. Pedi novamente ao brother Gava para fornecer os áudios (waves) das músicas do disco e para regravar os vocais de "Cabelos Dourados" depois de mais de dois anos do first take. A Silvia Helena e eu temos cantado e apresentado a música ao vivo em diversas situações e estamos muito mais "em casa" hoje em dia com ela. O resultado foi animador e o Renatão tirou um puta som dessa viagem sonora alegre e linda. Quando estava ouvindo essa primeira prova lembrei da nota que o Arnaldo escreveu na capa do LP "Loki?" em 1974: este disco é para ser ouvido em alto volume.
Então, som na caixa moçada.

Paz, amor e rock'n'roll! Zé BRasil.