Julho
2006. Os tapes roubados das sessões de "Get
Back" possuem mais de 200 performances únicas
incluindo covers para Maggie's May de
Rod Stewart, Blowing in the Wind (Bob Dylan) e
até Aquarela Brasileira! e opiniões
dos Beatles sobre tudo, e ironicamente até a pirataria.
Mais de 500 fitas foram gravadas durante as históricas
sessões de "Get Back" algumas reaproveitadas
no último álbum lançado pelo grupo,"
Let It Be!.
No julgamento
de Nigel Oliver, 55, (ex-office boy da Apple Corps); Neil
Aspinall, o agente de excursões dos Beatles; testemunhou
sobre o valor destas gravações únicas,
Nigel Oliver foi
acusado de tentar vender 504 fitas feitas durante estas
sessões por cerca de 250 000 libras esterlinas.
Ele foi capturado durante
numa ação criada em 2003 pela IFPI - Federação
Internacional da Indústria Fonográfica, a
fim de recuperar as fitas, que tinham se perdido, desde
o final das gravações em 1969.
Neil
Aspinall, (na época) diretor da Apple, disse na Corte
de Southwark que as fitas foram feitas para acompanhar as
filmagens do filme "Let It Be".
"Essas gravações
foram feitas no início de 1969. Nos Estúdios
Twickenham e no porão da Savile Row e seriam para
um especial de TV. Mas então eles decidiram fazer
disso um filme".
"Essas gravações
têm um enorme valor comercial. São mais de
80 horas da trilha sonora com os Beatles gravando ou conversando
sobre tudo. Há muita coisa muito desconhecida são
músicas que eles lá não teriam gravado
em uma sessão normal. Por exemplo, canções
do dia, tais como Bob Dylan".
Aspinall disse que não
sabia o que tinha acontecido com as fitas no final da sessão
já que ele não era o gestor da Apple entre
1969 e 1973.
As
fitas, conhecidas como "Get Back Sessions", desapareceram
logo após a gravação do álbum,
em 1969, e, desde então, só foram ouvidos
através de cópias piratas, que foram amplamente
divulgadas em toda a Europa e os E.U.A.
Aspinall procurou pelas fitas,
em meados da década de 1990, mas não conseguiu
encontrá-las.
No início do julgamento,
no tribunal foi dito que Oliver foi o "intermediário",
na venda das fitas.
Oliver
Nigel foi preso depois de organizar a venda para os oficiais
disfarçados "Sammy" e "Billy",
em Amesterdam.
Em
janeiro de 2003, as investigações realizadas
pela IFPI e BPI, as organizações anti-pirataria
a nível internacional e no Reino Unido, culminaram
em uma série de incursões em Lisse, na Holanda
e Inglaterra pela Polícia da cidade de Londres. Estas
incursões levaram à apreensão de mais
de 500 fitas-de-rolo pertencentes aos Beatles. No
tribunal foi dito que Oliver foi pego em uma floresta perto
do Parque Windsor em, Slough, a 10 de janeiro de 2003, enquanto
ele estava à espera do pagamento em torno de £
150.000.
Durante
a batida policial na casa de Oliver, foram encontrados documentos
dando instruções para a venda das fitas-de-rolo
acondicionadas em caixas no chão do apartamento.
A
Polícia também encontrou a chave para uma
mala que continha um passaporte de George Harrison e um
documento assinando por John Lennon.
Na
corte, a viúva de Harrison, Olivia disse: "Quando
George e os outros estavam preparando The Beatles: Anthology
em 1994 e 1995, fomos procurar suas recordações.
Eu tinha guardado quatro de seus passaportes, mas sentimos
falta de um... George estava sempre consciente do valor
de tais itens, e ele sabia que não tinha jogado o
passaporte fora".
Acredita-se o passaporte foi originalmente roubado na década
de 1980 por Douglas Maughan, músico de estúdio.
No iníco de 2001, Nigel
Oliver que tinha trabalhado no Twickenham Studios, anunciou
a venda das recordações na seção
de classificados de um jornal local. Depois juntamente com
Colin Dillon, eles tentaram vender as fitas-de-rolo e o
passaporte de George Harrison à agentes disfarçados
que haviam conquistado a a confiança deles. A dupla
foi presa por posse de bens roubados. Anteriormente, os
advogados da Apple escreveram para Nigel Oliver. . . mas
nunca receberam dele qualquer resposta...
A
recuperação das fitas e outros artefatos foi
o resultado direto da competência de todos os envolvidos
utilizando complexos métodos legais de investigação.
O
julgamento
Setembro de 2006. O caso do
senhor Oliver foi concluído em Southwark Crown Court.
A audiência pôs fim a três anos e meio
de investigações e processos contra Nigel
Oliver preso no dia 10 de janeiro de 2003 na sequência
da operação Sting.
Senhor Oliver foi considerado
impróprio para pleitear e em vez de julgamento, seu
caso foi decidido por processo especial.
No âmbito deste processo,
o júri teve de decidir se a acusação
havia provas suficientes para demonstrar que o senhor Oliver
fez o alegado ato sem considerar quer o seu estado de espírito
e de ouvir a defesa. Tal como Nigel Oliver era impróprio
para pleitear, ele não foi capaz de dar instruções
em sua própria defesa assim o seu advogado, Campaspe
Lloyd Jacob, só poderia atacar os elementos da acusação.
Após algumas horas
de deliberação, o júri considerou que
o veredito especial que não equivale a uma constatação
de culpa contra o Sr. Oliver.
O Tribunal ordenou que o Sr.
Nigel Oliver, que não esteve presente devido às
suas condições mentais deve ser sujeito a
um período de dois anos de controle judicial no âmbito
do Mental Health Act. (comuma exigência de tratamento).
A juíza Margaret Gordon
disse que "que todo o processo foi extremamente penoso
para o estado mental de Nigel Oliver que deteriorou-se ao
longo dos três anos e meio. Esta situação
tem agravado os problemas de saúde mental que ele
tenha sido vítima de desde 1994".
Nigel Oliver trabalhou para
a Beatles quase 37 anos atrás. Ele sempre teve um
enorme respeito pelos Beatles e lamenta tudo o que aconteceu.
O
outro acusado no caso, Colin Dillon, declarou-se culpado
de posse de bens roubados e foi sentenciado a quatro meses
de prisão por tentar vender as gravações
por cerca de R$ 1 milhão.
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