Paul
McCartney passara a interessar-se por novos escritores e
pediu ao amigo Barry Miles para sugerir poetas que os Beatles
pudesse gravar. Miles apareceu com uma lista que incluía
Bukowski e, embora McCartney nunca tivesse lido sua obra,
aprovou a sugestão.
"Ele
estava muito interessado em vanguarda, tinha uma mente muito
aberta para essas coisas, e estava pronto para aceitar minha
palavra se eu dissesse que esse cara era bom", diz
Miles, que foi nomeado gerente da Zapple, o departamento
de música harmônica da Apple Corporation, e
voou para Los angeles para realizar as gravações.
O
acordo com a Zapple foi acertado através de John
Martin, que estava assumindo as responsabilidades extras
de ser agente de Bukowski, mas quando chegou a hora da gravação
a timidez de Bukowski foi muito grande para entar no estúdio
da Capitol Records, em Hollywood. "Ele não queria
que ninguém o assistisse porque ainda não
havia feito nenhuma leitura", diz Miles. Então
ele levou um gravador à De Longspre, onde encontrou
Bukowski com o que parecia uma velha prostituta calçando
as meias lentamente.
*O
Estado de S. Paulo. Domingo, 15 out. / 2000.
Curta
introdução à filmografia de Charles
Bukowski
"Bukowski: Born Into This" (John Dullaghan)
Narra
a vida do poeta e escritor Charles Bukowski, ícone
da subcultura do final do século 20, tenta explicar
o aumento do interesse do público pelos anos 60.
"Há
algo de romântico nessa era. As pessoas se arriscavam
por seus ideais, chegavam a ir à cadeia por eles",
disse Dullaghan, 40 anos. "Acho que há muita
gente hoje que também quer expressar suas posições
e mudar o mundo.". Festival de Cinema de Sundance,
edição 2003.
"The
Charles Bukowski Tapes" (Barbet Schroeder)
Como
preparativos para a filmagem de “Barfly” –
feito a partir da obra, e com a benção direta
de Charles Bukowski – o diretor Barbet Schroeder (francês,
nascido em Teerã, em 1941) fez uma série de
entrevistas com o escritor, sobre assuntos tão diversos
como cidades, comida, política, sexo e, é
claro, cinema, literatura e bebida. Fascinado com o resultado
das conversas, que ele registrou em vídeo, num total
de 15 horas de imagens, Schroeder editou esta longa fita,
com quatro horas de entrevistas divididas em 11 capítulos
(alguns títulos: “Estar só”, “Drogas
versus álcool”, “Pernas”, “As
massas estão sempre erradas”, “Minha
ficha na polícia”). O momento culminante é
uma discussão entre Bukowski e sua eterna musa, Linda,
que termina com a namorada sendo expulsa a pontapés
do sofá onde se desenrolam quase todas as conversas.
Produzido e distribuído independentemente. Ana Maria
Bahiana, Folha de S. Paulo, 18 ago./1988
bukowski.net
1969
Records 6 hours of poetry for Beatles short-lived experimental/spoken
word label, Zapple. [February] Record is never released,
but excerpts appear on CD in the 1990's.
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