The Beatles Magical Mystery Tour

 


John on the bus...

     Sep. 11 / 1967 - 10.45am. The `Magical Mystery Tour' bus leaves from Allsop Place, London. Start of the Magical Mystery Tour. The bus visits Somerset, Cornualles; Devon; West Mailing Airport, Kent.

     Sep. 12 / 1967 - On their journey north, the `Magical Mystery Tour' convoy causes traffic jams. John rips off the posters from the sides of the bus.

     Sep. 15 - End of shootings of `Magical Mystery Tour'.

     Sep. 18 - Shooting of striptease scene of `Magical Mystery Tour' at Raymond Revuebar, 11 Walker's Court, London.

     Sep 22 Town Newsagency Limited. Filming for `Magical Mystery Tour': Ringo buying tickets from John.

....Paul discusses traffic with local Bobby...

 

Oct. 29 - Morning. Acanthus Road, Clapham, Battersea, London. Shooting of `Magical Mystery Tour' sequence, on which Ringo and Auntie Jessie go up a street to board the `Magical Mystery Tour' bus.    

 


The bus gets stuck on a country bridge..

     Nov. 03 - `Sunny Heights' (rock garden). Shooting for `Blue Jay Way' sequence in `Magical Mystery Tour'.

 

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Paul and Mal Evans.

     Nov 21 - 76 Old Compton Street, 1st floor, London. Norman's Film Production. Roy Benson and the Beatles session for cutting the `Magical Mystery Tour' film. They are filmed by a BBC crew.


George at the Hotel...

 

     Dec. 17 - Hanover Banqueting Rooms, London. Party hosted by John and George for the Area Secretaries of the Official Beatles Fan Club and other friends. Screening of a preview of `Magical Mystery Tour' and `The Beatles at Shea Stadium'.

 


Paul and friend..

 

 John Directs....................

 

The whole bus crew.............

 

     Dec. 21 - Westbourne Suite, Royal Lancaster Hotel. Fancy-dress party to celebrate the BBC transmision of `Magical Mystery Tour'.
     All Beatles attend.

     Dec. 26 - BBC-TV broadcasts the `Magical Mystery Tour' film.

     Dec. 27 - Bad critics for `Magical Mystery Tour'.


 

Across the universe (Lizzie Bravo)

 

     Novembro de 1967. Eles estão editando o filme Magical Mystery Tour num estúdio mínimo, num lugar esquisitíssimo em Wardour Street, Soho. Custamos a descobrir onde eles estavam, andamos pelo bairro pra cima e pra baixo feito umas malucas. Até que um dia eu dei de cara com John – foi um quase-encontrão – e discretamente o seguimos até o tal estúdio. Dali pra diante passamos a ir pra lá todo santo dia. É um edifício pequeno, velho, a gente sobe umas escadas estreitas e chega a uma sala pequena que vai dar numa outra. É aí que eles passam horas e horas trabalhando no filme. A gente ouve tudo do lado de fora. Ficamos exatamente do lado de fora da tal porta, ou então sentadas na escada. Se ouve absolutamente tudo que eles falam, e as músicas do filme a gente ouve milhares de vezes cada pedacinho – dá até caseira!
     São poucas as meninas que podem ficar lá comigo, porque todo mundo trabalha nesse horário (de tarde). Eu saio do meu trabalho e venho voando pra cá. No dia 9 de novembro, quinta-feira, John veio pra fora e ficou uns 10 minutos conversando com a gente, foi incrível! No domingo, dia 12, George, no maior bom humor nos perguntou porque não estávamos na igreja! Na terça, dia 14, eu estava com mais duas amigas e Paul saiu e nos convidou para ver um pedaço do filme. Sentamos em uns bancos altos com ele e vimos coisas incríveis. Ele, como sempre, um amor de pessoa, engraçado, carinhoso com a gente. No meio do papo ele disse para mim:
“Ah, Brasil esse é um lugar incrível!”.
     Na terça, dia 21, eles tinham ido comer alguma coisa, e quando voltaram o rapaz do estúdio tinha dado uma saída, e então ficaram os 4, mais Mal, Neil e Bill e eu e mais duas trancados do lado de fora por 15 minutos. John sentou na escadinha e eu, que estava olhando um álbum com seus retratos na hora que ele chegou (que flagrante, hein?), sentei do lado. Ele pediu para vêr o álbum e ficamos naquele papo meio furado, ele super tímido, e eu pior ainda, já viu, né? Eu vejo ele quase todo dia, mas ficar tanto tempo assim tão pertinho, é tão esquisito! Eu pensava a 40 mil por hora, tudo o que eu queria dizer pra ele, sei lá, e o papo da gente tava sem graça mesmo. Às vezes acho que ele tem tanto medo de mim quanto eu dele. Afinal, eu sou a faladíssima fã dele que largou tudo no Brasil pra vir ficar nesse gelo de lugar (Londres) e seguir ele pra todo lado. Será que ele acha que sou maluca? Mas ele me trata tão legal! E quando ele quer ser estúpido com as meninas que ficam chateando ele, sai de baixo! Comigo ele só fala numa boa, canta, faz palhaçadas. Outro dia ele veio, apertou a minha mão e disse;
‘Como vai você?’. Na escada ele estava tão perto que nem dava pra eu ficar olhando muito pra ele.  Acabei ficando com uma visão panorâmica do seu joelho... Eu morria de vergonha, toda hora puxava a mini-saia, que afinal acho que estava meio curta demais mesmo. Não sei bem o que os 3 estavam fazendo. Sei que cantavam e faziam palhaçadas. Uma hora o Paul fez uma voz esquisitíssima e disse: ‘Desculpe, eu preciso trocar a água das flores...’. No dia 28, terça, fui para Wardour Street mas eles não estavam lá. Então fui tentar a sorte em Abbey Road e para minha alegria, lá estavam eles! John disse ‘Oi’ para mim ao entrar. Paul veio logo depois e me perguntou: ‘Oi, ele disse alguma coisa pra você?’. Aliás, Paul está sempre pegando no meu pé por causa do John. No outro dia ele falou pra mim: ‘Vai lá falar com ele, olha lá ele está sozinho’. Mas eu não ligo. Afinal, não é nenhum segredo que o John é a pessoa que eu mais amo neste mundo. Até meu namorado sabe disso, porque esconder dos outros? Nesse mesmo dia, 28, cheguei em casa bem tarde e o pessoal tinha colocado o trinco. Como não quis acordar todo mundo, fui para a estação de polícia, onde fiquei conversando com os policiais e tomando chá. Às 6 da manhã voltei pra casa. Lizzie Bravo, todos direitos reservados – trecho do livro inédito Sleepless Nights.


     *Originalmente publicado em Revolution Flash, edição especial de Natal, 1981.


Beatles: curta viagem no cinema
(Manel Henriques* )


     Como cineastas, os Beatles são ótimos músicos. Essa a inevitável conclusão a que chega quem assiste a Magical Mystery Tour, um filme realizado em 1967 para a televisão inglesa e que só chegou ao Brasil. A mágica e misteriosa viagem em questão não envelheceu nesses 13 anos por um único motivo - já nasceu velha.
     O que existe de mágico no filme parece ter sido tirado da cartola de um subaprendiz kubrickiano. O mistério que ele contém, sacado da manga de um calouro de feitiçaria que mexe seu caldeirão enquanto pensa que está escutando Jimi Hendrix. O resultado final, uma vagamente tediosa viagem pelos povoados dos lugares comuns.
     Dentro de um ônibus, uma heterogênea fauna, composta, entre outras figuras, pelo coronel autoritário, pelo anãozinho travesso, pela corpulenta matrona felliniana, por crianças levadas, além de Paul, John, Ringo e George, preparam-se para o encantamento progressivo das estradas desenhadas no mapa interno de cada um.
     Um jeito de se olhar para o filme é considerá-lo uma elegia ao autoconhecimento, com o rechaço dos gurus e ideólogos e sua sede para a conquista de séquitos de seguidores. Quem privilegiar essa interpretação “desmistificadora” de Magical Mystery Tour vai se decepcionar. Enquanto filme, é uma colcha de retalhos cerzida com achados de pouca inspiração e recheada de piadinhas sem graça, principalmente quando perpetradas pela figura desse fantástico canastrão chamado Paul McCartney.
     Magical Mystery Tour é uma comédia musical leve e sem maiores pretensões, onde músicos talentosos experimentam com a imagem. Só isso. O ano de 1967 foi extremamente rico no campo do cinema. Para dar alguns exemplos, foi quando surgiram "A Chinesa" e "Week-End" (Godard), "Édipo Rei" (Pasolini), "Blow-Up" (Antonioni), "Belle de Jour" (Buñuel), "Mouchette" (Bresson), "A Hora do Lobo" (Bergman). Filmes que garantiram sua vaga na História do Cinema. Aqui no Brasil, Glauber Rocha lançava Terra em Transe, e Julinho Bressane Cara a cara.
     Ainda nesse mesmo ano, os Beatles lançaram um dos três mais importantes disco da década, o Sgt. Pepper’s. Quando comparamos o que escutamos no disco com o que vemos na tela em "Magical Mistery Tour", aumenta a certeza de que talento não é uma jóia que despenca já lapidada do céu na cabeça dos iluminados. É resultado de muita vivência e prática com o meio de expressão escolhido. A verdadeira e inestimável contribuição dos Beatles está no campo da música. O resto, seus namoros com o campo do cinema, da literatura ou das artes plásticas, são momentos curiosos.
     E como uma experiência curiosa que "Magical Mistery Tour" deve ser encarado. Assim, é mais fácil ser benevolente com o tom de enlatado de televisão que permeia quase todas as apresentações das (belas) músicas da trilha-sonora. Mesmo para o mais ardoroso fã dos Beatles fica difícil não torcer o nariz frente as seqüências onde aparecem Blue Jay Way e I am the Walrus, ou mesmo no instrumental Flying, o instante onde melhor harmonizam imagem-música do filme.
     Quando digo que Magical Mystery Tour já nasceu pedindo pra morrer, quero enfatizar que se trata apenas de um momento de (quase) descontração à parte na carreira musical dos Beatles. Quase, porque ninguém produz um filme como quem brinca de amarelinha. O filme interessa também porque dá pra notar, hoje, com o devido distanciamento, que aquelas quatro cabeças estavam longe da afinação total do consenso, crença comum que imperou por muito tempo, e que começou a desabar com as declarações de Lennon.
     Ringo faz uma tremenda força para dar vazão à sua veia histriônica. George faz tudo para parecer sério. Lennon tenta ficar sério, mas é um bom ator demais para isso, principalmente quando sabia que o dedo de Paul seria o responsável pelo toque final da produção.
     "Magical Mystery Tour" lembra na forma os filmes que Richard Lester produziu com os Beatles, "A Hard Day’s Night" (1964), e "Help!" (1965), O que torna "Magical Mystery Tour" pesado é o que existia solto na montagem dos filmes de Lester aparece travestido com pretensos “toques de genialidade” nas mãos de Paul McCartney, como montador, revela-se um competente contrabaixista.

     *Originalmente publicado no Jornal de Brasília, 1981.


Pornographic Policeman
(Mário Pacheco)


     Uma segunda-feira londrina; o Largo de Soho está repleto de flores, sol e muitos turistas jovens. Alguns espreguiçam-se na grama, compartilhando baseados. Outros olham expectantemente para cima, em direção das janelas art-deco da casa do outro lado da rua onde, num espaçoso escritório do terceiro andar.
     O filme foi feito em duas semanas de filmagem e 11 de montagem, 11 semanas a mais que o previsto inicialmente. O filme não tinha roteiro definido. O grupo embarcou num ônibus lotado com 43 pessoas, sendo que nenhuma delas sabia direito o que ia acontecer, nem mesmo os Beatles. Gastaram muito filme virgem - a fotografia é de Ringo - e depois Paul levou quase 80 dias dirigindo a montagem.
     Havia um único objetivo definido na viagem, o encontro com os bruxos que são eles próprios. Talvez estivessem aí alusões ao fato de que esta era a primeira vez que faziam alguma coisa sozinhos, sem seus gurus George Martin ou Brian Epstein, ou ainda o fato de que eles pretendiam ser gurus de si mesmos, na base da volta para o interior, o autoconhecimento que começava a ser então propalado como a grande saída para o ser humano.
     Magical Mystery Tour, o filme e não a trilha sonora, foi o primeiro fracasso da Apple. “Não tínhamos um script, as cenas foram filmadas por pessoas que admitiam ser consumidoras de Lsd, em filme colorido, e exibido em preto e branco pela BBC 1 no dia de Natal, no horário comum”, recordou Derek Taylor.
     Mesmo substituindo o verso pornographic policeman por pornographic priestess - I’m the Walrus foi proibida de tocar na BBC devido ao trecho pornographic pristess/ say you’ve been a naughty girl/ you let you knickers down - você foi uma menina indecente/ ao deixar suas calcinhas caírem. Nessa música, Lennon faz uma brincadeira lúdica com as palavras, a nível de "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carrol - os mais absurdos substantivos se juntam aos mais absurdos adjetivos, formando frases de uma lógica incontestável. Reconhecida por Allen Ginsberg como a nova poesia.

 

Documentário revela identidade do 'eggman' citado em canção dos Beatles
Da EFE - g1.globo.com


Filme com imagens inéditas desfaz mito em torno do refrão de I'm the Walrus.
Longa de David Lambert chega às lojas do Reino Unido no fim do ano.

     Um documentário sobre os Beatles, que será lançado no fim do ano, revela um dos maiores mistérios da história da banda: a identidade do célebre "eggman" que aparece citado na refrão da música I am the Walrus.
     Trata-se de Ted O'Dell, que em 1967 trabalhava como distribuidor de ovos em Newquay, e encontrou com os Beatles em um pub desta cidade britânica.

     Segundo publicou nesta sexta-feira (4) o jornal "Daily Express", o encontro casual entre a banda de Liverpool e esse trabalhador de Newquay -cidade litorânea da região britânica da Cornualha- serviu de inspiração para John Lennon escrever a letra da canção, considerada uma das mais intrigantes da época psicodélica dos Beatles.

     Em 1967, Paul McCartney, George Harrison, Ringo Starr e o próprio John Lennon se instalaram alguns dias nessa região para gravar o filme "Magical Mystery Tour".

     Foi em um desses dias que, tomando uma cerveja no pub The Sailor's Arms, os Beatles conheceram Ted O'Dell, que tinha então 20 anos, e lhes foi apresentado como o "homem dos ovos" ("eggman").

     Após terminar as filmagens, os Beatles deixaram Newquay e, pouco tempo depois, lançaram o álbum "Magical Mystery Tour", no qual havia a canção I am the Walrus, em cuja letra constavam os versos "I am the eggman/they are the eggmen" ("Eu sou o homem dos ovos, eles são os homens dos ovos").

     Após mais de 40 anos, o documentário "Mystery Tour Memories", dirigido e produzido por David Lambert, resolve o enigma que sempre pairou sobre a origem e o significado do "homem dos ovos" da famosa canção.

     O documentário, que chegará às lojas do Reino Unido no final deste ano, contém 15 minutos de imagens inéditas dos Beatles, feitas por turistas que estavam na Cornualha durante o verão de 1967.


 

  

Magical Mystery Tour – 1967/Parlophone – Emi (Double EP)
(Dado Nunes)
  

Magical Mystery Tour / Your Mother Should Know / I Am The Walrus / The Fool On The Hill
Flying / Blue Jay Way

Magical Mystery Tour – 1967/Capitol-Emi (Long Play)

Magical Mystery Tour / The Fool On The Hill / Flying / Blue Jay Way
Your Mother Should Know / I Am The Walrus / Hello, Goodbye / Strawberry Fields Forever
Penny Lane / Baby You´Re A Rich Man / All You Need Is Love


     Gravado nos estúdios Abbey Road/ Olympic Sound Studios
     Produzido por: George Martin, John Lennon, Paul McCartney
     Engenheiros de gravação: Geoff Emerick , Richard Lush, Martin Benge, Keith Grant, Malcom Addey, Eddie Krammer, John Timperley, John Iles, Ken Scott, Peter Vince e Graham Kirkby.


Instrumentos utilizados por Paul durante as gravações:

• Rickenbacker 4001/S / • Steinway Grand Piano
• Fender Rhodes / • Hammond Organ
• Flauta doce / • Epiphone Texan
• Mellotron / • Percussões

      


     Curiosidades sobre o disco:

     1.
     Foi lançado em Londres o compacto duplo com as canções somente do filme, a capitol (Eestados Unidos) lançou como um long play incluindo as canções que foram singles daquele mesmo ano. Nos Estados Unidos, o LP chegou rapidamente ao primeiro lugar, mas em Londres o LP amargou uma 35ª posição no ranking da Billboard. O compacto duplo também chegou ao 1º lugar.

     2.
     O filme homônimo também não rendeu muita fama ao quarteto, foi passado em preto e branco no dia 26 dez. / 1967 e segundo Ringo “foi odiado”. Mas quando passaram em cores as pessoas gostaram muito mais. Nos dias de hoje, é notado como um filme da época, artístico, vanguardista.

     3.
     Penny Lane/Strawberry fields forever
, foi o primeiro single dos Beatles que não chegou ao primeiro lugar desde Please Please Me no Reino Unido. Foi em Strawberry Fields Forever o primeiro uso de Mellotron em uma gravação, foram os primeiros sintetizadores a serem lançados.

     4.
     Hello Goodbye/ I Am The Walrus
, foi o single de natal mais bem sucedido da carreira dos Beatles. Um dado curioso é que Lennon estava furioso com o fato de Paul ficar sempre com o lado “A”, em uma declaração após o fim dos Beatles chegou a dizer: “Incrível como uma música como I Am The Walrus poderia ser lado B de uma canção como Hello, Goodbye”.

     5.
     O EP duplo foi lançado no dia 8 dez. no Reino Unido, a Capitol como foi dito anteriormente tomou outra decisão que foi muito mais rentável. O EP até o natal vendeu ½ milhão de copias, já o LP vendeu 1 milhão e ½.