The Beatles appearing at Cincinnati's Crosley Field on Sunday, August 21, 1966. (Photos by Gordon Baer)
"If I Needed Someone..."  August 21 1966. George Harrison with his 360/12 New Style at Crosley Field, Cincinatti Ohio. The Beatles made an afternoon performance. In the evening they performed at Busch Stadium in St. Louis, Missouri.
©1966 Gordon Baer / Cincinnati USA. All rights reserved. Used by permission
 

 


Primeiro de junho
(Mário Pacheco)

     

     Os Beatles não sabiam que tipo de disco fariam. Paul voltou impressionado com aquela tendência muito comum na Califórnia de se dar longos nomes aos grupos musicais, ao invés de nomes pequenos com antes, do tipo Beatles. Paul tinha escrito uma canção com um longo título: "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band". A pista foi dada com a ajuda de fitas magnéticas reproduzidas no sentido inverso e misturadas em diferentes velocidades empregadas em Strawberry Fields Forever, uma música simples mas melodiosa, diferente de tudo o que George Martin ouvira antes. Ele ficou encantado com a linha melódica. Mas a música ficaria fora do disco: o contrato dos Beatles com EMI previa o lançamento de um compacto às vésperas do Ano Novo e Strawberry Fields foi a escolhida. Nascia a idéia do concept album baseado em seus dias de infância e adolescência em Liverpool.
     Além da orquestra e efeitos produzidos em estúdio para o Penny Lane/Strawberry Fields Forever seriam estendido às demais faixas do álbum, outros elementos entravam em jogo: o amadurecimento poético-literário da dupla Lennon & McCartney, sua influência pelo cinema (após a experiência dos filmes "A Hard Day’s Night", "Help!" e os filmes experimentais de Paul) e a mudança de comportamento devido as excursões do Quarteto Fantástico ao reino do LSD.    
  Contudo, o fator que mais contribuiu para a produção de "Sgt. Pepper’s" foi a decisão dos Beatles de não tocarem mais em público, nas apresentações mal conseguiam se ouvir. Queriam gravar, voltar a compor, fazer o que gostavam e tinham talento.      Os Beatles vinham de três anos intensos de estrada, shows, programas de tevê, filmagens, sempre assediados por legiões de fãs e se sentiam como uma espécie de pára-raios de toda a solidão do mundo
     A moda londrina, depois de Carnaby Street, atingira o desvario total. E o último grito eram roupas e bricabraques inspirados em uniformes vitorianos. A maior hecatombe e seus estilhaços que atingiram um incomensurável raio de ação foi gravado em 129 dias de 6 de dezembro de 1966 a 1 de abril de 1967, lançado no primeiro de junho do mesmo ano, apesar dos estilhaços não houve bombardeios, explosões, alarmes, combates, nenhum abalo nos alicerces da ditadura do presidente Costa e Silva, no Brasil e nenhum sinal de paz nos combates no Oriente Médio.
     Naquela data um grande contingente correu às lojas atrás do oitavo disco dos Beatles, intitulado "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band", alguns estranhariam a capa, as roupas e os bigodes, os “velhos” Beatles que efetivamente aposentavam os terninhos beatnik-edwardianos e mudavam a percepção dos consumidores, ouvintes e apreciadores da música pop, que experimentavam os ventos da mudança que a música pop sofrera, para aqueles que acompanhavam a carreira dos Fab Four.
     "Sgt. Pepper’s" pega pelos sentidos o contigente da contracultura embebida pelas idéias sonoras de Pet Sounds dos Beach Boys, pelo dadaísmo de "Freak Out!" de Frank Zappa and the Mothers of Invention, o mundo psicodélico de imediato reconhece os mínimos detalhes da perfeição da sinfonia de sua geração - o experimentalismo do psicodelismo inglês simultaneamente nos apresentaria ainda "The Piper at the Gates of Dawn" dos Pink Floyd e "Are you experienced?" de Jimi Hendrix Experience.
     No mesmo mês em que lançam "Sgt. Pepper’s" os Beatles aproveitam para assinar um anúncio no London Times pedindo a legalização da maconha.
     A gravação de All you need is love desencadeou a provocação pela paz no planeta desencadeada com a inauguração das transmissões de televisão via satélite para todo o globo, com a participação de Mick Jagger na platéia. Foi a primeira vez que os Beatles se apresentavam com um visual diferente, sem os terninhos iguais que usavam até então.
 


      Delírio

     Quando John saía com uma tremenda música que evocasse, digamos, sua própria infância, como em Strawberry, Paul respondia com uma do mesmo calibre: Penny Lane. A rivalidade criativa conservava os Beatles no topo - George Martin.
     

     
Musicalmente, este supercompacto marcaria também o início dos desafios que os Beatles levantariam à capacidade criadora do produtor George Martin e que levariam à exuberância sonora culminando nas soberbas orquestrações de A Day in the Life a faixa que encerra o "Sgt. Pepper’s".
     Foi dentro desse clima que Paul McCartney bolou uma canção intitulada Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
      Por que não fazemos o álbum inteiro como se a banda existisse e como se Sergeant Pepper estivesse fazendo o disco?
     Assim surgiu a banda de Sergeant Pepper - sempre cercada por uma multidão - a própria alma gêmea dos Beatles, vistos de uma maneira irônica, antiquada e muito doida. E os quatro se sentiam muito à vontade fardados de músicos numa bandinha de circo ou de coreto, a versão psicodélica do Exército da Salvação.
     O tom e a forma do disco estavam definidos. Naipes de metais, muitas cordas e sonoridades inusitadas produzidas em estúdio. E como eles não se apresentariam mais ao vivo, decidiram trazer para o estúdio a atmosfera de um show.
     Faltava edificar a loucura, as fantasias e os desejos dos Beatles, para atender essas exigências absurdas e impossíveis, o gênio de George Martin, espectador privilegiado do processo criativo dos Beatles, produtor, maestro e arranjador com plenos poderes para intervir, além dessas qualidades um aficcionado por técnicas de gravação e, se não fosse, os Beatles sozinhos não teriam conseguido em apenas quatro canais registrar a usina sonora, que entrou para história da música pop como a sinfonia hippie nº 1.
     A batuta de Martin comanda da cartola os efeitos sonoros evocando a vida pastoral e campestre, não apenas os mugidos das vacas, mas até os uivos de uma alcatéia de lobos; a contratação de uma orquestra de 41 figuras para tocar uma partitura em branco; a busca de uma nota que só os cachorros pudessem ouvir; o som de um órgão-a-vapor vitoriano para enfatizar a atmosfera de época.
     Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, a começar pela faixa-título, digna abertura desta verdadeira suíte, com sua orquestração vibrante, cheia de trompetes, trombones e tubas, criando um clima de euforia e empatia com o público: It’s wonderful to be here/ It’s certainly a thrill/ You’re such a lovely audience/ We’d like to take you home with us.
      Em Sgt. Pepper’s você canta Nós gostaríamos de levar vocês para casa conosco. Como você relaciona este sentimento abrangente, tipo venham-sentar-no-meu-quintal, das canções com a sua necessidade de privacidade cotidiana?
     John Lennon Eu vejo a coisa de uma maneira mais limitada, e de forma que quem estivesse por perto esperando para falar com os Beatles falava comigo, mas é claro que a coisa tem aspectos mais abrangentes. O conceito é muito bom, eu já andei pensando a respeito e falei: Bom, tá certo, deixa eles sentarem no meu quintal. Mas é claro que isso não funciona. As pessoas entram na casa, quebram as coisas, e daí você pensa: isso não está bom, isso não funciona. Então na verdade você está dizendo: Não fale comigo.
     Todos estamos sempre tentando dizer coisas bacanas como essa, mas a maior parte das vezes não podemos colocá-las na prática... noventa por cento das vezes... e nas raras vezes que botamos na prática, a gente faz isso junto, como gente. Você pode dizer isso numa canção: Bem, seja o que for que eu tenha dito a você aquele dia sobre sair do jardim, parte de mim disse aquilo, mas realmente, no fundo do coração, eu gostaria mesmo era de falar e me comunicar com você’. Infelizmente nós somos humanos, sabe ”... A Balada de John & Yoko - pelo editores de Rolling Stone
     Voltando às faixas, elas vão-se uma após outra interligando sem interrupções por uma série de encadeamentos sutis, nesta caixa de surpresas musicais em que há de tudo para todos: Ringo canta I get high with a little help from my friends, a paisagem de sonho de Lucy in the Sky with Diamonds, com suas Tangerinee trees and marmalade skies; Getting Better, escrita em forma de diário. Eu era cruel com minha mulher, e fisicamente com qualquer mulher. Eu batia. Não podia me expressar e agredia. Briguei com homens e bati em mulheres. Por isso é que sempre falo em paz, você entende? É a gente mais violenta que fala em paz e amor. Completamente o oposto. Mas eu sinceramente acredito em paz e amor. Sou um homem violento que aprendeu a não ser violento e que lamenta sua violência. Vou envelhecer antes que possa reconhecer publicamente como eu tratava as mulheres quando mais jovem - John. O hino de todos os drop-outs, She’s Leaving Home; o impressionante fundo de Being for the Benefit of Mr. Kite, com um turbilhão de sons obtido de maneira impossível de duplicar-se: Martin conseguiu efeitos variados de órgãos-a-vapor gravados em fitas cortadas em diferentes tamanhos, jogadas no chão do estúdio e editadas a esmo. Este método nada ortodoxo reforçou a atmosfera de circo surrealista da canção inspirada num velho cartaz que Lennon encontrou num antiquário de objetos teatrais.
     O terno retrato da velhice em When I’m Sixty-Four, canção que teria sido composta ainda nos tempos do Cavern Club, dedicada por Paul ao seu pai que tinha justamente acabado de fazer 64 anos e voltado a casar; George e o seu karma na incursão indiana Within You Without You - Acho que esta é uma das melhores canções de George, uma de minhas favoritas. Gosto dos arranjos, do som, da letra. Você sente que sua cabeça é clara e sua música também é clara. É seu talento inato que aparece nessa música. George é responsável pela introdução da música indiana neste país. Esta canção é um bom exemplo disso - John. Outro detalhe Good Morning, Good Morning, de Lennon, é inspirada num comercial de tevê da Kellog’s, por isso o galo no final. Nós costumamos trabalhar sobre o nosso passado. Eu nunca me orgulhei muito de Good Morning, Good Morning. Para mim, foi apenas mais uma composição. Mas eu estava falando sobre o meu passado, e acabou ganhando a garotada, porque fala de mim na escola, tudo aquilo (...) Uma porcaria, sempre achei isso. Eu sempre deixava a tevê ligada baixinho enquanto escrevia. Acabei apanhando a frase e ai escrevi a canção - John Lennon.
     E, finalmente o lance maior daqueles quatro meses de trabalho e loucuras: A day in the Life, a façanha maior dos Beatles, na verdade duas canções distintas, em letra e música, a primeira parte de John e a segunda de Paul, que o gênio dos Beatles, uniu aos conhecimentos técnicos de George Martin transformando-a numa dimensão dramática, um pouco como nos filmes épicos, para sublinhar os momentos culminantes de um trecho. Uma mera leitura de notícias, escolhidas num jornal, guarnecida com comentários oníricos, notas visuais e textos de movimentos, a linguagem pop dos anos 60.

     A Day in the Life... essa foi um barato, eu curti. Foi um belo trabalho meu e de Paul. Eu tinha a parte I read the news today, e o Paul se ligou. De vez em quando a gente realmente se liga num pedaço de composição e ele só diz yeah... bang bang, assim mesmo. A música aconteceu lindamente, e nós a arranjamos e ensaiamos um dia antes, coisa que normalmente não fazemos. Mas nós todos sabíamos o que estávamos tocando, todo mundo entrou na música. Foi um grande barato, o lance com essa música. Paul cantou metade e eu cantei metade. Eu precisava de uma segunda parte para ela, mas aí eu já estava querendo forçar a coisa. Mas o resto tinha saído suave, fluente, sem segunda parte, e além do mais o Paul já tinha uma idéia para ela. Tem um pouco a ver com o 2001, você lembra - John Lennon.
     I read the news today oh boy, canta Lennon, com uma doce falta de esperança. Relembrando novos itens de morte, guerra e de absurdos, o refrão I’d love to turn you on, nos remete ao programa vital de Timothy Leary fundindo à experiência dos Beatles com as drogas e o desejo de transcender os horrores de uma civilização em processo de naufrágio. Verso que irritou e atiçou os guardiães das ondas sonoras estatais. Estranhamente os censores estavam a procura de letras relacionadas à abertura da mente sem as compreender, era preciso que eles próprios tivessem experimentado. A canção provocou muito barulho porque a BBC, em pleno período de paranóia repressiva (vide a prisão dos Stones) a proibiu nas suas emissões. Via nela, alusões alucinógenas. Ora, todos os fatos relatados eram inegavelmente reais, materiais, tangíveis. É evidente que as palavras tinham realmente existido na semana em que a canção foi composta” morte do herdeiro da família Guiness num acidente de carro em Londres – he blew his mind out in a car - to blow his mind com o sentido de rebentar a cabeça com uma substância; a permissão de se fumar na parte superior dos ônibus (find my way upstairs and had a smoke) mas segundo a BBC o fumo era outro; uma notícia no Daily Mail sobre 4.000 buracos em Blackburn, Lancashire - e a alusão devia estar muito bem camuflada.
     O final de A day in the life tinha de ser, nas palavras de John, ‘um som evoluindo do nada até o fim do mundo’. Aquela foi a noite em que George Martin se defrontou com uma orquestra sinfônica de quarenta e uma figuras e anunciou que o que eles iam tocar não estava em nenhuma partitura. Ele apenas lhes indicaria as notas mais altas e mais graves que deveriam tocar, na base de cada um por si. A canção, em sua forma final, foi gravada em Abbey Road, em meio a uma reunião de gala de pop-aristocratas como Mick Jagger e Marianne Faithfull. A orquestra compareceu vestida a rigor e usou também máscaras de carnaval fornecidas pelos Beatles Um violinista de renome tocou escondido atrás de um nariz vermelho de palhaço; outro segurou o seu arco com uma pata de gorila. O Estúdio Um estava agitadíssimo, com roupas multicoloridas, túnicas orientais, bebidas finas e nuvens de fumaça em cores exóticas. Os quatro Beatles estavam atrás dos seus estandes de música tocando trompete, com Brian Epstein numa cadeira no meio deles. Seus bigodes os haviam envelhecido: era Brian, em sua última fotografia com os Beatles, que subitamente parecia um garoto. Como ocorre com todas as obras-primas, o mais difícil era o final. Eles tinham preenchido cada faixa, e cada estria de silêncio entre as faixas, até o último imenso eco-acorde no término de A day in the life, que trancava o álbum como a tampa de um sarcófago. Tinham trabalhado das sete da noite até as três da manhã simplesmente para produzir alguns compassos de algazarra para os últimos sucos do disco. Os Beatles estavam diante do microfone quando Ringo de repente falou:
      Acho que vou cair.
     E caiu, para ser apanhado como uma boneca nos braços de
Mal Evans. O toque final foi uma nota de 20.000 Hertz de freqüência, audível somente para cães.
     A penúltima música, uma reprise de Sgt. Pepper’s, deveria ser a última, mas o acorde final de A day in the life, com exatos 42 segundos, não admitia outro fecho. O número termina com um crescendo gigantesco, aumentando como o gemido do coração angustiado da cidade.
     Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Reprise) foi a última música do disco a ser gravada. A gravação durou menos de um dia e o clima de excitação no estúdio era tangível. Quando o disco acabou de ser gravado o grupo deixou o estúdio em Abbey Road ao amanhecer do segundo dia de abril de 1967 levando o acetato debaixo do braço e seguiu para o apartamento de mamma Cass Elliot em Kings Road. Às seis horas da manhã eles abriram as janelas da casa, puseram os alto falantes virados para a rua e tocaram o acetato em volume máximo para os telhados de Chelsea.
     Ruídos de todos os tipos, do badalar de sinos às palmas e interjeições da platéia de um hipotético circo, estilos musicais que vão do rag à raga, da banda de mafuá à jazz-band, misturando sitars orientais a cordas ocidentais, uma exuberância orquestral que une a guitarra do rock a sons pré-fabricados em estúdio - "Sgt. Pepper’s" foi uma autêntica revolução na música do seu tempo, rompendo todas as barreiras (Paul McCartney estudou os esquemas sonoros de
Karlheinz Stockhausen, devidamente homenageado com a inclusão do seu rosto na colagem fotográfica da capa do disco).
     Assim, no final do disco tinha-se uma sequência de músicas fantásticas mas sem relação umas com as outras. O que, por exemplo, Lucy in the Sky with Diamonds tem a ver com When I’m Sixty Four? “Como seus autores, Pepper’s foi mais em seu todo do que a soma de suas partes”, avalia Martin.
     A capa, uma colagem, repleta de ícones que ainda hoje desafiam muita gente, foi a primeira da história da música pop a ter um tratamento próprio. A idéia de convidar Peter Blake, pioneiro da pop art, para conceber a capa partiu dos próprios Beatles, assim como as sugestões dos personagens que figurariam no fundo da foto. À exceção de Ringo, cada um apresentou sua lista e, no final, já com a capa pronta, descobriu-se que Shirley Temple aparecia três vezes!
     O mesmo clima de loucura se instalou no estúdio do fotógrafo Michael Cooper, em Chelsea, onde foi feita a foto para a capa do disco. Os Beatles, com seus coloridos uniformes de cetim especialmente desenhados pela artista americana Jann Haworth, cada um empunhando um instrumento musical, contrastavam com as quatro figuras de cera - os Beatles de uma encarnação anterior dos tempos inocentes. Em primeiro plano, o nome Beatles estilizado por flores, ao estilo indiano, vários potes de plantinhas que tinham de ser regadas a todo momento para não murcharem sob as fortes luzes da iluminação fotográfica. Ao fundo, uma colagem de quase uma centena de rostos do panteão pop e da nostalgia particular dos Beatles.      Esta colagem foi objeto de uma longa discussão entre os Beatles e a gravadora EMI, que em princípio era totalmente contra a idéia da capa, achando que todas as pessoas vivas retratadas nela abririam processo. Duas das maiores autoridades legais britânicas foram convocadas e pronunciaram-se também contra:
      Todo mundo vai processar.
     E Paul:
      Todo mundo vai adorar...
     Finalmente, chegou-se a um acordo: os Beatles indenizariam a Emi com a soma de 40 milhões de dólares para cobrir possíveis ações legais instauradas por Tom Mix, Fred Aistaire ou qualquer outro. O ator Leon Gorcey seria retirado por ter solicitado uma gratificação, a pedido da EMI, Gandhi também seria retirado da capa, onde figurava entre a atriz Diana Dors e o pugilista Sonny Liston.
      Precisamos do mercado indiano - alegou a gravadora - e eles nunca nos perdoariam.
     Além disso, Brian Epstein teve de sair à caça da autorização de cada uma das 62 personalidades vivas que figuravam na colagem.

    


 

Impacto


Brian Epstein, faleceu vítima ao que parece, de excesso de drogas, ainda que se atribua igualmente o seu falecimento a um suicídio provocado por forte depressão.

     Os Beatles estavam certos: quanto a qualquer celebridade viva se sentir lisonjeado pela aparição sem cachê na capa do seu álbum. E não menos curiosa era a expectativa dos Beatles diante do lançamento. Receosos, achavam que tinha ido longe demais, que a crítica não gostaria e o público não estava preparado. Desta feita enganaram-se. Num clima de aclamação geral foi recebido o tão esperado "Sgt. Pepper’s" que correspondeu à espera do público cativando sua imaginação como nenhum outro disco fizera. Não por ser um álbum conceitual, diferente ou, impossível de ser reproduzido ao vivo que "Sgt. Pepper’s" obteve o êxito desejado. O impacto residia na perfeita síntese da trip existencial dos anos 60, traduzida a inquietação, a liberdade em letras e sons que capturavam o otimismo do espírito da época, outros álbuns psicodélicos, ficaram históricos mas nenhum outro abria os portais de maneira generosa para o misticismo oriental, o power-flower, as reminiscências mais doses que nós guardamos nesta terra chamada infância de onde John, Paul, George e Ringo nos legaram a volta da percepção desativada após a tenra idade.

     Cada década traz apenas um ou dois momentos autenticamente memoráveis. Em regra, só a guerra, ou uma grande tragédia, consegue penetrar nas preocupações de milhões de pessoas ao mesmo tempo para provocar uma emoção única e concentrada. E, no entanto, em junho de 1967, tal emoção surgiu, não da morte nem de nenhuma catástrofe, mas da simples audição de um disco. Existem, até hoje, milhares de britânicos e americanos; que podem descrever exatamente onde estavam e o que faziam na ocasião em que ouviram pela primeira vez o "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band". Aquela música, tão poderosa como o assassinato de Kennedy ou o primeiro pouso do homem na Lua, evoca um tempo e um local exatos, uma emoção que os anos ou a idade não enfraqueceram. A lembrança é a mesma para todos - como retiraram o disco brilhante da sua colorida capa; como não podiam acreditar no que ouviam, inicialmente, e tiveram de tocar aquela música repetidas vezes. ("Shout!" - Philip Norman).

     Num dia quente de sol, Rosemary e eu fomos até o acampamento principal e encontramos a comunidade inteira reunida em volta de uma vitrola a pilha. Juntamo-nos a eles para ouvir pela primeira vez Sergeant Pepper’s Lonely Hearts Club Band, obra que provavelmente melhor sintetizou o Verão do Amor. O álbum foi a declaração mais influente, através da mídia, das realidades múltiplas e tornou-se um clássico instantâneo da cultura de drogas. O demógrafo Landon Y. Jones afirmou que, quando esse álbum dos Beatles foi lançado em 1967, pelo menos um crítico o citou como ‘o mais próximo que a Civilização Ocidental chegou da unidade desde o Congresso de Viena em 1815. (Timothy Leary, em "Flashbacks").

     Para muitos, "Sgt. Pepper’s" foi um evento que marcou época, o ingresso do rock nas artes maiores. Kenneth Tynan disse que esse álbum é um momento decisivo na história da civilização ocidental. No entanto, alguns críticos acharam que arte maior era justamente o que o rock não deveria ser.
     A capa da Time era um reflexo do curioso fenômeno de 1967: os setores mais esclarecidos do Establishment começavam a adular os Beatles e toda a cultura (ou contracultura) que vinha atrás deles: Eles lideram uma evolução em que o melhor dos sons atuais pós-rock se tornando uma coisa que a música popular nunca foi antes: uma foram de arte - Revista Time, na reportagem de capa sobre os Beatles, em que cita ainda uma visão freudiana, pelo psicanalista Ner Littner: Seu ritmo bem marcado parece trazer ecos das primeiras experiências significativas, como a serenidade fetal intra-uterina que reverbera repetitivamente na cadência das batidas do coração materno.

     Um barômetro do nosso tempo - Suplemento Literário do Times.
     Um momento decisivo na história da Civilização Ocidental - Kenneth Tyna, crítico de cultura.
     Um novo e dourado Renascimento da Canção - The New York Times Review of Books.
     A day in the life é a Waste Land dos Beatles Jack Kroll. Revista Newsweek, compara as letras de Lennon & McCartney à poesia de T. S. Eliot.

     Voltando a questão da arte maior, o crítico Nick Cohn perguntou O que existe de tão grande na arte?, insistindo em afirmar que os Beatles voaram para um limbo. Nick Cohn, preservava o espírito mais anárquico e básico do rock’n’roll futuramente não teria razões para maldizer sua interrogação, Sgt. Pepper’s jogou no ostracismo por uma década o rock’n’roll adolescente e depois da febre, o acid-rock teve de aumentar o volume e se transmutar em heavy-metal, o oposto do art-rock levado a exaustão depois dos Beatles, quando vários músicos julgaram-se tão talentosos como seus predecesores, mas os tempos eram outros.
     Foi necessário uma década para no verão de 1976, as guitarras distorcidas e enérgicas como os grupos pré-Swinging London, voltarem a serem ouvidas e gravadas nos estúdios acostumados ao experimentalismo, nesse ponto Nick Cohn, poderia orgulhar-se ao lado de todas aquelas bandas que as flores enterraram...
     Jack Kroll, que comparou A Day in the Life com The Waste Land, o poema apocalíptico de T.S. Eliot encontraria eco na sua comparação segundo ele mesmo na “frase magnífica” de Ian MacDonald, o autor de Revolution in the head, iluminadora pesquisa sobre a carreira dos Beatles: O fato de a canção atingir sua meta transcedental através de um confronto potencialmente desilusionador com o mundo ‘real’ é justamente o que torna tudo tão comovente.
     O mais inovador e revolucionário disco das décadas de 60 e 60, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, é um marco cultural do nosso século por três razões: foi o primeiro álbum conceitual de rock a alcançar o hit-parade; nele os Beatles mostraram que um estúdio podia fazer mais coisas do que gravar simples canções e também porque eles sintetizaram em um álbum tudo aquilo que o mundo musical da época pensava dentro de padrões que até hoje não foram contestados.
     Richard Goldstein, guru pop do avançado jornal Village Voice, de Nova York, chamou o disco Sgt. Pepper’s de “fraudulento”.
     As canções de Sgt. Pepper’s demonstram uma compreensão dos princípios da lavagem cerebral. Declaração da Organização ultra-cristã e direitista John Birch Society.

     Havia uma época em que eu era o avant-gard dos Beatles - mais ou menos na época de Sgt. Pepper’s. O LP foi basicamente minha influência. Foi minha a idéia de fazermos de conta de que éramos outro grupo... John estava vivendo coma mulher e o filho em Weybridge e eu era o solteiro do grupo - morando sozinho em Londres, ligadíssimo no que estava se passando. Foi uma época muito rica. Eu costumava fazer filmes de oito minutos e os projetava quadro a quadro - flick, flick, flick, - duravam uma hora quando deveriam durar no máximo dez minutos. Lembro-me ter mostrado os filmes para Keith Richards e Antonioni - ele estava em Londres filmando Blow Up. Foram noitadas boas. Foi eu quem introduziu John a muitas das coisas que estavam acontecendo. Na verdade, muitas pessoas não sabem mas Yoko veio a minha casa antes de ter conhecido John. Foi para um lance de caridade - um acontecimento meio avant-garde, alguma coisa a ver com John Cage ou algo assim - e ela queria letras e manuscritos. É horrível, mas eu não lhe dei nenhuma de minhas letras - egoísmo, sei lá. Mas eu lhe disse, ‘Tem um amigo meu que talvez possa lhe ajudar. Meu camarada, John’. (Paul McCartney, Rolling Stone, 11 set. / 1986. Entrevista a Kurt Loder.).

     Sgt. Pepper’s foi chamado de álbum conceitual, isso quando já tínhamos acabado. As pessoas diziam: ‘Uau! Que álbum conceitual, é isso aí’. E nós: Que é isso? O que significa álbum conceitual? São um monte de músicas. ‘Não, diziam eles, tem profundidade, tem conceito!’. Não entendi até hoje. Escolher um tema é apenas algo um pouco diferente, torna as coisas mais fáceis. Tendo um tema, você pode jogar com as músicas, fazer ligações. No final, a gente acaba mudando a ordem de tudo’ - (Paul McCartney, Amiga, set. / 1979).

     Vinte e sete anos depois de lançado na definição de George Martin, seu produtor e arranjador: “Uma granada de fragmentação musical que explodiu com um impacto que ainda se faz sentir”. Nenhum exagero. Esta declaração, pertence ao livro "Paz, amor e Sgt. Pepper’s", olhar crítico que George Martin, arranjador de todos os discos dos Beatles, exceto "Let it Be", lançou sobre os estúdios de Abbey Road nos seis primeiros meses de 1967 e disseca o álbum que expandiu as fronteiras do pop para os limites até então inauditos.
     George Martin precisou de seis meses para produzir "Sgt. Pepper’s", e quase três décadas para explicá-lo em 194 páginas.
     Em Sgt. Pepper’s, George Martin, vetou It’s only a Northern Song, uma música de George Harrison, “porque não estava à altura do disco” e fez cara feia para Lovely Rita.
     “Pepper’s articulou aquele sopro de vida e energia que varreu a Grã-Bretanha nos anos 60”, opina. Aliás, este caleidoscópio de sons e imagens, letras impenetráveis, deu origem a centenas de interpretações. As iniciais de Lucy in the sky with diamonds seriam um acróstico para LSD? George Martin ignora essa e outras histórias mas, confirma que eles usavam drogas “fora do estúdio” e encerra a questão com uma definição cúmplice e sábia de Sgt Pepper’s: “O mundo olhou para ele e viu o que quis”.      E como olhou e ouviu.
     Felizmente diferente do disco, o livro tem narração simples e linear. A pretexto de revelar os bastidores do álbum, George Martin monta uma bela crônica sobre sua convivência com os Beatles. Revela, por exemplo, que o disco custou 25 mil libras, preço hoje de uma fita de demonstração, e consumiu 700 horas de gravação. Ele queixa-se da pão-durice da Emi, mesmo diante de um grupo que lhe rendia milhões. As gravações começavam sempre às 19h e George Harrison tinha que arrombar o cadeado da geladeira do estúdio para conseguir leite para o chá.
     No final do livro Martin faz uma comparação entre os discos dos Beatles. E afirma que "Sgt. Pepper’s" não é o melhor disco dos Beatles, mas disparado o mais inovador. Explodiu barreiras, aproximou o clássico do popular e ganhou lugar na história.
     E é o único disco dos Beatles em ouro e no leilão da Sotheby Park Bernet, uma cadeia de lojas do Japão arrematou o disco.
     Quando o LP "Sgt. Pepper’s" está concluindo uma estadia de oito semanas em primeiro lugar entre os mais vendidos, Brian Epstein comete suicídio. Ele tinha-os iniciado em muitas coisas: a estar em palco, na linguagem e, mais tarde, no ácido. “Epstein já tomava LSD há muito tempo quando os Beatles se começaram a interessar por isso”.
     “Preciso continuar a tomar conta dos meninos. Não posso deixar que eles tomem contato com o jogo sujo dos negócios, com o lado desonesto do show-business. Caso contrário, eles podem até dissolver o grupo...”. (Brian Epstein).
     O grupo nunca mais será o mesmo, mas mesmo assim começam os trabalhos do terceiro filme do grupo, "Magical Mystery Tour". A BBC apresenta o filme feito especialmente para a tevê um dia depois do natal de 1967.


Well fuck you like Superman


     Edvar Ribeiro, na edição nacional original de Sgt. Pepper´s, no espaço após A day in the life, para frente e para trás - fazendo inner groove - me mostrou Paul dizendo We'll fuck you like Superman

Devo ter feito umas mil viagens. Eu tomava ácido o tempo todo, como se fosse bala. John Lennon

     Antes da viagem à Índia, para encontrarem-se com o Maharishi Mahesh Yogui, os Beatles organizaram, por iniciativa de Brian Epstein, um festa na casa deste último, em Sussex. Na festa seriam servidos diversos tipos de drogas junto com os driks. Mas, como havia problemas em conseguir o LSD na Inglaterra, os Beatles bolaram um plano para contrabandeá-lo dos Estados Unidos, onde um químico de confiança preparava a droga e poderia fornê-la. Enviaram uma equipe de filmagem a San Francisco, com a finalidade aparente de documentar o festival de Monterey, só que os direitos de filmagem do festival, no entanto, pertenciam a uma empresa norte-americana, e as câmeras enviadas pelo grupo não puderam sequer entrar no local.      Na verdade, eles já sabiam dessa proibição e tudo não passava de um plano para transportar o LSD para Londres. O ácido foi colocado no interior das câmeras e passou, sem maiores problemas, na alfândega britânica.
     Para a trip-party na casa de Epstein, foram convidadas diversas celebridades, entre as quais o stone Mick Jagger e o artista plástico Andy Warhol. Lennon, aproveitando a ocasião, resolveu decorar o seu Rolls-Royce com desenhos psicodélicos, para chegar abafando na festa. Ele foi pessoalmente ao aeroporto buscar as câmeras contendo a carga de LSD.      No trajeto do aeroporto até a casa de Epstein, Lennon e um casal amigo, Derek Taylor e a e sua esposa, foram tomando um chá com doses de LSD e já chegaram na festa viajando. O episódio mais sério ocorrido nesta festa foi protagonizado pela esposa de Lennon, Cynthia. Sob os efeitos do alucinógeno, ela subiu ao terceiro andar da casa e ameaçou se jogar no jardim, sendo interceptada no último instante.
     Durante as gravações de Sgt. Pepper’s, brincando com as fitas, ouvindo-as em velocidades diferentes, Paul descobriu que seu nome, tocando a fita de trás para diante, soava como Ian Iachimoe e chegou a publicar um conto com este pseudônimo. Era também o nome que usava como código para distinguir as cartas de amigos daquelas mandadas aos milhares pelos fãs. Uma das provas de que Paul McCartney “teria morrido” poderia ser obtida no final da canção Strawberry Fields Forever, que, tocada de trás para a frente, podia ser decifrada como John dizendo “Eu enterrei Paul”.
     Quinze dias após o lançamento de Sgt. Pepper’s, nas vésperas de completar 25 anos, Paul confessou à revista Life que tinha tomado LSD. O jornal Daily Mail o chamou de “idiota irresponsável”. E o líder evangelista Billy Graham organizou uma série de orações para que a juventude inocente do mundo não seguisse o exemplo de Paul. Seis meses após a revelação,      Paul voltou a tocar no assunto:
     Michael Braun  — Você já usou (ou usa) drogas para se inspirar?
     Paul McCartney  — Há cerca de dois anos, eu tomei LSD por quatro vezes e cada viagem durou mais ou menos seis horas. Provei para ver como era e porque tinha lido muita coisa sobre o assunto. E conclui que, se os estadistas fizessem a mesma coisa, poderiam eliminar as guerras e a pobreza de uma vez por todas. Não sou, não fui e jamais serei um viciado em qualquer tóxico e de nenhuma forma aconselho a que as pessoas usem tóxicos. Mas não posso esconder a verdade de que o LSD transformou-me momentaneamente em membro de uma sociedade melhor, mais honesta e mais tolerante. Mais próxima de Deus, portanto.
     Na época de Sgt. Pepper’s, John imagina um problema de afinação com a sua voz, que achava horrível. E pedia a Martin o tempo todo que a modificasse por meio de recursos eletrônicos. Muitas vezes, Lennon foi visto cantando através de um tubo de papelão, que dava um efeito especial aos seus vocais. Mas as excentricidade não eram “apenas” musicais ou psicodélicas.
     Dos Beatles, John era o mais extravagante e usava seu dinheiro e poder para satisfazer todos os seus caprichos. De repente, às duas da manhã, no estúdio, chamava seu assistente Mal Evans, e ordenava:
      — Maçãs, Mal!
     Algum tempo depois, Mal voltava carregando uma caixa de maçãs frescas que acabara de comprar no mercado de Covent Garden. Ou então John dizia:
      — Meias, Mal!
     E o chão do estúdio logo ficava atapetado com pares e pares de meias multicoloridas que John ia provando uma atrás da outra. Fala-se também de um liberal consumo de euforizantes durante estas sessões, freqüentadas por jornalistas, amigos dos Beatles e celebridades do mundo pop.
     “Ele parecia meio doidão, como se tivesse ficado viajando a noite inteira, sem ter dormido um minuto. Sua silhueta comprida e magra estava coberta por uma camada de gordura, resultado de edemas causados pela droga e de muita dissipação. O cabelo estava pegajoso e emaranhado e ele, de uma maneira geral, parecia que não tomava banho há algum tempo. Por trás dos óculos de aro metálico, as íris eram dois pedacinhos de carvão, e as pálpebras, duas janelas quase caindo.
(...) Aos 28 anos ele era virtualmente um viciado; com raríssimas e breves exceções, ele esteve ligado e/ou bêbado quase todos os dias de sua vida, desde que Cynthia o conheceu. Numa prateleira do solário havia um pilão e um almofariz brancos, de farmácia, onde ele misturava todas as combinações possíveis de bolinhas, barbitúricos ou drogas psicodélicas.
(...) Sempre que se sentia cair das alturas a que o barato o levava lambia o dedo, mergulhava-o nos ingredientes do almofariz e chupava o que vinha. Em algumas de suas viagens de ácido, ele ficava ligado durante semanas, até que todas as cores se apagassem e ele visse as coisas em preto e branco ”.
("(The Love You Make, Peter Brown e Steven Gaines).
     Jann Wenner - Durante quanto tempo você tomou LSD?
     John - Durante anos. Eu devo ter feito umas mil viagens .
      — Literalmente mil ou umas duzentas?
     — Muitas. Eu tomava um ácido atrás do outro.
      — Durante quais álbuns?
      — Não sei. No estúdio eu nunca tomava. Uma vez tomei, pensei que estava tomando um excitante. Não estava em condições de segurar uma viagem. Não me lembro que disco era. Mas tomei e percebi... de repente me senti superamedrontado diante do microfone. Disse, que é isso?, me senti doente (...) Disse: preciso tomar um pouco de ar. Eles me levaram para a cobertura e George Martin ficou olhando pra mim de um jeito estranho. Aí eu saquei que deveria ter tomado ácido
(...)  — Os outros Beatles tomaram tanto LSD como você?
       — George acho que sim. (...) Acho que George também era ‘jogo duro’. Fomos provavelmente os que mais tomaram .

     (George Harrison renunciou ao uso do LSD quando reparou no mágico efeito do sitar e descobriu nele "um caminho espiritual até Deus".
      "Deus no som".

     (...) Acho que o LSD chocava profundamente Paul e Ringo.
      — Você teve muitas bad-trips?
      — Sim. Muitas, Jesus Cristo, eu parei de tomar por causa disso, sabe? Eu simplesmente não aguentava. (...).
     John - Então parei não sei por quanto tempo. Recomecei a tomar um pouco antes de conhecer Yoko. (...) Li um negócio de que o ácido poderia destruir o seu ego. (...) Estávamos entrando num jogo em que todo mundo entrava e me destruí. (...)      Destruí o meu ego. Não acreditava que eu pudesse fazer qualquer coisa, deixava as pessoas fazerem o que queriam. (...) Eu não era nada, eu era uma bosta. (...) E então fiz uma viagem com Derek Taylor (...) e ele disse coisas do tipo ‘você está bem’, e ele me mostrava as canções que eu tinha escrito e dizia: ‘você escreveu isso, e você disse isso, e você é inteligente, não fique com medo’. E na semana seguinte eu saí com Yoko e a gente tomou outro ácido e ela me fez realizar completamente que eu era eu e que estava tudo bem. E foi isso, e eu comecei a lutar novamente e a falar alto de novo, dizendo ‘posso fazer isso’ e ‘fodam-se’, ‘é isso que eu quero’ e ‘eu quero e não me encha o saco’. E fiz isso. É assim que estou agora ”. (Rolling Stone, dez. / 1970 - jan. / 1971).
     David Sheff — Você ainda toma ácido?
     John  — Há muitos anos que não. Um cogumelozinho ou um peiote eu não dispenso, sabe, talvez duas vezes ao ano, algo assim. Mas ácido é um produto químico. E gente ainda toma, mesmo que nós não ouvimos falar disso mais. Mas as pessoas ainda estão visitando o cosmos. Só que ninguém fala sobre isso, você acaba na cadeia.

     Precisamos sempre lembrar de agradecer à CIA e ao exército pelo LSD. Isto é o que o povo esquece. Tudo é o contrário do que realmente é, não é? Eles inventaram o LSD para controlar o povo, e o que fizeram foi nos dar a liberdade. Às vezes trabalha-se de modo misterioso assombrando até pelo executado. Mas a verdade é que o inferno executa-os.
     Se você der uma olhada no relatório do governo sobre ácido, os únicos que pularam de janelas por causa dele foram os que estavam no exército.
     Eu nunca conheci ninguém que tenha pulado da janela ou tenha se suicidado por causa dele. Vamos e venhamos, até a filha de Art Linkletter que não usava ácido quando pulou de uma janela, isto aconteceu vários anos depois.
     David Sheff - Um flashback (regressão)?
     John  — Nunca conheci alguém que tivesse um flashback. Eu nunca tive um flashback em minha vida, e já tive milhões de viagens nos anos 60. Nunca conheci alguém que tivesse tido problema. Eu tive péssimas viagens e outras pessoas também tiveram péssimas viagens, mas eu já tive viagens ruins na vida real. Já tive viagem ruim com um baseado. Eu fico paranóico apenas por sentar num restaurante. Não preciso tomar nada.
     Ácido só é vida real no cinemascope. Qualquer experiência que você já teve, é o que você teria de ter, de qualquer maneira. Eu não estou fazendo apologia - e fora com todos seus julgamentos - e eu não uso porque é químico. Mas todo esse lixo sobre o que ele fez às pessoas não passa de lixo. "The Playboy Interviews with John Lennon & Yoko Ono - Interviews conducted by David Sheff". Edited by. G. Barry Golson.
     Certa vez, em Londres, recebendo um prêmio chamado Coração de Prata (Silver Heart), John ironizou, no microfone, diante de figurões “caretas”, que os Beatles estavam muito felizes por receber ali o Purple Heart. A platéia delirou. Purple Heart era o codinome do Mandrix.
     Derek Taylor, assessor de imprensa dos Beatles, levou para Londres o LP Pandemonium Shadow Show, do cantor americano Harry Nilsson e o mostrou a John. Os Beatles ficaram ouvindo o disco vinte e quatro horas viajando de ácido perto de um lago.
     Quando do lançamento da Apple em Londres, os jornalistas perguntaram quanto ao cantor favorito do grupo. E eles disseram que era Harry Nilsson Desta vez indagados quanto ao grupo favorito, repetiram:  — Harry Nilsson.
     “Lembro-me de uma noite que estávamos deitados de costas viajando de ácido a mil, quando telefonou um cara com sotaque estrangeiro. John pegou o telefone e falou: ‘Yah... yah... uummm... yah sure, cheese cheese’. Era sua maneira de dizer sayonara, arriverdeci, aí eu caí na risada” - Harry Nilsson.

 

Documentário Vinte anos hoje!

Exibido pela TV Cultura, a 16 ago. / 1988, em duas partes, com o título de Beatles e a Banda do Sargento Pimenta. As vinhetas do programa traziam uma versão animada da colagem que ilustra a capa do LP.

     Londres - Aproveitando o aniversário dos Beatles, um grande documentário realizado para televisão escavou pura nostalgia para revelar e explicar a era psicodélica.
     O documentário "It Was Twenty Years Ago Today - Faz 20 Anos Hoje", de 105 minutos, produzido pela Granada Television e exibido a 1º de junho de 1987, comemorou o vigésimo aniversário do oitavo álbum dos Beatles, "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
     No documentário também chamado de “um filme que celebra o ano de 1967”, o ex-beatle George Harrison em uma das entrevistas comenta: - “Aquele ano durou 50 anos”. “A coisa toda foi como uma minirenascença”.
     “Naquele verão houve uma revolução social, sexual e musical e o 'Sgt. Pepper’s' estava no coração dessa revolução”, afirmou o diretor e produtor John Sheppard, na pré-estréia.
     “Foi o ano dos hippies, da paz e amor, do poder das flores e do verão do amor. No mundo todos os jovens buscavam novas maneiras de viver e procuravam construir um futuro melhor. A esperança pairava no ar”.
     Contudo, existe um peculiar vazio de memória em torno dos acontecimentos de 1967. Poucas pessoas com menos de 35 anos se lembram de alguma coisa. Poucas pessoas com mais de 50 anos podem afirmar que compreenderam a época. Muito dos que estiveram realmente envolvidos possuem a memória enevoada pelas drogas leves da era.
     “Se você se lembra realmente dos anos 60 é porque não os viveu”, disse Paul Kantner do grupo Jefferson Airplane.
     Segundo os produtores Simon Albury e John Sheppard, o filme mostra pela primeira vez os caminhos que ligam uma série de acontecimentos confusos - a “levitação do Pentágono”, o San Francisco Be-in”, o festival Pop de Monterey e os eventos que se sucederam em Londres, Nova York, Los Angeles, Amsterdã onde as pessoas usavam bicicletas brancas e deixavam na rua para a próxima, Berlim e Paris.


     

O valor do documentário é imenso só pelas imagens coletadas. A fachada do famoso estúdio de Abbey Road, manifestações de hippies e confrontos com a polícia, imagens de arquivo com John Lennon, Bob Dylan, o iogue Maharishi Maresh, uma hilariante sequência em que um ônibus de turista passeia por San Francisco enquanto o motorista dá explicações a velhas senhoras sobre o modo de vida e as idéias hippies, Mick Jagger saindo de um camburão imitando um pássaro e carregando atrás o policial a que estava algemado. É emocionante também ver clássicos como California Dream, 2000 Light Years From Home, Mr. Tambourine Man (Byrds), e Whiter Shade of Pale, com o Procol Harum.
   

  O programa explica como foi idealizada a famosa capa do Sgt. Pepper’s relaciona a música dos Beatles com 18 dos maiores nomes dos anos 60 entre eles Timothy Leary, Abbie Hoffman, Allen Ginberg, Peter Fonda, Jimi Hendrix e Pink Floyd, Janis Joplin e os Rolling Stones.
     Além do documentário para a televisão, um livro com o mesmo nome foi lançado nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. O autor é Derek Taylor, que organizou o Festival de Monterey e esteve intimamente envolvido com os Beatles. Taylor, muito entrevistado no It Was Twenty Years Ago Today, foi consultor-geral do programa. O álbum "Sgt. Pepper’s" em si - que ainda vende em todo o mundo, após alcançar um total geral de 30 milhões de cópias vendidas - foi relançado em disco a laser na data da comemoração.
     O que emerge com maior força no documentário é uma saudade da inocência e energia do sentimento de que “as coisas têm que melhorar”, que parece ter-se perdido ao longo desses últimos 20 anos.
     “Todas as imagens mais recentes dos anos 60 são apresentadas como uma euforia produzida por drogas, e como se tudo tivesse sido um fracasso”, afirma Coyote no documentário.
     “Não acho que tenha sido um fracasso. Os tempos estão mudando realmente”.

 



Paul McCartney admite ter usado heroína e cocaína



McCartney fez admissão em entrevista a revista britânica


     2º jun. / 2004 - O ex-beatle Paul McCartney revelou ter tomado heroína e cocaína, no auge do sucesso de sua lendária banda.
     Em entrevista à revista britânica Uncut, McCartney disse que não sabia que havia provado heroína. "Não me dei conta de que havia usado. Me deram algo para fumar, e eu fumei. Mas não me afetou em nada", afirmou.
     O ex-beatle disse também ter usado cocaína "por cerca de um ano", mas acrescentou "nunca ter sido louco" pela droga.
     De acordo com o cantor e compositor, as drogas ofereciam "informações" para muitas canções dos Beatles.
     McCartney contou que Got To Get You Into My Life "era sobre maconha, mas ninguém sacou na época" e que Day Tripper era sobre ácido lisérgico.
     O ex-beatle acrescentou ser "bem óbvio" que Lucy in the Sky with Diamonds tratava de LSD e que outras faixas dos Beatles faziam "sutis alusões" a drogas.
  
   Influência das drogas

     Mas McCartney afirmou também ser "fácil superestimar" a influência das drogas na música dos Beatles.
     "Praticamente todo mundo estava usando alguma coisa. Conosco, não foi diferente. Mas nós dávamos importância demais às nossas composições para estragar tudo ficando loucos o tempo todo", afirmou.
     O ex-beatle disse ter tido sorte de não ter se tornado um consumidor regular de heroína. Ele afirmou ainda que os "altos e baixos" que sofria ao usar cocaína o induziram a parar de usar a droga.
     Segundo o ex-beatle, o consumo de drogas pelos membros da banda começou nos primeiros anos da banda, "quando haiva várias pílulas em circulação".
     McCartney contou que ele e John Lennon fumavam até chá, que colocavam dentro de um cachimbo, enquanto compunham as primeiras músicas dos Beatles.

     Prisão

     O consumo de drogas de McCartney foi tema de manchetes mundiais quando ele foi preso por dez dias em 1980 no Japão, durante uma turnê pelo país, após terem encontrado 225 gramas de maconha em sua bagagem.
     Na entrevista, o ex-beatle conta que estava em Nova York com "um fumo muito bom". "Estávamos prestes a ir para o Japão e eu não sabia se conseguiria fumar alguma coisa por lá. O negócio era bom demais para jogar na privada, então eu resolvi levar comigo".
     O ex-beatle admitiu, no entanto, que essa foi uma das coisas mais "burras que já fiz na vida". McCartney diz não fumar mais maconha hoje em dia.


Revelada a identidade de Lucy

(Gustavo Montenegro)


     Londres, 15 jun. / 2005 (EFE).- A identidade da jovem que inspirou o ex-Beatle John Lennon a compor a famosa música Lucy In The Sky With Diamonds foi revelada nesta quarta-feira pelo jornal britânico "Daily Mail", depois da morte dela.

     Apesar de muitos acharem que com as siglas do título desse clássico do lendário músico fazia referência ao alucinógeno "LSD", o cantor sempre assegurou que Lucy era uma menina cuja imagem tinha sido plasmada em um desenho por seu filho de quatro anos.

     "Julian veio um dia com um desenho que tinha feito de uma amiga do colégio chamada Lucy. Tinha pintado algumas estrelas no céu e tinha chamado ao desenho de "Lucy In The Sky With Diamonds", contou Lennon em entrevista em 1975.

     Segundo o tablóide, Lucy Richardson era uma menina que ia ao colégio particular de Heath House em Weybridge, Surrey (sul da Inglaterra), com Julian, o filho que Lennon teve com sua primeira esposa, Cynthia Powell, e que agora, aos 47 anos de idade, trabalhava no cinema como diretora artística.

     A irmã de Lucy, Mary Foster, explicou ao jornal que o ex-Beatle costumava ir à loja de jóias e antiguidades de sua família e antes de gravar a canção, um dia cumprimentou Lucy dizendo: "Olá, Lucy no céu com diamantes".

     Após o lançamento da canção no disco "Sgt Pepper's Lonely Hearts Clube Band", em 1967, a família de Lucy ficou surpresa ao lembrar essas palavras.

     Trinta anos depois da música e após lutar por dois anos contra o câncer, Lucy acabou sucumbindo à doença e foi enterrada em um túmulo decorado com cristais que fazem referência aos diamantes da canção que inspirou.

     Fonte: UOL/www.thebeatles.com.br


Dona de casa diz que inspirou 'Lucy in the Sky' dos Beatles
Portal Terra


      1 jun. / 2007 - A dona de casa britânica Lucy O'Donnell, 43 anos, afirmou nesta sexta-feira que um desenho baseado nela, feito por um dos filhos de John Lennon, foi a inspiração para a música Lucy in the Sky with Diamonds.

     Muitos fãs sempre acreditaram que a canção psicodélica seria um hino de louvor à droga LSD.

     Mas Lucy disse que seu momento de fama aconteceu em 1967, quando Julian Lennon voltou da escola com um desenho e disse ao pai "É a Lucy in the Sky with Diamonds".

     "Lembro de Julian e eu desenhando num cavalete de dois lados e atirando tinta um no outro", contou O'Donnell ao programa BBC 6 Music Today.

     "O Julian pintou um desenho e naquele dia, em especial, seu pai apareceu com o motorista para pegá-lo na escola", acrescentou.

     A canção foi gravada para o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que celebra 40 anos nesta sexta-feira.


Reuters -
Reuters Limited - todos os direitos reservados.


    

Hitler foi escondido em capa dos Beatles, diz Peter Blake
BBCBrasil.com

     O ditador estaria atrás de Ringo e ao lado esquerdo de Weissmuller
O ditador nazista, Adolf Hitler, está escondido na célebre capa do álbum dos Beatles Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, afirma uma reportagem do jornal britânico The Independent On Sunday.


     4 fev. / 2007 - O repórter Anthony Barnes entrevistou o criador da foto que reúne dezenas de personalidades de várias épocas, o artista britânico Peter Blake, e ele revelou que a imagem de Hitler aparece em várias fotos de outros ângulos que acabaram não sendo divulgadas.

     No retrato que acabou sendo usado na lendária capa, Hitler fica encoberto em parte pelo baterista Ringo Starr e pelo atleta e ator Johnny Weissmuller, que viveu o Tarzan na telona.

     Segundo a reportagem, a idéia de incluir o ditador na lista de personalidades foi do cantor e guitarrista John Lennon, que queria também que Jesus Cristo e Mahatma Gandhi aparecessem na foto.

     Durante décadas, acreditou-se que a vontade de Lennon tivesse sido recusada por causa da polêmica que ela causaria.

     Lista de nomes

     Blake diz que pediu a cada um dos Beatles que fizesse uma lista com os rostos que gostariam de ver na capa.

     George Harrison, profundamente influenciado pela cultura indiana, foi o responsável pela inclusão de diversos gurus, enquanto Ringo Starr aceitou as escolhas dos outros, segundo a reportagem britânica.

     Já John Lennon teria tido a intenção de ser "arrojado e audacioso", segundo uma declaração de Paul McCartney citada pelo Independent.

     Jesus teria sido descartado logo de início, segundo o Independent, por causa da polêmica com cristãos detonada em 1966 por uma declaração de John Lennon – que afirmou que os Beatles eram "maiores do que Cristo".

     Já o líder pacifista indiano acabou sendo editado e apagado da imagem final, segundo Blake, enquanto Hitler continuou lá, embora "escondido".

     O disco, lançado no chamado "verão do amor", de 1967, já vendeu mais de 32 milhões de cópias em todo o mundo até hoje, e a famosa capa serviu de inspiração para inúmeras outras capas, fotos e obras de arte.


Para lojas dos EUA, Beatles tiveram álbum essencial
Luciana Silveira - MTV Brasil


"Sgt Peppers", dos Beatles, lidera a pesquisa

     8 mar. / 2007 - A Associação Nacional de Produtores de Discos dos EUA (NARM) elaborou uma lista com os 200 álbuns essenciais dos últimos 50 anos. Sem grandes surpresas, o primeiro lugar ficou com os Beatles – e a banda de Liverpool emplacou outros quatro trabalhos no ranking.

     Lançado em 1967, o mitológico “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” encabeça o ranking. Os Beatles também aparece com “Abbey Road” (1969) no 12º lugar, o “White Album” (1968) em 39º, “Revolver” (1966) em 42º e “Rubber Soul” (1965) em 110º.

     “Para compilar a lista, pedimos que os varejistas pensassem nos títulos que os fãs costumam procurar, os títulos que se destacam para eles. Não é apenas sobre vendas, embora álbuns que foram bem vendidos obviamente estão representados aqui. É sobre a paixão que os compradores de música mostraram por esses títulos e o potencial dos álbuns em manterem sua popularidade atualmente com os novos públicos”, explicou Jim Donio, presidente do grupo.

     A lista destaca artistas consagrados como Pink Floyd, Michael Jackson, Led Zeppelin, U2, Rolling Stones e Nirvana, além de trabalhos mais recentes como “American Idiot”, lançado pelo Green Day em 2004. Outras curiosidades são as citações dos álbuns de estréia de Christina Aguilera (127º) e Avril Lavigne (162º), além do muito criticado “Human Clay”, do Creed.

Confira o top 10:

1. The Beatles – “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967)
2. Pink Floyd – “Dark Side Of The Moon” (1973)
3. Michael Jackson – “Thriller” (1982)
4. Led Zeppelin – “Led Zeppelin IV” (1971)
5. U2 – “Joshua Tree” (1987)
6. Rolling Stones – “Exile On Main Street” (1972)
7. Carole King – “Tapestry ” (1971)
8. Bob Dylan – “Highway '61 Revisited” (1965)
9. Beach Boys – “Pet Sounds” (1966)
10. Nirvana – “Nevermind” (1991)
  


Bandas vão regravar disco dos Beatles com equipamento original
Terra - Música


Reprodução

Sgt Pepper's é um dos principais discos da história do rock

     6 abr. / 2007 - Um conjunto de artistas pop-rock vai recriar um dos álbuns mais célebres dos Beatles, o Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Hand, por ocasião dos 40 anos de seu lançamento, informou nesta sexta-feira a BBC em seu site.
     Oasis, The Killers, Travis e Razorlight, entre outros grupos, participarão nas novas versões, que serão gravadas com mesmo equipamento utilizado para o original.

     As músicas serão lançadas pela rádio BBC em 2 de junho, dia seguinte ao aniversário de 40 anos.

     "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" é considerado um monumento da história do rock, com sucessos inesquecíveis como Day in the life ou Lucy in the Sky with Diamonds.

 



Sgt Pepper´s, dos Beatles, ganha nova versão da BBC

O Estado de S. Paulo - BBCBrasil.com

      Oasis, The Killers e Razorlight vão regravar canções do lendário disco

      
      A capa do lendário disco Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band


     6 abr. / 2007 - LONDRES - As bandas britânicas Oasis, The Killers e Razorlight deverão regravar músicas do álbum dos Beatles Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band para marcar os 40 anos deste lançamento.

James Morrison, The Fratellis, Travis e Kaiser Chiefs estão entre os outros artistas que participam das sessões especiais de gravação para a Rádio 2 da BBC.

Os engenheiros de som encarregados das sessões originais de 1967 vão usar o mesmo equipamento para as novas versões. As faixas serão veiculados na Rádio 2 em 2 de junho, um dia após o aniversário do lançamento de Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band.

O álbum original foi lançado no dia 1.º de junho de 1967 e é hoje visto como um dos melhores e mais influentes da história do rock.

No ano passado, a obra foi escolhida em uma enquete da Rádio 2 como a melhor da música pop britânica de todos os tempos.


     Evento único

     O engenheiro de som Geoff Emerick estará encarregado de gravar as bandas modernas, usando o equipamento original que empregou há 40 anos para os Beatles.

     A Rádio 2 está comemorando seus 40 anos este ano, e o programa fará parte da temporada de músicas da década de 60 da emissora.

     "Este será não apenas um evento único, mas um momento musical muito especial", disse o diretor da Rádio 2. "A variedade e a qualidade dos artistas envolvidos garante que esta será uma homenagem apropriada para um dos maiores álbuns de todos os tempos."


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Elvis Presley influenciou Sgt. Pepper , diz McCartney
Blitz




Ex-Beatle confessa inspiração do rei do rock em álbum mítico.

      19 mai. / 2007 - Paul McCartney declarou em entrevista à Rolling Stone que Elvis Presley foi uma das principais influências do álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band , de 1967, um dos registos mais aclamados dos Beatles. O registo é apontado como um dos melhores álbuns conceptuais de sempre e um dos grandes impulsionadores de registos que constituem mais que uma mera colecção de canções.

     Segundo o cantor britânico, a decisão de fazer um álbum e não seguir em digressão foi inspirada pelo rei do rock. «Tivemos a ideia de fazer um álbum e ser o próprio álbum a partir em digressão por nós. Isso surgiu de uma história que tínhamos ouvido acerca do Cadillac de Elvis que tinha ido em digressão. Achámos que era uma ideia fantástica: ele não vai em digressão, manda o Cadillac na vez dele. Fantástico».



Bumbo da capa de Sgt. Pepper's é leiloado por US$ 1 mi



     11 jul. / 2008 - O bumbo que estampa a capa do álbum "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band", dos Beatles, foi leiloada na quinta-feira em Londres por US$ 1 milhão, quase quatro vezes a estimativa inicial.

     Um leilão realizado na Christie's, que vendeu objetos pertencentes a astros do rock e da música pop, ainda faturou US$ 832 mil pela letra de John Lennon para a música Give Peace a Chance.

     Entre os souvenires leiloados estava um par de óculos de sol usados por Lennon na capa do single Mind Games, vendido por US$ 79 mil.

     Gravações de Jimi Hendrix se apresentando no festival de música de Woburn, em julho de 1968, foram arrematadas por US$ 95 mil, um amplificador Marshall usado por ele em um show arrecadou US$ 50 mil e um par de calças listradas brilhantes do cantor ainda foi vendido por US$ 49 mil.

     Entre os itens leiloados também estava uma guitarra Gibson, que pertenceu a Pete Townshen do The Who, vendida por US$ 64 mil.

     A coleção inteira, que incluía fotos jamais vistas em público e objetos pertencentes a outras estrelas como Ella Fitzgerald e Madonna, faturou mais de US$ 2,9 milhões.