Os
Beatles não sabiam que tipo de disco fariam. Paul voltou
impressionado com aquela tendência muito comum na Califórnia
de se dar longos nomes aos grupos musicais, ao invés
de nomes pequenos com antes, do tipo Beatles. Paul tinha escrito
uma canção com um longo título: "Sgt.
Pepper’s Lonely Hearts Club Band". A pista foi dada
com a ajuda de fitas magnéticas reproduzidas no sentido
inverso e misturadas em diferentes velocidades empregadas em
Strawberry Fields Forever, uma música simples
mas melodiosa, diferente de tudo o que George Martin ouvira
antes. Ele ficou encantado com a linha melódica. Mas
a música ficaria fora do disco: o contrato dos Beatles
com EMI previa o lançamento de um compacto às
vésperas do Ano Novo e Strawberry Fields foi
a escolhida. Nascia a idéia do concept album baseado
em seus dias de infância e adolescência em Liverpool.
Além da orquestra e efeitos
produzidos em estúdio para o Penny Lane/Strawberry
Fields Forever seriam estendido às demais faixas
do álbum, outros elementos entravam em jogo: o amadurecimento
poético-literário da dupla Lennon & McCartney,
sua influência pelo cinema (após a experiência
dos filmes "A Hard Day’s Night",
"Help!" e os filmes experimentais de Paul) e
a mudança de comportamento devido as excursões
do Quarteto Fantástico ao reino do LSD.
Contudo, o fator que mais contribuiu para a produção
de "Sgt. Pepper’s" foi a decisão
dos Beatles de não tocarem mais em público, nas
apresentações mal conseguiam se ouvir. Queriam
gravar, voltar a compor, fazer o que gostavam e tinham talento.
Os Beatles vinham de três
anos intensos de estrada, shows, programas de tevê, filmagens,
sempre assediados por legiões de fãs e se sentiam
como uma espécie de pára-raios de toda a solidão
do mundo
A moda londrina, depois de Carnaby
Street, atingira o desvario total. E o último grito eram
roupas e bricabraques inspirados em uniformes vitorianos. A
maior hecatombe e seus estilhaços que atingiram um incomensurável
raio de ação foi gravado em 129 dias de 6 de dezembro
de 1966 a 1 de abril de 1967, lançado no primeiro de
junho do mesmo ano, apesar dos estilhaços não
houve bombardeios, explosões, alarmes, combates, nenhum
abalo nos alicerces da ditadura do presidente Costa e Silva,
no Brasil e nenhum sinal de paz nos combates no Oriente Médio.
Naquela data um grande contingente
correu às lojas atrás do oitavo disco dos Beatles,
intitulado "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band",
alguns estranhariam a capa, as roupas e os bigodes, os “velhos”
Beatles que efetivamente aposentavam os terninhos beatnik-edwardianos
e mudavam a percepção dos consumidores, ouvintes
e apreciadores da música pop, que experimentavam os ventos
da mudança que a música pop sofrera, para aqueles
que acompanhavam a carreira dos Fab Four.
"Sgt. Pepper’s"
pega pelos sentidos o contigente da contracultura embebida pelas
idéias sonoras de Pet Sounds dos Beach Boys,
pelo dadaísmo de "Freak Out!" de Frank Zappa
and the Mothers of Invention, o mundo psicodélico de
imediato reconhece os mínimos detalhes da perfeição
da sinfonia de sua geração - o experimentalismo
do psicodelismo inglês simultaneamente nos apresentaria
ainda "The Piper at the Gates of Dawn" dos Pink Floyd
e "Are you experienced?" de Jimi Hendrix Experience.
No mesmo mês em que lançam
"Sgt. Pepper’s" os Beatles aproveitam para assinar
um anúncio no London Times pedindo a legalização
da maconha.
A gravação de All
you need is love desencadeou a provocação
pela paz no planeta desencadeada com a inauguração
das transmissões de televisão via satélite
para todo o globo, com a participação de Mick
Jagger na platéia. Foi a primeira vez que os Beatles
se apresentavam com um visual diferente, sem os terninhos iguais
que usavam até então.
Delírio
Quando
John saía com uma tremenda música que evocasse,
digamos, sua própria infância, como em Strawberry,
Paul respondia com uma do mesmo calibre: Penny Lane.
A rivalidade criativa conservava os Beatles no topo - George
Martin.
Musicalmente, este supercompacto marcaria também o início
dos desafios que os Beatles levantariam à capacidade
criadora do produtor George Martin e que levariam à exuberância
sonora culminando nas soberbas orquestrações de
A Day in the Life a faixa que encerra o "Sgt.
Pepper’s".
Foi dentro desse clima que Paul
McCartney bolou uma canção intitulada Sgt.
Pepper’s Lonely Hearts Club Band.
— Por que não fazemos
o álbum inteiro como se a banda existisse e como se Sergeant
Pepper estivesse fazendo o disco?
Assim surgiu a banda de Sergeant
Pepper - sempre cercada por uma multidão - a própria
alma gêmea dos Beatles, vistos de uma maneira irônica,
antiquada e muito doida. E os quatro se sentiam muito à
vontade fardados de músicos numa bandinha de circo ou
de coreto, a versão psicodélica do Exército
da Salvação.
O tom e a forma do disco estavam
definidos. Naipes de metais, muitas cordas e sonoridades inusitadas
produzidas em estúdio. E como eles não se apresentariam
mais ao vivo, decidiram trazer para o estúdio a atmosfera
de um show.
Faltava edificar a loucura, as
fantasias e os desejos dos Beatles, para atender essas exigências
absurdas e impossíveis, o gênio de George Martin,
espectador privilegiado do processo criativo dos Beatles, produtor,
maestro e arranjador com plenos poderes para intervir, além
dessas qualidades um aficcionado por técnicas de gravação
e, se não fosse, os Beatles sozinhos não teriam
conseguido em apenas quatro canais registrar a usina sonora,
que entrou para história da música pop como a
sinfonia hippie nº 1.
A batuta de Martin comanda da
cartola os efeitos sonoros evocando a vida pastoral e campestre,
não apenas os mugidos das vacas, mas até os uivos
de uma alcatéia de lobos; a contratação
de uma orquestra de 41 figuras para tocar uma partitura em branco;
a busca de uma nota que só os cachorros pudessem ouvir;
o som de um órgão-a-vapor vitoriano para enfatizar
a atmosfera de época.
Sgt. Pepper’s Lonely
Hearts Club Band, a começar pela faixa-título,
digna abertura desta verdadeira suíte, com sua orquestração
vibrante, cheia de trompetes, trombones e tubas, criando um
clima de euforia e empatia com o público: It’s
wonderful to be here/ It’s certainly a thrill/ You’re
such a lovely audience/ We’d like to take you home with
us.
— Em Sgt. Pepper’s
você canta Nós gostaríamos de levar
vocês para casa conosco. Como você relaciona
este sentimento abrangente, tipo venham-sentar-no-meu-quintal,
das canções com a sua necessidade de privacidade
cotidiana?
John Lennon — Eu vejo a coisa de uma maneira
mais limitada, e de forma que quem estivesse por perto esperando
para falar com os Beatles falava comigo, mas é claro
que a coisa tem aspectos mais abrangentes. O conceito é
muito bom, eu já andei pensando a respeito e falei: Bom,
tá certo, deixa eles sentarem no meu quintal. Mas
é claro que isso não funciona. As pessoas entram
na casa, quebram as coisas, e daí você pensa: isso
não está bom, isso não funciona. Então
na verdade você está dizendo: Não fale
comigo.
Todos estamos sempre tentando
dizer coisas bacanas como essa, mas a maior parte das vezes
não podemos colocá-las na prática... noventa
por cento das vezes... e nas raras vezes que botamos na prática,
a gente faz isso junto, como gente. Você pode dizer isso
numa canção: Bem, seja o que for que eu tenha
dito a você aquele dia sobre sair do jardim, parte de
mim disse aquilo, mas realmente, no fundo do coração,
eu gostaria mesmo era de falar e me comunicar com você’.
Infelizmente nós somos humanos, sabe ”...
A Balada de John & Yoko - pelo editores de Rolling
Stone
Voltando às faixas, elas
vão-se uma após outra interligando sem interrupções
por uma série de encadeamentos sutis, nesta caixa de
surpresas musicais em que há de tudo para todos: Ringo
canta I get high with a little help from my friends,
a paisagem de sonho de Lucy in the Sky with Diamonds,
com suas Tangerinee trees and marmalade skies; Getting
Better, escrita em forma de diário. Eu era cruel
com minha mulher, e fisicamente com qualquer mulher. Eu batia.
Não podia me expressar e agredia. Briguei com homens
e bati em mulheres. Por isso é que sempre falo em paz,
você entende? É a gente mais violenta que fala
em paz e amor. Completamente o oposto. Mas eu sinceramente acredito
em paz e amor. Sou um homem violento que aprendeu a não
ser violento e que lamenta sua violência. Vou envelhecer
antes que possa reconhecer publicamente como eu tratava as mulheres
quando mais jovem - John. O hino de todos os drop-outs,
She’s Leaving Home; o impressionante fundo de
Being for the Benefit of Mr. Kite, com um turbilhão
de sons obtido de maneira impossível de duplicar-se:
Martin conseguiu efeitos variados de órgãos-a-vapor
gravados em fitas cortadas em diferentes tamanhos, jogadas no
chão do estúdio e editadas a esmo. Este método
nada ortodoxo reforçou a atmosfera de circo surrealista
da canção inspirada num velho cartaz que Lennon
encontrou num antiquário de objetos teatrais.
O terno retrato da velhice em
When I’m Sixty-Four, canção que
teria sido composta ainda nos tempos do Cavern Club, dedicada
por Paul ao seu pai que tinha justamente acabado de fazer 64
anos e voltado a casar; George e o seu karma na incursão
indiana Within You Without You - Acho que esta
é uma das melhores canções de George, uma
de minhas favoritas. Gosto dos arranjos, do som, da letra. Você
sente que sua cabeça é clara e sua música
também é clara. É seu talento inato que
aparece nessa música. George é responsável
pela introdução da música indiana neste
país. Esta canção é um bom exemplo
disso - John. Outro detalhe Good Morning, Good Morning,
de Lennon, é inspirada num comercial de tevê da
Kellog’s, por isso o galo no final. Nós costumamos
trabalhar sobre o nosso passado. Eu nunca me orgulhei muito
de Good Morning, Good Morning. Para mim, foi apenas
mais uma composição. Mas eu estava falando sobre
o meu passado, e acabou ganhando a garotada, porque fala de
mim na escola, tudo aquilo (...) Uma porcaria, sempre
achei isso. Eu sempre deixava a tevê ligada baixinho enquanto
escrevia. Acabei apanhando a frase e ai escrevi a canção
- John Lennon.
E, finalmente o lance maior daqueles
quatro meses de trabalho e loucuras: A day in the Life,
a façanha maior dos Beatles, na verdade duas canções
distintas, em letra e música, a primeira parte de John
e a segunda de Paul, que o gênio dos Beatles, uniu aos
conhecimentos técnicos de George Martin transformando-a
numa dimensão dramática, um pouco como nos filmes
épicos, para sublinhar os momentos culminantes de um
trecho. Uma mera leitura de notícias, escolhidas num
jornal, guarnecida com comentários oníricos, notas
visuais e textos de movimentos, a linguagem pop dos anos 60.
A
Day in the Life... essa foi um barato, eu curti. Foi um
belo trabalho meu e de Paul. Eu tinha a parte I read the
news today, e o Paul se ligou. De vez em quando a gente
realmente se liga num pedaço de composição
e ele só diz yeah... bang bang, assim mesmo.
A música aconteceu lindamente, e nós a arranjamos
e ensaiamos um dia antes, coisa que normalmente não fazemos.
Mas nós todos sabíamos o que estávamos
tocando, todo mundo entrou na música. Foi um grande barato,
o lance com essa música. Paul cantou metade e eu cantei
metade. Eu precisava de uma segunda parte para ela, mas aí
eu já estava querendo forçar a coisa. Mas o resto
tinha saído suave, fluente, sem segunda parte, e além
do mais o Paul já tinha uma idéia para ela. Tem
um pouco a ver com o 2001, você lembra - John Lennon.
I read the news today oh
boy, canta Lennon, com uma doce falta de esperança.
Relembrando novos itens de morte, guerra e de absurdos, o refrão
I’d love to turn you on, nos remete ao programa
vital de Timothy Leary fundindo à experiência dos
Beatles com as drogas e o desejo de transcender os horrores
de uma civilização em processo de naufrágio.
Verso que irritou e atiçou os guardiães das ondas
sonoras estatais. Estranhamente os censores estavam a procura
de letras relacionadas à abertura da mente sem as compreender,
era preciso que eles próprios tivessem experimentado.
A canção provocou muito barulho porque a BBC,
em pleno período de paranóia repressiva (vide
a prisão dos Stones) a proibiu nas suas emissões.
Via nela, alusões alucinógenas. Ora, todos os
fatos relatados eram inegavelmente reais, materiais, tangíveis.
É evidente que as palavras tinham realmente existido
na semana em que a canção foi composta”
morte do herdeiro da família Guiness num acidente de
carro em Londres – he blew his mind out in a car -
to blow his mind com o sentido de rebentar a cabeça
com uma substância; a permissão de se fumar na
parte superior dos ônibus (find my way upstairs and
had a smoke) mas segundo a BBC o fumo era outro; uma notícia
no Daily Mail sobre 4.000 buracos em Blackburn, Lancashire
- e a alusão devia estar muito bem camuflada.
O final de A day in the life
tinha de ser, nas palavras de John, ‘um som evoluindo
do nada até o fim do mundo’. Aquela foi a noite
em que George Martin se defrontou com uma orquestra sinfônica
de quarenta e uma figuras e anunciou que o que eles iam tocar
não estava em nenhuma partitura. Ele apenas lhes indicaria
as notas mais altas e mais graves que deveriam tocar, na base
de cada um por si. A canção, em sua forma final,
foi gravada em Abbey Road, em meio a uma reunião de gala
de pop-aristocratas como Mick Jagger e Marianne Faithfull. A
orquestra compareceu vestida a rigor e usou também máscaras
de carnaval fornecidas pelos Beatles Um violinista de renome
tocou escondido atrás de um nariz vermelho de palhaço;
outro segurou o seu arco com uma pata de gorila. O Estúdio
Um estava agitadíssimo, com roupas multicoloridas, túnicas
orientais, bebidas finas e nuvens de fumaça em cores
exóticas. Os quatro Beatles estavam atrás dos
seus estandes de música tocando trompete, com Brian Epstein
numa cadeira no meio deles. Seus bigodes os haviam envelhecido:
era Brian, em sua última fotografia com os Beatles, que
subitamente parecia um garoto. Como ocorre com todas as obras-primas,
o mais difícil era o final. Eles tinham preenchido cada
faixa, e cada estria de silêncio entre as faixas, até
o último imenso eco-acorde no término de A
day in the life, que trancava o álbum como a tampa
de um sarcófago. Tinham trabalhado das sete da noite
até as três da manhã simplesmente para produzir
alguns compassos de algazarra para os últimos sucos do
disco. Os Beatles estavam diante do microfone quando Ringo de
repente falou:
— Acho que vou cair.
E caiu, para ser apanhado como
uma boneca nos braços de
Mal Evans. O
toque final foi uma nota de 20.000 Hertz de freqüência,
audível somente para cães.
A penúltima música,
uma reprise de Sgt. Pepper’s, deveria ser a última,
mas o acorde final de A day in the life, com exatos
42 segundos, não admitia outro fecho. O número
termina com um crescendo gigantesco, aumentando como o gemido
do coração angustiado da cidade.
Sgt. Pepper’s Lonely
Hearts Club Band (Reprise) foi a última música
do disco a ser gravada. A gravação durou menos
de um dia e o clima de excitação no estúdio
era tangível. Quando o disco acabou de ser gravado o
grupo deixou o estúdio em Abbey Road ao amanhecer do
segundo dia de abril de 1967 levando o acetato debaixo do braço
e seguiu para o apartamento de mamma Cass Elliot em Kings Road.
Às seis horas da manhã eles abriram as janelas
da casa, puseram os alto falantes virados para a rua e tocaram
o acetato em volume máximo para os telhados de Chelsea.
Ruídos de todos os tipos,
do badalar de sinos às palmas e interjeições
da platéia de um hipotético circo, estilos musicais
que vão do rag à raga, da banda de mafuá
à jazz-band, misturando sitars orientais a cordas ocidentais,
uma exuberância orquestral que une a guitarra do rock
a sons pré-fabricados em estúdio - "Sgt.
Pepper’s" foi uma autêntica revolução
na música do seu tempo, rompendo todas as barreiras (Paul
McCartney estudou os esquemas sonoros de Karlheinz
Stockhausen, devidamente
homenageado com a inclusão do seu rosto na colagem fotográfica
da capa do disco).
Assim, no final do disco tinha-se
uma sequência de músicas fantásticas mas
sem relação umas com as outras. O que, por exemplo,
Lucy in the Sky with Diamonds tem a ver com When
I’m Sixty Four? “Como seus autores, Pepper’s
foi mais em seu todo do que a soma de suas partes”, avalia
Martin.
A capa, uma colagem, repleta de
ícones que ainda hoje desafiam muita gente, foi a primeira
da história da música pop a ter um tratamento
próprio. A idéia de convidar Peter Blake, pioneiro
da pop art, para conceber a capa partiu dos próprios
Beatles, assim como as sugestões dos personagens que
figurariam no fundo da foto. À exceção
de Ringo, cada um apresentou sua lista e, no final, já
com a capa pronta, descobriu-se que Shirley Temple aparecia
três vezes!
O mesmo clima de loucura se instalou
no estúdio do fotógrafo Michael Cooper, em Chelsea,
onde foi feita a foto para a capa do disco. Os Beatles, com
seus coloridos uniformes de cetim especialmente desenhados pela
artista americana Jann Haworth, cada um empunhando um instrumento
musical, contrastavam com as quatro figuras de cera - os Beatles
de uma encarnação anterior dos tempos inocentes.
Em primeiro plano, o nome Beatles estilizado por flores, ao
estilo indiano, vários potes de plantinhas que tinham
de ser regadas a todo momento para não murcharem sob
as fortes luzes da iluminação fotográfica.
Ao fundo, uma colagem de quase uma centena de rostos do panteão
pop e da nostalgia particular dos Beatles. Esta
colagem foi objeto de uma longa discussão entre os Beatles
e a gravadora EMI, que em princípio era totalmente contra
a idéia da capa, achando que todas as pessoas vivas retratadas
nela abririam processo. Duas das maiores autoridades legais
britânicas foram convocadas e pronunciaram-se também
contra:
— Todo mundo vai processar.
E Paul:
— Todo mundo vai adorar...
Finalmente, chegou-se a um acordo:
os Beatles indenizariam a Emi com a soma de 40 milhões
de dólares para cobrir possíveis ações
legais instauradas por Tom Mix, Fred Aistaire ou qualquer outro.
O ator Leon Gorcey seria retirado por ter solicitado uma gratificação,
a pedido da EMI, Gandhi também seria retirado da capa,
onde figurava entre a atriz Diana Dors e o pugilista Sonny Liston.
— Precisamos do mercado indiano
- alegou a gravadora - e eles nunca nos perdoariam.
Além disso, Brian Epstein
teve de sair à caça da autorização
de cada uma das 62 personalidades vivas que figuravam na colagem.
Impacto
Brian Epstein, faleceu vítima ao que parece, de excesso
de drogas, ainda que se atribua igualmente o seu falecimento
a um suicídio provocado por forte depressão.
Os
Beatles estavam certos: quanto a qualquer celebridade viva se
sentir lisonjeado pela aparição sem cachê
na capa do seu álbum. E não menos curiosa era
a expectativa dos Beatles diante do lançamento. Receosos,
achavam que tinha ido longe demais, que a crítica não
gostaria e o público não estava preparado. Desta
feita enganaram-se. Num clima de aclamação geral
foi recebido o tão esperado "Sgt. Pepper’s"
que correspondeu à espera do público cativando
sua imaginação como nenhum outro disco fizera.
Não por ser um álbum conceitual, diferente ou,
impossível de ser reproduzido ao vivo que "Sgt.
Pepper’s" obteve o êxito desejado. O impacto
residia na perfeita síntese da trip existencial dos anos
60, traduzida a inquietação, a liberdade em letras
e sons que capturavam o otimismo do espírito da época,
outros álbuns psicodélicos, ficaram históricos
mas nenhum outro abria os portais de maneira generosa para o
misticismo oriental, o power-flower, as reminiscências
mais doses que nós guardamos nesta terra chamada infância
de onde John, Paul, George e Ringo nos legaram a volta da percepção
desativada após a tenra idade.
Cada década traz apenas
um ou dois momentos autenticamente memoráveis. Em regra,
só a guerra, ou uma grande tragédia, consegue
penetrar nas preocupações de milhões de
pessoas ao mesmo tempo para provocar uma emoção
única e concentrada. E, no entanto, em junho de 1967,
tal emoção surgiu, não da morte nem de
nenhuma catástrofe, mas da simples audição
de um disco. Existem, até hoje, milhares de britânicos
e americanos; que podem descrever exatamente onde estavam e
o que faziam na ocasião em que ouviram pela primeira
vez o "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band".
Aquela música, tão poderosa como o assassinato
de Kennedy ou o primeiro pouso do homem na Lua, evoca um tempo
e um local exatos, uma emoção que os anos ou a
idade não enfraqueceram. A lembrança é
a mesma para todos - como retiraram o disco brilhante da sua
colorida capa; como não podiam acreditar no que ouviam,
inicialmente, e tiveram de tocar aquela música repetidas
vezes. ("Shout!" - Philip Norman).
Num dia quente de sol, Rosemary
e eu fomos até o acampamento principal e encontramos
a comunidade inteira reunida em volta de uma vitrola a pilha.
Juntamo-nos a eles para ouvir pela primeira vez Sergeant Pepper’s
Lonely Hearts Club Band, obra que provavelmente melhor sintetizou
o Verão do Amor. O álbum foi a declaração
mais influente, através da mídia, das realidades
múltiplas e tornou-se um clássico instantâneo
da cultura de drogas. O demógrafo Landon Y. Jones afirmou
que, quando esse álbum dos Beatles foi lançado
em 1967, pelo menos um crítico o citou como ‘o
mais próximo que a Civilização Ocidental
chegou da unidade desde o Congresso de Viena em 1815. (Timothy
Leary, em "Flashbacks").
Para
muitos, "Sgt. Pepper’s" foi um evento que marcou
época, o ingresso do rock nas artes maiores. Kenneth
Tynan disse que esse álbum é um momento decisivo
na história da civilização ocidental. No
entanto, alguns críticos acharam que arte maior era justamente
o que o rock não deveria ser.
A capa da Time era um
reflexo do curioso fenômeno de 1967: os setores mais esclarecidos
do Establishment começavam a adular os Beatles
e toda a cultura (ou contracultura) que vinha atrás deles:
Eles lideram uma evolução em que o melhor
dos sons atuais pós-rock se tornando uma coisa que a
música popular nunca foi antes: uma foram de arte
- Revista Time, na reportagem de capa sobre os Beatles,
em que cita ainda uma visão freudiana, pelo psicanalista
Ner Littner: Seu ritmo bem marcado parece trazer ecos das
primeiras experiências significativas, como a serenidade
fetal intra-uterina que reverbera repetitivamente na cadência
das batidas do coração materno.
Um
barômetro do nosso tempo - Suplemento Literário
do Times.
Um momento decisivo na história
da Civilização Ocidental - Kenneth Tyna,
crítico de cultura.
Um novo e dourado Renascimento
da Canção - The New York Times Review of
Books.
A day in the life é
a Waste Land dos Beatles Jack Kroll. Revista Newsweek,
compara as letras de Lennon & McCartney à poesia
de T. S. Eliot.
Voltando a questão da arte
maior, o crítico Nick Cohn perguntou O que existe
de tão grande na arte?, insistindo em afirmar que
os Beatles voaram para um limbo. Nick Cohn, preservava
o espírito mais anárquico e básico do rock’n’roll
futuramente não teria razões para maldizer sua
interrogação, Sgt. Pepper’s jogou
no ostracismo por uma década o rock’n’roll
adolescente e depois da febre, o acid-rock teve de aumentar
o volume e se transmutar em heavy-metal, o oposto do art-rock
levado a exaustão depois dos Beatles, quando vários
músicos julgaram-se tão talentosos como seus predecesores,
mas os tempos eram outros.
Foi necessário uma década
para no verão de 1976, as guitarras distorcidas e enérgicas
como os grupos pré-Swinging London, voltarem a serem
ouvidas e gravadas nos estúdios acostumados ao experimentalismo,
nesse ponto Nick Cohn, poderia orgulhar-se ao lado de todas
aquelas bandas que as flores enterraram...
Jack Kroll, que comparou A
Day in the Life com The Waste Land, o poema apocalíptico
de T.S. Eliot encontraria eco na sua comparação
segundo ele mesmo na “frase magnífica” de
Ian MacDonald, o autor de Revolution in the head, iluminadora
pesquisa sobre a carreira dos Beatles: O fato de a
canção atingir sua meta transcedental através
de um confronto potencialmente desilusionador com o mundo ‘real’
é justamente o que torna tudo tão comovente.
O mais inovador e revolucionário
disco das décadas de 60 e 60, Sgt. Pepper’s
Lonely Hearts Club Band, é um marco cultural do nosso
século por três razões: foi o primeiro álbum
conceitual de rock a alcançar o hit-parade;
nele os Beatles mostraram que um estúdio podia fazer
mais coisas do que gravar simples canções e também
porque eles sintetizaram em um álbum tudo aquilo que
o mundo musical da época pensava dentro de padrões
que até hoje não foram contestados.
Richard Goldstein, guru pop do
avançado jornal Village Voice, de Nova York,
chamou o disco Sgt. Pepper’s de “fraudulento”.
As canções de
Sgt. Pepper’s demonstram uma compreensão
dos princípios da lavagem cerebral. Declaração
da Organização ultra-cristã e direitista
John Birch Society.
Havia
uma época em que eu era o avant-gard dos Beatles
- mais ou menos na época de Sgt. Pepper’s.
O LP foi basicamente minha influência. Foi minha a idéia
de fazermos de conta de que éramos outro grupo... John
estava vivendo coma mulher e o filho em Weybridge e eu era o
solteiro do grupo - morando sozinho em Londres, ligadíssimo
no que estava se passando. Foi uma época muito rica.
Eu costumava fazer filmes de oito minutos e os projetava quadro
a quadro - flick, flick, flick, - duravam uma hora
quando deveriam durar no máximo dez minutos. Lembro-me
ter mostrado os filmes para Keith Richards e Antonioni - ele
estava em Londres filmando
Blow Up.
Foram noitadas boas. Foi eu quem introduziu
John a muitas das coisas que estavam acontecendo. Na verdade,
muitas pessoas não sabem mas Yoko veio a minha casa antes
de ter conhecido John. Foi para um lance de caridade - um acontecimento
meio avant-garde, alguma
coisa a ver com John
Cage ou algo assim - e ela
queria letras e manuscritos. É horrível, mas eu
não lhe dei nenhuma de minhas letras - egoísmo,
sei lá. Mas eu lhe disse, ‘Tem um amigo meu que
talvez possa lhe ajudar. Meu camarada, John’. (Paul
McCartney, Rolling Stone, 11 set. / 1986. Entrevista
a Kurt Loder.).
Sgt. Pepper’s foi chamado
de álbum conceitual, isso quando já tínhamos
acabado. As pessoas diziam: ‘Uau! Que álbum conceitual,
é isso aí’. E nós: Que é isso?
O que significa álbum conceitual? São um monte
de músicas. ‘Não, diziam eles, tem profundidade,
tem conceito!’. Não entendi até hoje. Escolher
um tema é apenas algo um pouco diferente, torna as coisas
mais fáceis. Tendo um tema, você pode jogar com
as músicas, fazer ligações. No final, a
gente acaba mudando a ordem de tudo’ - (Paul McCartney,
Amiga, set. / 1979).
Vinte
e sete anos depois de lançado na definição
de George Martin, seu produtor e arranjador: “Uma granada
de fragmentação musical que explodiu com um impacto
que ainda se faz sentir”. Nenhum exagero. Esta declaração,
pertence ao livro "Paz, amor e Sgt. Pepper’s",
olhar crítico que George Martin, arranjador de todos
os discos dos Beatles, exceto "Let it Be", lançou
sobre os estúdios de Abbey Road nos seis primeiros meses
de 1967 e disseca o álbum que expandiu as fronteiras
do pop para os limites até então inauditos.
George Martin precisou de seis
meses para produzir "Sgt. Pepper’s", e quase
três décadas para explicá-lo em 194 páginas.
Em Sgt. Pepper’s,
George Martin, vetou It’s only a Northern Song,
uma música de George Harrison, “porque não
estava à altura do disco” e fez cara feia para
Lovely Rita.
“Pepper’s articulou
aquele sopro de vida e energia que varreu a Grã-Bretanha
nos anos 60”, opina. Aliás, este caleidoscópio
de sons e imagens, letras impenetráveis, deu origem a
centenas de interpretações. As iniciais de Lucy
in the sky with diamonds seriam um acróstico para
LSD? George Martin ignora essa e outras histórias mas,
confirma que eles usavam drogas “fora do estúdio”
e encerra a questão com uma definição cúmplice
e sábia de Sgt Pepper’s: “O mundo olhou para
ele e viu o que quis”. E
como olhou e ouviu.
Felizmente diferente do disco,
o livro tem narração simples e linear. A pretexto
de revelar os bastidores do álbum, George Martin monta
uma bela crônica sobre sua convivência com os Beatles.
Revela, por exemplo, que o disco custou 25 mil libras, preço
hoje de uma fita de demonstração, e consumiu 700
horas de gravação. Ele queixa-se da pão-durice
da Emi, mesmo diante de um grupo que lhe rendia milhões.
As gravações começavam sempre às
19h e George Harrison tinha que arrombar o cadeado da geladeira
do estúdio para conseguir leite para o chá.
No final do livro Martin faz uma
comparação entre os discos dos Beatles. E afirma
que "Sgt. Pepper’s" não é o melhor
disco dos Beatles, mas disparado o mais inovador. Explodiu barreiras,
aproximou o clássico do popular e ganhou lugar na história.
E é o único disco
dos Beatles em ouro e no leilão da Sotheby Park Bernet,
uma cadeia de lojas do Japão arrematou o disco.
Quando o LP "Sgt.
Pepper’s" está concluindo uma estadia de oito
semanas em primeiro lugar entre os mais vendidos, Brian Epstein
comete suicídio. Ele tinha-os iniciado em muitas coisas:
a estar em palco, na linguagem e, mais tarde, no ácido.
“Epstein já tomava LSD há muito tempo quando
os Beatles se começaram a interessar por isso”.
“Preciso continuar a tomar
conta dos meninos. Não posso deixar que eles tomem contato
com o jogo sujo dos negócios, com o lado desonesto do
show-business. Caso contrário, eles podem até
dissolver o grupo...”. (Brian Epstein).
O grupo nunca mais será
o mesmo, mas mesmo assim começam os trabalhos do terceiro
filme do grupo, "Magical Mystery Tour". A
BBC apresenta o filme feito especialmente para a tevê
um dia depois do natal de 1967.
Well
fuck you like Superman
Edvar
Ribeiro, na edição nacional original de Sgt.
Pepper´s, no espaço após A day
in the life, para frente e para trás - fazendo
inner groove - me mostrou Paul dizendo We'll fuck
you like Superman
Devo
ter feito umas mil viagens. Eu tomava ácido o tempo todo,
como se fosse bala. John Lennon
Antes
da viagem à Índia, para encontrarem-se com o Maharishi
Mahesh Yogui, os Beatles organizaram, por iniciativa de Brian
Epstein, um festa na casa deste último, em Sussex. Na
festa seriam servidos diversos tipos de drogas junto com os
driks. Mas, como havia problemas em conseguir o LSD na Inglaterra,
os Beatles bolaram um plano para contrabandeá-lo dos
Estados Unidos, onde um químico de confiança preparava
a droga e poderia fornê-la. Enviaram uma equipe de filmagem
a San Francisco, com a finalidade aparente de documentar o festival
de Monterey, só que os direitos de filmagem do festival,
no entanto, pertenciam a uma empresa norte-americana, e as câmeras
enviadas pelo grupo não puderam sequer entrar no local.
Na verdade, eles já sabiam
dessa proibição e tudo não passava de um
plano para transportar o LSD para Londres. O ácido foi
colocado no interior das câmeras e passou, sem maiores
problemas, na alfândega britânica.
Para a trip-party na
casa de Epstein, foram convidadas diversas celebridades, entre
as quais o stone Mick Jagger e o artista plástico Andy
Warhol. Lennon, aproveitando a ocasião, resolveu decorar
o seu Rolls-Royce com desenhos psicodélicos, para chegar
abafando na festa. Ele foi pessoalmente ao aeroporto buscar
as câmeras contendo a carga de LSD. No
trajeto do aeroporto até a casa de Epstein, Lennon e
um casal amigo, Derek Taylor e a e sua esposa, foram tomando
um chá com doses de LSD e já chegaram na festa
viajando. O episódio mais sério ocorrido nesta
festa foi protagonizado pela esposa de Lennon, Cynthia. Sob
os efeitos do alucinógeno, ela subiu ao terceiro andar
da casa e ameaçou se jogar no jardim, sendo interceptada
no último instante.
Durante as gravações
de Sgt. Pepper’s, brincando com as fitas, ouvindo-as
em velocidades diferentes, Paul descobriu que seu nome, tocando
a fita de trás para diante, soava como Ian Iachimoe e
chegou a publicar um conto com este pseudônimo. Era também
o nome que usava como código para distinguir as cartas
de amigos daquelas mandadas aos milhares pelos fãs. Uma
das provas de que Paul McCartney “teria morrido”
poderia ser obtida no final da canção Strawberry
Fields Forever, que, tocada de trás para a frente,
podia ser decifrada como John dizendo “Eu enterrei Paul”.
Quinze dias após o lançamento
de Sgt. Pepper’s, nas vésperas de completar
25 anos, Paul confessou à revista Life que tinha
tomado LSD. O jornal Daily Mail o chamou de “idiota irresponsável”.
E o líder evangelista Billy Graham organizou uma série
de orações para que a juventude inocente do mundo
não seguisse o exemplo de Paul. Seis meses após
a revelação, Paul
voltou a tocar no assunto:
Michael Braun — Você
já usou (ou usa) drogas para se inspirar?
Paul McCartney — Há
cerca de dois anos, eu tomei LSD por quatro vezes e cada viagem
durou mais ou menos seis horas. Provei para ver como era e porque
tinha lido muita coisa sobre o assunto. E conclui que, se os
estadistas fizessem a mesma coisa, poderiam eliminar as guerras
e a pobreza de uma vez por todas. Não sou, não
fui e jamais serei um viciado em qualquer tóxico e de
nenhuma forma aconselho a que as pessoas usem tóxicos.
Mas não posso esconder a verdade de que o LSD transformou-me
momentaneamente em membro de uma sociedade melhor, mais honesta
e mais tolerante. Mais próxima de Deus, portanto.
Na época de Sgt. Pepper’s,
John imagina um problema de afinação com a sua
voz, que achava horrível. E pedia a Martin o tempo todo
que a modificasse por meio de recursos eletrônicos. Muitas
vezes, Lennon foi visto cantando através de um tubo de
papelão, que dava um efeito especial aos seus vocais.
Mas as excentricidade não eram “apenas” musicais
ou psicodélicas.
Dos Beatles, John era o mais extravagante
e usava seu dinheiro e poder para satisfazer todos os seus caprichos.
De repente, às duas da manhã, no estúdio,
chamava seu assistente Mal Evans, e ordenava:
— Maçãs,
Mal!
Algum tempo depois, Mal voltava
carregando uma caixa de maçãs frescas que acabara
de comprar no mercado de Covent Garden. Ou então John
dizia:
— Meias, Mal!
E o chão do estúdio
logo ficava atapetado com pares e pares de meias multicoloridas
que John ia provando uma atrás da outra. Fala-se também
de um liberal consumo de euforizantes durante estas sessões,
freqüentadas por jornalistas, amigos dos Beatles e celebridades
do mundo pop.
“Ele parecia meio doidão,
como se tivesse ficado viajando a noite inteira, sem ter dormido
um minuto. Sua silhueta comprida e magra estava coberta por
uma camada de gordura, resultado de edemas causados pela droga
e de muita dissipação. O cabelo estava pegajoso
e emaranhado e ele, de uma maneira geral, parecia que não
tomava banho há algum tempo. Por trás dos óculos
de aro metálico, as íris eram dois pedacinhos
de carvão, e as pálpebras, duas janelas quase
caindo.
(...) Aos 28 anos ele era virtualmente um viciado; com raríssimas
e breves exceções, ele esteve ligado e/ou bêbado
quase todos os dias de sua vida, desde que Cynthia o conheceu.
Numa prateleira do solário havia um pilão e um
almofariz brancos, de farmácia, onde ele misturava todas
as combinações possíveis de bolinhas, barbitúricos
ou drogas psicodélicas.
(...) Sempre que se sentia cair das alturas a que o barato o
levava lambia o dedo, mergulhava-o nos ingredientes do almofariz
e chupava o que vinha. Em algumas de suas viagens de ácido,
ele ficava ligado durante semanas, até que todas as cores
se apagassem e ele visse as coisas em preto e branco ”.
("(The
Love You Make, Peter Brown e Steven Gaines).
Jann Wenner - Durante quanto tempo
você tomou LSD?
John - Durante anos. Eu devo ter
feito umas mil viagens .
— Literalmente mil
ou umas duzentas?
— Muitas. Eu tomava um ácido
atrás do outro.
— Durante quais álbuns?
— Não sei.
No estúdio eu nunca tomava. Uma vez tomei, pensei que
estava tomando um excitante. Não estava em condições
de segurar uma viagem. Não me lembro que disco era. Mas
tomei e percebi... de repente me senti superamedrontado diante
do microfone. Disse, que é isso?, me senti doente (...)
Disse: preciso tomar um pouco de ar. Eles me levaram para a
cobertura e George Martin ficou olhando pra mim de um jeito
estranho. Aí eu saquei que deveria ter tomado ácido
(...) — Os outros Beatles tomaram tanto LSD como
você?
— George acho
que sim. (...) Acho que George também era ‘jogo
duro’. Fomos provavelmente os que mais tomaram .
(George Harrison renunciou ao uso do
LSD quando reparou no mágico efeito do sitar e descobriu
nele "um caminho espiritual até Deus".
"Deus no som".
(...)
Acho que o LSD chocava profundamente Paul e Ringo.
— Você teve
muitas bad-trips?
— Sim. Muitas, Jesus
Cristo, eu parei de tomar por causa disso, sabe? Eu simplesmente
não aguentava. (...).
John - Então parei não
sei por quanto tempo. Recomecei a tomar um pouco antes de conhecer
Yoko. (...) Li um negócio de que o ácido poderia
destruir o seu ego. (...) Estávamos entrando num jogo
em que todo mundo entrava e me destruí. (...) Destruí
o meu ego. Não acreditava que eu pudesse fazer qualquer
coisa, deixava as pessoas fazerem o que queriam. (...) Eu não
era nada, eu era uma bosta. (...) E então fiz uma viagem
com Derek Taylor (...) e ele disse coisas do tipo ‘você
está bem’, e ele me mostrava as canções
que eu tinha escrito e dizia: ‘você escreveu isso,
e você disse isso, e você é inteligente,
não fique com medo’. E na semana seguinte eu saí
com Yoko e a gente tomou outro ácido e ela me fez realizar
completamente que eu era eu e que estava tudo bem. E foi isso,
e eu comecei a lutar novamente e a falar alto de novo, dizendo
‘posso fazer isso’ e ‘fodam-se’, ‘é
isso que eu quero’ e ‘eu quero e não me encha
o saco’. E fiz isso. É assim que estou agora ”.
(Rolling Stone, dez. / 1970 - jan. / 1971).
David Sheff — Você
ainda toma ácido?
John — Há muitos
anos que não. Um cogumelozinho ou um peiote eu não
dispenso, sabe, talvez duas vezes ao ano, algo assim. Mas ácido
é um produto químico. E gente ainda toma, mesmo
que nós não ouvimos falar disso mais. Mas as pessoas
ainda estão visitando o cosmos. Só que ninguém
fala sobre isso, você acaba na cadeia.
Precisamos sempre lembrar de agradecer
à CIA e ao exército pelo LSD. Isto é o
que o povo esquece. Tudo é o contrário do que
realmente é, não é? Eles inventaram o LSD
para controlar o povo, e o que fizeram foi nos dar a liberdade.
Às vezes trabalha-se de modo misterioso assombrando até
pelo executado. Mas a verdade é que o inferno executa-os.
Se você der uma olhada no
relatório do governo sobre ácido, os únicos
que pularam de janelas por causa dele foram os que estavam no
exército.
Eu nunca conheci ninguém
que tenha pulado da janela ou tenha se suicidado por causa dele.
Vamos e venhamos, até a filha de Art Linkletter que não
usava ácido quando pulou de uma janela, isto aconteceu
vários anos depois.
David Sheff - Um flashback
(regressão)?
John — Nunca conheci
alguém que tivesse um flashback. Eu nunca tive um flashback
em minha vida, e já tive milhões de viagens nos
anos 60. Nunca conheci alguém que tivesse tido problema.
Eu tive péssimas viagens e outras pessoas também
tiveram péssimas viagens, mas eu já tive viagens
ruins na vida real. Já tive viagem ruim com um baseado.
Eu fico paranóico apenas por sentar num restaurante.
Não preciso tomar nada.
Ácido só é
vida real no cinemascope. Qualquer experiência que você
já teve, é o que você teria de ter, de qualquer
maneira. Eu não estou fazendo apologia - e fora com todos
seus julgamentos - e eu não uso porque é químico.
Mas todo esse lixo sobre o que ele fez às pessoas não
passa de lixo. "The Playboy Interviews with
John Lennon & Yoko Ono - Interviews conducted by
David Sheff". Edited by. G. Barry Golson.
Certa vez, em Londres, recebendo
um prêmio chamado Coração de Prata (Silver
Heart), John ironizou, no microfone, diante de figurões
“caretas”, que os Beatles estavam muito felizes
por receber ali o Purple Heart. A platéia delirou.
Purple Heart era o codinome do Mandrix.
Derek Taylor, assessor de imprensa
dos Beatles, levou para Londres o LP Pandemonium Shadow
Show, do cantor americano Harry Nilsson e o mostrou a John.
Os Beatles ficaram ouvindo o disco vinte e quatro horas viajando
de ácido perto de um lago.
Quando do lançamento da
Apple em Londres, os jornalistas perguntaram quanto ao cantor
favorito do grupo. E eles disseram que era Harry Nilsson Desta
vez indagados quanto ao grupo favorito, repetiram: —
Harry Nilsson.
“Lembro-me de uma noite
que estávamos deitados de costas viajando de ácido
a mil, quando telefonou um cara com sotaque estrangeiro. John
pegou o telefone e falou: ‘Yah... yah... uummm... yah
sure, cheese cheese’. Era sua maneira de dizer sayonara,
arriverdeci, aí eu caí na risada” - Harry
Nilsson.
Documentário Vinte
anos hoje!
Exibido
pela TV Cultura, a 16 ago. / 1988, em duas partes, com o título
de Beatles e a Banda do Sargento Pimenta. As vinhetas
do programa traziam uma versão animada da colagem que
ilustra a capa do LP.
Londres
- Aproveitando o aniversário dos Beatles, um grande documentário
realizado para televisão escavou pura nostalgia para
revelar e explicar a era psicodélica.
O documentário "It
Was Twenty Years Ago Today - Faz 20 Anos Hoje", de 105
minutos, produzido pela Granada Television e exibido a 1º
de junho de 1987, comemorou o vigésimo aniversário
do oitavo álbum dos Beatles, "Sgt. Pepper’s
Lonely Hearts Club Band.
No documentário também
chamado de “um filme que celebra o ano de 1967”,
o ex-beatle George Harrison em uma das entrevistas comenta:
- “Aquele ano durou 50 anos”. “A coisa toda
foi como uma minirenascença”.
“Naquele verão houve
uma revolução social, sexual e musical e o 'Sgt.
Pepper’s' estava no coração dessa revolução”,
afirmou o diretor e produtor John Sheppard, na pré-estréia.
“Foi o ano dos hippies,
da paz e amor, do poder das flores e do verão do amor.
No mundo todos os jovens buscavam novas maneiras de viver e
procuravam construir um futuro melhor. A esperança pairava
no ar”.
Contudo, existe um peculiar vazio
de memória em torno dos acontecimentos de 1967. Poucas
pessoas com menos de 35 anos se lembram de alguma coisa. Poucas
pessoas com mais de 50 anos podem afirmar que compreenderam
a época. Muito dos que estiveram realmente envolvidos
possuem a memória enevoada pelas drogas leves da era.
“Se você se lembra
realmente dos anos 60 é porque não os viveu”,
disse Paul Kantner do grupo Jefferson Airplane.
Segundo os produtores Simon Albury
e John Sheppard, o filme mostra pela primeira vez os caminhos
que ligam uma série de acontecimentos confusos - a “levitação
do Pentágono”, o San Francisco Be-in”, o
festival Pop de Monterey e os eventos que se sucederam em Londres,
Nova York, Los Angeles, Amsterdã onde as pessoas usavam
bicicletas brancas e deixavam na rua para a próxima,
Berlim e Paris.
O
valor do documentário é imenso só pelas
imagens coletadas. A fachada do famoso estúdio de Abbey
Road, manifestações de hippies e confrontos com
a polícia, imagens de arquivo com John Lennon, Bob Dylan,
o iogue Maharishi Maresh, uma hilariante sequência em
que um ônibus de turista passeia por San Francisco enquanto
o motorista dá explicações a velhas senhoras
sobre o modo de vida e as idéias hippies, Mick Jagger
saindo de um camburão imitando um pássaro e carregando
atrás o policial a que estava algemado. É emocionante
também ver clássicos como California Dream,
2000 Light Years From Home, Mr. Tambourine Man
(Byrds), e Whiter Shade of Pale, com o Procol Harum.
O
programa explica como foi idealizada a famosa capa do Sgt.
Pepper’s relaciona a música dos Beatles com
18 dos maiores nomes dos anos 60 entre eles Timothy Leary, Abbie
Hoffman, Allen Ginberg, Peter Fonda, Jimi Hendrix e Pink Floyd,
Janis Joplin e os Rolling Stones.
Além do documentário
para a televisão, um livro com o mesmo nome foi lançado
nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. O autor é
Derek Taylor, que organizou o Festival de Monterey e esteve
intimamente envolvido com os Beatles. Taylor, muito entrevistado
no It Was Twenty Years Ago Today, foi consultor-geral do programa.
O álbum "Sgt. Pepper’s" em si - que ainda
vende em todo o mundo, após alcançar um total
geral de 30 milhões de cópias vendidas - foi relançado
em disco a laser na data da comemoração.
O que emerge com maior força
no documentário é uma saudade da inocência
e energia do sentimento de que “as coisas têm que
melhorar”, que parece ter-se perdido ao longo desses últimos
20 anos.
“Todas as imagens mais recentes
dos anos 60 são apresentadas como uma euforia produzida
por drogas, e como se tudo tivesse sido um fracasso”,
afirma Coyote no documentário.
“Não acho que tenha
sido um fracasso. Os tempos estão mudando realmente”.
Paul McCartney admite ter usado heroína e cocaína
McCartney fez admissão em entrevista a revista
britânica
2º jun. / 2004 - O ex-beatle
Paul McCartney revelou ter tomado heroína e cocaína,
no auge do sucesso de sua lendária banda.
Em entrevista à revista
britânica Uncut, McCartney disse que não sabia
que havia provado heroína. "Não me dei
conta de que havia usado. Me deram algo para fumar, e eu fumei.
Mas não me afetou em nada", afirmou.
O ex-beatle disse também
ter usado cocaína "por cerca de um ano",
mas acrescentou "nunca ter sido louco" pela droga.
De acordo com o cantor e compositor,
as drogas ofereciam "informações"
para muitas canções dos Beatles.
McCartney contou que Got
To Get You Into My Life "era sobre maconha, mas
ninguém sacou na época" e que Day Tripper
era sobre ácido lisérgico.
O ex-beatle acrescentou ser
"bem óbvio" que Lucy in the Sky with
Diamonds tratava de LSD e que outras faixas dos Beatles
faziam "sutis alusões" a drogas.
Influência das drogas
Mas McCartney afirmou também
ser "fácil superestimar" a influência
das drogas na música dos Beatles.
"Praticamente todo mundo
estava usando alguma coisa. Conosco, não foi diferente.
Mas nós dávamos importância demais às
nossas composições para estragar tudo ficando
loucos o tempo todo", afirmou.
O ex-beatle disse ter tido sorte
de não ter se tornado um consumidor regular de heroína.
Ele afirmou ainda que os "altos e baixos" que sofria
ao usar cocaína o induziram a parar de usar a droga.
Segundo o ex-beatle, o consumo
de drogas pelos membros da banda começou nos primeiros
anos da banda, "quando haiva várias pílulas
em circulação".
McCartney contou que ele e John
Lennon fumavam até chá, que colocavam dentro
de um cachimbo, enquanto compunham as primeiras músicas
dos Beatles.
Prisão
O consumo de drogas de McCartney
foi tema de manchetes mundiais quando ele foi preso por dez
dias em 1980 no Japão, durante uma turnê pelo
país, após terem encontrado 225 gramas de maconha
em sua bagagem.
Na entrevista, o ex-beatle conta
que estava em Nova York com "um fumo muito bom".
"Estávamos prestes a ir para o Japão e
eu não sabia se conseguiria fumar alguma coisa por
lá. O negócio era bom demais para jogar na privada,
então eu resolvi levar comigo".
O ex-beatle admitiu, no entanto,
que essa foi uma das coisas mais "burras que já
fiz na vida". McCartney diz não fumar mais maconha
hoje em dia.
Revelada a identidade de Lucy
(Gustavo Montenegro)
Londres,
15 jun. / 2005 (EFE).- A identidade da jovem que inspirou
o ex-Beatle John Lennon a compor a famosa música Lucy
In The Sky With Diamonds foi revelada nesta quarta-feira
pelo jornal britânico "Daily Mail", depois
da morte dela.
Apesar
de muitos acharem que com as siglas do título desse
clássico do lendário músico fazia referência
ao alucinógeno "LSD", o cantor sempre assegurou
que Lucy era uma menina cuja imagem tinha sido plasmada em
um desenho por seu filho de quatro anos.
"Julian
veio um dia com um desenho que tinha feito de uma amiga do
colégio chamada Lucy. Tinha pintado algumas estrelas
no céu e tinha chamado ao desenho de "Lucy In
The Sky With Diamonds", contou Lennon em entrevista em
1975.
Segundo
o tablóide, Lucy Richardson era uma menina que ia ao
colégio particular de Heath House em Weybridge, Surrey
(sul da Inglaterra), com Julian, o filho que Lennon teve com
sua primeira esposa, Cynthia Powell, e que agora, aos 47 anos
de idade, trabalhava no cinema como diretora artística.
A
irmã de Lucy, Mary Foster, explicou ao jornal que o
ex-Beatle costumava ir à loja de jóias e antiguidades
de sua família e antes de gravar a canção,
um dia cumprimentou Lucy dizendo: "Olá, Lucy no
céu com diamantes".
Após
o lançamento da canção no disco "Sgt
Pepper's Lonely Hearts Clube Band", em 1967, a família
de Lucy ficou surpresa ao lembrar essas palavras.
Trinta
anos depois da música e após lutar por dois
anos contra o câncer, Lucy acabou sucumbindo à
doença e foi enterrada em um túmulo decorado
com cristais que fazem referência aos diamantes da canção
que inspirou.
Fonte:
UOL/www.thebeatles.com.br
Dona de casa diz que inspirou 'Lucy in the Sky' dos
Beatles
Portal Terra
1 jun. / 2007 - A dona de casa
britânica Lucy O'Donnell, 43 anos, afirmou nesta sexta-feira
que um desenho baseado nela, feito por um dos filhos de John
Lennon, foi a inspiração para a música
Lucy in the Sky with Diamonds.
Muitos
fãs sempre acreditaram que a canção psicodélica
seria um hino de louvor à droga LSD.
Mas
Lucy disse que seu momento de fama aconteceu em 1967, quando
Julian Lennon voltou da escola com um desenho e disse ao pai
"É a Lucy in the Sky with Diamonds".
"Lembro
de Julian e eu desenhando num cavalete de dois lados e atirando
tinta um no outro", contou O'Donnell ao programa BBC 6
Music Today.
"O
Julian pintou um desenho e naquele dia, em especial, seu pai
apareceu com o motorista para pegá-lo na escola",
acrescentou.
A
canção foi gravada para o álbum Sgt. Pepper's
Lonely Hearts Club Band, que celebra 40 anos nesta sexta-feira.
Reuters - Reuters
Limited - todos os direitos reservados.
Hitler foi escondido
em capa dos Beatles, diz Peter Blake
BBCBrasil.com
O
ditador estaria atrás de Ringo e ao lado esquerdo
de Weissmuller
O ditador nazista, Adolf Hitler, está escondido
na célebre capa do álbum dos Beatles
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, afirma uma
reportagem do jornal britânico The Independent
On Sunday.
4 fev. / 2007 - O repórter
Anthony Barnes entrevistou o criador da foto que reúne
dezenas de personalidades de várias épocas,
o artista britânico Peter Blake, e ele revelou
que a imagem de Hitler aparece em várias fotos
de outros ângulos que acabaram não sendo
divulgadas.
No
retrato que acabou sendo usado na lendária
capa, Hitler fica encoberto em parte pelo baterista
Ringo Starr e pelo atleta e ator Johnny Weissmuller,
que viveu o Tarzan na telona.
Segundo
a reportagem, a idéia de incluir o ditador
na lista de personalidades foi do cantor e guitarrista
John Lennon, que queria também que Jesus Cristo
e Mahatma Gandhi aparecessem na foto.
Durante
décadas, acreditou-se que a vontade de Lennon
tivesse sido recusada por causa da polêmica que
ela causaria.
Lista
de nomes
Blake
diz que pediu a cada um dos Beatles que fizesse uma
lista com os rostos que gostariam de ver na capa.
George
Harrison, profundamente influenciado pela cultura
indiana, foi o responsável pela inclusão
de diversos gurus, enquanto Ringo Starr aceitou as
escolhas dos outros, segundo a reportagem britânica.
Já
John Lennon teria tido a intenção de
ser "arrojado e audacioso", segundo uma
declaração de Paul McCartney citada
pelo Independent.
Jesus
teria sido descartado logo de início, segundo
o Independent, por causa da polêmica com cristãos
detonada em 1966 por uma declaração
de John Lennon – que afirmou que os Beatles
eram "maiores do que Cristo".
Já
o líder pacifista indiano acabou sendo editado
e apagado da imagem final, segundo Blake, enquanto
Hitler continuou lá, embora "escondido".
O
disco, lançado no chamado "verão
do amor", de 1967, já vendeu mais de 32
milhões de cópias em todo o mundo até
hoje, e a famosa capa serviu de inspiração
para inúmeras outras capas, fotos e obras de
arte.
Para
lojas dos EUA, Beatles tiveram álbum essencial
Luciana Silveira
- MTV Brasil
"Sgt Peppers", dos Beatles, lidera a
pesquisa
8
mar. / 2007 - A Associação Nacional de Produtores de Discos
dos EUA (NARM) elaborou uma lista com os 200 álbuns essenciais
dos últimos 50 anos. Sem grandes surpresas, o primeiro lugar
ficou com os Beatles – e a banda de Liverpool emplacou outros
quatro trabalhos no ranking.
Lançado em 1967, o mitológico
“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” encabeça o ranking.
Os Beatles também aparece com “Abbey Road” (1969) no 12º
lugar, o “White Album” (1968) em 39º, “Revolver” (1966)
em 42º e “Rubber Soul” (1965) em 110º.
“Para compilar a lista, pedimos
que os varejistas pensassem nos títulos que os fãs costumam
procurar, os títulos que se destacam para eles. Não é apenas
sobre vendas, embora álbuns que foram bem vendidos obviamente
estão representados aqui. É sobre a paixão que os compradores
de música mostraram por esses títulos e o potencial dos
álbuns em manterem sua popularidade atualmente com os novos
públicos”, explicou Jim Donio, presidente do grupo.
A lista destaca artistas consagrados
como Pink Floyd, Michael Jackson, Led Zeppelin, U2, Rolling
Stones e Nirvana, além de trabalhos mais recentes como “American
Idiot”, lançado pelo Green Day em 2004. Outras curiosidades
são as citações dos álbuns de estréia de Christina Aguilera
(127º) e Avril Lavigne (162º), além do muito criticado “Human
Clay”, do Creed.
Confira o top 10:
1. The Beatles – “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”
(1967)
2. Pink Floyd – “Dark Side Of The Moon” (1973)
3. Michael Jackson – “Thriller” (1982)
4. Led Zeppelin – “Led Zeppelin IV” (1971)
5. U2 – “Joshua Tree” (1987)
6. Rolling Stones – “Exile On Main Street” (1972)
7. Carole King – “Tapestry ” (1971)
8. Bob Dylan – “Highway '61 Revisited” (1965)
9. Beach Boys – “Pet Sounds” (1966)
10. Nirvana – “Nevermind” (1991)
Bandas
vão regravar disco dos Beatles com equipamento original
Terra - Música
Reprodução
Sgt Pepper's é um dos principais
discos da história do rock
6 abr. / 2007 -
Um conjunto de artistas pop-rock vai recriar um dos álbuns
mais célebres dos Beatles, o Sgt. Pepper's Lonely Hearts
Club Hand, por ocasião dos 40 anos de seu lançamento,
informou nesta sexta-feira a BBC em seu site.
Oasis, The Killers, Travis e Razorlight,
entre outros grupos, participarão nas novas versões,
que serão gravadas com mesmo equipamento utilizado
para o original.
As
músicas serão lançadas pela rádio
BBC em 2 de junho, dia seguinte ao aniversário de 40
anos.
"Sgt.
Pepper's Lonely Hearts Club Band" é considerado
um monumento da história do rock, com sucessos inesquecíveis
como Day in the life ou Lucy in the Sky with
Diamonds.
Sgt
Pepper´s, dos Beatles, ganha nova versão da BBC
O Estado de S. Paulo - BBCBrasil.com
Oasis,
The Killers e Razorlight vão regravar canções
do lendário disco
A capa do lendário disco
Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band
6 abr. / 2007 - LONDRES - As
bandas britânicas Oasis, The Killers e Razorlight deverão
regravar músicas do álbum dos Beatles Sgt Pepper´s
Lonely Hearts Club Band para marcar os 40 anos deste lançamento.
James
Morrison, The Fratellis, Travis e Kaiser Chiefs estão
entre os outros artistas que participam das sessões
especiais de gravação para a Rádio 2
da BBC.
Os
engenheiros de som encarregados das sessões originais
de 1967 vão usar o mesmo equipamento para as novas
versões. As faixas serão veiculados na Rádio
2 em 2 de junho, um dia após o aniversário do
lançamento de Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club
Band.
O
álbum original foi lançado no dia 1.º de
junho de 1967 e é hoje visto como um dos melhores e
mais influentes da história do rock.
No
ano passado, a obra foi escolhida em uma enquete da Rádio
2 como a melhor da música pop britânica de todos
os tempos.
Evento único
O engenheiro de som Geoff Emerick
estará encarregado de gravar as bandas modernas, usando
o equipamento original que empregou há 40 anos para
os Beatles.
A
Rádio 2 está comemorando seus 40 anos este ano,
e o programa fará parte da temporada de músicas
da década de 60 da emissora.
"Este
será não apenas um evento único, mas
um momento musical muito especial", disse o diretor da
Rádio 2. "A variedade e a qualidade dos artistas
envolvidos garante que esta será uma homenagem apropriada
para um dos maiores álbuns de todos os tempos."
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todo tipo de reprodução sem autorização
escrita da BBC BRASIL.com.
Elvis
Presley influenciou Sgt. Pepper , diz McCartney
Blitz
Segundo o cantor
britânico, a decisão de fazer um álbum e não
seguir em digressão foi inspirada pelo rei do rock. «Tivemos
a ideia de fazer um álbum e ser o próprio álbum
a partir em digressão por nós. Isso surgiu de uma
história que tínhamos ouvido acerca do Cadillac
de Elvis que tinha ido em digressão. Achámos que
era uma ideia fantástica: ele não vai em digressão,
manda o Cadillac na vez dele. Fantástico».
Um leilão
realizado na Christie's, que vendeu objetos pertencentes a astros
do rock e da música pop, ainda faturou US$ 832 mil pela
letra de John Lennon para a música Give Peace a Chance.
Entre os souvenires
leiloados estava um par de óculos de sol usados por Lennon
na capa do single Mind Games, vendido por US$ 79 mil.
Gravações
de Jimi Hendrix se apresentando no festival de música de
Woburn, em julho de 1968, foram arrematadas por US$ 95 mil, um
amplificador Marshall usado por ele em um show arrecadou US$ 50
mil e um par de calças listradas brilhantes do cantor ainda
foi vendido por US$ 49 mil.
Entre os itens
leiloados também estava uma guitarra Gibson, que pertenceu
a Pete Townshen do The Who, vendida por US$ 64 mil.
A coleção
inteira, que incluía fotos jamais vistas em público
e objetos pertencentes a outras estrelas como Ella Fitzgerald
e Madonna, faturou mais de US$ 2,9 milhões.