Um parque de diversões, um negócio, um pódio e um asilo
(Mário Pacheco)


“A música de uma era bem ordenada é calma e alegre e assim é seu governo. A música de uma era festiva é excitante e feroz, e seu governo é pervertido”. Lu Pu-We, Filósofo chinês.

“Eles tocavam com toda delicadeza e finese de um escrete de mulas dando coices numa cerca de madeira”. Leonard Feather, 1967.

Para seus integrantes o Airplane era um sonho, um parque de diversões, um negócio, um pódio e um asilo.

 

Eles tocavam rápido e à vontade desde o início. Em 1965, o Jefferson Airplane, era uma banda folk, progressivamente psicodélica reativando o surrealismo em temáticas políticas e intimistas. Marty Balin (Cincinnati/Estados Unidos, 30 jan. / 1942, vocais), Signe Toly Anderson, vocais, Paul Kantner (San Francisco/Estados Unidos, 12 mar. / 1942, guitarra e vocais), Jorma Ludwick Kaukonen (Washington/Estados Unidos, 23 dez. / 1940, guitarra e vocais), Alex (Skip) Spencer (bateria) e Bob Harvey (contrabaixo); ora agressivos, ora românticos, criaram uma dinastia irreparável à vontade com os hangares dos estúdios, experiências sonoras e os aspectos da contracultura: dos hippies às drogas, pôsteres e política.

Marty Balin estudante de teatro, cantor, ex-dançarino de comédias musicais e às vezes poeta, foi quem arregimentou o grupo e as primeiras apresentações - abriu um clube (do qual era sócio) para a banda tocar e o chamou de The Matrix, cuja tradução do latim significa “âmago”. Colagens cobriam as paredes e, similarmente, o grupo era uma coleção de elementos estranhamente díspares e habilmente equilibrado. No entanto, era mais que uma colagem porque era vivo e estava em constante movimento. Era um mobile estilizado por um Calder lunático, preso por um fio de mudança cega. Paul Kantner estava percorrendo o circuito folk californiano nos últimos três anos quando conheceu Marty Balin uma noite em um clube pequeno. Descobriram que compartilhavam uma fantasia e, montaram a banda; nela as pessoas entraram e saíram no início, estabilizando-se depois. Paul Kantner lembrou de Jorma Kaukonen, seu ex-colega de sociologia, um guitarrista alto e magro que tocava jazz e blues desde 1956.

Foi Jorma Kaukonen quem bolou o nome Jefferson Airplane e que chamou Jack Cassady (Washington/Estados Unidos, 13 abr. / 1944), um baixista tímido e de óculos que estudara jazz, blues e música clássica, e que tocara com ele quando eram adolescentes, substituindo Bob Harvey. Como baterista entrou Skip Spencer e, como cantora, Signe Anderson, ajudando Balin e Kantner com os vocais.

O Matrix foi inaugurado numa sexta-feira treze em agosto de 1965, anunciando “The Sensational Jefferson Airplane”, num palco com uma loucura visual de luzes estroboscópicas e slides projetados sobre os músicos.

As bandas inglesas estavam explorando os limites do raunch mas o Airplane foi o primeiro a uivar. Kaukonen ganiu como um milhão de engrenagens desnudas. Casady marchou por um continente cuja “lógica e proporção caíram descuidadosamente mortos”.

O grupo decolou. Nas festas, nos concertos, nos Be-ins, o nome opaco e sem sentido de Jefferson Airplane ‘a frente da legião de adeptos do poder da flor, voava nas asas do acid-rock, uma música essencialmente sobre o contexto e as sensações daquele mundo muito alto, das esferas celestiais. Do San Francisco Sound, era o que chamava mais a atenção, o primeiro a dar o passo comercial, cortejado por várias gravadoras.

Por causa da crítica bajulatória de Ralph Gleason[1], um ilustre crítico de jazz e rock e futuro co-fundador da Rolling Stone e posteriormente, biógrafo da banda, que ouviu-os no Matrix e os elegeu o melhor grupo de rock de 1965. Uma legião de executivos de gravadores se apressou para San Francisco, como formigas em um torrão de açúcar perdido. Em 1966, a RCA assinou um contrato de cinco anos por 25 mil dólares, sem perceber que o torrão estava encravado e que a música que haveria de fluir da velha Victrola não era nada parecida com qualquer Nippin escutara antes.

“Mas o hippismo cresceu demais e foi isso que o matou. A imprensa sentiu que isso vendia e passou a divulgar qualquer besteira a respeito e a distorcer as notícias. A juventude americana fluía para Frisco, fugindo da repressão, mas esquecendo de deixar seus próprios grilos pra trás. As gravadoras também sentiram que isso era um ponto de venda e reforçaram o conceito hippie para rotular (e vender) sua música”[2].

Depois do contrato, o Airplane, nunca mais seria o mesmo grupo, e espontaneidade. Trinômio do disco: sucesso, público e empresa. Em agosto de 1966, é lançado o álbum de estréia do Jefferson Airplane, Takes Off, sucesso nacional e um dos marcos iniciais da revolução psicodélica do rock. Com um tipo de som diferente, - os Estados Unidos voltaram a ter seus ídolos nacionais, era um susto ligar o rádio e ouvir Jefferson Airplane cantando sobre loucuras. Takes Off foi um sucesso instantâneo, recebendo disco de ouro.

No Matrix, em 1965, Balin conheceu Spencer Dryden (Nova York/Estados Unidos, 7 abr. / 1943), o baterista que entraria no lugar de Skip Spencer, que por sua vez saiu para formar o Moby Grape. Spencer tocava bateria desde os 10 anos de idade, dera aula de música, trabalhara na IBM, fora ator, e criara fama acompanhando os figurões de jazz da época.

Signe Anderson engravidou e saiu para se dedicar inteiramente à maternidade.

Grace Slick, (Grace Wing/Estados Unidos, 30 out. / 1939, vocais) nasceu em Chicago mas foi criada na Califórnia. estudou na Universidade de Finch e foi modelo em Nova York. Carreira curta. Brigava com todos e não aceitava conselhos sobre como posar. Não gostava de ser mandada. As pessoas não a suportavam de tão chata.

Era filha de um banqueiro e ex-modelo. Convidada para aquela sexta-feira treze, foi então rebatizada de Grace Slick. “Parecia divertido decidi experimentar”, ela comentou depois. Grace e o marido Jerry, e o cunhado Darby, formavam o núcleo da The Great Society, que tocava na abertura dos shows do Jefferson Airplane, quando Grace Slick foi chamada para ser a vocalista do grupo que admirava  o Great Society[3] foi pro espaço.

Grace pegou a cauda do Airplane acelerado. Ela trouxe com ela duas músicas, White Rabbit, oitavo lugar, e Somebody to Love, quinto lugar, single oficioso  foi que anunciou a explosão de mídia do mítico Verão do Amor de 67. Elevando o Jefferson Airplane ao posto do primeiro grupo de acid-rock com forte influência pop a ter um sucesso nacional, e ser conhecido pelos seus hinos ao LSD. Ambas as músicas faziam parte do repertório do Great Society.

E Grace cortava as ondas que eles faziam como uma nau velejando graciosamente. Havia um orgulho exultante no que eles faziam e um convite irresistível tanto para achar alguém para amar como para alimentar sua cabeça. A mensagem permaneceu inalterada.

Daí por diante a imagem do Airplane esteve ligada intimamente a essa mulher geniosa, temperamental. Se seu gênio tornava Grace uma pessoa difícil de conviver, seu sarcasmo cortante a ajudou a colocar sua figura no cenário musical. Os fãs de Slick curtiam tudo que ela dizia, e ela arrasava a todos, sempre com respostas prontas, gostando de escandalizar com tiradas sobre sexo, desleixo e baratos. Uma vez um cara da platéia gritou: “Grace, mostre seu cinto de castidade”. Ela levantou a saia, mostrando que não usava cinto e muito menos calcinha.

Mas é uma excelente vocalista com “uma habilidade descomunal de mirar a voz numa certa nota e atingi-la como uma bala de revólver. Acerta no alvo e deixa o impacto expandir”. Ela acha que canta mal e declama os versos. Quando entrou para o grupo tocava flauta, baixo, bateria e piano. Depois passou a concentrar-se nos vocais, e o Airplane teve três grandes vocalistas harmonizando em torno dos instrumentos: Grace, Paul e Marty.

No segundo álbum, lançado em fevereiro de 1967 Surrealistic Pillow, com Grace e Spencer Dryden, o grupo evolui progressivamente para o psicodélico, sofisticando letra e música e tornando-se o mais bem acabado exemplo de acid-rock. Considerado o melhor álbum de sua carreira e um dos dez mais importantes da década de 60. A entrada de Grace Slick se faz notar, e é dela o clássico White Rabbit, uma dica do quanto as Aventuras de Alice são psicodélicas. É uma obra realmente surreal, com letras chapadas e músicas alucinantes, bem dentro do espírito do psicodelismo. As pessoas realmente acreditavam que era um novo tempo, a Era de Aquarius, e cantavam Somebody to Love, sentindo cada palavra e cada nota. Com uma voz tão cheia de paixão que era capaz de levar um cadeado às lágrimas, Balin cantava suas músicas com um indício de melancolia, mais em sintonia com a Europa do século XIX que com a esplendorosa Califórnia do século XX. Comin’ back to me escrita e gravada em um dia, nem dasafia nem convida, mas ao invés descreve de uma maneira que exige que a pessoa “leia entre as páginas de um olhar”.

Com o sucesso do segundo disco "Surrealistic Pillow", veio a liberdade para a banda gravar no seu próprio ritmo (devagar) e sob sua própria direção (uma declaração da época se aplica aqui, “Nós não somos loucos, somos de uma certa maneira soltos”). O resultado de quase seis meses no estúdio foi "After Bathing at Baxter’s", e os levou de volta ao underground. Não houve sucessos nesse disco e sim vocais com a força de uma tempestade, os relâmpagos de Kauknen e o trovão cathartic de Casady. "Baxter’s" respondeu "Sgt. Pepper": os Beatles acharam inocência e beleza no lugar-comum e uma nova consciência a respeito da solidão e do desespero. O Airplane, com uma atitude inteiramente americana, achou uma floresta imensamente grande, uma nova fronteira para enfrentar.

Marty Balin escreveu na contracapa do "Takes Off" que toda sua obra era sobre o Amor.

Amor/Paz. A própria inércia dos hippies não fazia nada para mudar a situação do país nem o das pessoas, e o sonho virara sujeira. Enquanto os garotos se esbaldavam, gente continuava levando a pior em todas as partes do mundo, e seus próprios amigos e vizinhos morriam sozinhos nos quartos. A realidade After Bathing at Baxter’s, o terceiro disco do Airplane, vinha com um som diferente. Cínico e épico, ao mesmo tempo.

As idéias políticas de Paul prevaleceram sobre as canções de amor de Marty e a loucura de Grace. Muita gente (e críticos) não gostou de Baxter’s por ser uma mudança de melodias desbundadas para comentários amargos de conteúdo político. O Airplane - após passada a glória inicial da fama - tomava consciência de sua situação dentro de um esquema. Assim começaram várias brigas com a RCA. Iniciando pela capa de "Baxter’s", um avião transportando simbolozinhos da América Consumidora: out-doors, latas de cerveja, prédios de San Francisco, etc. O disco saiu muito atrasado (janeiro de 1968) e os dirigentes da gravadora forçaram muito o grupo querendo que a vendas superassem o anterior ("Surrealistic Pillow").

Em "Baxter’s" há composições de vários membros do grupo, mas o ponto alto talvez seja Rejoyce, de Grace Slick, com trechos do monólogo de Molly Bloom (no livro "Ullysses"), um jogo de palavras bem de acordo com James Joyce e o verso: “Seria preferível que a minha pátria morresse por mim”. Para uma parte do disco, a voz de Marty Balin teve de ser gravada cinqüenta vezes. Nesse disco observava-se também a predominância das raízes jazzísticas de Jack, Jorma e Spencer.

Em setembro de 1968 o Airplane lança "Crow of Creation", bomba atômica na capa, um álbum mais político mas ainda mantendo alguns toques de acid-rock. Com idéias mais políticas e sociais, "Crow of Creation" afiou à agudeza de uma gilete a fúria enlouquecida de "Baxter". Entre as canções de amor, a visão ficava escura. Os pagãos de visão curta agora viam, não incenso e balões, mas legiões de andróides cortando fundo no coração da nação. Era uma visão estarrecedora, esboçada em ácido Bosch, mas com inegável poder.

David Crosby interessou-se por grupos como o Jefferson e Buffalo Springfield, transando mais com eles do que com os demais Byrds que recusaram-se a gravar Triad, uma música dele sobre um caso à três que foi incluída neste disco. Nas canções politizadas e agressivas de "Crow of Creation" e "Volunteers": o ácido agora não era mais o lisérgico, e sim um outro, bem mais corrosivo. Entre estes dois extremos - visão idílica de um éden urbano e antevisão apocalíptica de uma revolução - o Jefferson Airplane criou um mito que fascinou, pelo menos por algum tempo, boa parte de sua geração.

As atividades de cada um dispersam um pouco mas todos se interessam pelo visual. Há vários projetos de curta-metragens, e todo o grupo participa das filmagens de "One American Movie", de Godard, tocando em cima de um telhado em Nova York e acordando o povo com um som popular. A polícia subiu e os prendeu, uma roadie tirou a roupa em protesto, e a equipe de Godard filmou tudo.

Em março de 1969 finalmente lançaram um disco ao vivo,  "Bless it´s Pointed Little Head", registra quantos anos-luz eles haviam viajado desde o início da jornada e mostra àqueles que ainda não os tinha visto em cena como eles realmente eram quando podiam se soltar, sem o confinamento de um estúdio. "Bless It’s Pointed Little Head" tem algumas músicas novas e vários sucessos antigos como It’s no Secret e Somebody to Love, transformada de um desafio pulsante a um holocausto sem precendentes. As harmonias doces davam lugar a acrobacias vocais incandescentes, com Marty e Grace empenhados em uivar piruetas muito acima do urro feroz da banda. Quando eles tocavam no Fillmore East, a Segunda Avenida rachou e tremeu. Nenhuma música tinha esse som até então.

A RCA implicou com o título de uma das faixas, uma montagem em cima do final de King Kong, o filme, com o título de King Cong (com C devido a Viet Cong). esse tipo de discussão foi ficando pior e enchendo o saco, até que o Airplane ameaçou sair da RCA, sendo chamado de volta com a promessa de terem seu próprio selo.

A etiqueta Grunt foi formada em 1971 com altos ideais, como um lugar onde os artistas teriam liberdade para desenvolverem seus trabalhos. Todos receberiam os mesmos royalties e o selo seria uma cooperativa com os lucros repartidos entre os seus filiados. Nada disso aconteceu. O Airplane começou ganhando 51% dos lucros.

Logo após "Bless It’s Pointed Little Head...", em agosto de 1969, o Airplane lança Volunteers, outro disco com toques políticos, anunciando uma revolução que batia às portas e criando casos administrativos com o verso “up against the coall, motherfucker”.

Com o álbum "Volunteers" e as piras políticas incineradas do final da decada de 60, seus concertos se tornaram danças de guerras tribais. A Terra dos Livres havia se tornado a terra do Bilk e Money (trocadilho com milk and honey) e o Airplane estava na fila de frente do coro dos banidos. Musicalmente o álbum oferecia um embelezamento denso em comparação ao estilo mais limpo de "Crown of Creation". O som multi-direcional de Kaukonen liderava enquanto Nicky Hopkins adicionava um piano forte e denso. As letras balançavam punhos cerrados na cara dos que faziam as guerras. “Reajam, reajam” Balin gritava ao final de "Volunteers". Ele também reagia, em Altamont, saltando do palco para ser erguido por um anjo. Em retrospectiva, a política parecia mais romântica do que prática. Mas eles eram estrelas do rock, não políticos e, na época, eles mexiam com as almas.

Uma geração ficou velha / uma geração tem alma / essa geração não tem um destino assegurado / Junte-se ao grito!

As idéias das capas anteriores haviam sido de Spencer Dryden, mas essa é de Paul e Grace: uma colagem usando a bandeira americana, e por dentro um close gigante de um sanduíche de pasta de amendoim com geleia. O estranho é que Marty Balin é o que mais transa com artes gráficas, pintando em suas horas vagas, mas nunca fez uma capa do Airplane.

Estranho, introspectivo, arredio, Marty Balin sairia do Airplane em 1969, após a obra prima "Volunteers", reclamando o ritmo intenso de apresentações: “É impossível escrever em quartos de motéis. Chegávamos e fazíamos um álbum tão depressa que muitos não valiam nada. Gosto de elaborar as coisas antes. No Airplane nunca se estava sozinho. Cada um entrava no seu próprio mundo e era difícil trabalharmos juntos”.

Talvez existisse outro motivo para Marty parar de compor. Paul Kantner conta: “A coisa que atingiu Marty mesmo, que o derrubou, foi a maneira como Jack e Jorma tratavam suas músicas. Diziam: “Suas músicas são uma porcaria. essas letras são horríveis, cara! Assim diretamente, frios. Podiam estar brincando mas depois disso Marty se fechou muito”.

Ele era a alma do grupo, quem segurava as barras. Mas lembra: “Todo mundo vivia chapado, não ensaiávamos, qualquer coisa virava um concurso pra ver quem gritava mais. Cansei daquilo e disse: - ‘Olha divirtam-se, adeus. Vou ficar de longe vendo vocês morrerem’”.

O sinal definitivo dessa separação ocorreu na formação do Grunt. Balin não foi incluído no contrato. Numa noite após um concerto no Fillmore East ele teve um sonho: “Havia um corredor imenso, como o Louvre, e pessoas de ambos os lados com as mãos estendidas, tudo muito sombrio. As mãos mexiam e corri pelo corredor. Quando cheguei no final, levitei. No dia seguinte pensei, vou seguir esse sonho. Vou desaparecer”.

 Em 1972, David Freiberg, membro fundador do Quicksilver, onde permaneceu durante cinco anos como baixista e tecladista, passou para o Jefferson Airplane como vocalista,  ou seja no lugar de Balin. Era o sepultamento da encarnação gloriosa do Airplane dos anos 60 e que voltaria nos anos 70 a ter Martin Balin na tripulação durante dois discos de sucesso.



A boa filha a casa torna
 

Remember what the dormouse said: Feed your head/Feed your head/Feed your head

Grace Slick, White Rabbit

Grace se tornou um ícone glacial e comandava o palco com uma imponência que desafiava Catarina, a Grande. Alegremente, porém, ela continuamente martelava as expectativas geradas em torno de sua imagem. Certa vez em Nova York, ela fez um show vestida de Adolf Hitler. Seu cabelo estava preso apertadamente, um longo casaco de couro escondia seu figurino e um bigode escovado transformou seu rosto. Ainda por cima disso tudo, sua postura era ereta e cantou cada palavra com sotaque alemão. Do you want somebody to love? ela gritava. Bem... talvez não. Outra ocasião, enquanto chupava um pirulito, ela mostrou os seios para um bando de nuvens carregadas que ameaçavam uma “palha” ao ar livre em Nova Iorque, na vã esperança de parar a chuva. Choveu durante horas, mas a banda tocou assim mesmo, água caindo dos cabos de força. No decorrer da sua vida e nas suas composições nunca ocorreu a Grace ser qualquer coisa além de ser livre. Suas letras com observações sociais que frequentemente atravessavam a tênue linha entre o sarcasmo e o indócil, mas sempre com motivo. Greasy Heart retrata a decadência com um venenoso escárnio - “ele está largando esse negócio de drogas porque suas veias estão muito grandes”. Em Manhole seu senso de humor negro leva ao puro surrealismo.

Na enorme sala da casa de Mill Valley, perto de San Francisco, enquanto os jornalistas esperam a ex-rainha do rock californiano contar porque deixou o Jefferson Starship, seu papagaio, se diverte chamando os jornalistas de son of a bicth.

Grace está rica. Sua casa, sua sala, seus quadros e carros são de extremo e caro bom gosto. Na parede, a um lado, fazendo companhia a Stripes, repousa o célebre pôster de Mick Jagger tirando meleca do nariz, ironicamente ladeado por um Rembrandt e um Chagall. Num canto, a incontável discoteca da musa, que inclui de tudo, menos punk rock.

Eu entendo essa onda de punk rock. Muita gente vai ter de fazer isso por um tempo. Eu não. Não estou interessada, porque é desagradável. Punk é um chapéu velho, que eu já usei.

Ainda na sala: o mezanino, alguns degraus acima, inclui até uma Ferrari vermelha de 1930, rodeada por esculturas modernas e por mobiliário do século XVII. E finalmente à porta, Grace Slick em pessoa, vestindo um robe do costureiro Kenzo.

Há quinze anos, quando a América inteira explodia em protestos contra a guerra, e a expressão “paz e amor” quase se tornou mais popular que a violência americana, Grace Slick arregaçou as mangas num coquetel da alta burguesia nova-iorquina - onde a musa do barato tem suas raízes - e explicou aos presentes que ela e o resto do Jefferson Airplane achavam daquela festa e das pessoas que estavam lá. The acid-queen resumiu em duas palavrinhas, ambas impublicáveis, o sentimento de toda uma geração contra o way of life americano. Grace não foi apenas expulsa do coquetel no Whitney Museum. Foi, também, deserdada pelo pai, um tradicional banqueiro.

Em Washington, na mesma época, ela apareceu na Casa Branca com sua gang - escoltada pelos escritores Abbie Hoffman e Allen Ginsberg - levando uma xícara de chá numa mão e um ácido lisérgico na outra. Era um presente para o presidente da República. Desta vez, Grace Slick foi presa. Não foi a primeira vez, nem seria a última. A ex-rainha do rock’n’roll foi enjaulada inúmeras vezes: por cantar com os peitos de fora nas escadas do Congresso (quinze anos antes do topless virar moda), por bebedeira pública, por excesso de droga e por desacato à autoridade (seus alvos favoritos sempre foram presidentes, senadores, xerifes, etc.).

Em 1979, na Alemanha,  uma noite depois de 12 mil fãs destruírem a aparelhagem de som do Jefferson Starship (avaliada em 200 mil dólares), Grace Slick, vestida com um uniforme nazista, apresentou-se ao vivo pela última vez. Aos 40 anos, com um disco individual na praça ("Through the Hoop With Grace Slick") e um livro contando a história da sua vida ("Grace Slick, a Biography", assinado por Barbara Rowes), a rainha do rock californiano parece uma pessoa normal, pela primeira vez em vinte anos de carreira. Nada de álcool ou drogas e muito cuidado com a saúde.

De manhã, costuma esperar seu acupunturista chinês, Grace Slick. Grace vive com Skip Johnson, seu terceiro marido, dez aves (fora Stripes), dois gatos e China, uma menina de nove anos, obra do seu segundo casamento com o guitarrista Paul Kantner. Para uma pessoa que sempre foi meio louca, por natureza, essa abstinência de overdoses de prazer não significa um sacrifício muito grande.

“Apenas não fico mais por aí com os vagabundos, não saio muito de casa e tenho procurado controlar o lado mais ultrajante da minha personalidade. Sempre tentei ser um exemplo de pessoa perversamente livre, não apenas em ações, mas também em palavras. Minhas canções sempre foram autobiográficas”.

Esta é também a primeira vez, em 15 anos como membro de grupos de rock (Great Society, Jefferson Airplane e Jefferson Starship) que Grace Slick parte sozinha para sua carreira. A heroína americana dos anos 60 parece ligeiramente desiludida com os frutos da revolução político-existencial da qual ela participou intensamente.

A minha geração, a geração que protestou nos anos 60, está paralisada no mesmo buraco em que caiu a geração dos anos 50. Ninguém faz nada, por medo.

Mas não foi por isso que Slick deixou o Starship. Seu gosto musical e o do resto do grupo estavam caminhando em direções opostas. “Em vez de tentar mudar os rapazes, decidi modificar-me. Tudo acontece a seu tempo, eu sei. Mas bem que eu gostaria que esta mudança tivesse ocorrido em mim há dez anos. Assim eu teria mais tempo para me conhecer melhor, para explorar esse tipo lunático que eu criei em mim”.

Definitivamente, Grace Slick parece estar frequentando o divã de um psicanalista. “Parei de beber por causa da patrulha rodoviária da Califórnia”, diz ela. “Uma das coisas que eu mais gosto é dirigir bêbada pelas estradas. E a patrulha ameaçou cassar minha carteira se eu fizesse isso outra vez”.

O maior plano de Slick para o futuro é também um velho sonho: fazer trilha sonora para cinema. “A ausência de platéia na minha frente não me aborrece. O único momento em que preciso realmente de alguém é quando vou para a cama”. Segundo os amigos de Grace, entretanto, ela atravessava uma fase difícil. São muitos os fatores que a levaram a essa mudança quase radical. Bill Thompson, por exemplo, empresário do Jefferson Starship, diz que Slick é a maior performer do rock e que seu forte são as apresentações ao vivo. “Grace nunca gostou de gravar discos”, diz ele, “justamente pela falta de audiência”.

Na verdade, o medo de perder a voz foi uma das razões que a afastaram do palco. Nos últimos dois anos, a qualidade da sua voz piorou assustadoramente. A mesma voz que durante muitos anos foi chamada pelos críticos de “inimitável” agora é um exemplo do que pode acontecer a um cantor que nunca tratou da sua ferramenta de trabalho.

A voz é um instrumento muito delicado e eu sempre tive problemas com a minha, pois só canto em tons muito altos. Mas é muito difícil exigir de um cantor de rock que ele cuide bem da sua voz. Você reparou a voz de Rod Stewart? Piora dia a dia. Quando o Rod canta parece que ele acabou de engolir um balde de areia.

Uma coisa parece certa: a decisão de não se apresentar mais ao vivo nada tem a ver com o fato de Grace ter chegado aos 40 anos e que o rock é um mercado para jovens. “Não estou preocupada por ter completado 40 anos. Mas, você sabe, meus joelhos estão que é banha pura e eu não posso fazer nada para melhorá-los. Acho que estou bem. Qualquer um suspeitaria se eu dissesse que tenho 20 anos, mas ninguém acredita quando digo que tenho 40. Isso é porque estou sempre perto de gente jovem (Johnson, o marido de Slick, tem 28 anos).

Grace Slick diz que se sente mais feliz do que nunca nesse papel de mulher normal. Mas não nega sua vida pregressa. Para ela, as overdoses que mataram nomes famosos (Hendrix, Joplin, Brian Jones) não foram suicídios. “Eles não tomaram 40 comprimidos para escapar da realidade da vida. Estavam apenas tentando se sentir a little higher (um pouco mais altos). Exageraram um pouco, é verdade. E daí? No meu caso, se permaneço viva é porque deve haver alguma razão para isso...”.

Grace Slick não desistiu. Recém-saída do lançamento de seu segundo álbum solo, "Welcome to the Wrecking Ball", estava a tietar os ensaios do Jefferson Starship, grupo que abandonou em 1979 em meio a insultos mútuos com o guitarrista Paul Kantner, seu ex-marido. “Meu lugar é aqui mesmo”, disse Grace. “Sinto-me como se tivesse retornado à minha família”. Até agora, contudo, ninguém lhe respondeu: “Volta”. Kantner, bem mais saudável, recuperava-se de estranhíssima hemorragia cerebral que o pôs fora de combate por quase três meses.



[1]Ralph J. Gleason (1917-1975). Colunista do San Francisco Chronicle durante 25 anos, foi também vice-presidente da Fantasy Records e produtor e comentarista de televisão. Foi autor de diversos livros, inclusive The Jefferson Airplane and the San Francisco Sound e Celebrating the Duke. “Odeio Ralph, mas o convido para minhas festas porque ele é um crítico importante” - Janis Joplin. “Gente como o Gleason, Gleason esteve com a gente enquanto a nossa fantasia coincidiu com a dele. Mas assim que fomos mais longe, ele não entendeu e por isso se voltou contra nós. Ele... não tinha fé. (...) Como Ralph Gleason com sua coluna no Chronicle e sua própria doutrina do que era ser hippie. Gleason era um desses. Kesey se lembra de todos eles, gente que achou que ele era genial até o ponto em que sua fantasia deixou de coincidir com a deles. Mas ele ia em frente, um pouco mais a toda hora, e eles ficavam ressentidos e confusos... Tom Wolfe, O Teste do Ácido do Refresco Elétrico.

[2]Rick Goodwin in Rock, a História e a Glória, número 27

[3]Chegaram a gravar dois álbuns para a Columbia, que só foram lançados muito tempo depois, quando Grace se tornou uma estrela.




Morre ex-baterista do Jefferson Airplane
(Ricardo Seelig*)

     A 14 de janeiro de 2005, uma terça-feira, Spencer Dryden, ex-baterista da banda americana Jefferson Airplane, faleceu em sua casa, na cidade de Pataluma, na California. Spencer vinha lutando há tempos contra um câncer de cólon, e tinha 66 anos.

     Dryden juntou-se ao Jefferson Airplane em 1966, e tocou no clássico álbum “Surrealistic Pillow” e nos festivais de Woodstock, Altamont e Monterey. Ele deixou a banda em 1970, e tocou com artistas como Grateful Dead e membros de bandas como Country Joe & The Fish, Big Brother and The Holding Company e Quicksilver Messenger Service.

     Sua vida passou por momentos difíceis nos últimos anos, quando um incêncio o fez perder a sua casa e bens em setembro de 2003. Bob Weir, do Grateful Dead, e Warren Haynes, do Gov´t Mule fizeram um show em benefício de Spencer no Slim´s de San Francisco, e arrecadaram US$ 36.000 para ajudar o baterista a reconstruir a sua vida e tratar-se do câncer.

     Spencer Dryden foi casado três vezes, e tinha dois filhos, Jessie e Jackson.

     *Originalmente publicado em whiplash


Rocker Grace Slick trades microphone for paintbrush
cnn.com


An exhibition of rock legend Grace Slick's paintings and drawings opened November 17 at the Artrock gallery in San Francisco



An exhibition of rock legend Grace Slick's paintings and drawings opened November 17 at the Artrock gallery in San Francisco

     28 nov. / 2000 - SAN FRANCISCO, California (AP) -- She once performed topless in the rain so she wouldn't ruin her silk blouse, and she threatened to spike President Nixon's tea with LSD.

     But that was a lifetime ago for Grace Slick, the steely psychedelic rocker who added enough salt to her words to wither a seasoned sailor.

     These days, she has tamed that wild child. And she's turned to painting to get her creative urges out.

     While Slick says she finds inspiration everywhere -- in animals, in her friends and in her emotions -- her best-selling works are her portraits of the rock stars she knew in the 1960s. Jimi Hendrix. Janis Joplin. Jerry Garcia.

     She has sold about 60 paintings in the past year. They're a mix of sizes, styles and mediums: oil and acrylic, pencil and ink. She studies as many photographs of her subjects "as humanly possible," then tries, she says, to add "my own memory of how they were, how I felt around them."

     She's especially proud of a Hendrix portrait that uses bold splashes of bright colors against a black background. She also likes a painting of Bob Dylan holding a cross in one hand and a Star of David in the other.

      Trying to get Janis Joplin right

     There are two portraits of Janis Joplin in her show at Artrock gallery that runs through December. One is in hues of blue with a smiling Janis holding maracas and another is a close-up of her face with vegetation coming out of her head. Slick dislikes both works.

"I haven't gotten it yet," she says. "I talk out loud to her, 'What do you want me to do this time, Janis?"'

Back in the late '60s and early 1970s, Slick and Joplin were the high priestesses of rock -- spontaneous, outrageous, wisecracking mamas who grabbed life by the heels and shook it dry. But while Joplin was troubled, fragile in a way, Slick was more centered.

She boozed and drugged with the best of them; said anything, did anything and wore anything -- or nothing. And she survived, from Jefferson Airplane to Starship to her own short-lived solo career.

Now 61, the aging rocker has adapted an artful look. Her shoulder-length, straight hair is completely white -- she says she had been dyeing it since her mid-20s -- and sets off her violet-blue eyes.

Striking and statuesque, Slick could be a model once again -- a profession she tried briefly before turning to music.

     Persistence pays

     After a foray into pop with Starship in the 1980s, Slick quit the music business a decade ago and became a painter. She loves creating something outside herself, something that doesn't involve her appearance.

     Her studio is the dining room in her Malibu, California, home, where canvases litter the floor. "It's the usual nutty-looking slob artist arrangement," she says. She spends an average of about a week on each painting and cranks out about 100 a year.

     Slick studied art for a half-semester in college, "not because I wanted to be an artist, but because it was easy. I have some talent in drawing and I was at the University of Miami to play," she says.

     But she also never studied music and to this day cannot read a single note. Persistence has gotten her everywhere, she says.

     Slick grew up in Palo Alto, the daughter of an investment banker father and singer mother. She was "right in the middle of the WASP caricature of family life," she writes in her 1998 autobiography, "Somebody to Love?" She married longtime family friend Jerry Slick when she was 20. Jerry Slick's brother, Darby, wrote "Somebody to Love," which later helped make Slick famous.

     Paying the water bill

     In 1965, Grace Slick formed The Great Society and played in San Francisco clubs for about a year until she was asked to join Jefferson Airplane, a band she had admired.

     "This was an invitation, an invitation to hold what I'd always thought was a lofty position reserved only for supermodels, movie stars and great physical beauties," she writes.

     She brought two hits along with her -- "Somebody to Love" and "White Rabbit," which she wrote. Today, she lives mainly off the royalties from "White Rabbit" -- $30,000 every time it's used in a movie, she says.

     Selling her paintings, she says, "pays the water bill."

     About 10 years ago, a friend asked Slick to sing at her wedding. The guests made faces at her and plugged their noses as she launched in to The Carpenters' "It's Only Just Begun." She begins to sing the chorus for a visitor and it doesn't sound nearly as bad as she thinks it does.

     "My voice is built for rock 'n' roll. I can't sing high and soft," she says. "And I can't see getting up and doing old standards." It works for Linda Ronstadt, but she's got a voice that can pull it off, she says.

     Critics unimpressed

     She understands her limitations. And she knows that serious art critics probably won't like her work.

     And they don't.

Critics say Slick's work, which is priced between $1,100 and $8,700, will sell more because of her name than her artistic talent.

"They're terrible," says David Littlejohn, art critic for the Wall Street Journal who looked at photos of Slick's art on a Web site. "No museum would touch it for sure and these prices seem extraordinary. ... She looks to me absolutely self-taught."

But Ron Turner of San Francisco's Last Gasp Publications, which publishes collections by contemporary artists, disagrees.

"She's done the hardest thing that an artist can do and that is evoke feeling in her work. She's able to bring that out," he says. "I don't think we have to compare Grace with painting masters."

Slick says she's fascinated by the people who buy her work. She wonders why they like it, where they hang it.

"If you're famous and you draw and you're not very good at it, chances are people are going to buy it," she acknowledges. "There's a lot of work to be done and I love the process. ... I do art because I like it. ... You don't have to be Rembrandt to make something that appeals to somebody else."

 

     Copyright 2000 The Associated Press. All rights reserved. This material may not be published, broadcast, rewritten, or redistributed.

 


Marty Balin of Jefferson Airplane & Jefferson Starship
Rock / Classic Rock

 

One of the founders of modern music as we know it. His influence is felt within some of the greatest music ever to be. Monumental hits like "Miracles", "Hearts" and "Atlanta Lady" are cornerstones of the rock foundation. Ask anyone if they've heard of Jefferson Airplane, Jefferson Starship, or Marty Balin himself. Marty indeed is a legend. His newest work, "Marty Balin's Greatest", is a re-recording of some past greats as well as new music. Listen to some samples in our sounds section. Experience or re-experience Marty...

His interests in life are far reaching. Besides his wonderful music he embodies the spiritualism of Yoga. He also is an avid painter. To see some of Marty's work go to www.musiciansasartists.com.

Along with friends like Jimi Hendrix, Janis Joplin and others, Marty is a part of the musical empowerment that is prevalent today. His past achievements and current successes and achievements are only a testament to his influence.



Let us explore a brief time line through a part of Marty...




     Jefferson Airplane
     The defining musical embodiment of psychedelic. Marty Balin as founder and lead vocalist. The group that embraced "love-ins" and took San Francisco and later the world by storm was on its path to numerous gold and platinum albums.

     Jefferson Starship
After a brief absence from the band, Marty rejoins Jefferson Airplane, newly christened Jefferson Starship. He records his biggest hit to date, "Miracles". A song which has received more than 2 million plays on the air.

     Marty Balin
     Marty exits the Starship in 1978. His first project, the critically acclaimed musical "Rock Justice". He records two successful solo albums, "Hearts" and "Lucky", producing hits such as "Hearts" and "Atlanta Lady".

     KBC
     Marty joins forces with former Jefferson Airplane band mates Jack Cassidy and Paul Kantner to release one successful album.

     Marty Balin
     Solo again 1991 produces the release "Better Generation". Dedicated to the memory of concert promoter and close friend Bill Graham. The focal song, performed for bill Graham "Summer of Love" reminisces of late 60's San Francisco. Next would come "Freedom Flight" showcasing the patented, distinctive Balin vocal sound which graced such classic Jefferson Airplane hits as "Plastic Fantastic Lover", "Today" and "Volunteers". Marty's newest adventure is the "Marty Balin's Greatest". Not simply a rehash of recordings but a completely new recording for some of the greatest gems to come from Marty. The release also includes new songs with the innovative Balin touch.

     And if all that wasn't enough here is a brief sample of some of Marty's Entertainment Industry Awards over the years:
     Ampex Award for Earth
     Bam Award for Best Male Vocalist
     Bam Award for Direction
     Rock Music Award Best Song "Miracles"
     "Miracles" 24th On BMI List of one million or more plays
     "Miracles"- Number One music award
     Member Rock-N-Roll Hall of Fame

     Photo credit: Brian LehrhoffJefferson Starship
Rock / Classic Rock


Jefferson Starship
Rock / Classic Rock

 

Jefferson Starship, a collaboration of celebrated musicians that plays from the rich songbook of its legendary forefathers Jefferson Airplane and the original incarnation of Jefferson Starship, prevails as one of the most critically acclaimed touring acts today. Steeped in the fantastic realms of science fiction and the contemporary American shadow land, Jefferson Starship features a stellar cast of old and new players, including songwriter/guitarist/vocalist Paul Kantner, vocalist Marty Balin and bassist Jack Casady, all of whom were crucial in developing the renowned "San Francisco Sound" that changed the course of pop music forever.

In 1965, Kantner and Balin formed Jefferson Airplane, embarking from Balin's San Francisco nightclub The Matrix. With Casady, guitarist Jorma Kaukonen, vocalist Signe Anderson and drummer Skip Spence, Jefferson Airplane became the first San Francisco rock group to sign a recording contract with a major label. Their first album on RCA, Jefferson Airplane Takes Off, was released in 1966. Vocalist Grace Slick joined the Airplane in 1967, bringing with her the hits "Somebody to Love" and "White Rabbit," anthems that announced the "Summer of Love" and permanently altered the perspective of an entire generation. Both songs hit the Top 10 that year, making Jefferson Airplane the most successful rock band in America.

Born of the decade marked by civil rights activism, the war in Vietnam and the counterculture Mecca of San Francisco's Haight-Ashbury, Kantner's group defined the psychedelic nation with their appearances at the Monterey Pop, Woodstock and Altamont music festivals. Now icons in the reformation of American music and thought, the LPs Surrealistic Pillow, Crown of Creation, Bless its Pointed Little Head and Volunteers surpassed the limits of musical and lyrical expression previously unexplored, introducing strident and striking political tracts, yet capable of evoking the most tender emotions.

Jefferson Airplane disbanded in 1972, leaving in its wake the canon of work that includes "It's No Secret," "My Best Friend," "Comin' Back To Me," "Plastic Fantasic Lover," "We Can Be Together," "Today," "Wooden Ships" (with David Crosby and Steven Stills) and "Volunteers" (which, nearly 30 years after its inception, was featured in the Oscar-winning film Forrest Gump and the PBS documentary Baseball).

Earlier, in 1970, Kantner embodied his utopian vision of music and community with the science fiction opus Blows Against the Empire. Recorded with Slick, Jerry Garcia, Mickey Hart, Bill Kreutzmann, David Crosby, Graham Nash and David Freiberg, Blows Against the Empire was nominated for science fiction literature's prestigious Hugo Award. To date, the album is the only recording in rock 'n' roll history to have been honored so.

The Blows Against the Empire collaboration was the prototype for Kantner's next ensemble, Jefferson Starship, which he formed in 1974. Joined by Balin, Slick, lead guitarist Craig Chaquico, bassist Pete Sears and drummer John Barbata, the first incarnation of Jefferson Starship reigned as one of the most artistically and commercially successful rock groups for a decade.

The band's initial release, Dragonfly, spawned the rock radio staples "Ride the Tiger" and "Caroline," both penned by Kantner. The band's breakthrough album came a year later with Red Octopus, which featured the hit single "Miracles" and catapulted the group to the top of Billboard's album chart four separate times in 1975. The band's subsequent releases -- Spitfire (1976), Earth (1978), Freedom at Point Zero (1979), Winds of Change (1981), and Nuclear Furniture (1983), -- generated the hits "With Your Love," "St. Charles," "Count on Me," "Runaway" and "Jane."

Balin left the group in 1979 to pursue a solo career. His 1980 debut release, Balin, yielded the hit "Hearts." In 1983, Kantner released his second solo album, Planet Earth Rock & Roll Orchestra, featuring guitarist Ronnie Montrose, Slick and China Kantner, the daughter of Kantner and Slick. The next year, Kantner departed from Jefferson Starship to work on his own projects.

Kantner rejoined with Balin and Casady in 1985 to form the KBC BAND, which indited the 1987 Arista release KBC Band (including the Kantner hit "America") and also featured keyboardist Tim Gorman from the Who and guitarist Slick Aguilar from David Crosby's band. In 1987, Kantner embarked on a fact-finding tour of Nicaragua and the Sandinista government. Upon his return to the U.S., he published his journals of the trip in Paul Kantner's Nicaragua Diary.

In 1989, Kantner briefly reunited with Jefferson Airplane, a much-anticipated project that resulted in an album, Jefferson Airplane, and a summer tour. Two years later, Kantner was back on the road with a stripped-down, acoustic ensemble called Paul Kantner's Wooden Ships, a trio that included Aguilar and Gorman from the KBC BAND. In addition to his classic songs, Kantner and his group performed new material which received resounding praise. The success of this project prompted Kantner to reinvent his electric band and Jefferson Starship took off once again. In addition to Aguilar and Gorman, Kantner recruited former collaborators Casady and the late blues violin master Papa John Creach; former Tubes drummer Prairie Prince; and former World Entertainment War vocalist Darby Gould. Shortly after the band's rebirth, Marty Balin rejoined Jefferson Starship, ending a 15-year hiatus from the group.

Papa John died in early 1993, weeks after touring Europe. Concurrently, a sensational young vocalist, Diana Mangano joined the group with her debut at "Woodstock In Mexico", replacing Gould, and in 1996, 6-time Grammy nominated keyboardist T Lavitz (Dixie Dregs, Widespread Panic) replaced Gorman. In classic Kantner style, the group expands at times to include family members Slick and China; original Jefferson Airplane vocalist Signe Anderson; drummers Trey Sabatelli and Dean Johnson; & keyboardist John Ferensic (from Todd Rundgren Band).

In 1995, Jefferson Starship headlined a tribute to the at Hollywood's House of Blues, broadcast nationally on the CBS Radio Network Concert Series. With very special guest Grace Slick (in her last live performance to date), they debuted new material, together with timeless classics, comprising the 1995 release Deep Space/Virgin Sky.

In 1996 Kantner, Balin & Casady were inducted into The Rock & Roll Hall Of Fame as part of Jefferson Airplane. Since reforming, Jefferson Starship has performed almost 500 concerts in 16 countries.


Diana Mangano e Marty Balin




29 set. / 2001 - A vocalista Grace Slick se junta ao JEFFERSON STARSHIP, durante um show caritativo na Califórnia. (Arrowfest 2001 Long Beach, CA)

In the years since her retirement, Grace has turned to another creative endeavor -- painting. Her works include portraits of old friends such as Jimi Hendrix, Janis Joplin, and Jerry Garcia. As of November 2000, she had sold about 60 paintings, priced from $1,100 to $8,700. Although her work has hardly garnered the respect of critics (so what else is new?), others laud her paintings for evoking feeling, something hard for any artist to do. For Grace, whose shoulder-length hair is now completely white (she had been dyeing it since her mid-20s), it's a chance to create something that doesn't involve her appearance.