Repertório:
Novo Amanhecer, Carapiá, Dia a dia, Eu volto pra
te buscar, Revelation Blues, Leve boa vida, Stress, Cabeça
Feita, Freak! (instrumental).
CD dedicado a Dudu
Chermont e Pappo Napolitano!
freak: singularidade, fantasia,
veleidade; adj. esquisito, excêntrico, grotesco; vt. variegar,
listrar,
salpicar...
Conforme esta lista de palavras,
boa parcela das pessoas que conheço e admiro se encaixam
nestes detalhes.
Musicalmente,
Freak! É um power trio originário do interior
paulista, de São José do Rio Preto, vivendo suas
agruras e pindaíbas na maior cidade industrial do Brasil,
lutando pela sobrevivência artística, sem empresário,
sem muita esperança, dividindo o espaço urbano
com outros trabalhadores laboriosos da noite e da situação.
Esse parágrafo não tem nada haver com o glamour
do rock, mudemos...
Eles tinham a faixa
etária de 25 anos quando gravaram este disco, e como
nós eram/são fissurados na primeira era do Black
Sabbath. Gostam muito de The Who, Cream e lógico blues.
Paul Kossof e Alvin Lee, espiritualmente estão presentes,
mas o hard rock paulista deles descende diretamente da Patrulha
do Espaço, conforme fica claro na primeira faixa Novo
Amanhecer.
Dois
lances de sorte e azar na estrada: conseguem a duras penas em
dez dias gravar o seu CD de debut. Como não podiam desperdiçar
a chance, trataram instantaneamente de construir um repertório
e também descobriram que as canções estavam
lá e era só pegar. Faixas longas e extremas incorporando
os temas - viagem no som, na estrada e na cabeça.
Depois de acompanharem Júnior,
dando vida a Patrulha do Espaço, Vagner Siqueira, o contrabaixista
do Freak! Abandonou a nau da Patrulha, sendo substituido por
outro súdito, Adriano Rotini do quarteto Brasil Papaya,
também descendentes diretos da Patrulha do Espaço.
Velhos
easy riders elétricos atrás da lenda do blues
- veteranos precoces - fanáticos pelo DVD do "Rock'n'Roll
Circus" dos Stones, tributo aos mestres e aquela energia
própria da idade; fiquei com dó dos outros CDS
do gênero, ficaram velhos, não melhores...
Passei
um bom tempo ouvindo este CD, na verdade, nos últimos
3 meses é o que eu ouço.
Me vejo perdidamente, cantando
Dia a dia, velhos riffs com novas idéias
arrastando você a um entroncamento perfeito de idéias.
Em algum lugar da estação,
Eu volto pra te buscar encontrou a tempestade e o tormento
do Free! Músicos que gravaram
desta maneira, depois de amaciados pela produção
descartaram o rock'n'roll e no máximo chegaram a um segundo
disco. Mas o Freak! estará aí.
Freaky
sounds
Revelation Blues,
este blues inglês de bar, inicia-se com um piano boogie
acompanhado de palmas e uma guitarra revelando o refrão:
"Meu filho siga esse seu caminho / meu filho faça
tudo com carinho". Embalados eles seguem rapidamente com
Leve boa vida e a pedreira implode no trabalho dos
pratos em Stress - o rhythm and blues deles são
truncados em contrapontos às linhas de baixo e a dos
vocais, percebe-se quanto tempo leva-se até ser um guitarman
e o trabalho contrabaixo corre livre por fora para aparecer
somando.
A próxima canção
Cabeça feita chega no limite para rolar novamente,
é sustentada em cima de um balanço orgiástico
com uma cama de teclas e a angústia de um Paul Kossof,
projetada acima das alamedas.
A profusão de arranjos
e evolução nos conduzem a um tema que gravita
em torno do Planeta Caravan; A faixa Freak! É
uma suite instrumental de quase 8 minutos, a princípio
sustentada pelo moog de Alberto Sabella, outro tributo à
produção dos anos 70, com a bateria sobrepõndo-se
à guitarra em algumas passagens. Está terminado
o primeiro tempo do jogo do Freak! Na próxima peleja
mais tempo e uma mixagem melhor definida para a bateria, mas
por favor, continuem freaks nossos ouvidos agradecem!
Para
Ricardo Dezotti via emeio...
Fala!
Freak(tonita)! infelizmente aqui no trampo ñ deu para
acessar o site...
Saber que este teu primeiro disco
foi totalmente gravado no improviso, o torna mais áspero
e vital. Teu disco vem pra acompanhar
os nosso ouvidos por um bom tempo assim como os discos da Patrulha
do Espaço, Nata Violeta. Ri um bocado quando eu perguntei
quem fazia o Paul Kossof? E o Adriano Rotini ao seu lado respondeu
o Ricardo! Também gostei de vc ter dito que eu me apaixonaria
pelo Dudu Chermont, assim eu fiquei sabendo que ele era um grande
cara e ainda que aquele violão mágico é
tocado pelo Sérgio Santana.
Infelizmente, é como se
agora estivessemos separados por dois continentes, e as informações
chegam, mas estar presente e participar é diferente.
Saber que vc era um dos caras do Freak! Saber que vc fazia o
The Who ao lado do Paulo Zinner e que por dois anos tocou na
Patrulha enaltece ainda mais aquele momento de "She
get soul". Num email, me disseram, ah! o Júnior
está com os caras do Freak! Ali eu tinha captado uma
sutil pontada de ironia ao citar "o Júnior"
e uma valorização quanto aos caras do Freak! Quem
eram eles? Agora eu sabemos!. Outra normativa, Adriano Rotini,
já havia gravado "Cowboy" com a participação
do Júnior., nascia alí esta outra fundamental
formação da Patrulha. Entre os sonhos já
está rolando na rede emails de agradecimentos dos fãs
por vcs terem feito o show aqui que certamente terá a
aura de lenda.
Com admiração, Mário
Pacheco