Morre lendário fotógrafo de rock Barry Feinstein
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Morre lendário fotógrafo de rock Barry Feinstein
20 out. / 2011 - WASHINGTON — Barry Feinstein, autor de famosas fotos de cantores da década de 1960, incluindo a capa do disco de Bob Dylan "The Times They Are a-Changin", morreu nesta quinta-feira aos 80 anos após uma longa doença, disse sua mulher.
Feinstein também retratou Janis Joplin para ilustrar seu álbum "Pearl", um dia antes de sua morte, e George Harrison rodeado de gnomos para seu disco solo após a separação dos Beatles.
"Era um rabugento, mas um rabugento adorável", disse à AFP sua mulher, Judith Jamison, por telefone em Woodstock, nos arredores da cidade de Nova York, e completou que o artista morreu na madrugada de quinta-feira em um hospital.
Entre os muitos seguidores do fotógrafo está o diretor de cinema Martin Scorsese, que utilizou suas imagens para os documentários sobre Dylan, "No Direction Home", e Harrison, filme que estreou recentemente no Festival do Rio de cinema, "Living in the Material World".
Feinstein também orientou sua lente para Hollywood, onde retratou estrelas como Marlon Brando, Judy Garland, Barbara Streisand e Steve McQueen.
"Fazer fotografia editorial tem um grande componente de sorte", declarou uma vez o artista em entrevista sobre uma retrospectiva na Morrison Hotel Gallery de Nova York sobre o trabalho que realizou em Los Angeles.
"Estar no lugar certo na hora certa, conseguir a foto adequada e logo ir embora", explicou sobre sua obra.
Célebre por retratos de Bob Dylan, Janis Joplin e George Harrison
Barry Feinstein, norte-americano, fez muito do seu trabalho na Europa, sobretudo no Reino Unido. Começou por fotografar estrelas de cinema e só mais tarde se aventurou, fora do seu horário de trabalho, no mundo da música. Foi aí que ficou mundialmente conhecido, acompanhando artistas de renome e fazendo capas de discos que ficaram para a história. A BBC fala em mais de 500 fotografias para capas. Não é difícil encontrar álbuns que são marcos na história da música popular que tenham a assinatura de Feinstein. O primeiro contacto que os fãs de Rolling Stones tiveram ao pegar em "Beggars Banquet" (1968) não foi com a percussão de Sympathy for the Devil, foi com a casa de banho pública grafitada que Feinstein fotografou. Quando o norte-americano fez esse trabalho, já tinha participado, como fotógrafo oficial, na digressão fracturante de Bob Dylan em 1966. Conheciam-se há alguns anos e não foi a primeira vez que trabalharam juntos – a fotografia de capa de "The Times They Are A-Changin", álbum de 1964, é de Barry Feinstein. Em 1965, fez a capa de "Mr. Tambourine Man", o disco de estreia dos The Byrds. Mas há mais. Só no ano de 1970, viu três fotografias suas servirem de apresentação a três importantes álbuns de estreias a solo: os homónimos, de David Mason (ex-Traffic), de Eric Clapton (ex-The Yardbirds e ex-Cream) e "All Things Must Pass", de George Harrison (ex-Beatles). Este último convidou Feinstein, no ano seguinte, para cobrir o Concerto para o Bangladesh. Barry Feinstein teve uma carreira recheada. Trabalhou para a Time, a Life, a Newsweek, a Esquire e a Look, entre outros títulos. Martin Scorsese aproveitou parte do seu trabalho para os documentários "No Direction Home: Bob Dylan" (2005) e "George Harrison: Living in the Material World" (2011). O próprio Feinstein experimentou o cinema, realizando quatro documentários (o último, uma curta). A debilidade da saúde do fotógrafo começou a notar-se há cerca de dez anos. Esta quinta-feira, morreu de “causas naturais”, confirmou a sua esposa, Judith Jamieson, com quem vivia em Woodstock, Nova Iorque. Feinstein, que foi ainda casado com a cantora Mary Travers (Peter, Paul and Mary), tinha dois filhos, três enteados e três netos. Não gostava de falar do seu trabalho. Era completamente autodidacta. .
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