Sganzerla, o homem que fez filmes de cinema no mundo dos disparates

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Francisco de Goya - da série de gravuras "Disparetes". 
 

Sganzerla, o  homem que fez filmes de cinema no mundo dos disparates 

Rogério Sganzerla, um cineasta do mundo; um dos maiores que surgiu no Brasil. Em um curso rápido que ministrou durante o Festival Brasiliense do Cinema Brasileiro de 1997, o cineasta falou sobre o futuro do cinema brasileiro. Alertou sobre as reais funções da construção do PROJAC pelas Centrais Globo de Produção e localizou os “cineastas de cinema” dentro dessa realidade que viria no milênio seguinte. Sganzerla disse que eles (as grandes redes de TV do Brasil) dariam sempre uma beira, uma ponta de horário  para "filmes de cinema" , uma difusão que se dá nas sobras. É claro que também não pagariam e, o pior, iriam arvorar ares de quem estivesse fazendo um grande favor. Na publicidade do seu último filme um narrador diz algo como “É um filme que não vale a pena assistir. Se não vale a pena assitir, não vale a pena viver!”.

O cinema de filmes de cinema sobrevive no Brasil? Glauber, a quem ele se opôs ao menos por significativo período, morreu no início dos anos 80; Bressane foi vaiado de forma animalesca pela comunidade cinematográfica e pela “elite” cultural da Província Federal da República durante o Festival de Brasília de 2007, quando Julio ganhou, pela primeira vez sozinho, o prêmio de melhor filme. “O terceiro mundo vai expolodir! Quem estiver de sapato não vai sobrar!". Sganzerla é fontanal de uma verve experimental, insistente no perquirir, inquieta e ligada a uma busca ética que sucumbe de forma trágica nos nossos dias!

Sandro Alves Silveira

 

Sandro é Fotógrafo e Mestre em Teoria e História da Arte (UnB - IdA _VIS)

 

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