MUSEU REVELA O TAMANHO DO PÊNIS DE RASPUTIN
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Rasputin foi o grande símbolo da decadência imperial
Biografia cruza a vida do monge que dominou toda a vida dos czares com um suspeito poder divino
George Wheatcroft
15 mar. / 1998 – Quando será que a Rússia entrou no mundo moderno? Será que a Rússia já entrou no mundo moderno? Pedro, o Grande, alegava que estava arrastando a Rússia, que esperneava, para o século 18. Mas, se começou a criar uma grande potência, ele decididamente não criou um país europeu avançado. A partir de Aleksandr Puchkin, uma intelligentsia liberal que se sobrepôs a uma aristocracia cosmopolita produziu um florescimento criativo espantoso, a cultura russa de Tolstoi, Turgueniev e Checov, de Glinka e Tchaikovski, uma cultura que foi extiparda pelos bolcheviques.
Mas, de qualquer maneira, era uma camada extremamente fina sobre uma sociedade profundamente primitiva. Gibbon diz em algum lugar que os séculos de governo mongol deixaram uma marca profunda demais na Rússia, que nunca adquiriu as noções ocidentais básicas de sociedade aberta e liberdade individual, algo que pode explicar parcialmente (apesar de não justificar) os horrores pelos quais a Rússia passou durante 70 anos, depois de 1917. Antes disso, as décadas finais de governo czarista viram uma mistura atordoante do ultra-sofisticado (artes de vanguarda, os Ballets Russes de Diaghilev e os badulaques maravilhosos de Fabergé) com o atraso apavorante: autocracia, perseguições brutais contra os judeus, supertição e reação clçero.
O assunto da cativante nova biografia de Brian Moynahan, “Rasputin: The Saint Who Sinned” (Rasputin: O Santo que Pecava), é uma epítome dos problemas da Rússia czarista em sua última fase decadente.
Gregori Efimovich Rasputin é um dos nomes de grande influê4ncia de nosso século, o “Ra, Ra, Rasputin, lover of the russian Queen” (Ra Ra, Rasputin, amante da rainha russa) da canção popular de alguns anos atrás. Nascido na miséria abjeta em 1869 (o autor observa que há muitas datas possíveis), Rasputin era "um projétil vindo do passado medieval" e da vastidão siberiana.
Ele subiu pelo único caminho disponível para alguém com seu passado, que era a religião. Depois de um curto período num monastério, ele se estabeleceu como um starets, ou homem santo. Santo ou não, ele era inquestionavelmente carismático e até hipnótico, com um poder excepcional sobre os homens e maior ainda sobre as mulheres. Ele se aproveitou disso de todas as maneiras possíveis, saciando um apetite não muito santo por sexo e bebida.
É muito ilustrativo de São Petersburgoo fato de que, quando Rasputin chegou à cidade, em 1903, sua personalidade e conduta não o desqualificaram para a alta influência. Ele se tornou amigo de duas damas ambiciosas da aristocracia, filhas do rei de Montenegro, que fizeram sua decisiva apresentação à czarina Alexandra, nascida na Alemanha. Seu poder de atração sobre ela foi fortalecido por seus aparentes poderes mágicos: o herdeiro do trono era hemofílico e foi salvo da morte duas vezes pela intervenção curativa de Rasputin, ou pelo menos era no que Alexandra acreditava.
Apesar daquela canção popular – e apesar dos versos burlescos e caricaturas que logo começariam a circular na Rússia – a imperatriz e o monge nunca foram amantes. Mas ela estava bastante enfeitiçada por ele, como estavam muitas outras pessoas menos importantes, cativadas por sua personalidade e maravilhadas por sua insolência. Rasputin era capaz de atos de bondade e sabia como usar a clientela, mas não há muitas evidências de que era o santo do subtítulo, ou que tenha feito algum bem duradouro a alguém.
Ex-editor europeu do The Sunday Times, Moynahan é bem equipado para contar esta história barroca. Ele entende as fontes acadêmicas, alguma das quais só se tornaram disponíveis depois do colapso da União Soviética, e escreve num inglês lúcido, ou pelo menos norte-americano: além da ortografia diferente, há várias expressões específicas dos Estados Unidos.
Os leitores norte-americanos provavelmente não sabem a diferença, mas Kichener era marechal e não general quando afundou com o navio real Hampshire em 1916. Outras afirmações são um pouco surpreendentes: podemos realmente ter certeza de que, na década anterior à guerra, dois em cada três homens em São Petersburgo freqüentavam prostitutas? E quando o czar e a czarina assistiram a “uma apresentação da ópera Rusalka”, no Mariinski, em 1904, seria interessante saber se esta era a ópera recém-composta por Dvorák ou (como eu suspeito) a hoje em dia menos conhecida obra com o mesmo nome por Dargomyzhski.
Quando o fim de Rasputin chegou, foi apropriadamente lúgubre. Sua influência sobre Alexandra e Nicholas era sinistra e suas orgias eram ruins o bastante durante a paz. Em 1914, o império russo e4ncontrou-se lutando uma guerra enorme e participando desastrosamente. Coma ruína do país depois de uma sucessão de derrotas catastróficas, o “camponês imundo, depravado e corrupto” que tinha a imperatriz em suas mãos foi denunciado por inimigos.
Seu comportamento tornou-se cada vez mais flagrante. Aquela figura esplêndida, o agente secreto britânico Robert Bruce Lockhart, ele próprio nem um pouco puritano, viu Rasputin numa casa noturna em São Petersburgo, “bêbado e devasso” e causando uma grande perturbação. Desafiado a provar sua identidade, Rasputin desabotoou suas calças e chacoalhou seu pênis par aos garçons e presentes, que é uma forma e tanto de mostrar que se é.
Muitas pessoas queriam livrar-se de Rasputin. O homem que acabou por fazê-lo foi o príncipe Felix Yusupov, um herói improvável. Ele era um jovem playboy imensamente rico, que havia flertado brevemente coma a política liberal e tinha um interesse mais duradouro no transformismo, apesar de não ter nenhuma intenção de servir o exército, vestido ou não de mulher. Moynahan desenterrou novos detalhes sobre o famoso assassinato em 1916. Como em qualquer bom suspense, seria maldade revelá-los. A vida e a morte de Rasputin também ajudam a explicar o colapso do czarismo. Que preço alto os russos haviam de pagar por livrarem-se do mal que ele personificava.
(Tradução de Maria Brant)
Livro desmente versão da morte de Rasputin
O Estado de S. Paulo
Escritor diz que monge famoso por seus poderes sobrenaturais não foi vítima de envenenamento
16 mar. / 2000 – Moscou – O monge Grigori Efimovich, mais conhecido como Rasputin (que significa pervertido, no idioma russo, não foi vítima de uma tentativa de envenenamento por parte de nobres revoltados com sua poderosa influência sobre o último czar da Rússia, Nicolau Romanov II.
A história oficial, do tempo dos bolcheviques, sustenta que após sobreviver ao veneno o monge foi atacado a tiros e jogado ainda vivo nas águas geladas do Rio Neva, em São Petesburgo, em dezembro de 1916. Mas o historiador russo Edvard Radzinsky lançou ontem em Londres o livro “Rasputin: a Última Palavra”, que desmente essa versão e garante que ele nem sequer chegou a ingerir o vinho e os pastéis com cianureto preparados pelo príncipe Felix Yusupov e o parlamentar Vladimir Purishkevitch.
O mistério sobre o fato de Rasputin nada ter sentido ao consumir o veneno reforçou, na época, a lenda de que ele tinha poderes sobrenaturais para curar doentes e predizer o futuro. Radizinsky fundamenta-se em documentos inéditos com mais de 80 anos pertencentes ao violoncelista e compositor russo Mstislav Rostropovich, exilado em Londres há 20 anos. O músico alega ter adquirido os papéis num leilão da Casa Sotheby’s, “em alguma parte da Europa”, mas o estabelecimento nega ter realizado tal venda.
Apesar da nebulosa origem dos documentos – a ser apresentados ao público hoje, em Londres -, vários historiadores russos atestaram sua autenticidade. Radzinsky diz que os bolcheviques tergiversaram a história sobre a morte do monge para desacreditar os Romanovs. Ele também confirma que Rasputin foi amante da mulher de Nicolau II, a czarina Alexandra, e comprova o fato com telegramas e cartas trocados pelos dois. Os Romanovs foram executados pelos bolcheviques em 1918.
Grigori Efimovich passou a ser conhecido como “pervertido” por causa de seu apetite sexual insaciável e por estar sempre envolvido em escândalos. Seus supostos poderes de vidente e curandeiro conduziram-no em 1908 à corte czarista, em São Petersburgo, onde ganhou prestígio entre os Romanovs quando assegurou poder curar a hemofilia do herdeiro do trono, Alexei, único filho homem de Nicolau e Alexandra.
Fazendo jus à fama de mulherengo, ele conquistou a czarina. “Voltarei em oito dias. Por ti sacrifico meu marido e o meu coração. Reza por mim e benze-me. Beijos, meu amor”, dizia um telegrama de Alexandra par ao monge, datado de dezembro de 1914. Dois anos depois – e 15 dias antes do assassinato dele – ela implorava: “Não me escrevestes. Estou te estranhando muitíssimo. Venha logo. Reze por Nicolau. Beijos.”
Mas Rasputin passou a intrometer nas questões do Estado e por isso ganhou inimigos na aristocracia, os quais conspiraram para matá-lo. O príncipe Yusupov planejou, então, envenená-lo com pastéis e o vinho. Diz a lenda que, vendo o monge bem disposto após ingerir o cianureto, Yusupov e seu comparsa dispararam dois tiros contra ele. Como não morresse, amarraram-no e jogaram-no no Rio Neva.
Telegramas provam que czarina foi amante dele
Segundo Radzinsky, a idéia do veneno não deu certo porque Rasputin não provou os pastéis e o vinho, por isso os dois deram-lhe três tiros (e não dois). O escritor confirma, porém, que o monge foi jogado com vida ao rio e ainda tentou desfazer-se das amarras, como prova a foto do cadáver.
Quando a história dava como certo que Rasputin resistiria ao veneno, a explicação médica era que ele talvez sofresse de gastrite crônica, resultante de seu alcoolismo, segundo o jornal The Times. A doença pode reduzir a acidez dos sucos gástricos e fazer com que a pessoa sobreviva a doses de veneno letais para mortais comuns. (EFE, Ansa e The Times)
O monge e a czarina
Em 1908, o monge Grigori Efimovich Novykh, mais conhecido como Rasputin, foi apresentado à família real russa. Com fama de vidente e curandeiro, caiu nas graças da czarina Alexandra. Sobretudo porque parecia ter o poder sobrenatural de curar a hemofilia do príncipe Alexei, o herdeiro do trono. Lançado na quarta-feira passada em Londres, “Rasputin: a Última Palavra”, do historiador russo Edvard Radzinsky, tenta provar com documentos inéditos que o monge não conquistou apenas poder político mas também o coração e a cama da czarina. “Por ti sacrifico meu marido e meu coração. Reza por mim e benze-me. Beijos, amor meu”, esc4reveu-lhe ela. O livro contesta ainda a versão corrente da morte do monge, em 1916. Diz-se que resistiu de forma sobrenatural ao envenenamento no atentado organizado pelo príncipe Felix Yusupov. Radzinski sutenta que o monge sobreviveu porque nem sequer chegou aprovar o vinho e os pastéis preparados com cianureto. Morreu afogado no Rio Niva, onde seu corpo foi jogado depois de ser alvejado por três tiros.
Veja, 22 mar. / 2000
Museu diz ter pênis de Rasputin 'em conserva'
http://oglobo.globo.com/blogs/moreira/
Um museu de sexo e erotismo em São Petersburgo (Rússia) afirma possuir um artigo incomum: o pênis de Rasputin.
Grigori Yefimovich Rasputin foi um místico que atuava como conselheiro do czar Nicolau II e que se tornou uma das mais importantes figuras da queda da dinastia Romanov e o triunfo da revolução socialista de 1917 na Rússia.
Entre um grande número de esculturas e pinturas é o órgão a peça mais desejada pelos visitantes. Preservado em um pote de vidro, o suposto pênis do "Monge Louco", como Rasputin era conhecido, tem 30 centímetros...
"Com esta exposição, deixamos de invejar os Estados Unidos, onde o órgão reprodutor de Napoleão Bonaparte é mantido", disse Igor Knyazkin, fundador do museu.
E Igor comemora a vitória da estranha Guerra Fria:
"O pênis de Napoleão é um pequeno talo, não pode ser comparado ao nosso órgão de 30 centímetros."
Considerado um devasso (teria se envolvido em incontáveis orgias com plebeias e tido casos com mulheres da alta sociedade), Rasputin teria sido castrado antes de ter o corpo, crivado de balas, jogado no Rio Neva, onde morreu de frio.