JOHN LENNON NO CIRCO DO ROCK! (ROBSON JAGGER*)

 

JOHN LENNON NO CIRCO DO ROCK! (ROBSON JAGGER*)

A barra pesada do pop inglês reunida num só filme


Os Beatles na sua posição de estrelas máximas da revolução pop dos anos 60 sempre se disporam a ajudar, a contribuir com seu toque mágico com os outros astros, estrelas (maiores e menores) e amigos. E paralelamente à sua carreira, às suas atividades como grupo, podemos encontra-las marcando presença em várias outras realizações, de acordo com as inclinações, a personalidade de cada um.

Por isso, John Lennon, o poeta mais atrevido daquela e de todas as gerações, nem pensou duas vezes quando recebeu o convite para - ao lado da nata do underground inglês da época) - integrar o elenco do filme Rock’n’Roll Circus.

Este foi um projeto de um especial de televisão que reuniu exatamente os nomes mais contundentes do cenário rock. Line up: Stones, The Who, Eric Clapton, Dr. John, Taj Mahal, Traffic, Jethro Tull, Mitch Mitchell, John & Yoko e obviamente um show de circo de verdade literalmente com feras, tudo em clima de festa, celebração tribal, descontração. Uma memorável jam-session com Eric Clapton (guitarra-solo), Keith Richards (baixo) e Mitch Mitchell (bateria) e John (guitarra base e vocais) tocam o seu rasgante Yer Blues!

O biógrafo dos Stones, Tony Sanches que assistiu as filmagens do Circo de Rock narra um flagrante nos bastidores: Mick Jagger dizendo a John Lennon “Obrigado, John, com sua ajuda, esse será o filme de rock que suplantará todos os outros filmes de rock”.

Por diversos motivos burocráticos e frescuráticos, o filme não foi ao ar. Um dos motivos alegados foi a proibição por parte do governo italiano que proibiu as filmagens no Coliseu de Roma. Por causa dessas coisas perdeu-se um dos mais importantes documentos da história do Rock e um dos mais brilhantes momentos de John fora dos Beatles enquanto o grupo existia.

Restava de consolo (será que dá) um disco pirata retirado do filme onde pode-se encontrar a gravação de John. Só que é dificílimo de ser achado também.

*Texto originalmente publicado no fanzine Yellow Submarine-RJ.

Beatles e Stones juntos no estúdio, lenda do rock?
(Mário Pazcheco)

No CD-pirata The Beatles Ultra Rare Trax Vol. 4, encontra-se "Yer Blues", gravada em 11 de dezembro de 1968 para o especial The Rolling Stones Rock’n’Roll Circus. Apresentada como uma façanha pelo supergrupo, Lennon, Richards, Clapton e Mitchell. Outra faixa "Blues Jam", com a mesma formação aparece nessa jam de aquecimento para "Yer Blues". Além de pôsteres com fotos de Lennon e Clapton lado à lado empunhando suas guitarras, curiosamente foi lançado no Brasil pelo saudoso Big Boy o disco-pirata ...and The Beatles were born. O lado um trazia gravações piratas do show dos Beatles no Hollywood Bowl em 1964, e o lado dois apresentava as gravações do especial do Stones usando apenas os artistas convidados, destaque para o The Who que roubou o show no especial.

Outro disco famoso é o pirata Shout!, lançado em 1982, foi resenhado na revista Veja, como uma seção histórica dos Stones/Beatles juntos em "Shades of orange" onde, “a guitarra de John Lennon e a voz de Mick Jagger travavam um delirante diálogo”, e em "Loving sacred loving" a bateria de Charlie Watts “apoiava uma vocalização de toda a turma”.

De acordo com o livro An Illustrated Record - The Rolling Stones compilado por Miles, as músicas "Shades of orange" e "Loving sacred loving" que aparecem no LP Shout! e como sendo Beatles e Stones juntos, fazem parte do LP do conjunto The End, chamado Introspection (Decca SKL R5015, setembro de 1969), ambas de autoria “Wyman (Rolling Stones)/Gosling”. Essas músicas também aparecem no pirata Shades of orange (RS2579 - japônes) como sendo out-takes do LP Satanic Majesties. Seriam as mesmas versões?

Menos famoso e mais raro, When two legends collide - The Beatles and the Rolling Stones - infelizmente e apesar do títulos são apenas gravações ao vivo e isoladas dos Beatles e Rolling Stones.

Rivalidade entre Beatles e Stones
(Jornal de Brasília, 6 nov. / 2003)

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Beatles ou Rolling Stones? Dois livros ilustrados que acabam de chegar às livrarias dos Estados Unidos vão ajudar mais uma vez na reflexão dessa antiga questão, que perdura há décadas. Lennon Legend: An Illustrated Life of John Lennon adiciona à biografia do ex-beatle cerca de 40 reproduções removíveis de artefatos relacionados a ele, como um boletim escolar, programas de teatro e manuscritos de letras de músicas.

According to the Rolling Stones traz novas, extensas e francas entrevistas com o vocalista Mick Jagger, o guitarrista Keith Richards, o baterista Charlie Watts e o guitarrista Ronnie Wood, e, assim como o livro sobre Lennon, inclui diversas fotos raras.

Apesar do tom franco, ambos os livros são produtos oficiais e autorizados. A viúva de Lennon, Yoko Ono, abriu seus arquivos para ajudar a criar Lennon Legend, enquanto o lacônico Charlie Watts é citado como editor-consultor de According to the Rolling Stones.

Os dois livros contam histórias semelhantes. Mais de 40 anos atrás, em Liverpool e Londres, alguns rapazes loucos por música americana se reuniram para formar bandas, aprenderam a compor canções e transformaram o mundo. Tudo isso com o acréscimo de algumas drogas, desavenças e mortes ao longo do caminho.

A grande diferença entre suas histórias é que os Beatles se separaram em 1969 e, desde então, dois deles morreram, enquanto os Stones continuam firmes até hoje - uma força poderosa em turnês e merchandising, mesmo que as vendas de discos já não tenham tanto poder.

A rebeldia deles também era díspar. Os Stones eram vistos como mais sombrios e ameaçadores. Havia ainda uma discordância sobre uma nova visão do pop e um gênero recém-criado, o rock. E, para uma certa geração do pós-guerra, identificar-se com uma banda ou outra dizia muito sobre as pessoas.

“Opostos que se atraíram”
(Jornal de Brasília)

Ambos os livros são publicados pela Chronicle Books, que lançou The Beatles Anthology em 2000 – a obra serviu de modelo para According to the Rolling Stones. Segundo co-editora Dora Loewenstein, Bill Wyman, baixista original dos Stones, estava envolvido demais com seu próprio livro, lançado no ano passado, e não pôde contribuir com According to the Rolling Stones.

Porém, filha do administrador da banda e bem informada sobre os Stones há muito anos, Loewenstein disse que até mesmo ela descobriu algumas coisas novas. Como a opinião pouco elogiosa de Jagger sobre Exile on main street, visto por alguns críticos como o melhor álbum dos Stones. O livro também discute acaloradamente a perda de vários membros da banda, inclusive o falecido Brian Jones. Mas os comentários mais apaixonados dizem respeito à música que amavam e à música que fizeram.

Os Stones falam muito sobre as técnicas que utilizam nos shows e com as quais criaram os espetáculos extravagantes que montam até hoje. Foi uma direção que John Lennon se negou a tomar. Para quem ainda acompanha a rivalidade entre Beatles e Rolling Stones, vale notar que o livro sobre Lennon faz apenas uma menção passageira aos Stones, mas que quase todos os colaboradores do livro sobre os Stones – incluindo os músicos, Sheryl Crow, o executivo de gravadora Ahmet Ertegun – fazem referências aos Beatles.

E Keith Richards revela que, longe de competir, as duas bandas se consultavam, “em telefonemas escondidos”, para coordenar lançamentos dos discos. “Todo mundo falava em Beatles versus Stones, mas nós mesmos combinávamos: vocês lançam primeiro e a gente espera duas semanas para lançar o nosso. Nunca entrávamos em conflito. Havia espaço bastante para as duas bandas”, disse Richards.

 

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