Filmes em 3 dimensões e incontáveis visuais

Filmes em 3 dimensões e incontáveis visuais
(Mário Pazcheco)


 

ALICE’S RESTAURANT
    Filme dirigido por Arthur Penn e que no Brasil foi lançado como Deixe-nos Viver, estrelado por Arlo Guthrie, filho do gênio engajado do som caipira americano, Woody Guthrie. A fita conta as delícias e os problemas do restaurante da Alice, “a meia milha da estrada” - como sabe qualquer um que tenha visto o filme, típico do cinema americano de uma época com o reflexo do “sonho” anticonsumista e de volta à natureza.


“Para aqueles fãs de rock que se deram ao trabalho de ouvir com atenção, a mensagem do rock não poderia ser mais clara. É um mundo de homens, baby, e as mulheres só têm um lugar nele: debaixo dos lençois. Ou se forem talentosas - como a a Alice de Arlo Guthrie - na cozinha”. Marion Meade, jornalista.

 


AMERICAN POP
Desenho animado de Ralp Bakshi que focaliza o excitamento urbano que o autor tanto ama. Uma saga familiar contendo quatro gerações e dois astros de rock onde o destino é o futuro e o futuro está para acontecer... Na trilha-sonora, Hendrix, Lou Reed, The Mamas and the Papas, Janis, Doors e outros.

 


BEYOND THE VALLEY OF THE DOLLS
(1970) – Drama – Colorido – 109 minutos. Direção: Russ Meyer. Um grupo de rock formado por garotas encontra a fama e a fortuna neste impressionante filme sobre o cenário musical de Hollywood. Música por Stu Phillips e Bill Loose. The Strawberry Alarm Clock aparece em muitas cenas de fundo e cantam duas músicas. The Sandpipers cantam a música-título.


BLOW-UP
Um filme que tinha como atores principais Vanessa Redgrave e David Hemmings e em resumo era a história de um fotógrafo que acidentalmente fotografa algo que mais tarde acaba por se tornar um assassinato enquanto na verdade tirava fotos a uma atraente moça (Redgrave), a passear e a beijar um homem de meia idade. O assassinato apenas se torna evidente quando a foto é ampliada; o filme desenvolve-se à volta da caça da moça através de Londres para reaver o filme. Foi aclamado por toda a crítica e agraciado como “uma impiedosa evocação da vida contemporânea... contém algumas das cenas mais sensuais que os censores deixaram passar”.
Um dos poucos cachês ganho pelos Yardbirds de sua participação neste cult-movie. Para o filme eles construíram uma cópia exata do Ricky Ticky Club em Windsor. Antonioni, o diretor, tinha visto Jeff demolindo as coisas no palco e tinha gostado tanto que convido-o, e Jeff arrebentou a guitarra, enquanto os Yardbirds tocavam Stroll On.

Antonioni chegou a pintar ruas de Londres para obter o tom desejado. Esse poético estudo da juventude psicodélica resiste, duas décadas depois de sua realização, como um dos filmes mais reveladores e emblemáticos do anos 60 mesmo que o crime da história não seja resolvido Impossível esquecer a cena final...


“Se o meu filme pudesse ser explicado, não seria um filme”/ Antonioni, a propósito de Blow-Up.


CHELSEA GIRLS
De 1966, 210 minutos, sonoro. Com Nico, direção de Andy Warhol. 12 rolos com doze histórias de nova-iorquinos drogados e ensimesmados viajando no hotel Chelsea, enquanto os Estados Unidos lutam no Vietnã, “matadouro de crianções e seus idílios inocentes”.

 


CORRIDA CONTRA O DESTINO (Vanishing Point).
Estados Unidos, 1971. Direção de Richard C. Sarafian, com Barry Newman, Cleavon Little e Dean Jagger. Que Robert Altman, que nada - o maior diretor americano por volta de 1970 foi Sarafian, que fez dois grandes filmes. Um é este "Corrida contra o destino" e o outro, o western "Fúria selavagem", com Richard Harris, que antecipa "Fitzcarraldo" com aquele grupo que carrega um barco pelo terreno seco, através do Velho Oeste. Barry Newman radicaliza a vertente de "Sem destino" e cria um certo Kowalski, que cai na estrada perseguido por policiais. UM DJ negro (e cego), Super Soul, encarrega-se de fazer dele um símbolo da revolta americana, na era da contracultura. O talento de Sarafian era tão poderoro. Ele reinventa Albert Camus (O Estrangeiro) nas estradas americanas. Algo houve com o diretor durante a rodagem de "Amor feito de ódio", de 1973, um western quase onírico com Burt Reynolds e Sarah Miles. Houve um assassinato no set, envolvendo uma história obscura de sexo, e a carreira de Sarafian nunca mais foi a mesma. Colorido - 99 min. Luiz Carlos Merten in O Estado de S. Paulo, 10 abr. / 2004.

 


THE DOORS - (Estados Unidos, 1991) 
Direção: Oliver Stone. Com Val Kilmer, Meg Ryan, Kyle MacLachlan, Michael Madsen, Bill Idol. Este filme sobre a vida e morte de Jim Morrison gerou acirradas polêmicas e certamente não foi a última palavra sobre seu não menos polêmico inspirador. Segundo Ray Manzarek que odiou o filme “Oliver Stone esqueceu-se que Jim era um poeta!”.
Houve dois grupos de opinião formados ao redor do filme: o que o repudiava porque, afirmavam que, “não corresponde à verdade” sobre o astro morto em circunstâncias obscuras, em Paris, e o que o defendia por achá-lo correto. A estes, somou-se o grupo dos gays que, através de sua publicação de San Francisco, Bay Area Reporter, afirmou ser falso que Jim “nunca se deixou tocar por um homem”, como foi sugerido por Oliver Stone, “Jim tinha muitos amigos gays”, dizem.
Um quarto grupo, unipessoal, também intrometeu-se no debate: Albert Goldman, escritor que se propôs investigar as mortes obscuras das estrelas do rock e que já fez algumas revelações sobre o desaparecimento de Elvis Presley e John Lennon. O escritor disse que Morrison não morreu de ataque cardíaco, mas pela ingestão de uma grande dose de heroína.
Goldman escreveu para o número de abril de 1990 da revista Penthouse que Pamela Courson, amante do astro por muitos anos, chamou ao telefone a cantora Marianne Faithfull e o playboy francês Jean de Breteuill, em estado de pânico: “Jim está no banheiro e a porta fechada por dentro, não posso chegar até ele”, teria gritado. Quando os dois chegaram ao lugar de onde os chamou Pamela, conseguiram abrir a porta e encontraram Morrison morto. “Pamela admitiu depois”, disse o escritor, “que Jim tinha ido com drogas para o banheiro”.
Albert Goldman morreu em 1995 com o trabalho sobre Jim a meio caminho. Já tinha recebido um adiantamento de meio milhão de dólares: sua editora não vai perder o bonde. Talvez o material seja lançado esse ano quando os Doors estarão completando 30 anos...

 

 

THE DOORS - LIVE AT HOLLYWOOD BOWL
    Direção: Ray Manzarek, Estados Unidos, 1987. Fotografia: Paul Ferrara. Cor, 60 minutos. Registrado no dia da independência americana em 1968. Apesar de ter sido filmado com 4 câmeras, a maior parte do material editado vem de apenas duas (uma colocada no centro e outra no canto direito do palco). A falta de diferentes ângulos não chega a ser uma limitação e o vídeo não cansa.

 

 


EASY RIDER
Um dos melhores filmes realizados nos Estados Unidos na década de 60. No Brasil, (Sem Destino), dirigido por Dennis Hopper em 1969, é uma daquelas produções que sempre vale a pena ver de novo, quer pelas interpretações de Peter Fonda, Jack Nicholson e Hopper, pela visão crua de um sonho que ganhou corpo no linho amortecido de um travesseiro que já nasceu condenado, ou mesmo pela trilha sonora, que inclui The Jimi Hendrix Experience, Steppenwolf, The Byrds, The Holy Modal Rounders, Fraternity of Man, The Eletric Prunes e Roger McGuinn.


Depois de vender cocaína perto da fronteira mexicana os motociclistas Wyatt (Fonda) e Billy (Hopper) partem pelas estradas do sudoeste com destino a Nova Orleans. Em suas andanças, sempre mal acolhidos pelos cidadão conservadores por causa de seus modos excêntricos, visitam uma comunidade agrícola hippie e são presos por um pretexto tolo, fazendo amizade na cadeia com um advogado bêbado, George Hangon (Nicholson). O itinerário do trio destina-se a um desfecho brutal.


Esta produção de Peter Fonda, feita ao sabor do improviso, com apenas 325 mil dólares de orçamento, seria distribuída pelo American-International em salas de segunda como programa-duplo. No entanto, o filme foi convidado a participar do Festival de Cannes de 1969, onde conquistou o prêmio de “melhor diretor estreante” (Hopper) , vindo depois a candidatar Nicholson ao Oscar de melhor coadjuvante. O sucesso de tão estrepitoso, provocou uma autêntica revolução nos métodos do cinema independente americano - e, em conseqüência, gerou vasta prole de imitações (Cada um Vive Como Quer, Corrida Contra o Destino, Bronson, o Aventureiro). Inaugurando o chamado “filme-de-estrada”, "Easy Rider" ficou nas antologias como modelo da contestação hippie e imagem já nostálgica de uma América jovem que, pelas vias da contracultura e do flower-power buscava arrebatar inefável sonho de liberdade. Quando exibido na telinha brasileira Sem Destino sofria um corte da cena em que Fonda e Hopper oferecem a Nicholson um baseado.


Em 1992 voltou à evidência. Bob Rafelson e Bert Schneider, os produtores acusaram a Columbia de “negligência” pela perda de cerca de uma hora e meia do negativo original, cortado pelo estúdio. Os dois produtores desejavam que, a exemplo de Blade Runner, Easy Rider tivesse uma nova versão integral, a ser lançada em vídeo em 1993 e, possivelmente, também em cinemas. Mas a Columbia admitiu ter perdido as latas com o material de Easy Rider. Cinco horas de imagens cortadas pelo próprio Hopper apareceram num depósito em Kansas, mas 20% dos negativos estavam danificados.


Ana Maria Bahiana – Olhando retrospectivamente, como você vê Easy Rider?
Dennis Hopper - Sinceramente? Não teríamos tráfico de cocaína como temos hoje, e não teria sido tão rápido, sem Easy Rider. É a pura verdade. Não posso me sentir culpado por isso, mas é a verdade. Cocaína foi a droga que nós trouxemos. Em 1969, quando Easy Rider estreou, cocaína não era uma droga comum nas ruas. Era chamada a droga dos reis. Poucas pessoas tinham acesso a ela, era difícil obtê-la. No ano seguinte à estréia do filme, a cocaína estava em toda parte.

 

EAT 
Direção de Andy Warhol, 39 minutos, mudo. O ator e artista plástico Robert Indiana come meticulosamente um cogumelo frente à câmera, evocando retratos de santos feitos pelos pintores flamengos no século XV.

 


FILLMORE – (1972)
Documentário – Colorido – 105 minutos. Direção: Richard T. Heffron. Filme-concerto dos últimos dias do auditório Fillmore West (San Francisco), intercalado com reminiscências do proprietário e empresário Bill Graham sobre os bons tempos de San Francisco. Participam: The Grateful Dead, It’a Beautiful Day, Jefferson Airplane, Santana, Hot Tuna, Cold Blood, Boz Scaggs, Elvin Bishop, New Riders of the Purple Sage, Stoneground, Quicksilver Messenger Service, Tower of Power.


FINALLY... ERIC BURDON AND THE ANIMALS 
Warner, vídeo - 1993. Nos Estados Unidos corrompido por Brian Jones, desbundou na lisérgico festival de Monterey, Eric Burdon, interpreta uma versão psicodélica de Paint it Black, um original de (Jagger & Richards). Chas Chandler, o animal que virou empresário de Hendrix também depõe.

 FOUR STARS – (1967) 

Drama – Preto e Branco – 1.500 minutos. Direção: Andy Warhol. Uma extravagância (25 horas!) de Warhol, com o Velvet Underground aparecendo ocasionalmente na tela, interpretando algumas de suas canções. Existe também uma versão de 120 minutos deste épico.

 

 GRATEFUL DEAD 

De Robert Nelson. Os cineastas Bruce Conner e Robert Nelson, de San Francisco, estavam fazendo shows de luzes nos auditórios Avalon e Fillmore. Em 1967, Nelson fez dois curta-metragens com o Grateful Dead e acabaria recebendo um premio em dinheiro, no festival de vanguarda de Knokke-Le-Zoute, na Bélgica.


 

 

(The) Grateful Dead Movie 

(1977) – Documentário – Colorido – 131 minutos. Direção: Jerry Garcia. Mais uma reunião da tribo que um filme-concerto, esse documentário captura o Dead em cinco noites em San Francisco, em 1974. Um longo e deslumbrante desenho animado, realizado por Gary Gutierez, abre o filme.


GIMMIE SHELTER
    Dirigido pelos Irmãos Maysles (Albert & David) sintetiza e encerra mais uma fase na carreira dos Rolling Stones: eles atingiram o ápice da revolta e da inquietação que uma banda de músicos poderia provocar. Das cadeiras quebradas no Station Hotel ao crime sangrento durante um concerto, eles haviam deixado um rastro claro, visível, de agitação e desafio.


HAIR
    É o musical símbolo da década. O diretor checo Milos Forman queria filmar Hair desde o dia em que o assistiu num teatro de Nova York, em 1967, logo na semana de estréia. Mas a oportunidade só surgiu em 1976, pouco antes de ganhar o Oscar por Um Estranho no Ninho, quando o produtor Lester Persky decidiu que Forman, autoexilado nos Estados Unidos, seria o cineasta ideal para captar o jovial espírito de rebeldia do original.
    A filmagem de Hair (custo de 12 milhões de dólares) tinha tudo para não dar certo, devido à rala estrutura dramática do texto de Gerome Ragni e James Rado, pouco mais que uma reunião de belas canções. Nem Forman nem o roteirista Michael Weller haviam feito musicais antes, e, além disso, uma remontagem da peça na Broadway em 1977 fracassara, sugerindo que Hair estava numa situação incômoda: não era mais novidade para o público jovem e ainda não envelhecera o bastante para ganhar valor nostálgico. Mas o filme, com elenco de desconhecidos, superou todos esses obstáculos A sequência de abertura, com a “tribo” dançando no Central Park, ao som de Aquarius, é arrebatadora, o mais feliz retrato até hoje feito do inconformismo algo ingênuo e inconseqüente da geração “flor e amor”. A partir daí, escorado na inovadora coreografia de Twyla Tharpe, o diretor Milos Forman consegue quase um milagre - um filme capaz de funcionar como drama, comédia e observação social. Mesmo os críticos que fazem restrições ao original reconhecem este valor - com uma exceção: David Denby, da revista New York, classificou o filme Hair como “um transplante de cabelo”.
    "Hair" anunciava com grandiloqüência que estávamos entrando na era do Aquário; era um eco astrológico da afirmação de Stockhausen: “na Era de Aquário o homem volta-se para os valores intuitivos e supraracionais”.


    HEART BEAT
   Baseado num livro de Carolyne Cassady, mulher de Neal Cassady.


    HEAD
    No Brasil, Os Monkees Estão Soltos. Direção de Bob Rafelson que co-assinou o louco roteiro de Jack Nicholson. Elenco: Os Monkees, a cantora de maiô Anette Funnicelo faz uma participação, Victor Mature faz o papel de um gigante e Frank Zappa, no papel de um crítico de rock acompanhado de uma vaca falante. Estes são os detalhes mais sãos de um filme constituído de pedaços de demência. A mais radical comédia musical-psicodélica da história do cinema. Um filme regado a LSD para um suposto enterro dos Monkees frente aos Beatles. O supra-sumo do non sense.


    INVOCATION OF MY DEMON BROTHER
   Do cineasta underground Kenneth Anger, um filme sobre Charles Manson cuja trilha sonora é assinada por Mick Jagger.


    JESUS CRISTO SUPERSTAR
   O musical Jesus Cristo Supertar, de 1970, inovou ao colocar a figura e as palavras de Jesus dentro do contexto da contracultura da época.
    Além disso, o apóstolo Judas era interpretado por um ator negro, como uma maneira de demonstrar simbolicamente as raízes da intolerância racial.
    Jesus Cristo Superstar procurava renovar a história de Cristo, criticando as interpretações dogmáticas de sua figura.
    Junto com "Hair", o musical entrou para a história como a investida de maior sucesso da contracultura na Broadway.


 JIMI HENDRIX STORY
   No Brasil, A História de Jimi Hendrix, produção americana de 1973, direção de Joe Boyd, John Head e Gary Weis. Elenco: Jimi Hendrix, Pete Townshend, Eric Clapton, “H”, Paul Caruso, Dick Cavett, Billy Cox, Little Richard, Mick Jagger, Mitch Mitchell e Fayne Pridgon.
Documentário de longa-metragem, nunca exibido nos cinemas brasileiros, anteriormente apresentado na tevê com o título Jimi Hendrix Story, reunindo depoimentos, excertos de “shows” e aparições na tevê e no cinema de Hendrix, uma das figuras proeminentes da idade do rock nos anos 60. Há cortes de censura, que não atingem, no entanto, as 11 canções enfileiradas na trilha-sonora.


JOURNEY THROUGH THE PAST
    De Neil Young - tomadas em Super-8 de concertos do Crosby, Stills, Nash & Young, um filme definido pela Rolling Stone como “docu-autobio-músico”. Young dirigiu, escreveu e editou o filme, que além do CSNY tem cenas do Buffalo Springfield, material de arquivos de tevê - como Nixon e Billy Graham cantando juntos “Deus Salve a América” - e cenas de fantasia como um viciado se aplicando, meninos-de-Deus tentando convertê-lo, 12 encapuçados negros numa praia montados em cavalos pretos, um homem vagando num deserto ameaçado pela Igreja, os militares e as multinacionais. Este filme demorou a ser lançado devido a problemas legais.


    THE KNACK AND HOW TO GET IT
    A Bossa da Conquista, 1966. Richard Lester, o diretor dos dois primeiros filmes dos Beatles retrata a rebeldia da juventude inglesa (mods e rockers). Na gíria dos mods, a palavra knack designa a forma de ataque ao sexo oposto. Ataque galante, entre agressivo e tímido. Richard Lester fica no centro, na defensiva.


    LADIES AND GENTLEMAN: THE ROLLING STONES
    A 16 de dezembro de 1988, em uma hora foram vendidos os 800 ingressos para a última exibição no dia posterior no New York Film Museum, do documentário Ladies and Gentlemen: The Rolling Stones, um filme de “sexo e drogas”. O documentário foi financiado pelo próprio grupo e realizado em 1972 por Robert Frank, 63, considerado um dos maiores fotógrafos vivos - é dele as fotos ampliadas de um filme Super-8, utilizadas no Exile on Main Street. Entre as cenas polêmicas do filme, há uma relação sexual num jato em pleno ar e outra que mostra Keith Richards fazendo uso de drogas. Os Stones não gostaram do resultado por considerá-lo “desprezível e ridículo” e conseguiram proibir a exibição comercial do filme. Por duas vezes o diretor desafiou o grupo e exibiu o filme em universidades. A decisão de mostrá-lo pela última vez foi do próprio Frank.


THE LAST TIME I COMMITTED SUICIDE
No Brasil. Sem Limite. EUA, 1997. Roteiro e direção de Stephen Kay, a película é baseada numa carta de Neal Cassidy para Jack Kerouac. Entre uma e outra aventura Neal Cassady, conhece Joan, uma jovem linda, porém depressiva, que o deixa desencontrado ao tentar o suicídio. Além dos bons momentos do ator destaque para a excelente trilha-sonora.


 MONTEREY POP
    Trata-se do primeiro documentário sobre mostras de música que abriu caminho para o maior sucesso no gênero, Woodstock, realizado dois anos depois. O festival de Música Pop em Monterey, Califórnia, ocorrido em 16-18 de junho de 1967, reuniu 50 mil jovens, a maioria sem ingressos e teve como atração Hendrix, Janis Joplin, The Who, Simon and Garfunkel, Ravi Shankar, The Mamas & The Papas, Canned Heat e outros. O diretor D.A. Pennebaker já havia realizado, um ano antes, outro documentário musical sobre um concerto de Bob Dylan na Inglaterra, Don’t Look Back, nunca lançado no Brasil. Albert Maysles, um dos sete fotógrafos de Monterey Pop, filmaria dois anos depois o documentário Gimme Shelter, sobre a turnê dos Rolling Stones nos Estados Unidos. “Filmem o que seus olhos acharem interessante”, foi a palavra de ordem de Pennebaker às suas unidades de filmagem, duas das quais foram reservadas para acompanhar o comportamento do participante público. Os números musicais são entrecortados com entrevistas com os espectadores. Além de tudo o diretor desejou tirar o máximo de partido dos planos próximos e da iluminação. As 72 horas de muito som foram condensadas em 80 minutos de filme.
    “No momento em que Scott McKenzie aparece na tela cantando “If you’re going to San Francisco/be sure to wear some flowers in your hair...” torna-se óbvio que esta é a melhor maneira de se filmar um musical deste gênero”, escreveu um crítico americano. “A inocência desse período da história do rock é sugerida pelo fato de que esse filme, ao contrário dos posteriores, somente de passagem se relaciona com problemas sociais e culturais”, disseram outros. E mais “Há por todos os lados grandes cabeleiras laranjas, mãos bonitas, sombras, melancias, pés descalços, flores, cachorros, o pé de Ravi Shankar acompanhando o ritmo, luzes psicodélicas, efeitos esfumaçados por trás apresentação infernal do conjunto The Who, bocas coladas aos microfones, olhos diferentes daqueles sérios rostos jovens que há dez anos - antes do Vietnã - não existiam. A fotografia é bem coordenada com o som, às vezes cegando pelas luzes ofuscantes, às vezes a câmera indo até a platéia para focalizar personagens que não são os principais”.
    A câmara dá um close sobre seu rosto, focaliza o grito negróide e acompanha o ríctus que se forma em torno de cada palavra. Depois mostra os pés de Janis, marcando o ritmo no estrado do palco. Corte para o rosto de Mama Cass Elliot, maravilhada na platéia, em êxtase, exclamando: - Uau!


MTV: CLOSED CLASSICS
Produzido e dirigido por Robert Odell. Vídeo de canções-fetiche do rock, como Born to be Wild, com o Steppenwolf, Surfing in the USA, com os Beach Boys, Do you wanna be a rock’n’roll star?, com The Byrds e Wild thing, com Hendrix. O T. Rex, uma das bandas mais importantes do anos 70, mostra seu glam rock com Jeepster, na voz (tão boa quanto a de Bowie ou Brian Ferry) de Marc Bolan. e a arrasadora apresentação de Ike e Tina Turner, acompanhada pelas impagáveis Ikettes, que injetam adrenalina em Proud Mary.


    MORE
   Drama – Colorido – 116 min de Barbet Schroeder. Drama que se desenrola durante o “Verão do Amor”, em San Francisco, sobre um dependente de heroína. Música de Pink Floyd.


    MUTAÇÕES
    Dirigido por Rogério Sganzerla, uma colagem que registra diversos momentos da carreira de Jimi Hendrix. Mutação deve ser visto como uma produção de um cineasta que compartilha com Hendrix muitas idéias e convicções que faz do seu cinema um instrumento de desvendamento dos véus opacos que obliteram a vista.


    NAKED LUNCH / MISTÉRIOS E PAIXÕES
    A adaptação de "Naked Lunch - Almoço nu" (Mistérios e Paixões) do discípulo canadense David Cronenberg leva a obra de William Burroughs às telas.


    THE OMEGA MAN
    De 1971, dirigido por Boris Sagal. No Brasil, A Última Esperança Da Terra - Charlton Heston, no mundo pós-apocalipse entra num cinema de uma deserta Nova York para assistir Woodstock e comenta consigo mesmo, “não se fazem mais filmes bons como esse”...


    ONE PLUS ONE
   Exibido no I Festival do Filme do Rio e segundo um crítico brasileiro, “um exemplo da quadradice musical do guitarrista Keith Richards sob a direção de Jean-Luc Godard. Um filme extremamente monótono, onde os músicos ficam horas e dias trancados num estúdio para efetuar a gravação da música Sympathy for the Devil. E Keith como estava nessa? Simplesmente a caminho de Júpiter.
(...) Ele não era capaz de para cinco minutos num canto para tentar bolar um riff guitarrístico qualquer, nem para um acompanhamento. Chegou ao extremo de tirar Bill Wyman do baixo (para fazer uma percussão) e assumir ele mesmo. Enquanto isso, o outro lunático do Brian Jones ficava separado num compartimento de gravação, delirando sozinho”.
Jonathan Cott - O International Times publicou recentemente uma entrevista com Jean-Luc Godard...
John Lennon - Oh, yeah! Ele disse que nós devíamos fazer alguma coisa. É a história das uvas verdes, vinda de um cara que não pôde contar conosco no seu filme One Plus One, em que aparecem os Stones, e eu não espero nada de pessoas como ele. Prezado Sr. Godard, só porque não quisemos aparecer no seu filme não significa que não estamos fazendo nada. Nós temos de fazer o que estamos fazendo.
Jonathan Cott - Mas o Godard coloca a coisa em termos políticos e ativistas. Ele disse que pessoas com dinheiro e influência deveriam estar tentando destruir o sistema, e que vocês não estavam fazendo isso.
John Lennon - O que ele pensa que nós estamos fazendo? Ele devia parar de ver seus próprios filmes e olhar em volta .

PERFORMANCE
No Brasil, O Grande Desempenho, filme feito inteiramente por uma equipe jovem, com relativa independência, um ensaio do “novo cinema” inglês sobre o underground e a violência.. Comentário de um jornal de rock: “Você está preparado para uma viagem dentro da cuca de Mick Jagger? É bom que esteja, pois é uma viagem da pesada!”. Segundo o crítico Michael Goodwin, que o elevou a um dos maiores da década de 70, o filme é “uma lenta dança da morte generosamente temperada com cogumelos mágicos”. E a revista Rolling Stone pôs a etiqueta definitiva sobre Performance: “É um yin obscuro para o yang de Woodstock”.
Segundo, Marshall McLuhan: “Performance é um ‘apocalipse do lixo’, o aviso de cancelamento de um mundo”. Ainda segundo McLuhan, é a falência do homem-viril, que fala grosso, emite a agressividade por todos os poros e faz a guerra

PINK FLOYD - LONDON ‘1966-67’
Vídeo inglês de Peter Whitehead dedicado a Syd Barrett. Produzido por Colin Miles e Mark Rye. Duração: 30 minutos. Filme colorido e em preto e branco. Com cenas ao vivo do Pink Floyd no clube UFO e cenas de sua sessão de gravação em estúdio no Sound Techiniques.Participação de John Lennon filmado ao lado de John Dubar visitando as instalações do espetáculo 14 Hour Technicolour Dream Extravaganza que incluía um happening dirigido por Yoko Ono com uma modelo sendo despida de suas roupas por uma tesoura. Yoko e John não sabiam que estavam destinados a se conhecerem. Um equívoco é a informação de que em 14 Hour Technicolour Dream Extravaganza realizado em abril de 1967 foi a última vez que Syd Barrett tocou com o Pink Floyd. A fita não mostra a participação do Floyd nesse evento e nem Yoko aparece. Já as cenas de estúdio captam as formas pelas quais Syd Barrett explorava propriedades e extensões do seu instrumento para dar vazão a uma sonoridade própria. Sentado e concentrado, Syd vaga pelas alamedas do braço de sua guitarra num exercício íntimo de prescutar os segredos das formas, dos ruídos e das oscilações. A fragilidade da consciência e da sustentação do ritmo nessa jam, inegavelmente sustenta que a EMI fez reservas a boa parte sonora do sonho, talvez a fita registre a origem do remorso e da lenda da entidade Pink Floyd que em sua posterior sobrevivência nada mais fará a não ser tentar a reprodução da idéias de seu líder ausente. Não importa a formação, o disco, os números, os lugares. Sempre aquela música de Syd estará ali silenciada, louca para gritar e agonizante como os gritos de morte de dragões.

 


PULL MY DAISY
1958. Kerouac e Ginsberg ensaiavam teatrologias. O título vem de um dos poemas mais arrasadores de Ginsberg.
De Robert Frank, Kerouac, Ginsberg, Corso e alguns outros.

 

 

PSYCH-OUT 
Drama – Colorido – 88 minutos. Direção: Richard Rush. “Jennie” (Susan Strasberg), é uma garota surda de 17 anos que vai procurar o irmão desaparecido e acaba se envolvendo com o cenário de drogas de Haight-Ashbury. Muita encheção de lingüiça ao som de acid-rock. Até o clímax, quando o rimão se suicida e “Jennie” tem uma bad trip na ponte de Golden Gate. Aparições de The Seeds (Pushin’ Too Hard e The Strawberry Alarm Clock (Incense and Peppermint).


RAINBOW BRIDGE – (1971)
Documentário – Colorido – 108 minutos. Direção: Chuck Wein. Os vinte minutos finais deste filme apresentam Jimi Hendrix num concerto na ilha de Mauí (Havaí). O resto é sobre os hippies de uma comunidade ocultista visitada por extraterrestres de Vênus (!). Jimi Hendrix executa Dolly Dagger, Roomful of Mirrors e Star Spangled Banner.


REVOLUTION – (1969)
    Documentário – Colorido – 90 minutos. Direção: Jack O’Connell. Pseudo-cinema verité sobre o bairro de Haight-Ashbury e o “Verão do Amor”. Participam: Country Joe & The Fish, Quicksilver Messenger Service, The Steve Miller Band e Mother Earth.


ROCK’N’ROLL GOLDMINE
Vídeo produzido e dirigido por Eric Schopz. Reúne apresentações, a maior parte delas inéditas, intercaladas com flashes de acontecimentos e personagens marcantes dos anos 60, incluindo trechos de entrevistas com Hendrix e os Beatles. O repertório inclui desde a psicodélia épica do Jefferson Airplane até o Who explodindo os instrumentos e o pitoresco cenário de bolinhas ao final de My Generation.
Não menos explosivas sãos as participações dos Doors, com People Are Strange e Purple Haze com Jimi Hendrix. O vídeo do Steppenwolf usa com maestria os poucos recursos técnicos da época e é o mais elaborado e experimental desta série que inclui ainda o Cream e Janis Joplin.


O QUE ACONTECEU COM KEROUAC?
Um documentário que tem entrevistas de Burroughs, Ginsberg, Neal Cassady, Ferlinghetti e a família de Kerouac. O próprio aparece, bêbado, em 1968, antes de morrer. Ginsberg achou o filme “perfeito”.


ROSEMARY’S BABY
    No Brasil, O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski. Com Mia Farrow (Rosemary), John Cassavetes, Ruth Gordon, Sidney Blackmer, Maurice Evans, Ralph Bellamy, Patsy Kelly, Angela Dorian e Elisha Cook Jr. Produção Americana. Cor (136).
Casal (Farrow e Cassavetes) muda-se para prédio sinistro de Manhattan e ganha como protetores um par de velhinhos (Gordon e Blackmer) de hábitos estranhos. Benesses inesperadas e pesadelos diabólicos levam a jovem esposa a acreditar que os caquéticos vizinhos estão metidos com magia negra e de olho no bebê que ela espera. Endiabrado thriller do auto de A Dança dos Vampiros. Popularizou as formas do edifício Dakota e o modelito anoréxico de Mia Farrow. Ruth Gordon levou o Oscar de melhor atriz coadjuvante.
A demonologia andou muito em voga nas comunicações durante 1968, com o surpreendente êxito desse filme, que provocou reações inesperadas, inclusive o apedrejamento de cinemas por parte de fanáticos religiosos.


SHELTERING SKY
De Bernardo Bertolucci baseado num conto de Paul Bowles. Com John Malkovitch e Debra Winger.
É adaptado para o cinema, pelo diretor italiano Bernardo Bertolucci, sem atingir a aprovação de Paul Bowles que preferia o "Almoço Nu" de Cronenberg.
Paul Bowles escreveu entre 1947 e 48 a aclamada novela "The Sheltering Sky", cuja primeira parte - "Tea in the Sahara" - inspirou o grupo de rock Police na composição de uma de suas músicas.
Leda - Há um sentimento estranhado do desastre em tudo o que o senhor escreve. Os seus personagens de "Let It Come Down", de "The Sheltering Sky"... estão sempre desembarcando em outro lugar, e as coisas só fazem piorar para eles.
Bowles - Esse é o mundo como eu o vejo, o mundo na exata medida em que incomoda.


    THE SOFT PARADE - A RETROSPECTIVE
   Mostra raridades de gravações extraídas dos arquivos dos Doors, da rede de televisão PBS, tomadas alternativas do cinema e outros. O trabalho de pesquisa compensou e mostra o grupo em 50 minutos de ação.


   STRANGE BREW
   Warner, vídeo, 1993. Onde o Cream aparece no esplendor da meia-idade, conta os caminhos e descaminhos da banda. O letrista Peter Brown e gente como Buddy Guy também dão as caras, mas o fino da fita são as cenas de som ao vivo. Coisa de louco como I Feel Free, White Room, e Crossroads, de Robert Johnson. Dê bônus Hendrix num show para tevê interrompe Hey Joe para tocar Sunshine of Your Love.  


THE SUBTERRANEANS
    Baseado num conto de Kerouac.  


TONITE LET’S ALL MAKE LOVE IN LONDON - 1967.
    Dirigido por Peter Whitehead, traçando o fenômeno da Swinging London, com músicas dos Stones, The Animals, Pink Floyd e The Marquis of Kensigton. O filme conta com Allen Ginsberg, Lee Marvin, a falecida Donyale Luna e Vanessa Redgrave.


    THE TRIP
    Viagem ao Mundo da Alucinação, de Roger Corman, com roteiro de Jack Nicholson, é literalmente uma viagem. Não exatamente daquelas em que se mede a distância percorrida em quilômetros, já que o passeio do protagonista se dá em torno dele mesmo e o combustível que o impulsiona se chama LSD.


    Paul Groves é o tal sujeito, interpretado por Peter Fonda. Diretor comercial de um canal de tevê, ele está prestes a se separar da mulher, que faz questão de ameaçá-lo e ferir sua honra e ética profissional. É ao sabor das turbulências da separação que Paul resolve experimentar o LSD. Dopado, sai numa peregrinação por casas noturnas da cidade com seu amigo John (Dennis Hopper).


No passeio, a dupla encontra Gleen, uma belíssima loura que defende a idéia de que o ato sexual é nocivo às pessoas. E vão parar no barco de John, só os dois, mas Gleen na cabeça de Paul. Nessa altura Paul já começa a sentir os primeiros efeitos da droga, e se vê entre sua esposa Sally e a loura Gleen. Pensa que está morrendo, quer desistir da viagem, mas John o convence a ir em frente. Ele então se mata em sua alucinação, sendo em seguida julgado pelo suicídio. Admite suas fraquezas e seus crimes, mas a alucinação não termina.
John tem o crânio esmagado e Paul entra numa casa em busca de socorro com tamanho desespero que o dono prefere chamar a polícia. Amedrontado e paranóico, Paul foge e vai parar numa boate, onde reencontra Gleen. A loura o provoca eroticamente e seguem-se novas visões psicodélicas.


Realizado em 1967, The Trip trouxe à tona um must daqueles tempos entre os jovens: as alucinações provocadas pelo LSD. Dizem que até as cores do filme receberam tratamento especial e, o melhor de tudo, foram registradas em cinemascope. O diretor Roger Corman atravessava os 60 no auge da sua popularidade, recebendo em Hollywood o rótulo de mestre dos filmes macabros. E em "The Trip", o que não falta é talento, afinal não é todo dia que é possível ver reunidos na tela Peter Fonda, Dennis Hopper, Jack Nicholson e o capitão Roger Corman.


Bernardo Carvalho - Você fez um filme sobre a experiência da droga, do LSD, "Viagem ao Mundo da Alucinação". Qual seria hoje o equivalente da experiência como o LSD?
Roger Corman - Não vejo nada que possa ser equivalente. Os tempos mudaram. O LSD era tomado com euforia, com a esperança de que a experiência poderia funcionar, nas palavras dos anos 60, como uma “iluminação interior” e que você iria se beneficiar dela. Além de ser uma experiência prazeirosa, você ia aprender mais sobre si mesmo. Você emergia da experiência como uma pessoa melhor, com maior conhecimento. As pessoas que cheiram cocaína hoje e tomam outras drogas do gênero não têm esse tipo de pensamento. Pensam apenas na sensação imediata .


VANISHING POINT 
 Corrida Contra o Destino, de Richard Sorafian, que na trilha-sonora inclui petardos como Mississipi Queen, do Mountain, Runaway Country, de The Doug Dillard Expedition e o soul Freedon of Expression (utilizado como tema do Globo Repórter).


THE VELVET UNDERGROUND AND NICO: A SYMPHONY OF SOUND 
 1966, de Andy Warhol.


WHERE THE BUFFALO ROAM 
 1980. 100 min. Violentíssima crítica de Art Linson em cima do american way of life. A legenda engraçada de Hunter S. Thompson, jornalista radical e famoso consumidor de álcool e drogas. Faz uma vista nostálgica dos anos 60 e início do 70, usufruindo dos trabalhos deste famoso cult hero. Temas musicais diversos originais de Neil Young ao lado de desempenhos históricos de Hendrix (Purple haze, All along the Watchtower), Bob Dylan (Highway 61), Creedence Clearwater (Keep on chooglin') e Temptations (Papa was a Rolling Stone).   

 
THE WILD ANGELS 
Direção Roger Corman, enfocando os Hell’s Angels e proibido no Brasil nos anos 60.


WOODSTOCK - THE SPIRIT OF A GENERATION 
 Masterizado digitalmente. Cor. 165 minutos em vídeo. É um filme de audiência e locação garantidas. E, num sentido pelo menos, tornou-se um verdadeiro clássico, já que conta sempre com atentas e entusiasmadas platéias. Michael Wadleigh realizou um filme memorável menos pela realização em si que pelo registro do evento máximo da geração flower-power, que reuniu 500 mil jovens. Waldleigh? arrolou um farto material, filmando com 15 câmeras 120 horas. Pensava, inicialmente, em editar duas versões - uma de duas horas para os cinemas comerciais e outra, para a exibição em estádios, de cinco horas. Acabou lançando só uma, com três horas e quatro minutos (as primeiras cópias em circulação no Brasil tinham corte de 14 minutos, a tesoura da censura?).
1970. Ritchie Havens resolve passar umas férias no Brasil e o filme "Woodstock" entra em cartaz no Cine Rian, na Atlântica no Rio. Durante a sessão você podia bater um papo com Ritchie Havens, que contava os detalhes de toda aquela aventura. O filme estimulou, a todos, acreditar na perspectiva de se enturmar e viver em comunidade, pegar carona e acampar De qualquer forma, "Woodstock" permanece como melhor realização do gênero, a começar pela reunião de um inigualável elenco de nomes da música pop americana, inglesa ou indiana. Nós créditos do filme uma curiosidade: Martin Scorsese - que mais tarde realizaria O Último Concerto de Rock - aparece como um dos responsáveis pela montagem.
Woodstock, o festival, deu um prejuízo de 100 mil dólares. Mas "Woodstock", o filme, rendeu 17 milhões de lucro, disseminando por todo mundo a idéia de que, para fugir das pressões e desumanidades da vida urbana no mundo ocidental, bastava um fim de semana no campo em companhia de alguns milhares de outros garotos com o mesmo problema de evasão e ao som de um rock potente.
“A música é uma mediação entre o inteligível e o sensível, que o delírio mítico da droga concretiza: duas imagens inesquecíveis do filme de Woodstock: uma a de Richie Havens que progressivamente se emociona num riff ascensional até ao paroxismo mais contagiante; a outra a mímica esquizofrênica, típica do junkie em estado high, de Joe Cocker que, num teatro aberrativo, interpreta A Little Help From My Friends - um observador quadrado, pequeno-burguês, estreito normal, terá a imediata idéia-dupla de repulsa ou chamar o polícia ou o enfermeiro para seqüestrarem do palco os músicos, invocará a censura cinematográfica para cortar aquelas cenas psicopáticas ou desancará o filho por ter pensado que esses dois momentos de bom cinema e bom rock eram conseqüência da experiência psicodélica”. Jorge Lima Barretto


YARDBIRDS 
 Vídeo lançado pela Warner em abril de 1994, reconstitui através de entrevistas e cenas de tevês européias a trajetória da banda. Os depoimentos não conseguem esconder uma forte dose de saudosismo, e se divertem em falar mal do diretor italiano Michelangelo Antonioni e da cena inglesa. Mas, se o vídeo traz mais discursos que canções ainda assim o que permanece são as performances do vocalista Keith Relf e a idéia de que tanto o rock pesado quanto o psicodelismo têm uma dívida com os Yardbirds.


YELLOW SUBMARINE 
 Submarino Amarelo. Cor, 86 minutos. Warner Home Vídeo. Nacionalidade: Inglesa, ano de produção: 1968, Direção de George Dunning. Roteiro de Lee Minoff, inspirado em canções dos Beatles. Desenhos de Heinz Edelmann.
Os cidadãos do feliz reino de Pepperland assistem a um concerto da Banda do Clube dos Corações Solitários quando são repentinamente atacados pelos Blue Meanies, dispostos a destruir o mundo da música e da felicidade. O regente da banda, Old Fred foge em um submarino amarelo e vai a Liverpool chamar John, Paul, George e Ringo para ajudá-lo a vencer os malvados Blue Meanies e restaurar a beleza e a alegria em Pepperland.

 

 

 


YOU ARE WHAT YOU EAT – (1968) 
 Musical – Colorido – 75 mintuos. Direção: Barry Feinstein. Hippies, quadros cômicos e interlúdios musicais são os principais ingredientes desta instável colagem sobre a contracultura. Participam: The Eletric Flag, Barry McGuire, Paul Butterfield, Haper’s Bizarre, John Simon, David Crosby, Rosko e The Family Dog.


ZABRISKIE POINT 
1970. 112 min. Com Mark Frechette, Daria Halprin, Rod Taylor, Kathleen. Michelangelo Antonioni dirige esta descompromissada, surrealística aventura em cinema contracultura. Dois jovens amantes, alienados da moderna vida americana, perdidos na misteriosa atmosfera do Vale da Morte. A trilha-sonora reúne feras do peso de Pink Floyd, Grateful Dead e Keleidoscope.


Guia literário
(Mário Pazcheco)

A Ilusão das Drogas - Um estudo sobre a maconha, LSD e anfetaminas, de Ivan Schmidt. Casa Publicadora Brasileira, 1979.
A Queda da América - de Allen Ginsberg. Editora L & PM.
Almoço Nu - de William S. Burroughs. Editora Braziliense S.A/Círculo do Livro.
Andy Warhol - sobre o artista, da Abeville Modern Masters e da Cinemateca Portuguesa
Anos 60 - Luiz Carlos Maciel. Editora L & PM, 1987
Aquarius Rising - do historiador da era hippie, Robert Santelli, ele comenta que “não existe nada parecido com estar numa multidão de 400 mil pessoas que dividem os mesmo ideais. Woodstock, não foi um evento musical - estava mais próximo de uma convenção política, ou uma celebração religiosa”.
Daqui Ninguém Sai Vivo - A biografia há muito aguardada de Jim Morrison, de Jerry Hopkins e Danny Sugerman. É responsável pela origem do fenômeno da ressurreição dos Doors. Editora Assírio e Alvim - Portugal.
Enterrada Viva - Biografia de Janis Joplin, escrita por Myra Friedman, “espécie de Janet Clair americana”.
Flashbacks - Em janeiro de 1983, época em que os gurus dançavam - vide Moons e Rajneeshs - mas em que se falava (e muito) em neopsicodelismo e afins, Timothy Leary lançou nos Estados Unidos, o livro Flashbacks LSD: a experiência que abalou o sistema, publicado no Brasil pela editora Brasiliense em 1989, sua visão iconoclasta sobre o uso social das drogas ficava explícita: “Em aparições públicas, oponho-me vigorosamente, às leis que proíbem cidadãos americanos de alterarem seus sistemas nervosos. Ainda 100% favorável ao uso inteligente e moderado de drogas, estou cada vez mais convencido de que o direito de cada indivíduo de ter acesso ao seu próprio cérebro se tornou o fato político, econômico e cultural mais significativo nos Estados Unidos, hoje. Nossos estados jamais serão unidos ou prósperos enquanto o conflito de gerações relativo a drogas não acabar. Os mais de 50 milhões de nós que ocasionalmente usam drogas com moderação para intensificar nossa estética, sensualidade, emotividade, intelectualidade e espiritualidade não parecem se incomodar muito com a legislação antidrogas. Graças a nosso número, a tentativa de proibir nossas alterações neurológicas se mostrarão fúteis”.
High Times - Revista americana, fundada em 1974 e sobrevivendo até os dias de hoje baseado no direito constitucional de imprimir a informação. Em cada edição comentam as cotações do mercado da maconha, ensinam receitas de comida à base da erva, acompanham as ações oficiais e ilegais no processo de técnicas de plantio, tratamento industrial e uso médico da maconha às mais delirantes incursões filosóficas, religiosas e espirituais, passando por denúncias complexas e apresentando entrevistas clássicas com doutores no ramo.
Hooked - A médica escocesa. Meg Patterson conta o caso de Keith Richards: - Era um rapaz absolutamente debilitado. Sua cor era esverdeada. Dez dias depois estava jogando tênis. Editora Faber and Faber.
I’m With The Band - de Pamela Des Barres, 1987. Relatório divertido das peripécias sexuais da autora durante seu reinado como principal groupie de Los Angeles. Pamela destrincha as qualidades e os podres dos popstars que andaram frequentando sua cama d’água: Mick Jagger, Keith Moon, Jim Morrison, Don Johnson (do Miami Vice), Jimmy Page e Frank Zappa (produtor do disco gravado pelo Girls Together Outrageously, grupo composto exclusivamente por groupies de que Pamela fazia parte.
Jim Morrison - da Omnibus Press
Jim Morrison - Rock On 1, Hervé Muller. Editora Centelha, Portugal.
Jimi Hendrix - Encanto Radical 61. Ana Maria Bahiana. Editora Brasiliense.
John Lennon - Biblioteca Musical 2, Editora Nova Sampa, Ayrton Mugnaini Jr.
John Lennon - Tadeu Gonzaga Martins, Editora Síntese.
Las Vegas Na Cabeça - Como disse seu próprio autor, o maravilhoso Hunter S. Thompson, é o epitáfio da cultura de drogas dos anos 60. Narra uma paranóica viagem de Hunter e seu advogado samoano (!) a Las Vegas em busca do sonho americano.
Livro dos Sonhos - Jack Kerouac. Editora L&PM.
Negócio Seguinte - O principal cronista da contracultura brasileira, Luiz Carlos Maciel, numa coletânea de artigos do início dos anos 70. Boa radiografia das tentativas de contestação não-esquerdófila nacional. Editora Codecri.
O Apanhador no Campo de Centeio - de J. D. Salinger mostra com precisão o processo de alienação de um adolescente sensível da sociedade adulta, classe média e careta. O livro ganhou dimensões trágicas em 1980: o assassino confesso de John Lennon, o segurava nas mãos quando detido. Escrito sobre a insatisfação na adolescência é tido como uma bíblia dos jovens dos anos 60.
O Mundo da Música Pop - Rolf-Ulrich Kaiser. Paisagem Editora. Portugal.
Os Exércitos da Noite - de Norman Mailer, narra a marcha sobre o Pentágono de 1968 e descreve tanto o ativismo contra a guerra do Vietnã quanto as elites liberais norte-americanas. Norman Mailer, explica as relações entre a intelectualidade de esquerda, jovens militantes, malucos, mídia e governo brilhantemente. Aula de história instantânea.
Os Grandes Ensaios Anarquistas - o nome diz tudo. Contém alguns dos principais textos anarquistas das história, escritos por gente como Leon Toltoi, Oscar Wilde, Bakunin e George Orwell. Editora L&PM.
Paz, amor e Sgt. Pepper’s: os bastidores do disco mais importante dos Beatles - de George Martin e William Pearson. Tradução de Marcelo Fróes. Editora Relume Dumará, 196 páginas
Pop Art - da editora Abrams.
Revolution in the Head - Revolução na cabeça - Os discos dos Beatles e os anos 60 - de Ian MacDonald editado pela Fourth Estate, Londres. A revista londrina Time Out classificou-o como “o único livro útil jamais escrito sobre o lado mais negligenciado dos Beatles: a sua música”.
Riders On The Storm - Minha Vida com Jim Morrison, assinado pelo ex-baterista dos Doors, John Desmore e lançado no final de 1990.
Rock A Música do Século XX - Volumes I e II. Editora Rio Gráfica
Rock & Droga - (Rock/Trip 2 - Antropologia Psicadélica e Música Pop 1974/1980), Jorge Lima Barretto, Editora & ETC. Portugal
Rock o Grito e o Mito - Roberto Muggiati. Editora Vozes
Rock Progressivo - Valdir Montanari. Editora Papirus.
Saigon Illinois - Paul Hoover, da Vintage Contemporaries
Sex, Drugs & Rock’n’Roll e More Sex..., da Bobcat Books. Os livros publicam uma série de fotografias de artistas nus, se drogando, “viajando”, bebendo e, eventualmente, até tocando.
The Acid Dream - de Dulce Shlain e Mark A. Lee, sobre as ligações da CIA com a contracultura nos anos 60.
The Beatles - Rock On 3, Alain Dister. Editora Centelha, Portugal.
The Greening of America - Charles Reich, professor da Universidade de Yale, best seller de 1970, “Uma revolução está a caminho. Não será como as revoluções do passado. Terá sua origem no indivíduo e na cultura e mudará a estrutura política apenas no ato final. Não recorrerá à violência para vencer e não poderá ser vencida pela violência. Esta é a revolução da nova geração”. Foi esse livro que motivou o artigo, O Resfriamento da América, publicado na Time que chamava os hippies de “a maior minoria da história da humanidade”.
The Making of a Counter Culture - Reflexões sobre a sociedade tecnocrática e sua oposição jovem - de Theodore Roszak, 1969, o sociólogo afirma: “Muito do que está acontecendo agora de novo, provocante e engajado na política, na educação, nas artes e nas relações sociais (amor, corte, família, comunidade), é a criação ou da juventude, que se acha profundamente, e até fanaticamente, alienada da geração de seus pais ou daqueles que se dirigem primordialmente aos jovens”. - Em sua crítica ao mito tecnocrático da “consciência objetiva”, Roszak sugeria que uma cultura que subordina ou degrada a experiência visionária comete o grave erro de diminuir a qualidade de nossa existência.
The Making of ‘The Madcap Laughs' - Malcon Jones, Edição do Autor, 1982.
The Risen - Novela psicodélica dedicada a Syd Barrett. Escrita pelo cineasta Peter Whitehead - um homem entra numa trip e desaparece... Editado pela Hathor Publishing.
The Rolling Stones - Rock On 2, Philippe Bas-Rabérin. Editora Centelha, Portugal.
The Ticket Exploded - William Burroughs, da Grove Weindenfeld
The Trial - de Tom Hayden, 1970, o líder estudantil complementava os sonhos de Abbie Hoffman com uma crítica e um anseio: “Abbie é um pioneiro nessa luta, mas até agora sua Nação Woodstock é uma coisa puramente cultural, um estado mental partilhado por milhares de jovens. O estágio seguinte será transformar esta Nação de Woodstock numa realidade organizada, com suas próprias instituições revolucionárias e, já a partir de agora, com raízes em seu próprio território”.
Uivo, Kaddish e outros poemas - Allen Ginsberg. Editora L & PM
Um Estranho Numa Terra Estranha - O livro de 1961 de Robert Heinlein (um dos papas da ficção-científica) foi um dos mais lidos nos anos 60. Prevê e analisa o uso de drogas em massa, a tendência ao misticismo e os enfrentamentos da juventude antiguerra com o “sistema”. Em edição portuguesa da Europa-América.
Up Above The World - de Paul Bowles, publicado nos anos 60, se passa na América Latina. Nele, Paul Bowles se aprofunda em alguns de seus temas preferidos: o poder alucinógeno das drogas, o complexo de perseguição paranóico e as relações conflituosas entre pais e filhos.
Desde 1947, morando em Tânger, nos anos 60, com o advento da Beat generation, Paul Bowles se tornou passagem obrigatória para intelectuais americanos que visitam o Marrocos. A todos, oferece haxixe, que ele fuma diariamente
Up and Down with the Rolling Stones - Tony Sanchez, espécie de secretário geral dos Stones na fase dourada, escreve sobre seus sete anos (64-71) de convívio com a maior banda de rock do mundo.
Woodstock Nation - O líder yippie Abbie Hoffman lançava, poucas semanas depois de Woodstock, esse livro, uma cartilha revolucionária ilustrada, paginada pelo colaborador de McLuhan, o programador visual Quentin Fiore. Abbie Hoffman corporificava, pelo menos no plano do discurso, elementos até então dispersos e fracionados da contracultura e falava da Nação Woodstock como se ela fosse um país de verdade
Woodstock - The Oral History - (9,9 libras, editora Sidwick & Jackson), que chegou às livrarias de Londres (na segunda semana de agosto quando o festival completava vinte anos), é exatamente o que o título sugere: 361 páginas de aspas. O autor, Joel Makower, transcreve depoimentos de muitos dos que fizeram o festival - empresários, artistas, seguranças e membros do publico.
Makower, um jornalista da Califórnia, limita-se a intercalar as falas segundo os temas abordados. É uma linguagem típica de documentário de televisão que não funciona no papel, em parte porque o autor não se deu ao trabalho de limpar o texto das redundâncias e vícios de retórica da língua falada.
O maior mérito do livro deve-se ao acaso. Sem saber, Makover fez a última grande entrevista com Abbie Hoffman, conhecido ativista político e co-fundados do Partido Internacional da Juventude, que morreu em 12 abr. / 1989, pouco depois de o livro ter sido concluído.
A juventude que ali estava sabia, mas parecia querer esquecer por uns dias, que naquele ano 800 americanos estavam morrendo por mês no Vietnã. Hoffman, ao contrário, queria “injetar um pouco de política no evento, já que os promotores sempre quiseram separar política e cultura”. Tanto que não convidaram os Rolling Stones, na época fazendo sucesso com a radical Street Fightning Man.
O outro bom depoimento é o de Joe Cocker. Ele conta que depois de arrasar com uma versão sofrida de With a Little Help From My Friends, viu as nuvens se formarem e perguntou: Oh, meu Deus, fomos nós que fizemos isso?”. O céu desabou logo em seguida e transformou Woodstock num mar de lama.
Mas salvo um ou outro detalhe, o livro nada acrescenta à história conhecida de Woodstock, apesar de o jornal Rolling Stone considerá-lo “o estudo definitivo do megaconcerto”, como está escrito na capa. The Oral History é, na realidade, uma idéia boa e oportuna, mas executada com uma preguiça mal disfarçada na opção do autor de não intervir.
1968 - O Ano que não Acabou - Zuenir Ventura examina o que se passava no Brasil no ano mais agitado da década de 60. Nova Fronteira.


Bibliografia
(Mário Pazcheco)

Jornais
    Correio Braziliense, Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Jornal de Brasília, Jornal do Brasil, José e O Globo.

Tabloides
    Mix, International Magazine, RockPress.

Fanzines
   Contracorrente – SC, Gass – MG, Rock’n’Roll-Bsb, ZOSO – RJ, Yellow Submarine, Please Please Me-RJ, Gente Beatle – RJ, Sgt. Pepper’s Club – RJ, Hello Goodbye – RJ, e Rarities.
  

Revistas
   Amiga, Bizz, Circus Magazine, Creen, Enciclopédia do Rock, 3 volumes - Editora Três, Frank Zappa Vida e Obra - Revista Top Music Especial n 1, Guitar Player,Guitar World, Hit Parader, História do Rock, 3 volumes: Os Anos da Utopia (1967-1970), texto de Roberto Muggiati, Isto É; Manchete, encartes especiais: “Anos 80” e “Lee Oswald foi Drogado pela CIA?”, Música, Pop, Pop Rocky (Alemanha), Revolution, revista oficial do Fan-Club Revolution dos Beatles no Brasil, Rock, a história e a glória, Rock Brigade, Rock Espetacular, três volumes – 1976, Roll, Rolling Stone, Somtrês e Veja.

 


 
 

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