Vendo e vivendo dias de chuva (2022)

Dias de chuva
por Rita Mangueira

Nos dias do verão mais chuvosos destes tempos, nas últimas três semanas, o tempo livre é passado, vendo filmes e séries na TV a cabo. São temáticas diferentes, que mnos levam a pensar sobre os assuntos mais variados, análises que não são compartilhadas e, de alguma forma, forma filosofar sobre os temas.
São dias em que olhos nublados, muitos destes dias, havia disposição para tal passatempo. O verão de ares outonais senão, invernais mesmo.
Quando a chuva nas janelas da alma deram um tempinho, desanuviei a mente na diversão fílmica.
O primeiro a ver foi “Não olhe para cima” (Adam Mchey – 2021 - Netflix), muito mais pelo elenco do que pela temática do assunto, afinal temos medalhões como Merry Streep e Leonardo de Caprio, entre outros. O filme suscitou muito debate político, visto que retrata com alguma semelhança dos rumos que a pandemia de covid-19 tiveram no Brasil. No filme, observei como os tempos mudaram, como as pessoas encaram o mesmo assunto por um viés tão diferente. Revi o filme, Armagedon (1998 – Michey Bay ) a mesma temática, um grande meteoro cai na Terra, porém resolvida com romantismo, onde a excelência profissional poderia vir de pessoas com histórias de vida fora do comum e que estariam dispostas a sacrificar-se pela humanidade por amor. Neste filme, com todo o romantismo possível, a Terra é salva, diferente do primeiro filme, onde as Fake News e o negacionismo são as temáticas da vez e a humanidade é extinta por elas. Interessante ver que mesmo os sobreviventes que assim se tornaram pela corrupção não sobreviveriam em um futuro mundo pós desastre, visto que não se adaptariam ao novo, velho formato da natureza. Sem falar na trilha sonora composta de entre outras “Don’t want to miss a Thing' do Aerosmit, uma de minhas bandas favoritas.
Também refleti sobre a vida de mãe em "A Troca" com a brilhante Angelina Jolie (filme de Clint Eastwood) onde em um caso real acontecido na Nova York dos anos 30, uma mãe tem seu filho sequestrado, e o desenrolar dos fatos é não só surpreendente como revoltante e comovente.

Também nos  envolvemos com a temática maternal em “A filha Perdida” de Maggie Gyllenhaal, com as talentosas Olivia Colman e Dakota Johnson, história que mostra os estragos feitos na psiquê de uma mulher que resolve seguir o caminho profissional ao invés da maternidade. Envolvente e inteligente.
Continuamos a saga de diversão vendo o impagável "Ataque de Cães" (Jane Campion - 2021), simplesmente instigante, viril, bem feito, e tudo que vou dizer é; veja! Vale muito a pena nos lembrarmos que os ditos “fracos” podem nos surpreender com jogos de inteligência acima da média e os fortes podem se submeter quando defrontados com a sensibilidade.
Também dediquei minhas horas chuvosas à série brasileira de padrão internacional “Passaporte para a Liberdade – (Globoplay) e assistimos à história baseada em fatos reais da esposa do escritor Guimarães Rosa, senhora Aracy de Carvalho que usou de seu posto na Alemanha, de Hittler para salvar muitos judeus do Holocausto, salvo a licença poética do cinema, mostra como mesmo em tempos de morte, sempre haverá anjos dispostos a contribuir com a vida.
Por fim, termino a série "Fica Comigo" também na Netflix, série policial cujo tema retrata a vida de uma mulher de meia idade que mudou sua vida na juventude para fugir de uma possível acusação de um crime que ela não praticou. Todavia o que me chama mesmo a atenção é a história paralela de casal já na terceira idade, cuja uma das partes se encontra em fase terminal de câncer.
Em meio a crimes, mortes, desaparecimentos, violências de todo o tipo, o casal faz um contraponto de romantismo, vivendo seus últimos e anunciados dias com todo o fulgor que o último amor pode ter.
Nestes dias de chuva, soube da história de um conhecido, diagnosticado também com uma doença terminal, ao contrário de nossa personagem fictícia, esse, o real, optou por abrir mão do conforto emocional, do carinho dos entes queridos na última hora e resolveu se isolar, abrindo mão de planos, sonhos a muito concebidos e sabe-se lá se não haveria tempo de realizarem-se por uma morte que não se sabe quando vai acontecer.
Como cinéfila, a abordagem do outono da vida me trouxe muitos títulos em mente; “Outono em Nova York” – Também um romance para os últimos dias, Surpreendente, fascinante e triste, tal como o outono! Com o lindo, Richard Gere e a bela, Winona Rider; “As férias da minha vida” com (Queen Latifa, 2006), esse sim bem mais parecido com as minhas próprias atitudes, afinal se minha vida estivesse com data marcada para terminar, claro, que tendo condições, eu o faria em grande estilo. Para alegria de todos, no filme, o outono da vida desemboca na primavera do amor.
Foram os que mais me emocionam, mas há outros que nos fazem pensar na vida, enquanto a morte se aproxima: "Antes de Partir", "Doce Novembro", "Pronta para amar", "Antes que eu me esqueça...". e por aí vai. Todos nos lembrando que não importa se a vida será longa ou demasiadamente curta, viva o hoje, porque pode não haver amanhã.
Nestas últimas três semanas, não somente vi filmes mas também li livros ("Memórias de um Peregrino" – Paulo Hummel Jr., "A Filosofia na Alcova" - Marques de Sade), dois cursos on-line, 3 eventos grandes (buffet), faxina anual, ou seja pondo a casa abaixo e limpando tudo.

Revisões de sentimentos e comportamentos em uma análise profunda de minha psiquê, orações, volta ao trabalho presencial, novas metas e novos amigos, novos rotinas... em fim, a vida não para! Todos os dias são para se viver, não como se fossem os últimos, mas como se o futuro fosse grande e desse tempo para grandes realizações. Quem saberá??

rain

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