1970: ANDY WARHOL: CINEASTA UNDERGROUND
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Andy Warhol with Actors at The Factory
Photo shows a scene during the shooting of Warhol's film "Camp" in 1965: Lady laying on the couch is Jane Holzer; Seated foreground with back to camera: dancer Paul Swan; Seated at center in railroad cap, looking at floor: Philip "Fu-Fu" Smith; Center way in the back with tall dark wig: Mario Montez; Standing at right: filmmaker/actor Jack Smith.
IMAGE:
© Steve Schapiro/Corbis
DATE PHOTOGRAPHED
1965
LOCATION
Manhattan, New York, New York, USA
PHOTOGRAPHER
Steve Schapiro
COLLECTION
Historical Premium
3. Uma Galeria de Cineastas: Andy Warhol*
Nasceu em 1928, em New Port, Rhode Island.
Reside em Nova York.
Dos filmes subterrâneos recentes os que mais publicidade recebem são os trabalhos de Andy Warhol. São filmes que parecem apresentar um mundo de morte viva prateada, e alguns deles, tais como “Sleep”, são filmes que não possuem movimento – quase. Todos estão precariamente equilibrados entre o controlado e o casual.
Tão cuidadosamente estáticos que a mais leve variação na exposição, no enquadramento ou no movimento sobre a tela pode sacudir as sensibilidades, estes neodocumentários têm por propósito ganhar a atenção. Eles o conseguiram. Também mostraram o grau a que se podia reduzir um filme e ainda ser um filme.
A grosso há quatro fases na obra cinematográfica de Andy Warhol. As produções bastante conhecidas da primeira fase, tais como “Sleep”, são filmes classicamente simples, de ritmo lento e silenciosos, com luminosidade desarmoniosa e sem drama. Os filmes da segunda fase, tais como “The Life of Juanita Castro”, são filmes poéticos e satíricos, e são, com som e encenação mais complexa, menos suavemente puros. Os filmes da terceira fase, tais como “Beauty Number 2”, embora ainda com emprego de câmara imóvel, são dramas do estilo realista do cinema vérité, alguns com uma iluminação convencional. A quarta fase é o trabalho de desempenho ao vivo e The Chelsea Girls.
Warhol é antes de tudo um estilista visual. Embora muita gente trabalhe em seus filmes, mesmo escrevendo e dirigindo-os, ele exerce o controle final na escolha do tema e da abordagem visual. Assim, independentemente de quem o escreva, de quem o fotografe, de quem nele apareça, ou mesmo o dirija, um filme de Andy Warhol é inconfundível. NA verdade, seus filmes combinados podem ser considerados parte de uma vasta obra, documentários definitivos sobre os socialistas, starlets, viciados, homossexuais, modelos, artistas e gente por dentro que está englobada no demi-monde bizarro de Nova York.
Depois de se formar em arte em 1950 no Instituto Carnegie, Warhol se tornou em primeiro lugar um ilustrador de moda de primeira em Nova York, em seguida o artista pop que pintou panelas de sopa. Na primavera de 1963 ele comprou uma câmara de filmar. Fez experiências com filmes de quadros rápidos, e numa viagem a Hollywood fez “Tarzan and Jane Regained... Sort of” (1963).
O filme que lançou o atualmente famoso estilo da primeira fase de Andy Warhol foi “Sleep” (1963), que apresenta um homem dormindo durante seis horas. (Na realidade são três horas de trechos de dez minutos cujas tomadas foram feitas num período de seis semanas. Cada trecho é apresentado duas vezes).
O método de Warhol é fazer muitos filmes e tornarem públicos os poucos que forem bons. Os ruins são exibidos uma vez, e às vezes seus títulos são usados outra vez em outras tentativas. Os que se seguem são os que estão registrados como tendo seguido a “Sleep”.
“Eat” (1963); “Kiss” (1964); “Naomi and Rufus Kiss” (1964), Haircut (1964); Roller Skate (1964); Dance Movie (1964); Salome and Delilah (1964); Pause (1964); Apple (1964); Messy Lives (1964); The End of Dawn (1964); Lips (1964); Couch (1964); Empire (1964), feito com John Palmer; “The Thirteen Most Beautiful Boys” (1964); “Batman” (1964); “Shoulder” (1964); “The Lester Persky Story – A Soap Opera” (1964); “Henry Geldzahler” (1964); e “Blow Job” (1964).
A despeito de seu assunto perverso, “Blow Job” é um dos melhores exemplos desta fase. Mostra a cabeça e os ombros de um homem à medida que presumivelmente está se praticando um ato sexual nele. Em um tempo de quarenta minutos, seu rosto, interrompido apenas pelo branqueamento de fins de fitas expostos, exprime um êxtase prolongado. A cabeça violentamente brilhante movendo-se para frente e para trás sob luz e sombra constrói um forte de sentido de volume sem montagem, conta uma história sem palavras, movimento de câmera ou montagem.
Harlot (1965), uma versão de Warhol de “Harlow”, com a personificação feminina de Mario Montez como estrela, e “Drunk” (1965), iniciou a sua era do som e encerrou a primeira fase.
A segudna fase é principalmente de dramas escritos por Ronald Tavel. Dentre estes se incluem “Screen Test Number Two” (1965); a peça de palco “Life of Juanita Castro” (1965); e “Vinyl” (1965), que apresenta um documentário interior sobre o sadismo. Vistos com emnos freqüência são “Suicide” (1965); “Horse” (1965); “Bitch” (1965); e “Kitchen” (1965), todos desfigurados por acidentes técnicos de menor importância.
Direção e cenários da terceira fase foram proporcionados por Chuck Wein. Dentre estes se encontram “Beauty Number Two” (1965), sobre um confuso ménage à trois pseudossexual; “Prison” (1965); vários trechos construídos em torno de Edie Sedgwick denominado “Poor Little Rich Girl” (1965); e “My Hustler” (1965), um semidocumentário velhaco sobre prostitutas homossexuais.
Ao mesmo tempo, Warhol fez “Space” (1965) e algumas experiências em vídeo-tape.
Após uma variedade de filmes de gente e rotinas de “acampamento” chamada “Camp” (1965), Warhol começou a apresentar filmes de telas seccionadas. Na sua maioria eram tomadas de meia hora não suficientemente interessantes para serem apresentadas por si sós e desse modo convertidas em filmes simultaneamente duplos. Filmes feitos nessa época incluem Whips (1966), Faces (1966), More Milk Yvette (1966), Hedy (The Fourteen Year Old Girl) !1966). Exibido primeiramente como uma apresentação denominada Up Tight, com um grupo de rock and roll chamado The Velvet Underground, sua apresentação do filme/vida eventualmente tornou-se “The Exploding Plastic Inevitable”, um ambiente de discoteca em que produções de tela seccionada eram projetadas sobre os conjuntos e os dançarinos.
Warhol selecionou os melhores de uma série de tomadas de meia hora filmadas no Hotel Chelsea e combinou-os em The Chelsea Girls (1966), de três e meia de duração, que na realidade empregou sete horas de material, três horas e meia em cada lado da tela.
Warhol produz a maior parte de seus filmes num sótão revestido com tinta e folhas prateadas chamado “A Fábrica”. Seu gosto pela publicidade é considerável, e da gente do cinema subterrâneo ele é o que é visto com maior freqüência. Ele também ajudou a fazer celebridades de uma espécie de “superestrelas” suas, Naomi Levine, Baby Jane Holzer, Edie Sedgwick e Nico.
*Retirado do livro, Uma Introdução ao Filme Underground. - Escrito por Sheldon Renan
*Filmografia alternativa ou...
“Aqueles que andavam com o Andy eram todos uns idiotas drogados”, afirma Paul Morrissey que dirigiu todos estes filmes, “fiz os filmes para mostrar como eram estúpidos”.
Sleep. 1963.
Mostra, em seis horas de duração, John Giorno, amigo de Warhol simplesmente dormindo... nas recentes exibições mantém a projeção a 16 quadros por segundo e são exibidos "apenas" 42 minutos de filme, que já é um delírio. Estética de Andy Warhol de que o olhar implacável da câmera pode romper comportamentos normais e forçar uma resposta específica;
Blow Job, 1963, 35 minutos, silencioso (o registro de um ato de sexo oral em que se vê apenas o primeiro plano de um jovem ator anônimo).
Kiss, 1963. com Baby Jane Holzer e Gerarde Malanga: dois dos novos superastros criados por Warhol mostra quase uma dúzia de pessoas, numa sucessão de beijos que dura 58 minutos.
Haircut, 1963.
Eat, 1963. 39 minutos silencioso (o ator e artista plástico Robert Indiana come meticulosamente um cogumelo frente à câmara, evocando retratos de santos feitos pelos pintores flamengos no século 15).
Empire, em 1964, warhol filma oito horas de um quadro parado do empire state building ele queria mostrar a "vida sob o olhar de um defunto".
Tarzan and Jane regained ... sort of, 1964
Dance movie/roller skate, 1964
Batman Dracula, 1964
Salome and Delilah, 1964
Soap opera, 1964 (co-dir.)
Couch 1964
13 most beautiful women, 1964
Harlot, 1964 "O grande filme, insuperável da carreira de Mario Montez, foi 'Harlot' de Warhol, em que ele faz uma loura (que seria uma fusão de Harlow e Marilyn; ‘harlot’ vem de Harlow) travestida, de luvas brancas, que come bananas todo o tempo, devagar, descascando-as de luvas brancas, num sofá claro que isso é uma descrição bem careta, que não é tudo; a última banana é enfiada no cu pela própria; Warhol fez 'harlot' em 1964, e se situa na sua obra como uma transição da fase de 'eat', 'sleep', 'Kiss', para a que culminaria com 'the chelsea girls'; vou lhe enviar um novo livro que saiu: Vida e sexo de Andy Warhol”. Trecho de carta de Hélio Oiticica para Torquato Neto, 18 jun. / 1971.
The Life of Juanita Castro de 1965. 65 minutos, sonoro
(Sátira a Fidel, seu irmão Raul e Che Guevara são interpretados por mulheres).
Poor little rich girl, 1965
Screen test, 1965
Vinyl, 1965
Beauty #2, 1965
Horse, 1965
My hustler, 1965
Camp, 1965
Afternoon, 1965
Suicide, 1965
Drunk, 1965
Bitch, 1965
Prison, 1965
Space, 1965
The Closet, 1965
Henry Geldzahler, de 1965. 90 minutos, silencioso (o curador de arte nova-iorquino fuma um interminável charuto).
Taylor Mead's ass' (1965).
Face, 1966
Outer and inner space, 1966
The 14-year old girl/hedy/hedy the shoplifter, 1966
More milk Yvette/Lana Turner, 1966
The Velvet Underground and Nico, 1966
Kitchen, 1966
Lupe, 1966
Chelsea girls, de 1966, 210 minutos, sonoro
(Nova-iorquinos drogados e ensimesmados, viajando em seu próprio mundo, enquanto os Estados Unidos lutavam no Vietnã)
I, a Man, 1967
Bike boy, 1967
Nude restaurant, 1967
****/four stars/24-hour movie, 1967
The loves of Ondine, 1968
Flesh (1968 - produtor) ano da "aposentadoria" de Andy Warhol como cineasta underground neste ano, o artista sobreviveu a um atentado praticado pela feminista Valerie Solanas, que lhe desferiu três tiros foi assim que ela, que mantinha uma tempestuosa relação de amizade com Warhol, paradoxalmente garantiu seus 15 minutos de fama sua história virou o filme: "Um tiro para Andy Warhol" ("I shot Andy Warhol", Estados Unidos, 1996), longa de estréia de Mary Harron.
Lonesome cowboys, 1968
Blue movie/fuck, 1969
Trash, 1970 (producer)
Heat, 1972 (producer)
Women in revolt, 1972 (co.dir. with Paul Morrisey)
L'amour, 1973 (co.dir. and co-script with Morrisey)
Andy Warhol's Frankenstein/Flesh for Frankenstein, 1974 (producer).
Andy Warhol's Dracula/Blood for Dracula, 1974 (producer).
Underground and emigrants, 1976 (actor)
Andy Warhol's bad, 1977 (producer)
An unmarried woman, 1978 (art collab.)
Cocaine cowboys, 1979 (actor)
The Look, 1985 (actor)
Vamp, 1986 (contrib. art)
Superstar: The Life and Times of Andy Warhol, 1991 (documentary)
*Compilado escrito colado por Mário Pazcheco
Andy Warhol: Sleep
Film evening in the context of the exhibition "Screening Real. Conner Lockhart Warhol"
- 01.12.2009, 06:00 PM
KIZ RoyalKino, Conrad von Hötzendorfstraße 10, 8010 Graz, 6pm
“Oh well, it’s a movie where you can come in at any time. And you can walk around and dance and sing,” was Andy Warhol’s comment on his first experimental film in 1963. Time – to be more precise, what the audience does with the time – is a major factor in it. Warhol juggles with the attention and expectations of the audience as they watch bits of bare flesh of a man asleep.