'LIVRO DOS ACÓLITOS' PARA ANDY WARHOL
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EXPLICANDO O TÍTULO 'LIVRO DOS ACÓLITOS'
"Acusar os demais das próprias desditas é coisa de ignorante; acusar apenas a si próprio é coisa de homem que começa a instruir-se; não acusar nem a si próprio nem aos outros é coisa de homem já instruído." (Epicteto, 55-130 d.C.)
Uma homenagem em tom de crítica e de sátira, na qual Acólito é um seguidor, um assessor para circunstâncias bajulatorias e/ou espinhosas, um puxa-saco autorizado pelo dono do saco.
Admirável pasta de documentos que transbordou em PDF e voou para o servidor.
QUEM ENTENDEU ANDY WARHOL?
Muito melhor do que muita coisa por aí e ainda assustador. Mais uma vida vai passar e não será suficiente para entendê-lo. – Poderá um homem ser maior do que a própria arte?
Artista de uma paleta de superlativos. Rico fez o mundo dobrar-se às suas vontades insaciáveis. Por fim, Acumulador de bugingangas. Sua casa, uma selva ou uma sala egípcia antiga ou ainda uma tenda indígena americana ou um brechó sofisticado francês. Armários empilhados, tudo escondido para ninguém ver, acima de qualquer suspeita, os quartos e salas perdiam a função social com as caixas acumulando-se por cimas de mesas. Revelam o destino de um homem obcecado em não ficar só.
"NADA PODIA SER TÃO RUIM A PONTO DE NÃO CONTER ALGUMA COISA INTERESSANTE"
Anos depois essa foi uma ideia que Warhol usaria em seus filmes.
Como artista, o grande trunfo do inconformismo e com certeza inédito a muitos críticos cinematográficos sem paciência para assistir aos seus closers intermináveis. Aperfeiçoando a sua técnica por trás da câmera durante uma centenas de filmes por ainda serem encontrados ou revelados. A Factory, um ateliê prateado foi o palco para as mais lindas estrelas de sua companhia cinematográfica. entre elas, Baby Jane Holder, Edie Sedgwick, Nico que no auge caíram fora, Andy Warhol não pagava cachês.
"HAVIA O TEMOR DE QUE NUNCA HAVERIA BASTANTE DINHEIRO"
"SE ALGUÉM PELO MENOS NOS DESSE UM MILHÃO DE DÓLARES"
"OH, VOCÊ NÃO DESCOBRE ALGUÉM PARA ME ARRANJAR A ENCOMENDA DE UM RETRATO DE 40 MIL DÓLARES?. EU TE DOU UMA BOA COMISSÃO, QUERIDO"
Talvez ele quisesse que seus astros e artistas corressem atrás do seu próprio espaço e faturamento. O dinheiro foi a sua principal preocupação até o último dia. – Como tirar grana de barões, de xeiques, de ditadores comunistas ou liberais e das grandes galerias e empresas? Nisso, ele era um ás. E o terror das estrelas do rock com medo de serem flagradas pela sua polaroid a tiracolo em situações constrangedoras e transgressoras.
Foto de um livro alemão exibida numa coluna Zeca Jagger News, na revista Somtrês em 1982, desejo de consumo não consumado até hoje
No Brasil, para ler sobre as andanças continentais e as festas monumentais de Andy Warhol e saber de seus babados, as fontes eram as colunas do Zózimo no Jornal do Brasil, de Ibrahim Suede no Globo, o desprezo de Paulo Francis e até as notas sociais no Jornal dos Sports que era impresso em rosa! Fuçávamos em revistas da Manchete, Veja, Istoé, Pop, Somtrês. As ligações mais estridentes entre o Brasil e o mundo de Andy Warhol eram atráves de Pelé, de Gilberto Amaral e do colunista Zeca Jagger, o homem que mais badalava Nova Iorque. Na ponte aérea lotada, um voo transatlântico cruzava os céus do Rio de Janeiro até Nova Iorque, para a felicidade extrema externada por socialites, as panteras e celebridades da ocasião, jogadores de futebol, empresários da noite, bicheiros, cabeleireiros, carnavalescos, estilistas, correspondentes e festeiros.
No rock, a ligação dos egos era a união siamesa dos Rolling Stones com Andy Warhol e suas modelos, atrizes, amantes, festa, ruas, drogas e até capa de discos!