O aniversário de Julimar: Será que estou surdo de tanto ouvir?

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Em pé, estavam Cris, Rafael, Ronaldo e um fã com uma camiseta do AC/DC. Sentados, estavam Julimar, Bel e Taty. No primeiro plano da selfie, Marizan

No traquejo social, Julimar já dá show. É um dos poucos amigos que ainda faz questão de me ligar por vídeo, conectando-me a outros amigos. Foi assim, nesta terça-feira, 17 de setembro, que fiquei sabendo de seu quadragésimo primeiro aniversário. Ainda hoje, me pergunto quem é Julimar exatamente: um amigo que mora próximo ao coração, mas que, por conta da sua rotina de trabalho, permanece à distância?

Minha chegada foi celebrada como se fosse a noite do aniversariante. O local era o Porks, no Guará (QE 40), e a terça-feira tinha um clima relaxado, embalado por um jazz suave no rádio, com uma música realmente boa. A conversa fluía naturalmente, com cada um de nós querendo, em algum momento, captar a atenção da mesa. Julimar, sendo seu dia especial, estava impecável. Dei-lhe uma cerveja cujo rótulo trazia uma folha que parecia de maconha. Bel, do artesanato, me explicou que era de canabidiol. Quando experimentaram, disseram que o sabor lembrava cereja e que, na verdade, a folha no rótulo era da cerejeira.

Foi bom rever a Cris, companheira do Julimar, e perceber como ela continua carinhosa com ele. Julimar me contou, radiante, que o filho havia acabado de conseguir um emprego, o que o deixou ainda mais feliz. Foi especial receber o carinho de ambos, Julimar e Cris. Tenho me sentido carente da atenção dos amigos, então esse momento teve um significado ainda maior para mim.

Poxa! Sempre que começo a falar sobre o aniversário do Julimar, acabo caindo na primeira pessoa. Que coisa! Mas o foco aqui é ele. Julimar é um verdadeiro animal político, sempre à frente das ações na Gerência de Cultura do Guará. Ele gosta de ser ouvido e faz questão de debater em pé de igualdade. Não escondo que, politicamente, sou um cabo eleitoral dele. Julimar me representa em sua luta incansável por diálogo entre o povo e as autarquias, secretarias e administrações. Com veemência, ele enfrenta seus opositores, desmascarando-os com dedo em riste. É um mestre das boas relações e entende perfeitamente a importância do Jornal do Guará na comunidade.

Antes de eu chegar, a mesa estava sob a coordenação do jornalista Rafael Souza, cuja trajetória editorial é inconfundível para quem acompanha o jornal que ele produz. Seu trabalho é de vanguarda, e ele é uma das mentes que realmente movem a cidade. Rafael tem o dom de esclarecer com precisão aquilo que outros complicam em seus discursos e projetos. Ele atua como elo entre a administração e, através de seus contatos, consegue patrocínios para causas importantes para a comunidade. Nunca escondi minha admiração por ele.

No entanto, quando a música começou – um piano acompanhado por duas vozes femininas –, o volume subiu tanto que acabamos precisando falar mais alto para competir com o som. Assim, voltamos ao básico: mensagens de áudio e texto, enquanto a conversa saudável no bar foi perdida para a música alta, que parecia ensurdecer tanto os músicos quanto a nós.

A noite passou rápido. Foram duas horas agradáveis, acompanhadas de um ótimo chope pilsen, que nos faz refletir sobre o que o álcool faz à nossa psique e quanto tempo leva para percebemos seus efeitos.

Ronaldo Silvestre, o "prefeito" da QE 40, foi questionado sobre quando o seu quiosque, o Arerê, será reaberto.

Com Taty Pitanga, trocamos sorrisos e planejamos juntos uma ação para decorar uma mesa com legumes e frutas, algo estilizado, no clima de um luau. Com Bel, discuti uma ideia sobre a banda que irá acompanhá-la. Marizan chegou com sua doçura, trazendo memórias do passado. Ela conversou tranquilamente com Rafael. E os amigos, com carinho, comentaram que somos um casal que se completa como arroz e feijão. Muita generosidade da parte deles.

Não se trata do passado de nossas raízes, mas de um elo contínuo, formado por coisas que começaram em 2013 e que ainda hoje se refletem em ideias futuras como a Casa da Cultura Sônia Dourado e o Teatro de Arena Ricardo Retz, onde uma estátua o retratará abandonando a cadeira de rodas sobre o vestiário, que guarda sua famosa coleção de LPs. As vozes ecoavam e se misturavam com o som das taças e o burburinho ao redor, criando uma confusão sonora que me deixava perdido. Mestre Paulo Ataíde também foi lembrado com carinho, enquanto novos detalhes de nossas vidas eram revelados. Éramos como uma família de amigos, compartilhando uma noite feliz de setembro, em que manchávamos nossos corações com álcool, enquanto, de Brasil a Portugal, o fogo consumia nossos elementos mais preciosos: o ar, a água, a fauna e a flora. Por um momento, vacilamos.

Na mesa repleta de cultura, minha candidatura ao cargo de Conselheiro de Cultura foi rejeitada. Talvez soubessem que seria um desafio grande demais para mim, mas também recebi um apoio fervoroso, que não sei se foi influenciado pelo álcool, mas é algo a se considerar.

Oi, Cris! Este texto surgiu porque você sempre me incentiva a compartilhar meus pensamentos nas redes sociais. Já Julimar diz que sou meio ultrapassado por postar no Facebook em vez de me jogar no Instagram. Então, optei por publicar o link do site. Desejo uma ótima quarta-feira de ressaca, lembrando que hoje estaremos em lados opostos (Julimar no Botafogo e eu no São Paulo). Um beijo solene, em defesa das artes e da natureza. E seu Rênio Quintas, o senhor também foi lembrado com devoção por sua luta política para preservar o Teatro de Arena nas mãos do povo.

 

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