HQ traz curiosidades sobre a geração beat
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HQ traz curiosidades sobre a geração beat
Terça-feira, 28 dez. / 2010 - A geração beat, expoente da contracultura norte-americana dos anos 50, já está beirando o mainstream.
A afirmação talvez seja exagerada. Mas surge no contexto do lançamento de filmes como “On the Road’’, dirigido por Walter Salles, e “Uivo’’, estrelado por James Franco e Mary-Louise Parker.
Há também lançamentos e reedições de livros e, ainda, a HQ “Os Beats’’, publicada em 2009 nos EUA e agora aqui.
O gibi tem roteiro de Harvey Pekar (1939-2010), queridinho da cena underground. A edição é de Paul Buhle.
Os dois dividiram os autores e os eventos da cena beat em capítulos, convidando Ed Piskor para ilustrar a maioria deles. Outros episódios foram traçados por artistas alternativos como Anne Timmons e Trina Robbins.
Personagens aparecem e desaparecem, conforme o gibi é lido. Mudam, com o tempo. O Jack Kerouac de sua própria biografia, por exemplo, não é o mesmo do capítulo sobre San Francisco. E reaparece nas histórias de Allen Ginsberg, William Burroughs e outros comparsas.
Em alguns trechos, a HQ parece uma coleção de curiosidades ilustradas - e às vezes há falta de continuidade entre elas. Além do traço acinzentado de Piskor, destacam-se desenhos sombreados de Summer McClinton. O episódio “City Lights’’, de Jay Kinney, Paul Buhle e Nancy Peters, é outro ponto alto.
Mas, ao contrário do movimento beat, o gibi não é um trabalho de inovação, de escrita experimental nem de perspicácia. (Diário do Pará/Folhapress)