Occupy Wall Street
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Occupy Wall Street
por: Paola Pavezi This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Os maiores eventos de mobilização social do século, talvez do milênio, e ironicamente metade da população mundial nunca ouviu falar, e se ouviu ou viu algo sobre, não foi nada além de um rápido passar de olhos no telejornal que mostrava alguns ‘’vândalos’’ incendiando carros ou quebrando estabelecimentos como forma de protesto e reinvindicação de seus direitos, o que claramente não justifica tal agressão, e de nada serviu.
Muito pelo contrário, a mídia teve a oportunidade perfeita de conduzir a informação de acordo com seus interesses, tapando os olhos da sociedade à revolução que estava nascendo, ao mostrar grupos que saquearam comércios e praticaram atos de vandalismo. O grupo, agiu de forma inquestionavelmente errada. A mesma forma que foi repetida pela humanidade ao longo de milênios e que em progresso algum resultou. Se violência, vandalismo ou agressão trouxesse algum tipo de benefício, o planeta certamente não estaria como está hoje. Seria ignorância travar a história do século XXI com os mesmos tropeços. Sem adentrar muito no assunto, o ocorrido, foi um fato isolado. E quase sem significância em meio à proporção dos protestos pacíficos e de grandes dimensões que ocorriam em todas as regiões do planeta.
Contudo, o fato isolado predomina nas manchetes de jornais e é a notícia do dia no Jornal Nacional. Com o claro objetivo de manipular opiniões contra qualquer protesto social e não dar motivação ao leitor ou telespectador para cruzar a linha de sua zona de conforto. Nem sequer nos 5 minutos finais do Jornal do Almoço ou em uma manchetezinha de fim de página se abordou o assunto. Deixando o serviço de informação muito à desejar.
Grupos isolados agem de forma errada, enquanto centenas vão às ruas exigindo os merecidos direitos, a fim de mudanças reais, que ultrapassem a promessa, reinventem a democracia e alcancem a tão sonhada sociedade igualitária, quase que utópica nos dias de hoje. A capacidade da imprensa de ignorar uma mobilização geral de dimensões mundiais com propostas inovadoras que poderiam revolucionar o sistema, digo, reinventá-lo, já que esse, sem dúvidas é falho, me revolta. Soa como piada o fato de milhares de pessoas em todas as partes do planeta tomarem a iniciativa de buscar justiça e direitos para que então possa-se criar algo novo, não receber a mínima atenção dos meios de comunicação. Pois mudar o velho hábito de jogar o problema para o alto e deixar que a hierarquia acabe por escondê-lo embaixo de suas promessas não cumpridas, é algo que deveria ser na pior das hipóteses, considerado.