Divagações holísticas sobre ciência e sincronicidade
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Divagações holísticas sobre ciência e sincronicidade
Por Antonio Celso Barbieri
Introdução
Certamente o caro leitor já foi alvo de alguma coincidência cuja probabilidade de acontecer, estatisticamente, seria quase impossível, quase como ganhar na loteria ou coisa parecida. Por exemplo, o telefone toca, chega um e-mail ou uma carta de um amigo exatamente quando você estava pensando nele. Qual a possibilidade de, exatamente quando você está sem dinheiro, em outra cidade, uma nota perdida passar voando na sua frente e salvar o seu dia. Aconteceu comigo à mais de 30 anos atrás! Estava em Vitória (ES) iria tomar um ônibus para São Paulo. Meu dinheiro estava no fim, só tinha o suficiente para a passagem. Estava sem almoço e ficaria sem comer a viagem toda. Esta cédula que passou voando na minha frente era a nota de maior valor daquela época e foi suficiente para pagar minha refeição, lanches na estrada e ainda sobrou. Só espero que este dinheiro que encontrei não tenha feito muita falta para quem perdeu-o. Milagre? Coincidência? Destino? Sincronicidade?
Confesso que não tenho a resposta mas, sinto aqui no meu íntimo que este é um assunto que cada vez mais parece ter uma explicação científica. Abaixo seguem minhas tentativas para entender este fenômeno. Este artigo é uma continuação de outro que escrevi anteriormente chamado “Divagações holísticas sobre arte e ciência” (clique aqui) onde o leitor poderá encontrar não só informações bem resumidas sobre a Teoria da Relatividade, Mecânica Quântica, o princípio de incerteza e também sobre a importância do desenvolvimento de uma visão holística da realidade.
Primeiramente abaixo segue mais uns exemplos de sincronicidade onde o leitor poderá ter uma idéía de como funciona a mente de “cientista louco” aqui do Barbieri.
Barbieri tomando seu capuchino no Café Nero em Londres
Sincronicidade I – Paradigma
Eu e minha esposa Andrea no Café Nero em Londres.
Estou sentado confortavelmente num sofá de couro, segurando um exemplar do jornal The Times, vagamente contemplando através do vidro fumê o transito dos pedestres na rua.
Andrea: "Venha mais para perto de mim!"
Barbieri: “Você refere-se à mim, fisicamente ou mentalmente?”
Andrea: “Fisicamente porque mentalmente, você está sempre longe...”
Barbieri: "Desculpe-me querida, eu estava pensando que possivelmente uma pequena bateria de relógio poderia conter energia suficiente para suprir de energia uma residência por mais de um ano. Eu sei que ela é capaz de fazer um relógio funcionar por muito tempo... Será que nós estamos usando energia de uma forma primitiva e desperdiçada?" Andrea olha para mim com uma interrogação no rosto. Me pergunto: Será que ela está questionando a pergunta ou aquele que proferiu a pergunta?
Ignoro a expressão facial de minha esposa e, olhando uma matéria no jornal The Times, continuo:
"Sabe, existem umas palavras que nunca consigo realmente captar o significado. Até parece algo psicológico. Uma delas é a palavra paradigma e a outra pragmatismo. Tenho que resolver isto de uma vez por todas!
Andrea sem responder ao meu comentário, muda de assunto:
"Vamos tomar o ônibus 43 para Angel, aproveitar e pagar a conta do telefone?" Balanço a cabeça afirmativamente ao mesmo tempo que levanto-me e vou vestindo minha jaqueta.
Já em Angel, como sempre, faço minha visita obrigatória à aquela lojinha de caridades cheia de coisas usadas para vender. Quero dar uma olhada nos livros usados.
Imediatamente um livro me chama atenção. O livro chama-se Keywords - A Vocabulary of Culture and Society (Palavras chaves – Um vocabulário da Cultura e Sociedade) escrito por Raymond Williams e publicado pela Fontana Press inicialmente em 1976. Este livro é uma reedição de 1988. Abro o livro em uma página, aleatoriamente e, para minha surpresa, uma palavra chave salta aos meus olhos. A palavra é Pragmatic (Pragmático).
Nem preciso dizer que, estas coincidências me deixam com a cabeça à mil! Me pergunto: Será que existe mesmo um Éter, um “Quantum Flux” (ou outro nome que você queira dar) de energia conectando tudo? Será “alguma coisa” que funciona como uma inteligência buscando informação, dentro do seu próprio banco de memórias universal? Será que trata-se de algo holográfico? Será que isto tem alguma coisa à ver com a teoria do caos? Quando penso na palavra “Pragmatic” este “Quantum Flux” busca e conecta-me com um livro usado, numa lojinha de caridade em Angel, me conduz até lá causando a sincronicidade? Imagine só, a possibilidade estatística deste evento ocorrer?
A grande questão é, como fazer para conscientemente acessar este “Quantum Flux”? Será que este “Quantum Flux” tem inteligência? Se tem, será que tem também um código ético moral? Se não tem um código moral porque será que não consigo causar uma Sincronicidade proposital com os números da loteria? Não é piada não? A ideia de que este Ponto Zero de Energia (Zero Point Energy) ou o que seja, possa ser um tipo de energia inteligente joga no ar umas questões muito mais profundas. Se é inteligente, quem está por trás? Estamos sendo usados em algum tipo de experiência por seres sem o menor escrúpulo?
Um Buraco Negro
Black Holes
Com a instalação do Large Hadron Collider (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, perto da fronteira suíço/francesa próximo da cidade de Genebra, foi a primeira vez que ouvi falar da possibilidade da existência de minúsculos Black Holes (Buracos Negros). Buracos Negros são áreas do espaço cuja força gravitacional é tão poderosa que atrai até a luz, daí o nome Buracos Negros. Especula-se que Buracos Negros possam ser Worm Holes, tuneis permitindo passagens para outras dimensões ou Universos e, até atalhos permitindo, usando a curvatura do espaço cósmico, cortar caminho, no nosso Universo, entre distâncias astronômicas.
Então, pensando na possibilidade da existência de Black Holes infinitamente pequenos, não pude deixar de imaginar nosso cérebro, à nível quântico sub atômico, gerando milhares de Buracos Negros. De uma forma holográfica, conectando de forma aleatória, outros cérebros no nosso planeta permitindo certos tipos de informação fluir de um cérebro à outro. Imagine a informação pulando de um cérebro à outro e espalhando pelo nosso planeta, buscando os caminhos mais fáceis do mesmo jeito que um e-mail atravessa o planeta para chegar no seu computador. Se isto fosse verdade, evidentemente resultariam em infinitos eventos que poderíamos chamar sincronicidades. Bom, certamente explicaria muita coisa. Infelizmente, por enquanto tudo isto não passa de especulação minha, aliás uma boa ideia para o roteiro do próximo filme de ficção científica.
Pelas minhas observações pessoais, vejo que a sincronicidade pode ser dividida em duas partes:
1) Primeiramente o Quantum Flux (ou outro nome que você quiser dar) acessa o banco de dados universal.
2) O Quantum Flux interfere com a minha consciência e me "obriga" a caminhar em direção desta sincronicidade para que ela aconteça. Outra coisa interessante é que, convenientemente, no meu caso, o Quantum Flux foi seletivo e levou em consideração antecipadamente minhas necessidades de locomoção, condições financeiras e motivação. Explico: O livro estava próximo em Angel, era usado e custou só £1.50. Se o livro tivesse custado £10 libras, eu apesar de ter o dinheiro, certamente não teria comprado. Portanto £1.50 foi como colocar uma bala na boca de uma criança. Quer dizer, eu fui seduzido pela sincronicidade! Parece que existe uma inteligência à trabalhar, não parece?
Tudo tem uma razão ser? Vivemos num universo ou realidade pré-determinada? Einstein acreditava que sim. O Universo teve um começo, o Big Bang, está expandindo e certamente sabemos em que direção está indo. Está tudo previsto. O Sol tem um tempo de vida assim como nosso planeta. Nós nascemos e morremos. Tudo predeterminado mas com uma certa flexibilidade entre o ponto A e o ponto B (o começo e o fim).
Quer dizer que um dia em 1985, resolvi, em SP, visitar um possível patrocinador para um show de rock e, no metrô uma garota resolveu notar a minha presença. No final das contas, o patrocinador nem estava lá para me receber. Ficou parecendo que foi tudo uma desculpa para causar uma sincronicidade. Hoje, esta garota é a minha esposa. Vocês poderão chamar isto de “destino”. Sei lá, mas eu acho que a coisa vai mais além, é quântica.
Einstein já dizia que "Deus não joga dados". Cá entre nós, este negócio de determinismo não me agrada! Eu quero ter escolha consciente que não seja ditada por forças quânticas "invisíveis".
Sincronicidade II – Escócia
Domingo, 27 de março de 2011
Estou, deitado na cama, viro de lado e olho para o relógio. Faltam apenas alguns minutos para as 10 horas da manhã. Viro então o corpo, para o lado oposto da cama e olho no rosto da minha esposa Andrea. Ela já está acordada e pergunta:
"Querido, que horas são?"
"São quase 10." É minha resposta.
"Mentira!". Sua desconfiança tem sua razão de ser porque, quase todo dia minto quando lhe digo as horas.
"Estou falando sério! Juro por Deus! Quer dizer, lembre-se também que quando juro por Deus, sou ateu!" Falo com malícia, brinco com as palavras e continuo:
"Alguém fez festa em algum dos apartamentos neste prédio. Você escutou o barulho de festa durante à noite?"
"Eu não! Olha que levantei às 4 da manhã para ir ao banheiro!" Ela responde curiosa.
"Que você foi fazer no banheiro?" Com uma cara cínica, falo fazendo cara de sério, como se estivesse com ciúmes.
"Xixi! Ela responde com uma caretinha.
"Quem é este tal de Xixi? É branco? É negro?" Insisto procurando mostrar seriedade.
"É amarelinho!" Ela fala com um sorrizinho.
"Ah! Eu sabia!" Dever ser um chinês ou coreano!!! Barbieri continua:
"Xixi! Com um nome destes, só poderia ser! Você não tem vergonha na cara?" Sorrindo, Andrea ignora e pergunta:
"Querido, o que é que você vai querer para o almoço?" Barbieri sentando-se na cama com os dois controles remotos na mão, ao mesmo tempo que liga a TV e depois a caixa da televisão à cabo responde:
"Eu quero um bifão grosso, malpassado e com as pontas saindo dos dois lados do prato. Tem que ter aquele dedo de gordura perigosa cobrindo de ponta a ponta um dos lados."
A referência à gordura perigosa é só provocação porque sei que este pedido está definitivamente fora do meu cardápio. Aliás, atrás deste pedido está o fato de saber, de antemão, que a carne ainda tem que ser comprada no supermercado. Geralmente compramos carne num supermercado que fica em Holloway Road perto da imensa loja Selbys que, tem dentro dela uma filial do Café Nero. Quer dizer, por trás disto tudo está a vontade de tomar o café da manhã fora de casa. Aliás, um hábito que está quase virando um vício.
Andrea responde:
"Bife não tem! Só se sairmos para compra-lo… olha lá na tela da TV! São 11 horas da manhã! Você mentiu para mim de novo!" Ela nem termina de falar e eu tento me desculpar:
"Desta vez não é culpa minha! O horário mudou durante à noite. Adiantou uma hora… Você paga o café?"
Estou brincando porque sei que sou eu mesmo quem vai paga-lo.
"Então vamos logo porque senão daqui à pouco é hora do almoço!" Andrea responde ao mesmo tempo que, começa vestir-se rapidamente.
Começo me vestir e penso em colocar a jaqueta vermelha. Mas, como a jaqueta vermelha é plástica, um pouco fria e geralmente só fica bem quando usada com uma blusa por baixo e, na verdade, estou querendo sair com roupa leve, decido pela jaqueta de couro marrom pois assim posso sair usando só uma camiseta por baixo. Entretanto de uma forma inexplicável fico querendo ostentar algo colorido com a cor vermelha. Opto então, pelo cachecol xadrez. Andrea sai do banheiro, me vê usando o cachecol e comenta:
"Vai sair com o cachecolzinho que você comprou na Escócia é? Então põem também o bonezinho para proteger o cucuruco!"
Coloco o boné e saímos. Pegamos o ônibus 271 em direção à Holloway Road. No caminho, por todos os lados e, em frente à praticamente todos os bares (pubs), milhares de homens usam saias escocesas e cachecóis. Muitos carregam bandeiras da Escócia. Dentro deste mar de gente xadrez, misturam-se também um mar de gente usando camisetas amarelas. É o jogo do Brasil contra Escócia no Emirates Stadium que, coincidentemente fica perto de onde estamos indo tomar café.
Andrea olha para mim e diz:
"Com este boné e cachecol, você até parece um escocês à caminho do jogo".
Olho para para baixo, para o meu próprio cachecol e admiro-me. Outra vez, a sincronicidade está me pregando uma peça!
A ideia de sincronicidade novamente toma posse da minha mente. Já no Café Nero continuo filosofando sobre o assunto.
"Eu gosto daqui. Me sinto como na banheira. É muito bom para ficar meditando…" Comento com Andrea que responde:
"Ok, você fica aí meditando, enquanto eu vou dar um pulinho no mercado. Além da carne, estou procurando uns melões brasileiros."
Andrea se vai e, eu fico sozinho meditando com meus botões:
"Curioso… já fazem anos que jogo sempre o mesmo número toda semana na loteria. Os resultados tem sido patéticos. Parece que a premeditação na escolha dos números funciona contra a sincronicidade. Se a Sincronicidade é um evento determinista, atitudes predeterminadas pelo “participante do evento” parecem ser anti-produtivas. Tanto no meu caso anterior com a palavra paradigma como no caso do cachecol, não ouve nenhuma premeditação. Portanto, a conclusão que eu tiro é a de que os números dever ser escolhidos de forma aleatória. Melhor ainda, a escolha tem que ser de uma forma subconsciente e não premeditada, não movida pela razão mas por algum outro critério à ser desenvolvido. Talvez, “sonhar” seja uma forma de sintonia com o Quantum Flux, Éter ou coisa parecida. Será que existiria um jeito de incentivar ou hipnotizar a pessoa para que ela sonhe os números?"
Sincronicidade III - Suicídio
Meu amigo Marcelo Carvalho visitou-me e discuti com ele a possibilidade de ter nascido com Asperge Síndrome que é um tipo de autismo muito suave que manifesta-se mais na parte da comunicação, como interpretar e transmitir emoção e encaixar-se dentro dos modelos de comportamento pré-estabelecidos pela sociedade.
No meu caso, cheguei à esta conclusão por não conseguir reconhecer o tempo forte em um compasso dentro de uma música e, também pelo fato de ser incapaz de reconhecer se uma nota musical está subindo ou descendo o tom em relação à outra nota. Falei também sobre minha falta de memória musical, dificuldades em desempenhar múltiplas atividades ao mesmo tempo (multitasking) e outras coisas...Mais tarde, depois que ele se foi, assisti o filme Some Guy Who Kills People (Um cara que mata gente). No final deste filme, enquanto rolava o crédito, no filme tocou uma música que me interessou e descobri que era da banda Murder by Death (Assassinato por Morte). Imediatamente baixei o álbum e escutei a música em questão novamente. Enquanto escutava fiquei inspirado e, escrevi a letra abaixo:
The Bride |
A Noiva por Antonio Celso Barbieri Eu sei que seu nome é Morte mas eu não me importo Eu quero o seu beijo Seu último beijo Sangrento beijo vermelho E realmente não entendo porque pintam você tão preta Na sua última visita você me deu tanta dor a doce dor do prazer Ho! Besta mal agradecida! Porque você não me levou com você Não vá! Fique um pouquinho mais Eu quero que você saiba Eu faria o mesmo por você O que você está fazendo? Não va! Fique um pouco mais Seja minha noiva Seja minha sereia por favor não desapareça |
Então, na manhã seguinte acordei pensando na minha conversa com Marcelo. Assim que pude, liguei o computador e fui pesquisar mais à respeito de Asperge Síndrome. Achei um texto muito bom e, uma parte muito grande do texto falava sobre depressão e o consequente sentimento de culpa, de achar não ter valor e falta de esperança que esta condição traz consigo, condição que até pode levar ao suicídio.
O texto dizia que depressão é muitíssimo comum nas pessoas com Asperge Síndrome e que devido à dificuldade em diagnosticar este problema, em muitos suicídios a pessoa morre sem saber que sofria de Asperge. Imediatamente lembrei-me que, tempos atrás, fui tratado 6 meses por depressão, que tive várias vezes pensamentos suicidas e que, em certos períodos da minha vida, achei viver, muito difícil.
Curiosamente, a maior parte das poesias do álbum The Holographic Mirages of the Soul, do meu projeto musical chamado Better Ashes Than Dust (Melhor cinzas do que pó) que, acabo de gravar, foram escritas quando estive em períodos de depressão. Tendo em vista o que acabei de dizer, por favor, leia novamente a poesia que escrevi acima.
É neste momento que, a sicronicidade quântica me pregou outra peça. Enquanto pesquisava sobre Asperge Síndrome, ao mesmo tempo baixava o vídeo do filme Archie's Final Project (O Projeto Final do Archie), filme que desconhecia totalmente e que, para minha surpresa, depois fiquei sabendo é também conhecido como My Suicide (Meu Suicídio). Este vídeo, que como disse, não tinha a menor ideia do seu conteúdo, discute de forma altamente realística a questão do suicídio.
Como disse, o filme era para chamar-se My Suicide (Meu Suicídio) e aparentemente foi filmando em 2004, reeditado e engavetado para ser lançado em 2006 , depois passou para 2008 e finalmente foi lançado em 2009. Pelo assunto e a forma como foi filmado e editado fica claro que trata-se de um filme controverso que, teve que ser reeditado, teve que mudar até de nome porque obviamente haveria o perigo de incentivar algum suicídio no público jovem.
Estranhamente, o filme teve a participação do ator David Carradine que suicidou-se de forma incomum fazendo muita gente sugerir, que ele morreu em um acidente durante um "jogo" sexual sozinho. Seu papel no filme foi quase uma premonição....
Resumindo: Mais um típico caso de sincronicidade onde você interessa-se por um assunto e de repente ele começa aparecer por todos os lados. Incrível!!!!
Nota: Nunca fui diagnosticado com nenhum problema mental sério. Está claro que certas pessoas tem mais habilidades do que outras em certas atividades. É bem possível que minhas limitações tenham mais à ver alguma predisposição genética do que qualquer outra razão... quem sabe?
Bom, que lição adquiri até agora?
Se, de um lado ainda não encontrei a formula de como acessar esta informação ou energia, por outro lado estou desenvolvendo ferramentas e formas de estudar o problema e, estou ficando mais atento ao fenômeno. Se, muito embora, ainda não possa provar nada cientificamente, por outro lado, o discurso está melhorando bastante :-)
Carl Gustav Jung
Carl Gustav Jung e a Sincronicidade
A sincronicidade acontece quando dois ou mais eventos, que são aparentemente desconectados e difíceis de acontecer, acontecem ao mesmo tempo por pura sorte e trazem um significado comum.
O conceito de sincronicidade foi primeiramente descrito pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung em 1920. Este conceito não questiona ou compete com a noção de “causalidade”. Em vez disto, propõem que assim como eventos podem ser agrupados pela suas causas, eles também podem ser agrupados pelos seus significados.
Uma vez que significado é uma construção mental complexa, que recebe influência consciente e inconsciente, nem toda correlação no grupo de eventos precisa ter uma explicação em termos de causa e efeito.
A ideia da sincronicidade é a de uma conceitual relação de mentes, definida como relações entre ideias, ela é complexamente estruturada no seu próprio caminho lógico e acaba resultando em relações que não são causais em natureza. Esta relações podem manifestar-se em ocorrências simultâneas relacionadas em significado. Uma sincronicidade de eventos revela por detrás um padrão, uma substrutura conceitual que abrange mas, é maior que qualquer dos sistemas que mostram a sincronicidade.
Para Carl Gustav Jung, a necessidade de um substrutura maior é essencial para satisfazer a definição de sincronicidade. Jung inventou esta palavra para descrever o que ele chamou de “ocorrências temporais coincidentes de eventos sem a mesma causa”. Jung descreveu sicronicidade de várias formas: “Princípio de conexão sem causa”, “Coincidência significativa” e “paralelismo sem causa”.
Apesar de Jung introduzir este conceito em 1920 foi só em 1951 que ele explorou o assunto profundamente na publicação Eranos Lecture e em 1952 quando ele publicou o estudo Synchronicity – An Acausal Connecting Principle (Sincronicidade – Um princípio de conexão sem causa) que foi um volume que incluiu um estudo paralelo discutindo assunto similar escrito pelo físico Wolfgang Pauli (Ganhador do prêmio Nobel). Neste “princípio” escrito por Jung, ele sentiu que forneceu evidência conclusiva para seus conceitos de arquétipos e inconsciente coletivo. Neste texto, ele descreveu uma “dinâmica controladora” e procurou sublinhar o total da existência humana, histórico-social, emocional, psicológico e espiritual.
Eventos paralelos que primeiramente pareciam coincidências mas, mais tarde mostraram-se ter alguma relação causal, são consideradas não coincidentes. Jung acreditava que que muitas das experiências que são coincidentes por pura coincidência em termos de causa sugerem uma manifestação de eventos paralelos ou circunstâncias em termos de significado, refletindo esta “dinâmica controladora”.
Albert Einstein
Mesmo durante a apresentação do seu trabalho sobre sicronicidade em 1951,com sua Eranos Lecture, as ideias de Jung ainda estavam desenvolvendo-se e transformando-se.Seguindo suas discussões com Albert Einstein e Wolfgang Pauli, Jung passou acreditar que existiam paralelos entre Sincronicidade, Teoria da Relatividade e Mecânica Quântica. Jung ficou fascinado pela ideia de que nossa vida não é simplesmente uma série de eventos causados aleatoriamente, um sorteio, mas, sim o resultado de uma “ordem mais profunda” a que ele e Wolfgang Pauli chamavam Unus mundus. Esta “ordem mais profunda” ultimamente levaria à descoberta (insight) de que, um ser humano está ao mesmo tempo fazendo parte de uma estrutura assim como, também é o foco de atenção desta mesma estrutura organizada. A percepção desta ideia, é mais do que simplesmente um exercício intelectual pois, também possui elementos de um despertar espiritual.
Do ponto de vista da religião a sincronicidade compartilha características parecidas com a de uma “graça divina”. Jung também acreditava que sincronicidade servia uma missão semelhante na vida de uma pessoa para sonhos com a finalidade de mudar a consciência egocêntrica para uma grande visão de todo.Uns 50 anos depois que Jung publicou seu trabalho final em Sincronicidade, ele agora é reconhecido extensamente e, padrões típicos emergiram para reconhecer na sincronicidade, seus eventos e respostas. Inicialmente, envolvem geralmente as coincidências sugestivas que, devidas à sua subjetividade, por parecer estranhas são frequentemente negligenciadas.
Finalmente, o surgimento de algumas experiências com sincronicidade muito poderosas conduz a uma experiência tão reveladora que, a pessoa alcança um estágio novo, refletindo em um desenvolvimento psicológico ou espiritual. Estas sincronicidades reveladoras são associadas geralmente com os importantes eventos tais como o nascimento, a morte ou as crises.Então, umas outras sincroncidades adicionais fornecem um tipo de confirmação do relacionamento novo entre o indivíduo e a realidade como um todo. Nesta realidade nova todos os eventos, internos e externos, podem ter um significado pessoal, tanto psicológico como espiritual ao indivíduo.
A compreensão de Jung da sincronicidade é evolucionária e surgiu com o entendimento de que qualquer coisa que ocorreu a tempo, um nascimento ou evento, capturou a qualidade desse momento.Mais tarde, Jung em seu trabalho, igualmente evoluiu sua compreensão dos arquétipos que construíram uma ponte sobre a psique e a matéria. Ele passou a acreditar que estes arquétipos eram “livre-standing” ou autônomos e como tal, a sincroncidade desenvolveu paralelos com o Tao chinês, as simpatias cósmicas gregas, o microcosmo e o macrocosmo Hermético. O teste padrão arquétipo envolvido em experiências com sincronicidade é realmente a colagem. Finalmente Jung percebeu que a sincronicidade não era apenas um relacionamento entre o mundo humano, o externo e o interno mas a natureza igualmente envolvida no conjunto como um substituto para o mundo interno da humanidade. Jung igualmente acreditou que, a sincronicidade poderia ser a ponte unindo a divisão entre a visão mundial científica moderna e as religiões tradicionais. Esta foi parte da razão pela qual Jung trabalhou tão duramente para divulgar suas ideias sobre sincronicidade que, poderia tão facilmente ter sido ignorada, no debate intelectual do século 20.
Richard Tarnas acredita que o trabalho de Jung sobre a sincronicidade é realmente representante de um deslocamento histórico subtil na busca da psique moderna para o “todo”(Holísmo).Uma colega próximo de Jung, Marie-Louise von Franz, no fim de sua vida, sugeriu que o conceito de sincronicidade, agora, deveria ser trabalhado, por uma geração nova de investigadores. Por exemplo nos anos desde a publicação do trabalho de Jung sobre sincronicidade, alguns escritores, na maior parte simpáticos à abordagem de Jung sobre o problema passaram à questionar certos aspectos da sua teoria, incluindo a questão de quão frequentemente a sincronicidade ocorre. Por exemplo, no livro The Waking Dream: Unlocking the Symbolic Language of Our Lives (O Sonho Acordado: Destravando a Linguagem Simbólica das Nossas Vidas), o escritor Ray Grasse sugere que em vez de, como Jung sugeriu, ser um "raro" fenômeno, a sincronicidade, mais provavelmente, é um evento comum, acontecendo o tempo todo em nossas vidas, e que a coincidência dramática ocasional é somente a ponta de um iceberg maior do significado que, é a base de nossas existências. Grasse colocou o exame da sincronicidade no contexto do que chama uma "simbólica" visão mundial, uma maneira tradicional de perceber o universo que considera todos os fenômenos como entrelaçados por analogias ou por "correspondências". Embora sempre presentes, estas correspondências tendem a tornarem-se óbvias para nós, somente no caso das coincidências mais evidentes. Grasse sugere que, o estudo da astrologia, oferece um método prático não somente de tornar-se mais consciente destas conexões sutis mas, como testar e mesmo prever sua ocorrência ao longo de nossas vidas.
Uma das citações favoritas de Jung sobre sincronicidade vem do livro Through the Looking-Glass (Através do Espelho) escrito por Lewis Carroll, em que a Rainha Branca fala para Alice: "É um tipo pobre de memória que trabalha somente para trás".
Through the Looking-Glass - Lewis Carroll
Leia o diálogo entre a Rainha Branca e Alice:
“É uma geleia muito boa!” Disse a Rainha
“Bem, eu não quero nada HOJE, por nenhum preço”
“Você não poderia tê-la se eu a QUISESSE.” Falou a Rainha e continuou:
“A regra é, geleia amanhã e geleia ontem mas, nunca geleia hoje”. Alice discordou:
“Eu DEVO às vezes vir comer geleia hoje”
“Não, você não pode isso”. Falou a Rainha e continuou:
“É geleia qualquer OUTRO dia. Você sabe, hoje não é qualquer OUTRO dia.”
“Eu não entendo você” Respondeu Alice e desabafou:
“É terrivelmente confuso!”
“Este é o efeito de viver de trás para diante”. Falou gentilmente a Rainha que, continuou:
“Sempre faz a pessoa ficar meio tonta no começo”
“Viver de trás para diante! Alice repetiu com grande surpresa e desabafou:
“Eu nunca ouvi falar numa coisa destas!” Ao que a Rainha acrescentou:
“...mas, existe uma grande vantagem nisto, é que nossa memória trabalha nos dois sentidos.”
“Estou certa que MINHA memória funciona numa só direção” Respondeu Alice e acrescentou:
“Não posso me lembrar das coisas antes delas acontecerem.”
“É um tipo pobre de memória que só trabalha para trás”. Comentou a Rainha
Exemplos de sincronicidade
Abaixo seguem vários dois exemplos de sincronicidades incluindo os primeiros forncecidos pelo próprio Jung:
Em seu livro Synchronicity (Sincronicidade) publicado em 1952, Jung conta a seguinte história: "Uma jovem paciente sonhou, em um momento decisivo de seu tratamento, que lhe presenteavam com um escaravelho de ouro. Enquanto ela me contava sonho, eu estava sentado de costas à janela fechada. De repente, ouvi detrás de mim um ruído como se algo golpeasse suavemente a janela. Dei meia volta e vi que foi um inseto voador que chocava contra ela. Abri-a e o apanhei. Era a analogía mais próxima a um escaravelho de ouro que se pode encontrar em nossas latitudes, a saber, um escarabeido (crisomélido), a Cetonia Aurata, que, ao que parece, ao contrário de costumes habituais, se via na necessidade de entrar em uma sala escura precisamente naquele momento. Tenho que dizer que não me havia ocorrido algo semelhante nem antes nem depois disso, e que o sonho daquela paciente segue sendo um caso único em minha experiência.""Na manhã do dia 1º de abril de 1949 eu transcrevera uma inscrição referente a uma figura que era metade homem, metade peixe. Ao almoço houve peixe. Alguém nos lembrou o costume do "Peixe em Abril" (primeiro de abril). De tarde, uma antiga paciente minha, que eu já não via por vários meses, me mostrou algumas figuras impressionantes de peixe. De noite, alguém me mostrou uma peça de bordado, representando um monstro marinho. Na manhã seguinte, bem cedo, eu vi uma outra antiga paciente, que veio me visitar pela primeira vez depois de dez anos. Na noite anterior ela sonhara com um grande peixe. Alguns meses depois, ao empregar esta série em um trabalho maior, e tendo encerrado justamente a sua redação, eu me dirigi a um local à beira do lago, em frente à minha casa, onde já estivera diversas vezes, naquela mesma manhã. Desta vez encontrei um peixe morto, de mais ou menos um pé (30 cm) de comprimento, sobre a amurada do lago. Como ninguém pôde estar lá, não tenho idéia de como o peixe foi parar ali."
O escritor francês Émile Deschamps descreve em suas memórias que, em 1805, Um senhor chamado Fontgibu, um nome estranho, serviu-lhe um pudim de ameixa. Dez anos mais tarde, em Paris, o escritor encontrou em um menu de um restaurante, o pudim de ameixa e resolveu pedi-lo mas, o garçom da mesa informou-lhe que o último prato tinha sido servido já a um outro cliente que, surpreendentemente era o senhor Fontgibu. Muitos anos mais tarde, em 1832, Deschamps estava participando de um jantar e pediu novamente um pudim de ameixa. Durante o jantar ele recordou o incidente e comentou com seus amigos que somente faltava o senhor Fontgibu para fazer completar o quadro. Neste mesmo instante, Fontgibu agora bem velhinho entrou na sala.
O departamento de vestuário para o filme Wizard of Oz (Mágico de Oz) comprou, numa loja de segunda mão, sem ter a menor ideia, um casaco para um dos personagens. Este casaco mais, descobriu-se ter pertencido originalmente à L. Frank Baum, o autor da novela em que a película foi baseada.
O personagem Dennis The Menace (Dennis A Ameaça) de uma revista em quadrinhos que mostra um garotinho usando uma camisa listrada vermelha e preta foi lançado em 16 jornais dos Estados Unidos em 12 de março de 1951. Três dias mais tarde no Reino Unido um personagem chamado Dennis The Menace, usando uma camisa listrada vermelha e preta teve seu lançamento numa revistinha chamada The Beano. Ambos os criadores negaram qualquer conexão.
Quatorze anos antes do naufrágio do Titanic, o escritor Morgan Robertson escreveu a novela Futility (Futilidade), o evento central é o naufrágio por uma colisão com um iceberg de um transatlântico chamado Titan, descrito na novela como um barco impossível de naufragar. No livro, algumas das circunstâncias relativas ao desastre coincidem de forma surpreendente com o naufrágio do Titanic, incluindo o número de passageiros, o insuficiente número de barcos salva-vidas, o nome e o tamanho do navio, o local exato do incidente, e a velocidade do navio na altura da colisão. As correspondências foram observadas e a novela foi republicada no ano seguinte ao desastre real com o nome The Wreck of the Titan (O Naufrágio do Titã).
Depois de ter descrito alguns exemplos, Jung escreveu:
"Quando as coincidências empilham desta maneira, não podemos deixar de ficar impressionados pelos fatos pois quanto maior o número de acontecimentos numa série, mais incomum o seu carácter, mais improvável ele fica.”
Críticas
Entre alguns psicólogos, os trabalhos de Jung tais como, The Interpretation of Nature and the Psych (A Interpretação da Natureza e da Psique), foram recebidos como problemáticos. Fritz Levi, em uma matéria escrita em 1952 e publicada no Neue Schweizer Rundschau, critica a teoria da sincronicidade do Jung como sendo vaga na determinação de eventos de sincronicidade, dizendo que Jung nunca explicou especificamente sua rejeição da "causalidade mágica” a qual um princípio não causal como a sincronicidade seria relacionado. Ele, também, igualmente questionou a utilidade desta teoria.
Uma explicação possível, para entender o porque da percepção de Jung de que, as leis da probabilidade parecem ser violadas por algumas coincidências, podem ser vistas na Lei de Littlewood.
Na psicologia e na ciência cognitiva, a “predisposição para confirmação” é uma tendência procurada para buscar ou interpretar uma nova informação, de uma maneira que confirme as próprias ideias e preconceitos do investigador e assim evitar a informação e as interpretações que contradigam a opinião prévia. É um tipo de predisposição cognitiva e representa um erro, como uma forma de predisposição na seleção para a confirmação da hipótese sob o estudo ou da negação de uma hipótese alternativa. A "predisposição da confirmação" é do interesse no ensino do pensamento crítico, porque a habilidade é empregada mal se o exame minucioso crítico rigoroso é aplicado somente à evidência que desafia um preconceito mas para não evidenciar o apoio dele. Wolfgang Pauli, um cientista que em sua vida profissional foi severamente crítico da “predisposição da confirmação”, esforçou-se para investigar o fenômeno, escrevendo juntamente com Jung um artigo sobre este assunto. Algumas das evidências que Pauli mencionou foi que as ideias que ocorreram em seus sonhos teriam sincronicidades análogas nas correspondências que receberia mais tarde de colaboradores distantes.
Houve citações de que a teoria analítica psicológica da sincronicidade de Jung é igual à intuição intelectual
Comentários finais de Barbieri
Neste assunto, continuo com tantas dúvidas quanto comecei. Sim, ganhei mais percepção do problema e estou mais esperto para captar um evento de sincronicidade no ato, quando ele aparece.
Recentemente assisti um documentário onde no meio dele, o locutor sugeriu que estamos vivendo um momento de transição, momento este que, muita gente vive associando com o final dos tempos, o fim do mundo. Este locutor sugeria que as pessoas estão tomando mais consciência da existência da sincronicidade e que na verdade, a habilidade cada vez maior da humanidade perceber este fenômeno é sinal de que nossas mentes estão evoluindo onde, adquiriremos uma visão holística do universo, uma nova consciência. Então, o fim do mundo que se prega não é o físico mas o espiritual, pois com um "nova visão" veremos o mundo, diferente, com outros olhos.
Numa conversa recente com meu amigo Marcelo Carvalho, ele alertou-me para o fato de que estas ideias de evolução espiritual, de nova consciência são, no fundo, o que pregam centenas e centenas de novas religiões tipo “New Age” que surgiram e floresceram na década passada.
Quero deixar claro aqui, que distancio-me de qualquer religião, intervenção divina, seitas pós hippies, New Age ou qualquer outra loucura criada pela humanidade. Continuo achando o método científico o melhor sistema para entender a realidade que me cerca. Depois da ciência, qualquer outra explicação não passa de contos de fadas.
Recapitulando
Como este assunto é complexo abaixo segue um resumo de outro texto que encontrei e, fornece mais alguns detalhes:
Sincronicidade é um conceito desenvolvido por Carl Gustav Jung para definir acontecimentos que se relacionam não por relação causal e sim por relação de significado. Desta forma, é necessário que consideremos os eventos sincronísticos não a relacionado com o princípio da causalidade, mas por terem um significado igual ou semelhante. A sincronicidade é também referida por Jung de "coincidência significativa".O termo foi utilizado pela primeira vez em publicações científicas em 1929, porém Jung demorou ainda mais 21 anos para concluir a obra "Sincronicidade: um princípio de conexões acasuais", onde o expõe e propõe o início da discussão sobre o assunto. Uma de suas últimas obras foi, segundo o próprio, a de elaboração mais demorada devido à complexidade do tema e da impossibilidade de reprodução dos eventos em ambiente controlado.Em termos simples, sincronicidade é a experiência de ocorrerem dois (ou mais) eventos que coincidem de uma maneira que seja significativa para a pessoa (ou pessoas) que vivenciaram essa "coincidência significativa", onde esse significado sugere um padrão subjacente.A sincronicidade difere da coincidência, pois não implica somente na aleatoriedade das circunstâncias, mas sim num padrão subjacente ou dinâmico que é expresso através de eventos ou relações significativos. Foi este princípio, que Jung sentiu abrangido por seus conceitos de Arquétipo e Inconsciente coletivo, justamente o que uniu o médico psiquiatra Jung ao físico Wolfgang Pauli, dando início às pesquisas interdisciplinares em Física e Psicologia. Ocorre que a sincronicidade se manifesta às vezes atemporalmente e/ou em eventos energéticos acausais, e em ambos os casos são violados princípios associados ao paradigma científico vigente. Segundo Rocha Filho (2007), inclusive o insight pode ser um fenômeno sincronístico, assim como muitas descobertas científicas que, de acordo com dados históricos, ocorreram quase simultaneamente em diferentes lugares do mundo, sem que os cientistas tivessem qualquer contato. Acredita-se que a sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, e essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight".
Nota: Sua opinião é importante. Deixe aqui sua ideia à respeito de Sincronicidade!
Antonio Celso Barbieri