Papa é Preservativo!
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Papa Benedict XVI visita África para propagar sua visão irresponsável!
Não tenham dúvida de que o Papa Benedict XVI é um homem que possui uma autoridade imensa.
Quando ele diz "não use preservativos - mesmo que seja para prevenir contra a AIDS", ele causa um impacto muito grande entre os adolescentes atingindo, possivelmente milhões de pessoas.
Um quinto da população Africana é Católica Romana.
A Igreja Católica Romana vem crescendo na África mais do que em qualquer outro lugar no mundo. Esta é a primeira visita do Papa Benedict XVI ao Continente Africano desde que ele assumiu a liderança espiritual da sua igreja que possui aproximadamente 1 bilhão de católicos.
Com os Africanos, dos quais 22 milhões estão infectados com AIDS, neste momento, prestando muita atenção, este último pronunciamento da Papa ainda em pleno vôo, faz da questão do uso de preservativos um assunto muito sério.
O papa disse que esta "epidemia cruel" deveria ser atacada através da fidelidade e abstinência em vez de preservativos e que "o ensino tradicional da igreja tem provado ser a único caminho seguro para prevenção da propagação do HIV/AIDS.
Sabendo que o fala do Papa tem um grande poder só faz com que seus críticos, com uma visão mais liberal e que consideram essencial o uso de preservativos para combater a transmissão do HIV, sejam ainda, cada vez mais críticos. É o caso de Rebecca Hodes que trabalha na África do Sul para a Campanha Tratamento Ação e que, descreveu as declarações do Papa como sendo "Alienadas". "ignorantes" e "Perniciosas".
O Papa está ecoando os ensinamentos do seu predecessor, Papa João Paulo II, cuja sua pregação pela abstinência também foi muito criticada e resultou em até acusações de que ele era um dos responsáveis pela propagação da doença.
É interessante notar que o Papa não tem realmente recebido ajuda de figuras importantes da própria Igreja. O presidente do Pontifício Conciliar para a Família, Cardeal Alfonso Lopez Trujillo tentou ajudar insistindo que o vírus do HIV passa inevitavelmente por buracos no látex do preservativo (risos do redator aqui!!!). É claro que esta declaração estúpida foi desmentida pela Organização Mundial da Saúde e em nada ajudou a causa Papal.
Entretanto, a Igreja acha que sua preocupação com o uso de preservativos é apenas uma pequena parte dos ensinamentos mais amplos voltados para que o povo possa viver melhor e com vidas mais completas. A Igreja acha que encorajar o povo a usar preservativos para minimizar os efeitos resultados do seu comportamento sexual na verdade, é uma falácia e empobrece suas vidas.
O Papa Benedict deixou claro sua posição logo depois que tomou posse em 2005. Dirigindo-se aos Bispos Africanos ele disse que as pílulas anticoncepcionais estão entre os modismos que levam à quebra da moralidade sexual. "É com grande preocupação que vejo a textura da vida africana sendo ameaçada pelo divorcio, aborto, prostituição, tráfico humano e a mentalidade da anticoncepção". Em outras palavras, segundo a visão da Igreja, existe algo em jogo que é mais importante do que a luta contra a AIDS onde preservativos não são mais eficazes do que a abstinência no combate à infecção.
Curiosamente, apesar do Papa reconhecer que "o vírus ameaça a estabilidade econômica e social do Continente Africano", os católicos lembram que se um casal no qual um deles tem o vírus, usar preservativo regularmente, ele reduzirá anualmente a chance do outro parceiro ser contaminado para mais ou menos 87%, o que eles dizem, ser uma porcentagem muito abaixo do que seria considerado uma forma adequada de prevenção. Então, lamentavelmente, em Uganda é usado uma política para redução da propagação do HIV que combina abstinência, fidelidade e, só quando necessário, o uso de preservativos.
Até católicos em postos elevados, tomam uma visão pragmática quanto ao uso de preservativos.
O Cardeal Belga Goddfried Daneels disse em 2004 que o uso de preservativos com a intenção de evitar a doença era moralmente diferente do que usá-lo para prevenir a criação de um ser vivo. Ele disse que os preservativos são o menor dos males.
O Padre Gerry O'Collins, Professor Emérito da Universidade Gregoriana em Roma, disse que o mandamento "Não matar", "atropela outros assuntos".
A organização de ajuda católica CAFOD por um lado, deixa claro que não aprova a distribuição e promoção de preservativos mas, por outro lado declara que os preservativos são particularmente efetivos para as prostitutas que, naturalmente sofrem um maior risco de infecção.
As agências e organizações de ajuda contra a propagação da infecção, no entanto, dizem que o maior problema que encontram é tentar superar as objeções culturais ao uso de preservativos.
Título do Barbieri, Fonte: BBC
Nota do redator: É com grande infelicidade que vemos mais uma vez a Igreja mostrando inflexibilidade e incapacidade de mudar e adaptar-se à situações novas. Sua atitude irresponsável já condenou e continua condenando milhões de pessoas à morte. A missão da Igreja é cuidar da alma. O corpo ela deveria deixar aos médicos!
Antonio Celso Barbieri