Stephen Hawking: 'não perderei tempo jogando golfe'

Existência da vida maravilha Hawking
Irene Klotz - da Reuters / g1.globo.com


Físico se prepara para experimentar voo que simula ausência de gravidade.
Em entrevista, ele diz que o maior mistério a ser desvendado é a origem do homem.


26 abr. / 2007 - Enquanto se preparava para sentir como é ficar em um ambiente sem gravidade, como no espaço, o cosmólogo britânico Stephen Hawking declarou que, de todos os mistérios do universo, o que ele quer desvendar é como os seres humanos surgiram.

"O universo é tão grande, tão sereno, e no entanto é exatamente do jeito certo para que nós existamos", disse Hawking em uma entrevista à Reuters.

O cientista de 65 anos, que sofre de esclerose lateral amiotrófica e precisa usar uma cadeira de rodas, foi a Orlando para um passeio em um avião que vai simular a ausência da gravidade por alguns instantes de cada vez. A viagem acontece na quinta-feira.

"Acho que a corrida da humanidade não terá futuro se não partir para o espaço", afirmou Hawking na quarta-feira, para explicar seu desejo de voar. "Quero portanto incentivar o interesse público no espaço. Um voo em gravidade zero é o primeiro passo para uma viagem espacial."

Hawking fala através de um sintetizador de voz, pois desde 1985 precisa de uma traqueostomia para respirar. As idéias de Hawking sobre os buracos negros, que viraram seu best-seller "Uma Breve História do Tempo", deram origem a novas correntes de pensamento sobre a natureza e o universo e ajudaram a elucidar áreas complexas da física em que as leis da natureza parecem não se cumprir.

"É glorioso poder estar vivo e trabalhando com a física teórica", disse Hawking em um jantar na noite de quarta-feira. O passeio do cientista é uma cortesia da Zero Gravity Corp., com sede na Flórida, que possui um serviço de voos semelhantes aos que a Nasa usa para treinar astronautas e testar equipamentos.

O pesquisador também pretende ir um dia para o espaço, numa nave comercial que está sendo produzida pela Virgin Galactic, um braço da Virgin Atlantic Airways.

Conversar com Hawking é uma experiência lenta e contemplativa. Ele mexe o único músculo que ainda controla, na bochecha, para escolher palavras numa lista em seu computador. Uma sentença de 35 palavras leva 15 minutos e deixa Hawking esgotado.

Após um comentário sobre o belo sotaque britânico de sua voz robótica, ele responde: "A maioria das pessoas acha que meu sotaque é americano." Depois, quando questionado sobre a perspectiva de haver vida inteligente fora da Terra, Hawking disse torcer para que sim. "Não há muitos sinais dela na Terra."

Hawking também contou que escreveu um livro infantil com sua filha, chamado "A chave secreta de George para o universo", que será publicado em setembro. A chave secreta obviamente não será a religião.

"Não sou religioso no sentido comum", disse Hawking. "Acredito que o universo é governado pelas leis da ciência. As leis podem ter sido criadas por Deus, mas Deus não interfere para violá-las."
O voo em que Hawking deve testar a lei da gravidade estava programado para a tarde de quinta-feira. Por alguns segundos, ele vai se libertar de tudo o que o prende à Terra, quando o avião da Zero Gravity mergulhar no céu depois de subir uma grande altitude.

Assessores do cientista o tirarão de sua cadeira de rodas e o colocarão deitado no chão do avião, para deixá-lo livre para flutuar.

 

Stephen Hawking voa em gravidade zero
Do G1, em São Paulo


Renomado físico voará em avião adaptado apelidado de "cometa do vômito".
Hawking sofre do mal de Lou Gehrig e vive paralisado em uma cadeira de rodas.

Às 15h30 (no horário de Brasília) desta quinta-feira (26), um dos maiores físicos do mundo, o britânico Stephen Hawking, vai participar de um voo de simulação da ausência da gravidade. O cientista, que passou a maior parte de sua vida confinado a uma cadeira de rodas, é um dos maiores especialistas quando o assunto é, exatamente, a gravidade.

Hawking estará a bordo de um avião 727 da Corporação Gravidade Zero (“Zero G”), que vai fazer uma série de manobras para simular a ausência de gravidade. Por alguns segundos, ele poderá flutuar livremente por uma sala acolchoada.
O físico de 65 anos vive quase completamente paralisado pelos efeitos do mal de Lou Gehrig, uma doença que destrói progressivamente parte dos nervos da medula espinhal, minando o funcionamento dos músculos. Por isso, Hawking será acompanhado por uma equipe médica. A experiência será um teste importante para verificar se ele tem condições de agüentar sua próxima grande aventura: uma viagem espacial programada para 2009.

No passado, as simulações de ausência de gravidade estavam disponíveis apenas para astronautas em treinamento -– que deram o simpático apelido de “cometa do vômito” para o avião que os carregava. O cientista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, viajará graças a um presentinho da Zero G. Mas o resto da humanidade também pode embarcar na experiência: basta pagar a módica quantia de US$ 3.500. Desde que a companhia foi criada, mais de cem voos foram feitos, para 2.500 passageiros, desde celebridades a crianças.

Quando anunciou que aceitaria o convite da Zero G, em março, Hawking afirmou: "Estudei a gravidade e os buracos negros durante toda minha vida, e não vejo a hora de viver minha primeira experiência em um ambiente sem gravidade". O físico diz que espera atrair a atenção do público para missões espaciais –- segundo ele, essenciais para a sobrevivência da humanidade.

O voo
Hawking partirá do Centro Espacial Kennedy, da Nasa, em Cabo Canaveral, na Flórida -- o mesmo lugar de onde são lançados os ônibus espaciais.

 

Stephen Hawking oferece apoio ao Centro Cultural Niemeyer
EFE


O arquiteto brasileiro doou o projeto do centro à Fundação Príncipe de Astúrias


6 mar. / 2007 - CAMBRIDGE - O presidente do Principado de Astúrias, Vicente Álvarez Areces, anunciou nesta terça, 6, que o cientista britânico Stephen Hawking ofereceu seu total apoio ao centro cultural Oscar Niemeyer, que o Governo asturiano planeja construir.

Álvarez Areces se reuniu hoje com Hawking, em sua residência da universidade de Cambridge, onde o cientista ocupa há mais de três décadas a cátedra que pertenceu a Isaac Newton.

O arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer doou o projeto do centro cultural à Fundação Príncipe de Astúrias, por ocasião do 25.º aniversário do Prêmio Príncipe de Astúrias, celebrado no ano passado.

Niemeyer, que em 2007 completa 100 anos de vida, foi homenageado com o Prêmio Príncipe de Astúrias, na categoria Artes.

Após reunir-se com Hawking, Areces anunciou que o cientista britânico fará parte do comitê internacional de especialistas, e que colaborará ativamente com o desenvolvimento de algumas exposições relacionadas com o âmbito da matemática.

Hawking, que recebeu o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia, em 1989, foi o encarregado de abrir, em abril de 2005, os atos com os quais a Fundação Príncipe de Astúrias comemorou o 25.º aniversário dos prêmios.

Hawking vai voar no 'cometa do vômito'
Dennis Overbye Do "New York Times"
g1.globo.com

Físico mais famoso do mundo vai viajar no avião que simula microgravidade em abril.

Britânico ganhou carona de graça; além de ser divertir, ele quer divulgar o voo espacial.

1º mar. / 2007 - O físico britânico Stephen Hawking, professor da Universidade de Cambridge e autor de best-sellers que passou a vida tentando entender a natureza da gravidade preso a uma cadeira de rodas, disse que pretende ficar um pouco longe de tudo isso no dia 26 de abril. Cercado por uma comissão médica, Hawking deve fazer um passeio em microgravidade num dos chamados "cometas do vômito", os aviões da Nasa que simulam essa situação comum no espaço.

A carona de Hawking será de graça: ele terá o patrocínio da Zero Gravity Corporation, que tem levado pessoas para o passeio num Boeing 727-200 acolchoado desde 2004 - pela quantia de US$ 3.500.

Peter Diamandis, executivo-chefe da empresa, disse que "a idéia de dar ao maior especialista do mundo em gravidade a oportunidade de experimentar a gravidade zero" era irresistível.

De certa forma, trata-se apenas de um prelúdio. Hawking já anunciou que espera fazer um voo mais longo, e a uma altitude maior, em 2009. A carona seria do "avião espacial" desenvolvido pela empresa Virgin Galactic, do milionário britânico Richard Branson, que pretende levar seis passageiros a uma altitude de 112 km.

Hawking, que perdeu todos os movimentos do corpo por causa de uma doença neurodegenerativa e se comunica com a ajuda de um computador, diz que quer aumentar o interesse do público pelo voo espacial, que ele acredita ser essencial para o futuro da humanidade. "Também quero mostrar que as pessoas não precisam se sentir limitadas pelas deficiências físicas, desde que seu espírito não seja deficiente", afirmou ele.

Meses atrás, durante uma entrevista coletiva em Hong Kong, Hawking afirmou que a sobrevivência da humanidade a longo prazo depende de colonizar o Sistema Solar e lugares mais distantes do Universo. "A vida na Terra corre um risco cada vez mais crescente de ser eliminada por um desastre, como uma guerra nuclear global, um vírus geneticamente modificado ou outros perigos que nós ainda nem imaginamos", disse.

Sensação zen
O avião tem cerca de 35 lugares. Quando chega à altitude de 8.000 m, os passageiros saem dos assentos e vão para uma área alcochoada. Conforme a aeronave vai fazendo sua trajetória parecida com a de uma montanha russa, os passageiros passam pela alternância entre a sensação de estar mais pesado que o normal e praticamente sem peso. Nessa fase, eles flutuam gentilmente acima do chão do avião, no que Diamandis descreve como "uma experiência realmente jubilosa, quase zen" com duração de meio minuto.

Em entrevista por e-mail, Hawking disse: "Não estou preocupado com a parte da gravidade zero, mas a de gravidade alta vai ser difícil". Segundo ele, a reação de sua família sobre a aventura foi dizer "Que sorte a sua!".
O bem-humorado Stephen Hawking
(Istoé*)

Ao completar 60 anos na segunda-feira 7, Stephen Hawking, um dos mais conceituados cientistas do mundo, relembrou uma frase que disse aos médicos que lhe deram pouco tempo de vida quando ele estava com 22 anos. Naquela época, Hawking recebera o diagnóstico de uma doença degenerativa, que de fato já lhe roubou quase todos os movimentos do corpo. Respondeu então aos médicos: "Melhor assim. Ao menos não perderei tempo jogando golfe".

*Istoé, 16 jan. / 2002.

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