PURGATÓRIO, 2021
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I LIKE IT – fazer arte é obrar, não existe quem não se satisfaça plenamente. Inspirado em Keyla (estou proibido de mencionar nomes femininos então, quer dizer que daqui pra frente só chuparei picas, nada de tetas). Ainda inspirado no vídeo de Keyla, estou a fim de preparar uma instalação tipo, Carmen, a Miranda – a Brazilian Bombshell – com bananas pintadas e melâncias e samba dos anos de trás será 1930/40? Sou analfabeto tratando-se de ritmos. O que eu estava mesmo a lamentar? Ah, a retomada de inspiração, de fazer algo com refúgio nas artes. Prejuízos doem no bolso, abrem valas. Como não sou bolsonarista, ah, a vida vale mais e cativa mais, mas 400 pilas, eu teria 3 diárias de pedreiro para investir na casa que tanto trabalhei em 2020/21. Quando estão de marcação com você, você não passa de um bosta. Decidido a salvar o site, projeto textos e ideias e também fotos. Sempre será diferente, nunca conformado ou estático. Deem uma olhadinha. Será novo e redudante e livre de insatisfação, contaminação e ódio.
PARABÉNS PARA RICARDO 'RETZ' – 13 de fevereiro de 2021 – Atravessasse o Purgatório, enquanto as nuvens dilatadas não vencem e você segue em paz para o céu. A população peca, numa foda clássica e interminável e asfixiante de fake news – sofre a população, sofrem de desespero e, de pavor. De não poder ir ao rock, de achar que viver é mais importante. Somos uma espécie de peões, aliás peões viram rainhas quando adiantados. Eles estão ali para brecar as invasões e tumultuar. Tenho orgulho de ser amigo de Ricardo Retz desde menino quando ele se anunciou ser um marciano pelos conjuntos do Guará I. Rock vive da devoção e da sofreguidão e por que não de perseguição? Estou velho e não gagá, nem mentalmente incapaz e nem caduco quero ser. Sem ajustes de contas, sem pendura, sem osgtentação, sem doação e sem merda no penico e no ventilador. Sigo meu caminho, canto minha canção solitária, não de indignação e sim hino de rebeldia. Ricardo 'Retz' quero fazer o seu dia feliz, tenho o melhor skank das prateleiras que anunciam os altos preços das mercadorias. Beber em litígio de quem não pode beber. Fumar e mascar e trepar e ouvir rock como se estivessemos na adolescência protegidos por nossos pais. Saindo por aí, para um show de rock com Os Magrellos. Nos tomaram até a identidade e não foram os PMs. Estamos gastos e mais sábios. Porrada faz crescer a inteligência e o coração manda que revidar não é bom. Deixe essa merda toda para eles até a nossa. Feliz aniversártio, Ricardo Guerreiro do Vinil, das festas e por que não das orgias canabícas do sol imperador das satélites ocupadas e apinhadas por servidores e labutadores do rock'n'roll?
#DoProprioBolso não cai e não cede: Indiscutivelmente um conceito de anarquismo é liberte-se.
Pode porrar, pode esfolar, pode agredir, pode ameaçar. É como Corisco, não se entrega, não se omite. Se liberta sem pagar dízimo ou proteção. Um Brasil em extinção pela falta de prática.
Hoje ouvi a conversa de duas jovens senhoras no ônibus:
– Tô seca por uma cerveja. Hoje vou beber por todos os meus buracos.
Achei sedenta e elegante, mas a resposta da amiga foi:
– Como é isso? Desde quando (insira aqui a sua licença poética) e (insira aqui a sua licença poética ) sente gosto?
Paralisei por alguns segundos, mas logo acordei pra poder seguir as duas e ouvir o fechamento glorioso da conversa:
– Nao sente gosto, mas sente o prazer, o tremiliquizinho...
Olha...
TREMILIQUIZINHO!
( sei que é treMElique.Quis enfatizar a pronúncia)
Socorro!!
Elas riram.
Eu ri. Mas discretamente.
Cada boca com sua sede, né? Não julgo... (HELOÍSA DUTRA)
Escrevi alguns parágrafos para tentar explicar alguns sentimentos.
Apaguei os quatro parágrafos, coisa difícil de acontecer. No geral, eu publico a primeira merda que vem à cabeça. Nenhum era bom o suficiente. Um era mentiroso, o outro extremista, o outro leviano e um quarto ingênuo.
Posts têm data de validade. Se você não escreve quando vem a ideia, não há mais sentido.
Para onde vão os sentimentos depois que se para de senti-los? Existe um sistema de reciclagem adequado para lidar com sentimentos obsoletos? Ou eles são que nem o lixo espacial: a vagar, vagando, baseados no conceito de que o Universo é infinito? Ou são lixos tóxicos, se não forem pro compartimento certo, darão problema mais tarde?
Tenho que fazer uma lista de sentimentos. Certas coisas que eu sinto ainda não foram nomeadas... (HELOÍSA DUTRA)
7 DE FEVEREIRO – Não estou preocupado com o avançar da idade. O certo é pedir pontos de sutura para se parecer com Frank, o Enstein. (quero plano de saúde e mais saúde) Não se sabe por quais cargas negativas de fotocomposição minha foto foi vetada para impressão na camiseta, deveriam procurar um outro modelo. Na verdade, estou preocupado com os preços do supermercado e as longas filas no domingo, antes do almoço. Falta-me ovos, biscoitos, leite e um tipo de carne, essa é a preocupação básica. Estou só e muito bem acompanhado. Se tiver um fotógrafo disponível estou a fim de fazer uma foto verdadeira jus à celebração da loucura e da liberdade. Imagine o tipo de foto que servirá pra enfiar no buraco da narina – rock é coisa de velhos.
5 DE FEVEREIRO
agora que sujou mesmo
Oh, diabo devolva-me meus cabelos pretos, a ereção e a paz
Me leve para bem longe do inferno e me traga nos braços, uma boneca do Conic, bem sapeca
Putas nunca perguntam se você é casado
Sou casado com o Altíssimo, altíssimo consumo de drogas variadas
Viciado em bolas, em tretas em automutilação não suicida e autoinflições primárias
Sapeco uma punheta como quem lambe banana
Gozo além do bem e do mal, sou normal
Bom de língua (você sabe) lambo da sola do pé até debaixo do sovaco
Preciso experimentar uma ereção de ferro de passar roupa quente
amaciando o seu couro como agulha, costurando a sua orelha e o seu lábio sem anestesia. Preciso mesmo apagar o fogo
Meto medo em mim mesmo e gozo como animal com
um coração negro sem moral
Mandei 2 tomarem no cu hoje e Jesus, eu nunca faço isso, piedade
Tá difícil gozar? Tá fácil surtar é a vida
Um homem sem moral muito bem pode descrever a liberdade
Não vou me vender não, vei
Vou subir fedendo ou cheirando bem
Não me esconda seus pecados atrás dos olhos, os meus são lágrimas de araque
Putz grilla girl – não sou do tipo fácil e nem pretendo ser presa fácil, para gostar de mim, tem que gostar primeiro de você, tem que ter gostado muito, vivdo muito se não a vida é um tédio – vamos repetir o tédio durante quanto tempo?
Pra que você quer o meu whatsapp? Se estou proibido de mandar selfie nudes do meu pau – gosto de mandar foto do pau ensaboado (funciona, tente)
31 DE JANEIRO – fumaconha o meio-dia, penso no que gosto de fazer: "o estômago da morte é muito grande. Pena que pessoas boas tenham que morrer." A clássica bondade de Paulo a dualidade Yin-yang. Vão todo mundo se foder: "pessoas boas hão de morrer". Esses caras, Paulo, Rogério carregam utopias e a própria luz e conselhos próprios. Paulo e Rogério se reencontraram, foi puro prazer espiritual LSD, todo mundo vibrou, viajou. Foi um nossos melhores shows. E, sei lá na mesma hora de eletricista segurança estava jantando à mesa com os pais e a noiva do Rogerinho. Me perguntaram quem é você?. – Eu vim pra ajudar o mestre, Mário Pacheco. Voltando a Iolovitch, o sacana, me enganou, ele pintou duas destas telas e sabe Deus quantas serão...
– O que eu gosto de fazer?
coar café com o pó parecendo o sangue do vampiro
abrir a janela e deitar no sofá
ouvir som do Youtube, sempre a mesma coisa
dormir com a Netflix
gosto de sexo, ainda pensei em chamá-la pra uma transa diferente. Pensei, porra velho, você está ficando safado. E se ela topasse? – Tava fodido!
30 DE JANEIRO
Eu vou salvar a sua noite, onde vc estiver
Do disco de sábado: "baby, com certeza você está sendo conveniente para mim" - um LP másculo que eu não hesitaria em convidar o Rei Lagarto para ouvi-lo no meu aposento, no hi-fi com comunicação Bluetooth. Seria servido skank azeitona e vinho branco. Descolei o disco, um ano depois de seu lançamento, cujo título me intrigava "Antes que tudo se foda". Houve um ano que eu bebi e chegava com o sol, houve também um ano que eu não sai de casa, meus pais estavam preocupados, eu só via televisão, os filmes eram bons. Em certos sábados, antes do almoço, eu começava a ouvir este LP. Doce Mamãe sabia o que iria rolar. Não tinha feira, roupa emprestada nem pensar. Jaqueta de roqueiro batida demais, calça apertada, sapato de verniz fora de moda, visual de jogador de sinuca que vira noite adentro. Ah, o cabelo salva e o pau ajuda. Ia solto para a noite, garotas fatais de única noite, estudantes assim como eu (de olhos verdes e de família). Em alguns sábados, macaqueava bêbado andando acima das folhas de zinco do teto da garagem para pegar o bamba antes que o roubassem. Os bolos de furos rolavam e eu ia jogar sinuca com os Magrellos na Quinze. Este disco passava a impressão de que eu era o único a ouvi-lo com a merecida atenção. Até agora acho aquelas frases chave, eu nem desconfiava que cocaina e gim era o motor do blues. O disco tinha um acorde apocalíptico. O significado das letras se estendem às outras faixas: "Crying like a fire in the Sun". Na minha cabeça, a voz de Eric Burdon brotava da laringe como uma cascata ao inverso com os peixes subindo. Tinha uma faixa "Você é a chama do fogão" um rock simplesmente rasgado e suingado aspirado: "sempre me atiro encima de você. No blues, "Enquanto o corvo voa", Hilton Valentine, toca a guitarra de forma econômica, ela, a guitarra não aparece, não explode, ela faz eco em uníssono com o teclado e Valentine escolhe os timbres certos para os blues certos ("toque mais uma vez). Esse branco que amava o blues partiu essa semana e foi reverenciado por outros adeptos. No disco ainda há amostras dos melhores rock com o princípio de tudo: o amor.
29 DE JANEIRO – Homens que falam as coisas que falo não passam batidos. Coisas chulas, quero ver o número da sandália dela. A atendente sempre naquela tensão comigo. Perguntou, – Conhece Luziânia? Ela me adicionou e ainda me deu um puxão de orelha, Isto é uma conversa moço.
Alguns caras gostam mais de prosa do que carne – devo estar muito doido ou delirando. Para mim, sempre foi mais fácil ser incompleto, pelas metades, incoerente e errático e nestes dias de verão sou isso. De histórias de maluco, eu entendo, histórias de maluco servem para afastar as pessoas. Imagine que agora em inglês macarrônico eu converso com Cindy, que tem 40 anos – qual a minha missão? curar Cindy da esquizofrênia e faze-la voltar a ser ela mesma. Ih, converso com muitos fakes e é uma conversa boa, fluída, coisa de fã, pois repito que de histórias de doido eu conheço. Me parece que a Terra está insuportavelmente abarrotada de homens heteros e que Deus nos dê mais homens alegres. As garotas boas somem na direção de Olhos D´Água. E eu no escuro procurando uma tela quente para me encostar. A minha ex-garota foi ao Túnel do Tempo e lá encontrou o que não encontrou em mim, pois, eu era só loucura e delírio e medo em Brasília. Estamos on-line apredendo a passar mantega de amendoin nas metades dos pães. Dear Berenice, ofereceu-me aulas de culinária, nisso meu currículo foi lixeira adentro. Não tento talento tátil, não enrolo baseados, não cozinho, não desenho, não encapo pipas, não faço malabares. Tocava a bola redondinha para os pés de Toninho, tinha mais habilidade com os pés. Por isso, não toco nenhum instrumento de cordas, não tenho os dedos grandes e fortes que os guitarrista precisam. A unica coisa legal dos meus dedos foram quando eles foram sujos e eu toquei piano. Ela disse que apesar da minha idade, ela poderia dar uma chance à diversão. O negócio não saiu do zero a zero, acho que estamos jogando com times reservas. Ela é espirituosa e franca, tem uma aura de infinita harmonia. Ainda estou em Janeiro pensando no que eu vou fazer pelo resto do ano. Os meninos se divertem com as minhas piadas tristes. Esse som vai para a minha mãe, naquelas tardes ensolaradas e frias em Sunpaulo, quando o sonho era voltar para o Centro-Oeste. Não pense que eu arrumei namorada, pode voltar a me atormentar nos canais de comunicação. Eu sempre darei uma palavra de conforto às pessoas. Confie em mim.
27 DE JANEIRO – WE'RE GONNA ROCK – vou deixar um brilho debaixo da sua narina, Vou falar de garotas de vestidos xadrez e saia rodada. A guitarra desliza o dedo, goza goza goza, 3 vezes. Pessoas estão ligadas. A garota tem medo de mim. Dou uma pirueta caio de joelhos. Lá vem o trem. Trem de doido. O assunto é rock'n'roll, quase esqueci. Já tenho idade suficiente para esquecer. Fiz o melhor corte de terno e tenho que me contentar com o número de cabelos acima da cabeça – rock'n'roll canções terrivelmente românticas do Mopho. O tempo é doido é doído Ela disse cavalheiros serão bem-vindos.
)Mário pazcheco(