PODCAST RESGATA HISTÓRIA ESQUECIDA DAS RUÍNAS DA UnB (2020)

Por Pedro Wolf

Destaque para o nascimento desta pauta nascida de uma reportagem da Veja Brasília, que inspirou a monografia de Marcelo Felicceti, da PUC Rio. “Chamou a atenção na monografia, ele citar a reportagem da Veja Brasília, como fonte da informação datada no Jornal do Brasil, que fala do motivo oficial da suspensão da obra das Ruinas da Escola Superior de Guerra (ESG) na orla universitária, diz Pedro Wolff, idealizador do projeto realizado em equipe com: Alessandro Santos, Mariana e Francisco Aragão.

PODCAST RESGATA HISTÓRIA ESQUECIDA DAS RUÍNAS DA UnB

 

O arquiteto responsável pelo projeto foi Sergio Bernades. No período do assim chamado “milagre brasileiro” (1968/1973), Bernardes percorreria do “milagre” à maldição, numa aposta no projeto de escala territorial aliado à alta tecnologia, fomentado pelo desenvolvimentismo militar.

Marcelo Felicceti, da PUC Rio, contextualiza que o arquiteto Sergio Bernades gozava de bom trânsito com o governo datado, que à época estrategiava o processo de abertura democrática “lenta e gradual” do País. Com o exílio do Niemeyer, ele assumiu protagonismo na construção de Brasília, realizando projetos emblemáticos para os militares como o Mastro da Bandeira (1972) e as ruínas nunca concluída e abandonada Escola Superior de Guerra (1970/74).

Abre aspas: “Se com o Monumento ao Pavilhão Nacional (Mastro da Bandeira/1972) - na Praça dos Três Poderes - Sergio Bernardes cravou seu nome na paisagem urbana de Brasília, o ambicioso projeto da Escola Superior de Guerra - ESG (1970/74) - mostrou o reverso da medalha, indicando o caminho da maldição. O projeto significou a concepção esperançosa de uma estrutura destinada à formação de pensadores ligados ao desenvolvimento do país sob a perspectiva elitista-intelectual militar e, ao mesmo tempo, a ruína do idealismo arquitetônico de Sergio Bernardes. Esta, concretizada na ruína da própria edificação, nunca concluída e abandonada em 1974. Elas são o espectro de uma especulação que se arruinou ainda em sonho. “Ruínas da arquitetura modernista; a extinta infraestrutura da guerra fria; os territórios dizimados pelo desenvolvimento ou desastre industrial.” Fecha aspas

Isso nos faz pensar no significado da chamada “ruína do passado recente.” Neste caso, a ruína modernista da segunda metade do século 20 deslocada para outra realidade, distinta daquela das cidades em escombros do pós-guerra europeu. As ruínas da ESG vistas sob a perspectiva da cidade artificial construída em território imaculado – a capital moderna de Brasília. O que representariam as ruínas de uma edificação que nunca existiu, logo, sem presente e sem passado, cremetida a uma cidade voltada para o “futuro” e ainda sem história – a Brasília do “milagre econômico”? Vejamos o contexto e o projeto da Escola Superior de Guerra. A ilusão de que [Bernardes] se tornaria o arquiteto que daria forma ao regime militar se fortaleceu com a aproximação de Golbery do Couto e Silva. O mais culto dos militares, a princípio, fascinado com as ideias e a personalidade de Sergio Bernardes. O convívio com o arquiteto, embora escasso, fornecia-lhe um refinamento intelectual e a oportunidade de debate profundo de temas geopolíticos. Unia-os o entusiasmo em criar novas estruturas que possibilitassem o desenvolvimento do país. Eram duas figuras que, embora situadas em um espectro político dito conservador, não pretendiam manter estruturas arcaicas de organização territorial.

O projeto mais arrojado, que obteve simpatia inicial de Golbery, era aquele de uma Escola Superior de Guerra junto à Universidade de Brasília. Figura proeminente na construção e desmonte da Ditadura brasileira, o General Golbery do Couto e Silva – “uma espécie de ideólogo da nova ordem” fundou o Serviço Nacional de Informações – SNI no governo Castello Branco. O projeto da ESG, transformado pelo tempo para Ruínas da UnB, foi iniciado na gestão Médice e malogrado nos anos Geisel (1974/79), ocasião que Colbery foi o chefe do seu Gabinete Civil.

A admiração do General Golbery por Bernardes remontaria, pelo menos, aos tempos de sucessão do governo de Carlos Lacerda (1961/65), no então Estado da Guanabara, quando, “durante a crise das eleições de 1965, Golbery [desejando] se tornar interventor na Guanabara teria listado “23 nomes de pessoas que chamaria para seu governo.” Entre elas estavam “estrelas do meio cultural (...) como o arquiteto Sergio Bernardes.” O projeto de criação da Escola Superior de Guerra junto à UnB, do qual Golbery era simpatizante, surgia, portanto, como um campo de grandes expectativas para a ambição de Bernardes. Além da espacialização do programa da nova sede em Brasília, seu projeto para a ESG pretendia tocar no âmbito pedagógico-conceitual da escola, influenciando “no currículo e na construção da mentalidade e do conhecimento que seria ministrado aos próprios oficiais.” A aposta era audaciosa: transpor à intelectualidade militar seus ideais de transformação do território e, por tabela, da vida do homem-indivíduo. Seu projeto previa até mesmo a alteração do nome da instituição para Escola Superior de Altos Estudos de Integração, evidenciando a abrangência programática da ESG e também o grau de liberdade de que Bernardes gozava – ou supunha gozar – junto à oficialidade militar naquele momento. A origem remota da ESG, segundo Arruda, se prende a um curso de Alto Comando criado em 1942 pela Lei do Ensino Militar, e que se destinava apenas a generais e coronéis do Exército16. Com inspirações norte-americanas no National War College, mas focado na realidade brasileira, o regulamento da instituição foi lavrado pelo General Sardenberg, em 1948, sob o título de Princípios Fundamentais Superior de Guerra 17, extensivo aos oficiais das três Forças. A escola propunha estabelecer uma visão de “coordenação das ações de todos os órgãos, civis e militares responsáveis pelo ‘desenvolvimento do potencial’ e pela Segurança do país”, baseada na ideia central de "que o desenvolvimento não depende só de fatores naturais, mas principalmente de fatores culturais.” Como metodologia de trabalho, preconizava a pesquisa em equipe, o sistema de audiências, o diálogo e o debate como superação do individualismo dos convencionais métodos de pareceres unilaterais. A ESG definia-se, portanto, como “um instituto nacional (...) centro permanente de pesquisas” dos problemas brasileiros e interessado na Segurança Nacional: “resguardar”, em tempos de Guerra-Fria e revoluções, a população dos ataques ao “controle progressivo da Nação pela destruição sistemática dos seus valores, das suas Instituições, da sua moral.” Em outras palavras, dado o contexto histórico-mundial em que a escola se desenha – a bipolarização do mundo controlado pelos blocos capitalista (EUA) e socialista (URSS) –, a ESG era uma instituição de elite ideologicamente orientada para lidar com o “perigo iminente” de um ataque comunista advindo, muito mais que de ameaças externas, das próprias fronteiras brasileiras. Sob um olhar mais crítico, uma instituição que: Impulsionou e difundiu um sistema fechado de ideias baseado na aceitação de premissas sociais, econômicas e políticas que raramente se faziam explicitas além da visão estática de uma sociedade eternamente dividida entre elites e massas. Esse sistema de ideias, que se reproduziu no interior de uma formação socioeconômica específica, encontrava sua razão de ser em relações supostamente permanentes e mesmo naturais de posse e ‘apropriação’ privadas. Essa linha de pensamento excluía teoricamente e evitava praticamente qualquer transformação estrutural, permitindo, no entanto, uma modernização conservadora. Tal abordagem excluía também a presença de representantes da classe trabalhadora, ou mesmo das camadas intermediárias, no quadro de professores regulares ou convidados da ESG. O argumento em prol do desenvolvimento era apresentado na ESG somente por empresários, tecnoempresários e, em menor escala, por políticos, assim como por convidados estrangeiros, tantos civis quanto militares. Em 1973, o art.24, §1º do Regulamento-Decreto 72.669, institucionalizou a missão da ESG como sendo a de “formulação e planejamento da Política Nacional de Segurança e Desenvolvimento.” Para Bernardes, projetar a nova sede da ESG era o coroamento de uma sequência de projetos para os militares em Brasília. Antes que aderir à sua ideologia político-institucional, ele esperava submetê-la ao seu idealismo. A expectativa era conduzir a mentalidade intelectual militar quanto ao tema da integração e planejamento do país, reforçando sua aposta no poder do projeto como dispositivo de reordenação estrutural na escala geopolítica, e de reorganização do território brasileiro em favor do que ele acreditava ser um projeto de nação autônoma, focado no planejamento global (e visionário). A fé cega numa ação “prospectiva” (utópica) equalizadora da vida urbana no diálogo natureza-tecnologia

A expectativa de Bernardes se alimentava de que o programa/projeto ESG lhe permitiria lidar com a articulação entre campos de conhecimento e a associação de grandes escalas, nesse caso, concretizada menos na realização do objeto arquitetônico em si do que na idealização/condução do arcabouço conceitual-pedagógico do “centro de altos estudos de integração.” Expectativa bastante compreensível considerando o programa acadêmico da instituição que, segundo Stepan, tinha uma parte essencial do curso (...) constituída por três ou quatro viagens extensas por todo o Brasil, a fim de [os estudantes] se inteirarem in loco dos problemas e projetos ligados ao desenvolvimento e segurança nacionais, tais como novos projetos hidrelétricos, novos complexos industriais, a indústria nacional do aço, principais projetos de habitação para favelados, o órgão regional de desenvolvimento SUDENE, programas de ação cívica. Para um arquiteto visionário como ele, a possibilidade vislumbrada no projeto da ESG – “educar” a mentalidade da elite civil-militar (tecno-empresários detentores do capital e defensores da centralização política) – parecia, portanto, se tornar um passo definitivo, perfeitamente alinhado à agenda desenvolvimentista militar. É importante lembrar que a ruptura familiar empreendida por Bernardes em nome da “grandiosidade de sua obra”, no final de 1968, coincide com o início do período mais próspero: assim chamado período do “milagre brasileiro” (1968/73). Indicando uma aposta na evolução escalar da sua arquitetura sob a conjuntura autoritário-repressiva e desenvolvimentista da Ditadura. É exatamente em tempos de AI-5, momento em certa medida desesperançoso para a arquitetura no Brasil e, ao mesmo tempo, de grande impulso para o setor da construção pesada, que as condições produtivas tornam-se extremamente favoráveis para Sergio Bernardes. Fato evidenciado no protagonismo assumido por ele em Brasília e no seu interesse por uma outra escala (não mais a residencial) que só a esfera pública poderia oferecer, o que naquele período significava uma relação direta com o poder vigente. Do ponto de vista simbólico-conceitual, o projeto da ESG parece a evidência extrema dessa ambição. Simultaneamente, a concretização do Monumento ao Pavilhão Nacional (Bandeira Nacional) em plena Praça dos Três Poderes – o mais importante símbolo cívico da nação fincado na Praça de autoria dos expoentes máximos da arquitetura moderna brasileira – Lucio Costa e Oscar Niemeyer, e inaugurado pelo então Presidente-General Emílio Médici, em 1972, seria um legítimo potencializador do idealismo desse sujeito-criador.

A sede da ESG acabou constituída por um único sólido geométrico horizontal, de base triangular, com lados de 180 metros e projeção horizontal com aproximadamente 20.000 m2 de área. O volume triangular teria cerca de 30.000m2 de construção e seria composto de três pavimentos mais subsolo, alcançando 15 metros de altura. Projetava-se parcialmente sobre as águas do Lago Norte. As obras foram iniciadas em 1973, com previsão de entrega da etapa de infraestruturas em 1974.

O projeto tinha quatro pavimentos sendo um deles no subsolo. No primeiro (1,5 m acima do nível do Lago) estariam localizadas centrais de informação/comunicação, biblioteca, gráfica, revisão, iconografia e serviços/apoio – almoxarifado, cozinha, restaurantes dos funcionários/praças30. No segundo (5m acima do piso inferior), o nível de acesso público com estacionamento, hall, administração, ensino, salão de honra, salão de estar, restaurante dos estagiários, administração e corpo permanente31; todos ambientes abertos para um teto-jardim voltado para o Lago. O terceiro pavimento (5m acima) conteria em seu centro um grande auditório circular para 400 pessoas, com pé direito duplo, favorecendo, na

. Era o fim do “milagre” para Sergio Bernardes e o início da “maldição” que assombraria sua obra a partir de então. Em agosto de 1975, uma nota no jornal O Globo esclareceu o motivo da suspensão das obras: [a] transferência [da ESG] para Brasília, que estava prevista para 1976, [deveria], se o projeto [fosse] concretizado, ser promovida lenta e gradualmente. Uma fonte do Estado Maior das Forças Armadas, ao fornecer esta notícia, disse que o ‘projeto da construção da ESG em Brasília ainda não [havia saído] do chão.’ Um dos problemas para a transferência da Escola [era] relativo ao recebimento de estagiários na Capital, que ainda não [tinha] infraestrutura para receber uma organização tipo ESG, com estagiários civis e militares de diversos Estados. O fato foi também atribuído a uma ordem do general Geisel (1974) cinco meses após ele ter assumido a presidência da república. Conforme impresso na revista Veja, em 2014, (...) uma reportagem publicada em 14 de agosto de 1975 pelo Jornal do Brasil diz que o motivo da suspensão foi financeiro. Com o fim do período do "milagre econômico", as verbas haviam escasseado e a sede da ESG em Brasília teria deixado de ser prioridade. A família de Bernardes tem outra versão. ‘Sergio sugeriu uma abordagem conceitual diferente para o projeto da escola’, diz Kykah Bernardes, viúva do arquiteto. ‘Ele previa uma aproximação com estudantes e com a universidade’, explica. Para Kykah, Geisel descobriu as intenções do arquiteto e resolveu desfazer a parceria. (...) Cinco anos depois do cancelamento dos trabalhos, o aviso ministerial 1383/79, do chefe da Casa Civil, Golbery do Couto e Silva, determinou que o terreno fosse cedido ao hoje extinto Departamento de Administração do Serviço Público (Dasp). Em parceria com a UnB, o órgão deveria construir no local o Clube do Servidor Público, mas esse projeto nunca saiu do papel. Seja como for, entre o idealismo do projeto/programa da ESG, a forma simbólica concebida por Sergio Bernardes e as estruturas edificadas, existem hoje ruínas concretas que podem assumir várias interpretações. Ruínas modernas da infraestrutura de um edifício e do pensamento idealista universal do seu criador. Ruínas da arquitetura moderna brasileira e da ideia do futuro planejado e orientado pelo e para o progresso. Ruínas do autoritarismo do arquiteto (moderno) que ambicionava projetar o mundo, confiante nos superpoderes de uma técnica supostamente isenta do conflito de classes e de tensões ideológicas, politicas e econômicas. Ruínas do que não foi em meio ao nada – um delírio arquitetônico iniciado na Brasília recém-inaugurada e ainda em construção – que pretendia ir muito além da sua própria escala. Assim, retomando nossos questionamentos iniciais, se “de alguma forma a ruína nos faz sobreviver” qual o significado das ruínas da ESG diante do silêncio espectral (mal-estar/maldição) recaído sobre a obra de Bernardes desde então?. A arquitetura é a mais sublime vitória do espirito sobre a natureza. É a única arte em que se salda o embate entre a vontade do espirito e a necessidade da natureza; em que se resolve num equilíbrio exato o ajuste de contas entre a alma, que tende para o alto, e a gravidade, que puxa para baixo. (...) A arquitetura, embora utilize e distribua o peso e a resistência da matéria de acordo com um plano que só pode ter emergido da alma, permite que dentro deste a matéria atue segundo sua natureza imediata, executando esse plano tal como suas próprias forças.. (...) Contudo, esse equilíbrio único e singular entre a matéria inerte, sujeita às leis mecânicas e à pressão que se exerce sobre ela, e a espiritualidade formadora, que tende para o alto, se quebra no momento que o edifício se degrada e desmorona. (SIMMEL, 1988, 117) De acordo com o autor, a ruína surge quando o equilíbrio entre a natureza e o espirito (natureza e cultura) é rompido, com a vitória das forças da natureza sobre a intenção – o labor do espírito. Ao desmoronar, o edifício perde a plenitude de sua forma, e o “antagonismo originário e universal” de suas forças componentes reaparece, irrompendo do residual uma nova condição de existência: As ruínas arquitetônicas indicam que nas partes desaparecidas ou destruídas da obra de arte estiveram presentes outras forças e formas da natureza, de modo que o que ainda permanece nessa arte, e que já está em sua natureza, constitui uma nova totalidade, uma unidade característica. A ruína arquitetônica seria um “acidente” – a deterioração, a degradação, o desmoronamento – uma batalha perdida do espírito para natureza. Desse acidente surge um “novo sentido”, que “o engloba com a obra do espírito em uma só parte, a qual já não se baseia numa atividade intencional do homem, mas nas profundezas onde ela e o trabalho das forças inconscientes da natureza brotam de uma raiz comum.” Assim, o encanto específico das ruínas provém da ausência da “mão do homem” em seu processo de degradação. Em outras palavras: o encantamento da ruína estaria na percepção da obra humana como sendo um produto da natureza, da força vital que se apodera da matéria decadente, trazendo, em si, o embate temporal passado-futuro e a consciência do contínuo processo de deterioração da materialidade construída frente ao domínio vivo e inevitável da natureza. A força com que a vegetação se apropria, penetra, amarra e se apodera dos resíduos do concreto armado das Ruínas da UnB vence, de fato, a ação da obra humana (interrompida), recobrando a antiga natureza, acomodando o objeto artificial na condição orgânica, construindo uma nova totalidade. As ruínas da ESG são uma obra inacabada, fato que por si só já lhe confere um caráter ruinoso.

Talvez as ruínas da UnB sejam mais ‘paisagens dialéticas’ que pairam entre o profundo passado geológico e o futuro catastrófico. Simulando a descoberta de “uma nova ‘cidade eterna’ - um terreno esparramado com ‘monumentos’ decadentes contrários aos de Roma”, o artista, em “tom erudito e irônico”, define a ideia ou a condição de “ruínas ao inverso”, segundo a qual as ruínas seriam captadas em um estado dialético entre sendo construídas e caindo em desuso e decadência [fazendo] o futuro parecer uma moda antiga e o passado ser visto como se tivesse chegado de algum tempo desconhecido por vir.

De algum modo, esse “estado dialético” das ruínas nos parece uma chave para a interpretação das ruínas da ESG. Estas, configurando um “estado de suspensão” presente entre o futuro banalizado pela ficção científica do projeto e a materialidade inconclusa do passado fragmentário, que pode - ou deve - ser erigido sob a luz de “um tempo desconhecido ainda por vir”. Um tempo a se construir historicamente, buscando-se os não-ditos e os malditos, evitando o culto à linearidade e aos mitos

Afinal, “articular historicamente o passado não significa reconhecê-lo ‘tal como ele foi’”, mas abrir possibilidades, questionar mitificações, construir o inaudito. Mas entre fantasmas, inimigos e vencedores do passado, não se pode esquecer que a crítica arquitetônica que enterrou, ainda no presente, a obra de Bernardes não se exclui da História na qual ela foi edificada.

 

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