#DoProprioBol$o e as bodas de kriptonita (2021)

O ALAGAMENTO DE BRASILIA

17 DE NOVEMBRO DE 2021 – O rock é bom, o bom do rock é estar no meio dos desagregados atomicamente. Nunca deixamos aqueles dias de garagem sem glamour onde só cabia a brasília. A banda tocando e um monte de gente espremida pelas paredes. Décadas depois de ensaios michos desprovidos de qualidade, as bandas continuam sobrevivendo agora experientes. É este povo que acode na hora do socorro. Para uns a vida melhorou, ainda bem. Para a maioria correm milhas para não deixar o sonho acabar. Não posso permitir que o meu sonho vire pesadelo. Contamos com a astúcia do Chaves. A cidade está alagada por recursos do Fac. É uma farra, e estes beneficiados continuam mendigando em cima da gente, dá nojo. Antirrock já diz tudo, não segue a cartilha do bom mocismo e não deve nada a niguém e nem lamenta, apenas impala o esnobismo individual. Mas isto é papo de doido, é papo comigo mesmo. Obrigado a quem junta conosco sem querer se dar bem.

!ENTRETENIMENTO!

Enquanto isso em Guará Road, perto de lugar algum, aperto botões e parafusos. Também se joga massa no ventilador. Caixas de som úmidas por quase ter vendido a guitarra dourada. Rock transeunte, Rock da CIA. Por aqui, de tão bêbados estamos sóbrios. Precariedade corajosa ou roleta russa. A cultura está falida e os cultores estão enganando o povo por não irem à luta, só blá-blá-blá. Rock da CIA, meia-noite e meia. Rock fi-lô por que quilo. Virá uma dupla que é banda, agora, eu não sei se vai se apresentar a dupla ou a banda?  Terá reggae e hard e dance, Na luta, na lutinha lustrando a aparelhagem, movendo o palco, contando os dias. Comprei essa briga. Estou em conflito comigo mesmo. É questão de crença.
– Será que vai rolar dia 27?
– Qual a razão da descrença? É melhor que você fique na sua casa!

 

Os Papaléguas estão por aí, aferindo o limite de nossa vaidade. Que falta de misericórdia. Que tipinho de coisas são as vontades estapafúrdias. Se das mãos brotassem um enorme talo, digo um texto vibrante e libertador que apontasse o que devemos fazer – pois, o que não deixamos de fazer é lamentar. É quase me enganar com o seu engano. Que tempo de ilusão, ilusões amargas. Uma capacidade impraticável de analisar, se o mundo está nas mãos da China, da Rússia ou das mentiras americanas. Ninguém, nem mesmo uma alma eleitoreira foi conferir os algoritmos das urnas. Se fossemos mais céticos, não haveriam tantas fake news. Em vez da razão, o disparate.

clip

Faltam 10 dias para os 40 Anos De Rock (na verdade 39 anos e 7 meses), aos 17 anos, no quarto do "C", da QE 34, eu escrevia longas cartas para Cláudia, do Yellow Submarine que era a editora de um jornalzão, vindo de Nova Friburgo-RJ, que além da datilografia usava a caligrafia também. E que fotos! e então, traduções!

Passamos 1981 ouvindo o LP ABRE-TE SÉSAMO e muita discoteca do Chacrinha. "Roda, Roda e avisa, um minuto de comercial, Alô, Alô Teresinha, é um barato o Cassino Do Chacrinha. Joãozinho da obra, sonhava com a barriguinha da Teresinha e aquele velho girava o indicador frente à câmera e aparecia a dançarina.

Aqueles garrafões de vinho que Zé, nos aplicava ou as galinhas fritas na fogueirinha da praça, a viatura da quarta Deprê, já não mais enchia o saco. Ninguém mais aguentava aquela falta de lazer. Os jovens eram aleatoriamente rebeldes, uns vestiam gondolas da Marinha, da Aeronáutica ou do Exército. Ninguém ainda usava coturno. Todo mundo com medo de perder a cabeleira e pensando no que iria dizer para escapar ao Exército nacional. E, naquele tempinho bom, já tinha o tráfico de influência, – Zé da farda, vai me arrumar uma carta. Oh, como éramos felizes ou como nós dançamos, segundo Jim Capaldi.

Só viamos fotinhas na revista alemã, Pop rocky – até hoje tenho esta, eu quase infartei, vieram uns posteres coloridos dos Beatles. Ozzy Osbourne tinha lançado DIARY OF MADMAN, Black Sabbath lançara MOB RULES. E, de repente, surgiu um monte de gente fã do Black Sabbath, a coisa iria explodir em 1982. Nós tinhamos programas sobre a Beatlemania nas vozes de Renato Russo e Ananda Apple. Estávamos ouriçando o cabelo para ir ao show de rock. Comprávamos um sorvete de bola e o lance mais audacioso era quando uma gata tinha pedia uma lambida. Íamos a shows no Guará 1, o pessoal ficava montando aquele palco pesadíssimo do Detur  muitos canos depois e com muita sorte, o elétrico ficava por quem pintava tocando um contrabaixo naquelas MPBs. Eles não gostavam dos rockeiros. E, os rockeiros em casa limpando fogão e já pensando na rebelião, assim era o rockeiro do subúrbio.

1981, foi o ano do último show da Aborto Elétrico quando Renato Russo insurgiu no palco querendo ler "A Oração a John Lennon".

Mas 40 Anos De Rock depois, hoje, eu falei com Silvio que me disse para eu não ter medo e ter fé.  O Hamilton 'Zen', baterista do Política do Êxtase virá pichar uma frase no muro de casa. Acho que seráum festival. Acho que será muito doido. Eu particularmente espero estar vivo até lá. Virão Carlinhos Mesa 10, Alan Reis, Marcos Reis e Hélio Reis, os irmãos Reis. Lá no Transporte, eu sou conhecido como Pacheco Reis. O povo virá para me ajudar, para entender este tal de rock'n'roll.

A celebração dos 40 Anos ou bodas de esmeralda. Dudu pense num flyer na cor verde esmeralda. Eu me sinto como o Lanterna Verde – o rock vai rolar na luz verde!

clip 1

Iuri Silva, contrabaixo; Hamilton 'Zen', bateria; Marcelo Silva, vocais e Roberto Farias, guitarra. Promotres da política do êxtase

Retranca pop

Política Do Êxtase agenda reunião

Passados 28 anos de reconsiderações, a banda Política Do Êxtase ensaia o retorno às luzes e aos palcos.

Foi na aurora dos 90s, que o termo Política do Êxtase me deixou intrigado, de onde teria saído essa política absurda? Em conversa com Marcelo Silva (naquela época ainda no vocal e nas quatro cordas). Ele respondeu que o termo vinha de Timothy Leary e que significava festas, estados de graça e de fraternidade. E que essa era a política do êxtase. Além dos longos dedilhadas, as faixas eram recheadas de versos declamados para cantos fúnebres, arrastados. Direto do tempo de outrora. Eles pensam em se reagrupar mais uma vez para angariar os nossos votos .

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