SEJA ROCKEIRO – SEJA HERÓI (2021)
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DIA 27
“Caríssimo Mário Pazcheco, você não convidou a Banda Podre do Pacotão, pra sua festa. Daria talvez o maior roquenrrou. A bateria ia arrebentar. Você esnoba a legítima baderna brasiliense em troca de um rock de branco que esnoba o melhor palco que ê a sua casa hospitaleira e esquece a banda de Charles Preto..” (PAULÃO DE VARADERO)
O rock é muito engraçado, às vezes, eu encho a cara com cerveja e cigarros clandestinos e vou ao show no bar. Para convidar uma banda. Eles me esnobam: "não toco na sua casa". Legal, você já barbarizou muito lá e eu segurei as pontas. É muito ridículo, não o lance de se negar a tocar, mas de não vou tocar. Eu não sinto falta, convidei por educação. Tem um monte de banda que não quer tocar na minha casa. Toquem na de vocês. E tem um monte de banda que só existe no nome. Quem está apto a tocar? Então, nesse climão, onde eu vou comprar algumas cervejas no cartão. Faremos um rock iluminado. O mais simples e cruel. Rock'n'Roll legítimo.
no sábado dia 27 de novembro
OS VETERANOS ABRIRÃO PONTUALMENTE ÀS 16 HORAS
Célio de Moraes Trio (na sequência)
Duende's Blues (no meio de campo)
Timeout (então, a dobradinha espetacular)
Banda Ser & Banda Deus Preto.
Redescobrindo a emoção do rock, hoje eu olhei a minha lista de contatos e só têm malucos, muitos poucos músicos. Aí, eu falei com um amigo que é produtor experiente e ele me falou dos jovens da banda Timeout, eu senti toda aquela corrente elétrica no escuro quando você acerta com uma banda faminta. Tenho certeza de que será um show diferente, pois, a partir de agora faremos diferente de tudo o que fizemos anteriormente.
SEJA ROCKEIRO – SEJA HERÓI
De olho em mim, de olho em você – eu nem sabia que o rock seria tema diário de crônica. Rock é rebuliço. Acho o rock uma fonte vital para explicar muitos grilos. Jamais achei que o rock fosse a trilha para explodir as têmporas. Todo um comportamento anterior não foi exagerado: Violência, velocidade, sexualidade, drogadicidade?
Não concordo muito com as pessoas acham que o rock seja sinônimo de excesso, de suruba, de comportamento sexual perverso. As pessoas que acham que o rock é um excesso carnal, despudorado, uma doidivana, eu as acho fracas em criatividade e em noção. Seres entregues à ignorância, mas quem somos nós para queimar tais sábios? Saiam de seus caixões.
Rock é transe, é surto. É barato auditivo. É expressão máxima. É corrente. É grupal. É unidade.
Como tudo, tem seu lado comercial e seu lado negligenciado.
Logo pela manhã, as pessoas me confirmam – dia 27! É esta vibe que ajuda. São esperadas pessoas que manifestam um apego sentimental e vital para com o rock.
Se não fosse desse jeito, não aconteceria. Não vou falar de medidas e protocolos. Não há seleção ou convite. Está exposto a comentários. Pegue a bandeira do seu time e venha. É uma manifestação do espírito. Não me pergunte quando será o próximo que eu estou com sono.
O palco foi feito com a madeira que não virou cinzas. Jaílson bateu no peito: “Fui eu que fiz!”. Fiquei orgulhoso com o orgulho dele. Essa é a bandeira. O amplificador rugindo no microfone. A chamada no site. E um jeito outsider de fazer rock, pois nada está nos conformes.
Abri o caixão de discos e lá estavam um James Taylor, um Badfinger. Nada desses excelentes boxes de agora. Nada dos 50 anos de IMAGINE ou LET IT BE ou as caixas de Pink Floyd. Ainda bem que tudo são relançamentos dos pirateados. Acho que nunca mais iremos ter uma economia cultural. Teremos consciência de nosso atraso econômico. Então, diante deste vórtice, a arte assume uma dimensão de alegria e de amargura. De saudade e da valorização de estar vivo. Seja Rockeiro!