SONHEI COM CARLÃO

Acho que o amigo cobrou minha ausência durante o período da pandemia que ficamos no isolamento social ou quer saber notícias do mundo cá, principalmente da aliança política Lula e Alckim para o pleito eleitoral de 2022. Essa pauta política da eleição presidencial seria motivo de várias doses de cachaça mastigando limão e sorvendo cerveja gelada, as discussões seriam acolaradas na mesa do Bar Fortaleza, o único boteco que sobreviveu no Conic  durante o período da pandemia.

 Além da conjuntura política nacional, outro assunto que repercute na militância de esquerda brasiliense  seria da disputa interna do partido dos trabalhadores para indicação do nome para disputa do GDF no próximo ano. Carlão mesmo fora do partido da estrela vermelha anotava no guardanapo o nome da sua preferência porque não queria encrenca com os companheiros do Partido da Causa Operária.

 Faz falta uma mesa de bar com bons companheiros para dialogar assuntos políticos e cotidianos, percebi no retorno ao trabalho presencial que o convívio social é bem diferente do trabalho remoto, as vozes enchem o espaço vazio da solidão, a gente se afasta da loucura cotidiana incorporada em algumas pessoas.

 Depois do expediente presencial falta o desejo adolescente de passar naquele bar para molhar a palavra, a gente não encontra aquelas figuras carimbadas nas mesas, o espaço do boteco parece um copo vazio, não tem ninguém para paquerar e você bebe apenas uma tulipa de chopp para ajudar no próximo sonho.

Sonhos não envelhecem. (JOSIBEL ROCHA)