PowerPoint das redes sociais (2024)

"VONTADE DE POTÊNCIA APARENTE"

Outro dia, acabei trocando as bolas: queria falar sobre 'reels', mas acabei falando sobre 'stories', como se fossem a mesma coisa.

Não compreendo a utilidade das 'stories'. A qualidade das imagens é tão baixa que mal conseguimos visualizar, e ainda assim, as pessoas continuam a sobrecarregar o Instagram, mesmo cientes de que os olhos não seguem o vazio direcional e a falta de objetividade.

“Foi um desastre, meu amigo! Esses caras que se dizem gênios em ensinar como ter alcance no Instagram só falam de stories. Até alguns amigos que vêm conversar sobre estratégias para web, o que já estão tentando, fazem dezenas de stories por dia. É o declínio da capacidade cognitiva humana no tal do entretenimento. Isso foi empurrado, enfiado goela abaixo, tanto para os produtores de conteúdo quanto para o público. Tem gente que coloca fotos com música de fundo. 'Odeio música de fundo (Tom Zé). Eu chamo isso de PowerPoint das redes sociais. Que nojo. Fiz uma crítica ferrenha sobre esse formato. Amigos preocupados com a má qualidade do conteúdo entraram em contato. Tipo, siga o padrão da mediocridade, pois a mediocridade vende. E eu, querendo ganhar uma grana. Vou vivendo em voo baixo.” (Sandro Alves Silveira)

André Azenha resumiu em uma frase: "Vontade de potência aparente".

 

CONVERSAS BIFURCAS

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Um vizinho da rua, quando eu era adolescente, disse: “Sabe aquelas revistas? Minha mãe jogou fora as revistas de O Cruzeiro da Segunda Guerra Mundial que você costumava ler.” Outro colega de trabalho uma vez contou que teve que vender sua coleção de revistinhas de super-heróis da Abril dos anos 80 em um sebo porque precisou se mudar. Minha resposta repetida em ambos os casos foi que minha coleção de revistas grandes, médias, pequenas e grossas brochuras, além de calhamaços, fotonovelas e livros de bolso, ainda está toda guardada em plástico.

“Minha mãe jogou fora minha coleção de revistas, discos, camisas e muitas outras coisas quando fui para a clínica de recuperação, que era administrada por evangélicos. Fui considerado recuperado quando não aceitei o Jesus deles. Telefonaram dizendo que eu estava apto a voltar, e minha mãe pensou que eu retornaria convertido, talvez até como pastor. Voltei e fiquei sem minhas coisas, todas extraviadas.” (Olson)

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Volte aos anos 80, quando no Brasil ainda floresciam as garantujas da mail art, ou arte postal, um estilo de ilustração que decorava envelopes de correspondência. Artistas anônimos criavam selos, slogans, frases soltas pintadas com caneta forte, garranchos e reflexos da própria vida, bem antes dos grafites se popularizarem.

Ainda nesta década distante dos anos 80, comecei a me corresponder com uma garota paulista chamada "Meire Tchu Girl". No lado externo dos seus envelopes, ela pintava ardentes infernos que não deviam nada ao inferno brutal e medieval de Bosch ou ao inferno de Dante, que como um abismo atraía os pecadores. Por essas paisagens, "Meire Tchu Girl" foi ameaçada de processo por parte da administração dos Correios e Telégrafos. Outro ardil dela era apagar as marcas das máquinas de esteira nos selos e reutilizá-los. Certo dia, recebi um aviso para pagar e retirar uma correspondência emitida por ela. Quando mencionei o fato, ela apenas resmungou: "Descobriram o meu truque."

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Nas interações on-line das redes sociais, as pessoas estão cientes dos fatores externos, mas a comunicação é superficial: raramente resmungam ou reagem, apenas "passam batido" ou comentam brevemente. É bem diferente de quando trocávamos correspondências, pois havia uma sensação de distância e conexão mais profunda entre as pessoas.

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Foto de Anísio Maia

NO ENTANTO, EXISTEM DIFERENÇAS

Ontem

Da janela do seu prédio na Cinelândia, próxima à Avenida Rio Branco e ao Palácio Pedro Ernesto, Anísio Vieira faz uma foto noturna do conjunto arquitetônico que inclui o prédio da Biblioteca Nacional, o Palácio Petit Trianon da Academia Brasileira de Letras na Avenida das Nações e o prédio redondo da Aeronáutica. Esses edifícios estão localizados nessa região conhecida como "Centro Histórico do Rio".

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Foto de Paulo Bicko

HOSPITALIDADE BAIANA

Barra Grande é uma charmosa vila localizada na península de Maraú, no estado da Bahia. Famosa por suas praias paradisíacas, águas cristalinas e ambiente tranquilo, Barra Grande tem se tornado um destino turístico cada vez mais popular, especialmente entre aqueles que buscam um refúgio relaxante longe das multidões.

Foi lá que Paulo Bicko se reencontrou com Dudu Leal para seus afazeres musicais dessa longa parceria. Paulo Bicko mencionou que, em sua chegada, já se passaram "três dias e está chovendo hoje", mas quando o sol aparecer, ele promete enviar uma foto ensolarada, revelando o encanto da praia.

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OS LIVROS AINDA ESTÃO DISPONÍVEIS PARA VENDA...

Nesse roteiro turístico via correspondência online, o contrabaixista Adriano Rotini de Santa Catarina, que agita a cena rock de lá, lembrou-se de que eu sou "um fã fervoroso dos Beatles" e mencionou que estava vendendo três livros dos Beatles por um preço camarada. Rotini, com seu sotaque catarinense, mantém uma abordagem educada e cheia de vivacidade.

O telefone é uma presença constante em nossas vidas, e às vezes recebemos ligações surpreendentes de pessoas que há muito tempo não víamos, como a do guitarrista Blavis, falando sobre a reestruturação de sua carreira e seu desejo de fazer doutorado em música. Ao final da conversa, fizemos reverências aos nossos amigos músicos, desejando-lhes felicidade. A música e a comunicação estão sempre conectadas!

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