Naquele cenário singular, reinava o time popular de Luiz Caju, dos Correios, nosso sindicalista e companheiro. Ele estava sempre por ali, junto com Pazcheco, grande amigo e militante do rock'n'roll sideral; o 'Sorriso,' torcedor fanático do Fluminense, que vendia amendoim; e Gicello, que vivia então um bom momento e reaparecia em grande estilo. Do outro lado, tinha o gaúcho que vendia cartilhas infantis com sua habilidade de convencimento.

UM BRINDE QUE NUNCA ACABA!

No Bar do Enoque, nos idos dos anos 1990 e 2000, onde tantos encontros marcaram nossos dias, faço agora uma reflexão amarga: o depósito do meu último voto será na urna funerária. O nome dele era Luiz Roberto, mas, no Bar do Enoque, localizado no Conic, já valia um brinde simplesmente por estar ali. Naquela esquina, era vendida a pinga mais barata do Centro-Oeste, atraindo uma multidão diversa: dos sedentos ao público que irritava os comerciantes de remédios manipulados e os vendedores de óculos em 24 parcelas.

Naquele tempo, Luiz Caju tinha o sorriso mais contagiante que já vi, e juntos compartilhamos inúmeras aventuras etílicas, cinematográficas, existenciais e culturais. Em cada uma dessas jornadas, provávamos o doce da amizade genuína, que nos unia como um brinde que nunca acaba.

Hoje, nesta cinzenta segunda-feira, 13 de janeiro de 2025, revisito essas memórias com pesar, sabendo que Luiz Caju partiu. Vá, meu amigo, encontrar-se com aqueles que nos representavam na Praça Vermelha do Conic, onde as histórias permanecem vivas, mesmo que contadas com a saudade de quem ficou.

"O saudoso Caju, botafoguense de coração e um grande camarada." (Kleber Marques)

"Caju tinha uma gargalhada contagiante! Quando foi reintegrado ao serviço público, foi lotado no Ministério do Trabalho. Joka, brincando, passou a chamá-lo de 'Ministro do Trabalho'". (Josibel Rocha)

"Recebo com imensa tristeza essa notícia fúnebre. Caju, um grande amigo, era pai de alunos brilhantes da Lili, minha esposa, na escola pública do Centrão, em São Sebastião. Ele dedicou-se a formar todos os seus filhos, e hoje um deles é professor de história na mesma escola onde estudou. Vá com Deus, querido amigo. Que Ele o receba no descanso eterno. E que você possa tomar umas lá no céu com o Brother, o Carlão e o Joka Pavaroti." (Paulão de Varadero)