Mark Amerika Amerika online
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(Mark Amerika*)
Começando por onde Ginsberg deixou ontem, Ken Kesey, de quem o Magic Bus quebrou em algum lugar em Idaho, disse “Os anos sessenta foram a coisa mais importante neste século - mais importante que a Primeira Guerra Mundial, e a Grande Depressão”. A conferência jornalística de Kesey foi similar a de Ginsberg um dia antes, naquela ele estava promovendo muito mais que o seu corrente projeto, nada mais que uma multimídia, performance art, road show chamado de Twister e estava acontecendo em Boulder em 4 de julho de 1994, para ajudar na celebração do tributo de Ginsberg em Naropa. Ele estava falando sobre estar abraçando, amando, beijando, fumando maconha e se tornando guerreiro (como Eleanor Roosevelt) e, mais explicitamente, despertando consciências. Não tem havido ultimamente muita fala sobre o despertar de consciência. Os Baby Boomers que nestes tempos consolidaram grandes poderes nas áreas econômicas e políticas parecem muito mais interessados nos preços dos imóveis, a que escola seus filhos devem ir, enfim, como fazer mais dinheiro rapidamente. Soando quase como uma mistura destonada de Jean Baudrillard e Yogi Berra, Kesey estava dizendo coisas como “Há muito pouco do que está realmente acontecendo”. Quando Kesey fala de acontecimentos ele está se referindo a um punhado de coisas, incluindo o happening conceito que flutuou cerca dos anos sessenta, onde se pensava que a arte pudesse ser um tipo de grupo de atividade conjunta misturando os artistas e a audiência em atos de co-criação. Kesey tem sempre sido mais que um novelista solitário se escondendo na sua exclusiva Vineland, eventualmente liberando qualquer novela que por acaso ele tenha terminado. Seu conceito de arte tem continuamente aventurado em direção a Bacchanalian, uma espécie de passe livre, que pode ser usado existencialmente, ou deixado à vontade geograficamente como ele tem feito durante anos em seu expansivo “festivogozismo”. Ele nos aconselha a primeiro entrar em contato com o Existencialismo através de leituras de Sartre, Camus e Hesse e que, do momento que assentamos a fundação existencial, dai aventuramos pelos clarões psicodélicos onde podemos iniciar a exploração de outros mundos. E no tocante a drogas em geral, Kesey nos diz “diga apenas obrigado”. Os verdadeiros cínicos Boomers ou Slackers por outro lado irão considerar o programa de Kesey perdidamente fora da noção da realidade economica contemporânea, mas Kesey combateria esta atitude mesquinha com a chamada para uma nova conscienciosidade, o mesmo tipo de visão criativa que Ginsberg falava na sua conferência jornalística. Estava nova conscienciosidade se abriria para muitas coisas incluindo a realidade virtual gerada por computador que Kesey diz que precisamos aprender porque “fazer senso de todas as ligações que acontecem lá, faz você ficar muito estranho - e forte”.
Desta força, que você adquire, não apenas por se tornar fortemente envolvido com Internet mas também através de experimentação com drogas e seguindo o caminho na direção de mais amor para com o ser humano, você pode alcançar conscienciosidade.
Usando esta elevada conscienciosidade para criar trabalho artístico visionário é também parte do programa de Kesey. Ele parafraseou seu velho amigo Jerry Garcia “um lick original não existe, todos os licks já foram tocados anteriormente - o que você pode tentar fazer é tocá-lo do seu modo”. Com toda essa prosa sobre ser gostoso e fumando ervas e tocando música ou arte como se fora o amor fluindo de você, você acharia que estes caracteres históricos dos quais eu escrevo aqui, estão em algum tipo de tempo distorcido ou reflexões, mas não é nada disto. Pelo contrário, há uma certa espécie de convicção moral que permeia sua forma livre e comunicação e por alguma razão, talvez por ser 4 de Julho, isto parece por demais American em espírito. Kesey e Ginsberg ambos falam com certo abandono de clareza que William Carlos Williams na sua procura pelo verdadeiro American Idiom. O importante de Kesey para um jovem escritor como eu mesmo é quando ele diz que “não é a poesia de Ginsberg ou minhas novelas ou apresentações que importa, é o fato de todos sermos guerreiros, como Eleanor Roosevelt, e que estamos fora da luta pelo que acreditamos”. Um auto-proclamado Cristão Acid-Head com conhecimentos budistas (“Cristianismo precisa do Budismo”), Kesey acha que há mais do que simplesmente ser um escritor do que apenas sentar atrás de uma máquina de escrever e criar uma coisa mágica. A coisa mágica é atualmente feita de gente se movendo e interligando com outras pessoas e mudando vidas ajudando aumentar consciência do tipo de controle mental e autoritarismo rígido que invadem a cultura contemporânea. Hakim Bay chama isto de psychic nomadism. A idéia não é rebelar contra este autoritarismo, isto é coisa de criança. Ao invés, precisamos criar uma realidade alternativa. Como Kesey descreve seus jovens dias no Magic Bus com Neal Cassady at the Helm: “Nós fazíamos tudo tão rápido e não havia tempo para deliberação. Nada de complicações. Apenas fazia-mos tudo. Por alguma razão inexplicável, eu imediatamente pensei no comercial da Nike com o som de Revolution dos Beatles ao fundo.
*RETIRADO DA INTERNET E PUBLICADO NA REVISTA PSICODÉLICA ‘DE QUANDO O ROCK ERA CONTRACULTURA’ VOLUME I