COM O ROMANCE AUTORAL “O BRILHO DAS ESTRELAS CADENTES”, SEBASTIÃO PEREIRA DA COSTA ESTÁ CONSAGRADO E BRILHANTEMENTE ESCRITO NAS ESTRELAS (2022)

Breve Resenha Crítica:

Com o romance autoral “O BRILHO DAS ESTRELAS CADENTES”, Sebastião Pereira da Costa está consagrado e brilhantemente escrito nas estrelas

O escritor é aquele que se dedica profissionalmente a fazer arte usando como matéria-prima a língua, o texto, sua inspiração e muita criatividade.
Daniele Fernanda Feliz Moreira
Especialista em Linguística, Letras e Artes (CEFETRJ, 2013)


Ler SPC, ou Sebastião Pereira da Costa, é antes de tudo e a bem dizer, sempre um deleite. Maroto jornalista de histórico insurgente, critico social voraz e feroz, pena pesada como dizem os arqui-inimigos historiais, um jornalista político primoroso, também literato de naipe com outros livros de renome publicados, ou mesmo do primeiro de estreia, NÃO VERÁS NENHUM PAÍS COMO ESTE com prefácio de FHC, SPC, entre Itararé, onde nasceu rebento no Bairro de Santa Cruz dos Lopes, e Itapeva da Faxina, mais acessos aqui e ali em lutas, conflitos e vitórias em Sampa da força que ergue e destrói coisas belas, como bem cantou Caetano Veloso, SPC de mala e cuia e calibre fez histórias que, finalmente, nesse seu último livro, registra como ousadia, encanto e primor, que é de seu estilo e modus operandi.
Li quase todos os livros dele, baita aprendizado de escrita e fluente narrativa gostosa com escola no jornalismo regional, então, ler O Brilho das Estrelas Cadentes também foi um prazer, de cara sapequei cento e poucas páginas de puro desfrute, aqui e ali rindo gostoso, e rindo alto de como jocosamente e com estilo garboso, puta literato no auge, floreou umas narrativas de apreendencias infanto-juvenis em escopo afetivo-sexual primário e inocente, dando corda na imaginação do leitor. Fui na fiúza. Primeira parte, para ler, reler e rir novamente, contando dos amigos as doces letras em desbunde...
Depois o livro do folhetim inicial se encorpa no macadame do sério, aventuras jornalísticas, intempéries políticas, de agregação ou de enfrentamento, mais as lutas para sobreviver às duras penas nesse injusto e crucial mundão sem porteiras, idas e vindas, altos e baixos, arrojos e ilusões perdidas, sonhos e corres, enfim, um batalhador, um legítimo e determinado plantador de sonhos, mas, sempre correto, aguerrido, mão mágica em coração de ouro, a lutar por amor à família, aos amigos, à terra-mãe, raiz e pátrio sofrer, num pais de riquezas injustas que falou São Lucas nos Evangelhos, de lucros impunes que cantou Kant, de propriedades roubos que aqui e ali aventou até mesmo Marx, o comunista raiz.
Um livraço e tanto. Memórias doces ou ariscas com a faca entredentes, sem perdoar ninguém, dando nomes datados aos disparates, malfeitos e desalentos, ímprobos e seus antros de escorpiões, sem errar a mão, antes, contando, narrando, expondo acertos e melindres, sempre em prol de uma utopia de uma justiça social ainda que tardia. Eis SPC, eis o livro. Consagrando também com essa obra única, SPC está escrito nas estrelas, como diz a mpb de priscas eras. SPC conta com técnica de fino jornalista apurado nas andanças da vida, e baseado em muitas leituras que demonstra seu lado cult e crítico, sorte nossa.
Fatos históricos e relevantes sobre Itapeva e Itararé, episódios incríveis de bastidores, testemunhos, entrecortados de arte e cultura, fotos e parágrafos hilários, um documento de um tempo e lugar, segundo preconizou Ezra Pound quando deu créditos a artistas e estrelas da palavra também como antenas época.
Com amplo conhecimento e expert em marketing, marketing político, jornalismo, serralheria e afins, vivenciou tempos difíceis na longa jornada da vida, entre perdas e danos, mortes e armadilhas, SPC se aventurou e brilhou em várias áreas da vida, com arrojo para sobreviver, para se prover e aos seus entes queridos, e tinha a Literatura entre leitura e escrita, como prazer de se dizer presente na lauda da vida difícil que teve, desde o berço, a perda dos pais muito menino ainda. Autor, entre outros, dos livros NÃO VERÁS NENHUM PAÍS COMO ESTE, ELEIÇÕES EM PEDRA CHATAA, E HISTÓRIA NÃO SE FAZ COM LÁGRIMAS, destacou-se em todas as áreas em que aqui e ali atuou com inteligência e destaque, inclusive pelo brilhantismo como profissional, como ser humano, como pensador e entusiasta de utopias tantas de paz social e justiça ainda que tardia. Processado, não se melindrou, fez-se forte, exemplo de luta e determinação. Uma vida e tanto. Um exemplo.
Shows, comícios, enredos, desenredos, perdas e danos, críticas ácidas, delatando, registrando a história oral sob seu prisma vívido, assim SPC desentoca fatos e verdades inteirinhas saltam aos olhos, por quem as viveu e tem crédito.
Às páginas 376 do livro, SPC confessando, discorre, como lição de vida e luta: “Aprendi que para ser feliz não precisa mais que saber valorizar o que se tem, por pouco que seja (...) sem nunca renunciar ao desejo de querer mais. Essa luta de querer e obter, querer e não ter, faz parte da dialética da vida, é a força que nos mantém vivos e criativos, sem a qual viver não teria a menor graça. Pois é na luta que se tempera o espírito”. Bravo.
Por essas e outras, ler o livro de SPC é saborear a escrita firme e fina, o livro enquanto projeto de ótima técnica editorial que ele mesmo tomou pulso de criar, idealizar, acompanhar o processo de edição, saindo uma obra de vulto. Recomendo e dou fé.
Traz memórias daqueles que contribuíram para a curiosa e garbosa história contemporânea da região sudoeste do Estado de São Paulo, relatando resgastes e registros pontuais para o futuro enquanto história.
Vencestes, amigo SPC, consagrado estás. Honra e glória à tua caminhada e vitória.
E em memórias de teus sofridos ancestrais, pai e mãe, com o nome de um santo predileto deles em tua nominação, saga e destino, poderás ainda dizer em honra e memória deles e de seus mortos: “Verás que um filho teu não foge à luta”.
Com pulso escrevestes com sangue e lágrimas. De Santa Cruz dos Lopes para o mundo, o ponteio da vida, as escaramuças das lutas, e a arte lítero-cultural como libertação.
Bravo!


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Silas Corrêa Leite
Professor, escritor, autor de TRANSPENUMBRA DO ARMAGEDOM, Desconcertos Editores, SP, 2022 – Site: www.poetasilascorrealeite.com.br
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