Beat Generation
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Beat generation
(Mário Pacheco)
Villa Mouniera, Tánger (Morocco). Julio de 1961.
Em pé: William Burroughs, Allen Ginsberg, Alan Ansen (amico di Burroughs), Gregory Corso e Ian Sommervilleen. Agachados: Peter Orlovsky (compagno di Ginsberg y poeta) y Paul Bowles el jardín de Villa Mouniera propiedad de Burroughs. A parte Corso, i componenti del gruppo erano tutti gay o bisessuali.
261, Columbus avenue, esquina com Broadway, na Chinatown de San Francisco. Um passeio pelo cruzamento é suficiente para perceber que as coisas não são mais como costumavam ser. O lendário bairro de North Beach, ex-ponto dos hippies, beats, pacifistas e surrealistas nos anos 60, hoje é uma melancólica mistura de paraísos pornô com restaurantes fast-food, numa verdadeira orgia pós-moderna.
Os transeuntes que disputam as mesas junto à calçada do legendário e ainda ativo Vesuvio Cafe na esquina da livraria City Lights nem imaginariam, que há quatro décadas, a Beat generation e a San Francisco Renaissance saíram daquelas mesas entrando em erupção e alterando a paisagem cultural da América.
Em 1953, Lawrence Ferlinghetti, o poeta mais politizado da Beat generation abre a loja de livros de bolso City Lights Books, para pagar as contas da revista literária que estava fazendo. A revista acabou fechando, mas a livraria sobreviveu. Ponto de encontro dos escritores, artistas e boêmios da geração beat a livraria ficava aberta até a meia-noite porque não conseguia fechar as portas. Com a transformação da City Lights em editora, Lawrence Ferlinghetti devolveu a poesia “de volta às ruas” com as obras dos principais membros do movimento que eram chamados de carpet-baggers, uma gíria que designava os nortistas que iam ao Sul a fim de se aproveitar do caos criado depois da Guerra Civil Americana. Allen Ginsberg, Peter Orlovsky, e Gregory Corso eram da costa leste dos Estados Unidos, assim como Jack Kerouac. William Burroughs, de Saint Louis, e Lawrence Ferlinghetti, de Nova York, que nunca se considerou um membro da Beat generation, porque “enquanto os beats estavam fazendo suas loucuras, enquanto eles estavam com o ‘pé na estrada’, eu estava em Paris, fazendo doutorado na Sorbonne e morando com uma família francesa”.
A Beat generation em seu inconformismo essencialmente anárquico, de inspiração vagamente existencialista opõe-se aos valores estabelecidos pelo american way of life, rejeita as formas artísticas e culturais. Os Beats manifestam-se pelo uso de roupas desleixadas e de uma gíria emprestada aos músicos de jazz, pregam uma libertação pessoal onde buscavam estados de consciência alterados e intensificados, experiências inéditas e percepções místicas através de drogas, e técnicas orientais de ioga, principalmente Zen. Naturalmente, atitudes impopulares na América dos anos 50.
Três anos mais tarde em 1956, Allen Ginsberg publica o seu poema "Howl", que se torna o marco inicial da Beat Generation. A situação começa a sofrer alterações a partir de dois fatos: primeiro, quando Allen Ginsberg sofre um processo por seu poema Howl, o que chama a atenção para os trabalhos de William Burroughs, Gregori Corso (que ficaria famoso por ter escrito um poema sobre a Bomba disposto tipograficamente na forma do cogumelo atômico), Jack Kerouac e, consequentemente para a Beat generation, segundo fato, quando a polícia, em nome da “moral e dos bons costumes”, fecha os clubes e os locais de encontro desse pessoal.
Em 1961, a Beat generation está acabada pelas festas tipicamente hedonistas e alienadas, mas uma década de silêncio - iniciada com o McCartismo - havido sido rompida. A Beat generation foi uma fase heróica na chamada renascença literária de San Francisco, saga que musicalmente seria continuada por The Fugs, Country Joe, Jerry Garcia, Grace Slick, Paul Kantner, todos revitalizados pelo renascimento literário e da explosão do som de San Francisco.
Expressões do vocabulário Beat estarão ligadas direta e indiretamente às liras do poder da flor.