Na estrada: a existência poética de Pedro Saulo
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A impressão da existência poética de Pedro Saulo
por: Mário Pazcheco
23 set. / 2010 - A história do primeiro livro é conhecida. Segundo o autor Pedro Saulo de Souza, este é “um trabalho de formiguinha espalhado pelos quatro cantos da Terra.”
Entre tesouradas, não falta fôlego a Pedro Saulo para costurar versos insatisfeitos, que reconhecem a sabedoria dos que extraem o viver do labor, e que levam uma vida simples.
Os versos de Turnê de Sentidos não pretendem mudar a vida dos leitores, confundi-los ou dividi-los em antes ou depois. Singelamente falam de caminhos percorridos, muitas vezes pela imaginação, e de retornos a centros populacionais que direcionam a vida.
Se tem amor? Há contradições e obsessão. De leitura rápida e fácil, insere um texto preparado com personalidade, onde adjetivos ameigados exprimem impressões positivas dos muitos anos de estrada.
São versos camaradas: no teor político, demonstram descontentamento com a classe política. Quando agrestes, seus versos são bucólicos e mostram a relação equilibrada do homem com o campo. Pedro Saulo, o autor andarilho, capta coisas na mesma direção e na mesma simetria do olhar.
Turnê de Sentidos é simples, nada além da medida, do ofício. Celebra a própria trajetória e homenageia os melhores dias: “Quero o melhor vinho, o bom petisco / várias mulheres, as melhores se possível / em ambiente com penumbra eu me sintonizo”.
“Tem uma poesia lá, Roleta russa, que vou até usar pra musicar na Terror Revolucionário. Tem muitos momentos bons no livro dele, e muitas coisas dá pra virar música.” Abraços, Fellipe CDC
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Depois deste pequeno depoimento, vamos publicar dois poemas, mais de acordo com o que eu me lembro de Pedro Saulo nos 80s, nos botecos do Guará falando de poesia e rock nos microfones:
Padrasto Nosso (Só o Rock’n’Roll salva) – Achado popular
Pedro Saulo de Souza
Elvis Presley que estais no céu / Muito escutado seja Bill Haley
Venha a nós o Chuck Berry / Seja feito som à vontade
Assim como Hendrix, Sex Pistols e Rolling Stones
Rock’n’Roll que a cada dia nos melhora
Escutai sempre Clapton e Neil Young
Assim como Pink Floyd e David Bowie
Muddy Waters e The Monkees
E não deixeis cair o volume do som
Quando ouvirdes Black Sabbath
Mas livrai-nos do axé
Amém
Obs.: “Fanáticos, uni-vos!”
Brasília, 2007
Deste abaixo, eu fiquei fã, e acho que deve ser dedicado ao Governo Lula:
“Te meto na justiça...” Pedro Saulo de Souza
Ia “bombando”, me chamou de cabeludo
Te meto na justiça
“porra-louca do carai”!
Ia surfando, me gritou de vagabundo
Te meto na justiça
“porra-louca do carai”!
Ia bolado, me berrou de boa-vida
Te meto na justiça
peruinha da mamãe!
Ia tocando, me falou de "hempman"...
Te meto na justiça
"porra-louca do carai"!
Apelou, tem que provar, "véi"!
Te meto na justiça
"playboyzinho" do papai
Viajou na maionese e pirou na batatinha...
Estou te metendo na justiça
"caô da porra do carai"!
Brasília, 2009.
Turnê de Sentidos à venda no CONIC (Setor de Diversão Sul):
Quiosque Cultural do Ivan Presença, atrás do Teatro Dulcina de Morais. E, na Kingsom Comics telefax (61) 3223 1852
Fale com o autor: fones: (61) 3335-4072/ 9945-3255