SERGEI ESSENIN (1925)


AUGUSTO DE CAMPOS ENQUADRA FERREIRA GULLAR E DIZ NÃO ESTAR À VENDA

Em artigo publicado neste fim de semana, o poeta Augusto de Campos criticou o também poeta Ferreira Gullar, que disse que ele poderia perder uma indicação à Academia Brasileira de Letras, em razão de seu posicionamento político; "Nego-lhes autoridade para conferir prêmios e prebendas. E encerro com as palavras de um poema instrutivo e fácil de entender: NÃO ME VENDO / NÃO SE VENDA / NÃO SE VENDE", disse Augusto de Campos

247 - http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/241814/Augusto-de-Campos-enquadra-Ferreira-Gullar-e-diz-n%C3%A3o-estar-%C3%A0-venda.htm 

3 jul. / 2016 – Em artigo publicado neste fim de semana, o poeta Augusto de Campos criticou o também poeta Ferreira Gullar, que disse que ele poderia perder uma indicação à Academia Brasileira de Letras, em razão de seu posicionamento político.

Leia abaixo um trecho:

"Para piorar, o Acadêmico Ferreira Gullar acena-me com um prêmio de R$ 300 mil da Academia Brasileira de Letras, que eu deixaria de levar, apesar do seu 'placet', por ter criticado a entidade. Ora, somos mesmo pessoas completamente diferentes. Como somos poetas diferentes. Isso, sim, é um insulto. Jamais aceitaria qualquer prêmio, de que valor fosse, vindo dessa instituição, que considero inútil, caduca e até nociva, pelo mau exemplo que dá a cultura brasileira, acolhendo gente que nada tem a ver com literatura – velhos políticos, governantes, empresários e jornalistas conservadores – uma confraria de mediocridades que se chamam despudoradamente de 'imortais, envergando fardões, espadas, colares e medalhas. Com raríssimas exceções. Nego-lhes autoridade para conferir prêmios e prebendas. E encerro com as palavras de um poema instrutivo e fácil de entender: NÃO ME VENDO / NÃO SE VENDA / NÃO SE VENDE."

 

Sergei Essenin (1925) 

Até logo, até logo, companheiro,
Guardo-te no meu peito e te asseguro:
O nosso afastamento passageiro
É sinal de um encontro no futuro.

Adeus, amigo, sem mãos nem palavras.
Não faças um sobrolho pensativo. 
Se morrer, nesta vida, não é novo,
Tampouco há novidade em estar vivo.

Tradução de Augusto de Campos

 

       Essenin escreveu o poema acima com o próprio sangue ao se suicidar cortando os pulsos e se enforcando em seguida.
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