BLACK HEROÍNA (PAULÃO DE VARADERO)
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BLACK HEROÍNA
PAULÃO DE VARADERO (Para Indiana Nomma)
Ontem ouvi Billie cantar
Num velho filme de televisão
Cantava coisas de arrepiar
Era um tempo de tristeza e dor
De torpeza, racismo, exclusão
Depressão, prostituição, maldição
Tempo em que se queimava negros
Se os enforcavam em árvores altas
Como se fossem frutas macabras
Assim diz a canção que ela canta
Muito após a Guerra da Secessão
Essa é a América da Ku Klux Klan
A que jogou nalpalm no Vietnam
Os ianques pedem: God bless América!
Queimam e clamam a Deus com o refrão
Billie Holiday sussurrava a sua dor
Expunha a sua alma, o coração
O blues é sangria em canção
Billie, foi sua melhor tradução
Seu canto visceral a desnuda
Expõe a diva bêbada, drogada
Seu olhar distante divaga, indaga
Aquele lamento, aquele blues
Faz estremecer até os mortos
Sua voz triste entristece Jesus
Como se tivesse sido queimada
E a tivessem pendurado na cruz
Mesmo assim, os anjos lá no céu
Cantassem, tocassem trombetas
Maria Madalena e as prostitutas
Ao fundo, fazendo a segunda voz
Como black back vocals de Billie