do macro ao micro: uma pequena série de haicais de Cláudia Li
- Details
- Hits: 2681
Alguns são divulgados agora
(Poemas de Cláudia Li)
aranha teceu
os pensamentos
do vento
passarinhos felizes
manhã de parábolas
na janela
tarde de sol
rouxinol suspira
atrás da corruíra
novo amor
poesia
beija (flor)
frio na espinha
ninguém se acanha
só se aninha
história aflita
depois desse dia
nada mais
me irrita
a lua linda
hoje de blue
se pinta
olho as
estrelas
ou as
estrelas
me olham?
tudo
esclarece
quando
a noite
adormece
será o além?
dentro desse quarto
um som
ninguém
sim eu sei
confesso
traí teu amor
com o verso
vez em quando
desatino
perco a paciência
com o destino
noite sem lua
insônia
qual é tua?
livro na mão
à sombra é quem lê
com atenção
hoje a poesia
me confundiu
quando achei
que ela vinha
sumiu
o amor é um
precipício
que se cai
vira vício
o nosso amor
todo dia
se aproxima
num dia
vira raiva
no outro
vira rima
SOBRE
Cláudia Li (Balsas/MA, 05 de julho de 1971),
aos dois anos fui para Brasília/DF onde morei até os 42 anos. Desde 2013 estou em Niterói/RJ. Escrevo desde a adolescência, mas durante muitos anos não pude me dedicar à escrita. Meus escritores no início eram Drummond e Cecilia Meireles. Mas foi em 2013 que descobri o Haicai, através de Paulo Leminski, que tenho como meu maior inspirador. Acho que hoje me considero uma poeta de fato. Escrevo o que gosto da forma que gosto, não sei viver sem poesia. Sou poesia dia e noite. Além de Haicais, também escrevo poemas minimalistas (Curtos), Poemas concreto-visuais, nesses prefiro, como diz um amigo “O lado Semiótico”. Amo poesia concreta, meus inspiradores são vários. Posso citar: Anatol Knotek (Áustria), Arnaldo Antunes, Augusto de Campos e por aí vai. O lado dos símbolos me torna mais completa, a mistura da letra com a expressão em imagem me fascina. Falo que poesia concreta é um:
“micro, macro
quanto mais leio,
mais há linha...”
Me vejo como o fim da tarde, penetrando a noite e fazendo dela a melhor das companhias. Amo escrever a noite, embora escreva o tempo todo, pois onde estou a poesia está junto. Não tenho livros por editora. Tenho um experimental que criei no ano de 2015 - Poesia Cult. Espalhei 100 cópias entre amigos e leitores que me acompanham desde o começo pelas redes sociais (facebook, instagram, tumblr e twitter). Participei em 2015 da1ª Exposição Internacional de Poesia Visual da FACHA, (Faculdade Hélio Alonso) no Rio de Janeiro. Fui selecionada entre os 66 melhores poetas visuais do mundo. Em 2016, meus poemas começaram a surgir em outros canais, como: página Paradoxos, Poesiências e Metamorfoses de Lisboa/Portugal; Haicai Combat e Poeta Concreto do Rio de Janeiro. Ainda no ano de 2015 o Jornal Diário da Manhã de Goiânia, publicou uma matéria sobre Haicais. Além disso, meu poema concreto “Sucção” selecionado na exposição da FACHA, foi referência sobre poesia concreta em uma escola de Maricá/RJ.