Nós e Os Mutantes em Pirenópolis

Show dos Mutantes em Pirenópolis 
(Pirenópolis, uma semana atrás)
por Mário Pazcheco
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10 dez. / 2011 - Faz cinco anos que me recuso a escrever sobre Os Mutantes, motivo: podem encarar o texto como autopromoção ou 'fogo amigo', por isso deixo o espaço para outros qualificados.

Como eu nunca tinha visto Os Mutantes ao vivo, minha expectativa era como se eu estivesse diante de um show dos Beatles ou dos Rolling Stones.

Depois do show, eu o classifiquei como “histórico” e na minha estimativa deveria ter um público de 10.000 pessoas que curtiram o show desde o início até o final. Mais tarde, estas impressões se mostraram realistas.

A mística da banda atrai público de diversas partes do Brasil e do mundo!

A primeira visão de impacto foi o roadie empurrando a guitarra de ouro para o canto esquerdo do palco. Até então tinha aparecido uma guitarra fender azul escuro que pertencia ao segundo guitarrista.

No palco, a bateria ao fundo, no lado esquerdo o tecladista, Henrique Peters e a vocalista Bia Mendes. No centro  Sérgio Dias  e à sua direita o guitarrista e flautista, Vítor Trida. E na bateria Dinho! Eu sinto que Dinho resolveu fazer seu solo de bateria “na hora errada” e Sérgio Dias teve que seguí-lo, este ato aumentou minha estima pelo baterista.

O início do show é uma viagem cósmica e psicodélica ao repertório dos dois primeiros discos dos Mutantes. Clássicos e clássicos: Caminhante Noturno, Dom Quixote, Panis et circenses, Tecnicolor, El Justiciero, Baby Top top destacam-se as composições escritas e cantadas por Sérgio Dias no início dos Mutantes. Virgínia foi a interpretação que mais me tocou, no entanto, eu aguardava ouvir Banho de lua que não rolou... quem sabe no próximo show?

Sérgio Dias apanha do instrumento e comenta: “é que troquei as cordas da guitarra hoje”. Numa outra música, ele começa a cantar fora do tempo e quer recomeçá-la, mas a banda continua... Quando a vocalista Bia Mendes acrescenta uma gargalhada, Sérgio Dias a encara com a expressão de “não me lembrava disso”...

Às vezes durante um longo tempo sua guitarra alta silencia os outros membros que também parecem apreciar a sua exibição tocando a guitarra próximo ao chão.

O tecladista Henrique Peters  e o baixista (que eu não sei o seu nome) ficam estáticos em suas plataformas, quando necessário, violentamente, o tecladista ataca o seu moog gerando uma saraivada de sons; o contrabaixista é muito competente, e nos permite ver os arranjos muito próximos dos originais. Seu desempenho em A hora e a vez do cabelo nascer é espetacular.

Paranoicamente, eu chego a suspeitar que propositalmente limaram alguns arranjos nas músicas...

O ápice do show são A minha menina que agrada muito e o final do bis com Bat macumba, o público de agora compreende o acento rítmico das canções e curte adoidado. O tempo transformou Os Mutantes em roqueiros nacionalistas, cadê as transgressões?

Finalmente a vocalista abandona o lado esquerdo e canta ao centro ao lado de Sérgio Dias. Balada do louco e Ando meio desligado são os pontos altos do show, onde a guitarra de ouro brilha e o público todo canta junto! De música nova Querida, querida (parceria com Tom Zé) o som de palco estava distorcido e não dava pra entender muita coisa...

Muitos me perguntam pelo nome da Bia Mendes, ela agradou muito... Ninguém sente falta de Simone Soul. No último instante Sérgio Dias vira as costas e eu vejo marcas na guitarra de ouro, estas marcas seria “d'A Maldição” grafada nas costas da guitarra? Seria a guitarra de ouro original?

Maldosamente, não considero que eles sejam o melhor cover dos Mutantes, mas acredito que deveria se chamar Sérgio Dias Toca Mutantes!

 

Acima de nossas cabeças Os Mutantes

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Na foto: Guz Rodriguez, Mário Pazcheco, Deusa Barakat & Leonardo Saraiva

"Ótimo show. Gostei principalmente da performance do Sérgio Dias que se mostrou super generoso e carinhoso com a vocalista" (Guz Rodriguez).

 

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Foto: Max Ravel 
"Estávamos bem próximos e não nos encontramos, mas esta é pra você Mário Pazcheco". (Marcos A. Gomes)

On the road

Antes de chegarmos a Pirenópolis, deixamos uma Paraty 1983 na estrada e contamos com a solidariedade das pessoas da estrada para chegar.

Em Pirenópolis,  encontrei as meninas do Velvet Voltage correndo atrás de uma foto com Sérgio Dias.

Na noite anterior ao show tomamos todas no “Baru – Café & Lounge” que vem a ser o barzinho do Marcinho e do Sérgio.

Fora da cidade, ficamos no Morro do Frota, nas casas das irmãs Vanesca e Valéria Campanela.


 

 

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