1995: Contos de Jorge Vigarista
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Conic. Alguém disse tem Jorge Mautner na Asa Norte... num bar...
Afonso "Cascão", Carlão Nascimento, Mário Pazcheco e talvez Jorge (professor e morador do Cruzeiro) fecharam a conta...
Caminharam por trás do Conjunto Nacional até a primeira quadra da Asa Norte...
Dentro do bar, meio odara decorado com cortinas, mal chegamos e eu fiz um comentário infeliz, — que poodle lindo...
A loira do cão, respondeu que iria nos apresentar o dono do cachorrinho...
Alguém do bar nos disse, — ela é mulher do maior traficante da Asa Norte, é melhor correr...
Rapidamente, vazamos...
Cansado, Afonso "Cascão" falou, — não vou correr! — Ele que me mate! Em solidariedade e para que Afonso não partisse desta sozinho, reduzi o passo e emparelhado descemos até a Rodoviária.
Esta passagem virou uma anedota no Conic e demorou anos para ser esquecida...
Posteriormente, Carlão disse que tudo não passou de uma brincadeira... Eu achei melhor continuar vivo...
“A história é apenas em parte verdadeira, o cara só era um imbecil troglodita, e quem elogiou o cachorrinho não foi eu e sim você.
“Quanto a caminhada, não me lembro, acho que faz parte daquela máxima: quem conta um conto aumenta um ponto”. (Afonso Ligório Araujo Mesquita).
Contos de Jorge Vigarista
texto Mário Pazcheco
1995
Entrevistar Jorge Mautner era uma coisa importante a ser conquistada...
Através do contato do cartunista, Kleber Marques consegui acesso ao camarim de Jorge Mautner no Sindicato dos Bancários, no Setor de Diversão Sul.
Num tremendo "cu doce" Jorge Mautner ficou amarrando a entrevista sem demonstrar interesse algum em responder perguntas simples: como será o show, qual a relação com Brasília, fale-me do seu último LP “Pedra Bruta”...
A coisa mudou de figura...
O incrédulo, Jorge Mautner não acreditou quando o brasileiro, Cristovam Swaud, produtor do seu LP "Pedra Bruta" atravessou a porta...
Jorge Mautner ficou sem graça e instântaneamente começou uma desmedida colagem de elogios ao visitante, — Seu pai foi o maior poeta do Sul...
Cristovam Swaud hospedava Mautner em Viena, onde foram realizadas as gravações do disco "Pedra Bruta" atirou à queima roupa, — você sumiu com a fita master do estúdio!
O tempo fechou...
Mautner: — Ou termino a entrevista ou conversamos?
Cristovam Swaud queria que eu acompanhasse a conversa... Achei melhor sair fora... Nunca contei esta história...
Domingo. 2 jul. / 2001 - Brasília - Conjunto Nacional. Nélson Jacobina tomava café quando foi interrompido por uma menina bem novinha:
— Jorge Mautner! Curto muito aquela sua música Vampiro...
Rapidamente, o apresentei: — Este é Nélson Jacobina que acompanha Jorge Mautner desde 1972!
— Jorge Mautner é aquela alí na frente...
A menina novinha escafedeu-se na direção de Mautner...
Rimos um bocado...
O show foi fantástico um dos melhores que ví...
dez anos depois...
Jorge Mautner - voz, violino
Nélson Jacobina - violão, guitarra e direção musical
Kassim - contrabaixo
Stéphane Sab Juan - bateria
A 17 set. / 2011 - No show "Anjos Tortos" (ingresso cortesia de Léo Saraiva) ví pela última vez, Jorge Mautner e Nelsón Jacobina, no CCBB, o cantor simplesmente não conhecia o repertório do homenageado, Raul Seixas.
Eu achei, genialmente picareta, metade do público ficou decepcionado; temi pela integridade de Jorge Mautner que teve lampejos geniais e o velho hábito de discursar sobre tudo baseado nos alicerces de sua cultura pessoal que nunca prestou muito atenção em Raul Seixas.
Caos! Fiquei com dó do Kassim!
O público não vaiou e ficou na dele. Não há mais embate, não há debate só um bando de 'cuzões' comportados...